Observe esta frase: “Democracia sem
tolerância e respeito pelo outro é um oximoro”. Qual é o seu significado?
O autor da frase quer dizer que não
pode haver democracia sem tolerância e respeito pelo outro. Se tal situação
existir em algum lugar, estaremos diante de um contrassenso, de um paradoxo.
Oximoro é, como vemos, uma
figura de linguagem que tem como característica reunir, em um texto, palavras
ou ideias contraditórias, paradoxais. É o mesmo que paradoxismo.
Embora considerado uma figura da
retórica clássica, um oximoro, dependendo do contexto, pode ser considerado um
vício de linguagem.
Diante de um texto qualquer em que
esteja presente essa figura de linguagem, o leitor é, assim, forçado a buscar o
sentido metafórico da frase, providência necessária, muitas vezes, quando lemos
crônicas ou poemas, como vemos neste texto de Carlos Drummond de Andrade:
“A explosiva
descoberta
Ainda me atordoa.
Estou cego e vejo.
Arranco os olhos e
vejo.”
Eis alguns exemplos clássicos de
oximoro:
silêncio
ensurdecedor
inocente culpa
gelo fervente
declaração tácita
guerra pacífica
doce veneno
gênio ignorante
tristemente alegre
inimigo amistoso
estudioso sem-noção
mentiroso honesto
valentia covarde
amor violento
silêncio eloquente.
No tocante à pronúncia, oximoro é uma palavra paroxítona que,
segundo o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, deve ser lida assim: oc-si-mô-ro.
Ocorre que inúmeros dicionários
admitem também a forma oxímoro,
proparoxítona. Entre eles citamos o Dicionário da Academia das Ciências de
Lisboa, o Dicionário de usos do português do Brasil, de Francisco Borba, o
Dicionário Aulete e o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.
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