Por que creio na imortalidade da alma
Sir Oliver Lodge
Parte 9
Damos prosseguimento
ao estudo metódico e sequencial do livro Por
que creio na imortalidade da alma, de autoria de Sir Oliver Lodge, de
acordo com a tradução feita por Francisco Klörs Werneck, publicada pela
Federação Espírita do Estado de São Paulo em 1989.
Esperamos que este
estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do
Espiritismo.
Cada parte compõe-se
de: 1) questões preliminares; 2) texto para
leitura.
As respostas
correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto
indicado para leitura.
Questões preliminares
A. A ação telepática
pode produzir-se entre dois Espíritos?
B. Como Lodge define
os médiuns?
C. Qual é a parte
essencial da comunicação espírita?
Texto para leitura
105. Embora a
natureza da ação recíproca entre o físico e o psíquico seja desconhecida, o
fato em si mesmo é certo e familiar, e de tal modo familiar que não desperta
atenção alguma. É considerado um fato normal. Nós mesmos (isto é, o nosso “eu”
espiritual e o mental) somos um fato positivo, e o instrumento por meio do qual
executamos tais coisas no plano físico é primordialmente o sistema cérebro
neuromuscular de nosso corpo. (P. 80)
106. Admitamos que
toda pessoa possui uma laringe e uma mão ligadas a um sistema cérebro
neuromuscular semelhante ao nosso e que algumas desenvolveram o emprego desses
instrumentos da mesma maneira que nós. Seria possível que o mecanismo
transmissor de uma outra pessoa não possa jamais ser empregado por nós em lugar
do nosso? O fato experimental da telepatia parece sugerir que semelhante coisa
é possível. (PP. 81 e 82)
107. A ação
telepática comumente produz-se entre dois Espíritos e a passagem do psíquico
para o físico pode fazer-se de maneira habitual. A faculdade da telergia parece
demonstrar que o aparelho transmissor de um sensitivo ou de uma pessoa dotada
pode às vezes ser posto em atividade por outra inteligência. (P. 82)
108. É o que se dá
nos fatos da personalidade múltipla, que há muito sugerem a existência do
controle de uma inteligência por outras inteligências estranhas, nem sempre
benfazejas. Essa faculdade, demonstrada patologicamente e reconhecida sem
controle, pode, em certas circunstâncias, ser utilizada para serviços
simpáticos. (P. 82)
109. Os médiuns são
pessoas que possuem a faculdade de permitir que seus organismos sejam operados
por outras inteligências que não as suas. A mediunidade não é, pois, senão a
resposta fisiológica a um estímulo de uma outra inteligência. Ela não parece
ser uma faculdade rara, embora exista em graus diversos e seja provavelmente suscetível
de ser cultivada e melhorada. (P. 82)
110. Muitas pessoas
podem obter o que se chama de escrita automática, isto é, permitir que sua mão
ou seu braço seja controlado por uma inteligência na aparência estranha, mas
benévola, sendo sua inteligência retirada localmente pela intervenção de outra
para dar lugar à incorporação e à manifestação. (P. 82)
111. O transe é um
afastamento mais pronunciado da atenção consciente. Durante o transe, algumas
pessoas podem permitir que seu órgão vocal seja utilizado para a transmissão da
palavra e para a expressão de ideias inteiramente fora do seu alcance. (P. 83)
112. O transe difere
do sono hipnótico, embora possuam ambos muitos pontos de contato. No estado
hipnótico o sensitivo está sob controle da sugestão ou mais ou menos controlado
por uma pessoa viva. No estado de transe ou em uma variedade especial desse
estado, o organismo pode ser governado por inteligências desencarnadas. (P. 83)
113. A facilidade
com que as comunicações se podem estabelecer depende muito da faculdade e
habilidade do comunicante e da inteligência da pessoa que as recebe, mas
depende também das aptidões e dos hábitos do instrumento fisiológico utilizado.
(P. 83)
114. Em cada caso, é
preciso considerar que a parte essencial da comunicação é sempre de caráter
mental, quer seja ela feita pela palavra articulada, pela escrita ou por uma
representação qualquer. (P. 84)
115. Se a harmonia
psíquica é estabelecida, a parte física da transmissão pode verificar-se com
facilidade. Um gesto pode transmitir muito, sem palavras. A leitura dos lábios
é muitas vezes empregada pelos surdos. Linhas negras sobre uma folha de papel
constituem o lado físico de um poema. A bizarra faculdade da telepatia prova
que, no fim das contas, pode-se mesmo dispensar o menor estímulo físico para
estabelecer-se a comunicação. (P. 84)
116. Se os nossos
familiares e os nossos amigos existem verdadeiramente, após terem deixado o seu
corpo terreno, eles possuem tudo o que é necessário como aparelho psíquico ou
mental para estabelecer uma comunicação. O instrumento físico que lhes falta
será suprido com a presença de um médium. (PP. 84 e 85)
117. Myers, em seu
livro A Personalidade Humana,
assevera: “A descoberta da telepatia nos revela a possibilidade de uma
comunicação entre todas as formas da vida. E se, como a nossa evidência atual o
indica, essas relações telepáticas podem existir entre os Espíritos encarnados
e desencarnados, essa lei deve ser o centro mesmo da evolução cósmica”. (P. 87)
Respostas às questões preliminares
A. A ação telepática pode produzir-se entre dois
Espíritos?
Sim. A ação
telepática produz-se comumente entre dois Espíritos e a passagem do psíquico
para o físico pode fazer-se da maneira habitual. (Por que creio na imortalidade da alma, pág. 82.)
B. Como Lodge define os médiuns?
Os médiuns – diz
Lodge – são pessoas que possuem a faculdade de permitir que seus organismos
sejam operados por outras inteligências que não as suas. A mediunidade não é
senão a resposta fisiológica a um estímulo de uma outra inteligência. (Obra
citada, pág. 82.)
C. Qual é a parte essencial da comunicação espírita?
A parte essencial da
comunicação é sempre de caráter mental, quer seja ela feita pela palavra
articulada, quer seja pela escrita ou por uma representação qualquer. (Obra
citada, pág. 84.)
Nota:
Links que remetem aos 5 textos
anteriores:
Parte 4 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/02/iniciacao-aos-classicos-espiritas_24.html
Parte 5 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/03/iniciacao-aos-classicos-espiritas.html
Parte 6 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/03/iniciacao-aos-classicos-espiritas_10.html
Parte 7 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/03/iniciacao-aos-classicos-espiritas_17.html
Parte 8 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/03/iniciacao-aos-classicos-espiritas_24.html
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