O meu
plano e o código divino
Mímese da crônica de 11 de outubro de 1885 (Balas de estalo)
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Hás de lembrar-te de minha adesão, completa
e irrefutável, ao Espiritismo. Lerás agora o plano que me ocorrera, antes de
converter-me ao novo credo, e a resposta que recebi dos Céus.
Meu plano era investigar todos os
fenômenos, sem preconceitos, antes de refutá-los ou aceitá-los, com a coragem
necessária para quebrar os milenares paradigmas religiosos da Terra. Aceitei-os.
Faltava-me, ainda, coragem para assumir
minha crença, como o fiz na última crônica. Tão logo associei-me ao Centro
Espírita Delfos, na Rua do Espírito Santo, em São Cristóvão, nesta Cidade
Maravilhosa, mudei-me, com Carolina, para o bairro do Cosme Velho, haja vista
sua proximidade com aquela casa espírita.
Duvidas? Pois fica sabendo, meu caroável
amigo, que do Cosme Velho a São Cristóvão, via Túnel Rebouças, são apenas 13,8
km. Esse túnel foi criado em homenagem ao amigo André Rebouças, o maior
engenheiro carioca do Século XIX, no meu entendimento.
O que me aconteceu, a partir de então, foi
algo extraordinário. Como te disse na crônica passada, descobri que sou
Laurence Sterne, o escritor inglês galhofeiro do Século XVIII, reencarnado no
Rio de Janeiro; mas agora tornei-me sério, e é de coisas sérias que desejo
falar-te.
O Espiritismo, amigo, é a Filosofia,
Ciência e Religião do futuro. Sua maior finalidade, além de contribuir com a
nossa evolução espiritual, é destruir o Materialismo, como já vem ocorrendo
nestes dias. Sua expansão dar-se-á em progressão geométrica, ante as atuais
descobertas da Ciência Quântica, que contribuirão para a derrocada final do
Ateísmo no Mundo.
Ainda duvidas? Lê o que um mineirinho
psicografou e foi ditado por três poetas do Além. O primeiro soneto é de
ninguém mais, ninguém menos que o Espírito Alphonsus de Guimaraens. Compara. O
mesmo estilo, a mesma elevação espiritual, o mesmo simbolismo sublime do poeta
da Terra está no poeta do Espaço Metafísico em: Santa Virgo Virginum
Sobe da Terra, em ondas luminosas,
Um turbilhão de vozes e de lírios,
Buscando-vos nas Luzes Harmoniosas,
Oh! Virgem da Pureza e dos Martírios!
Imagens de turíbulos e rosas
Aromatizam todos os empíreos...
Há na Terra canções maravilhosas
Entre as luzes e as lágrimas dos círios.
Senhora, o mundo inteiro vos festeja,
Em magnificência ampla e radiosa,
Nos altares simbólicos da Igreja!
Eis, porém, que vos vejo nos caminhos,
Onde a vossa virtude carinhosa
Consola e ampara os fracos pobrezinhos...
Agora, o mesmo psicógrafo, refiro-me a
Chico Xavier, retransmite-nos a lira de Auta de Souza, a poetisa mística
potiguar, autora da obra Horto,
quando na vida física. Lê e delicia-te com a suavidade do Espírito imortal,
pela pena do “Mineiro do Século”, no soneto intitulado
Prece
Estendei vossa mão bondosa e pura,
Mãe querida dos fracos pecadores,
Aos corações dos pobres sofredores
Mergulhados nos prantos da amargura.
Derramai vossa luz, toda esplendores,
Da imensidade, da radiosa altura,
Da região ditosa da ventura,
Sobre a sombra dos cárceres das dores!
Ó Mãe! excelsa Mãe de anjos celestes,
Mais amor, desse amor que já nos destes,
Queremos nós em cada novo dia;
Vós que mudais em flores os espinhos,
Transformai toda a treva dos caminhos
Em clarões refulgentes de alegria.
Por fim, para não te cansar, paciente
leitor, brinda-te o vate português, Antero de Quental, com o soneto post mortem
intitulado Rainha do Céu, e o Chico
registra fielmente seu apelo:
Excelsa e sereníssima Senhora,
Que sois toda Bondade e Complacência,
Que espalhais os eflúvios da Clemência
Em caminhos liriais feitos de aurora!...
Amparai o que anseia, luta e chora,
No labirinto amargo da existência.
Sede a nossa divina providência
E a nossa proteção de cada hora.
Oh! Anjo Tutelar da Humanidade,
Que espargis alegria e claridade
Sobre o mundo de trevas e gemidos;
Vosso amor, que enche os céus ilimitados,
É a luz dos tristes e dos desterrados,
Esperança dos pobres desvalidos!...
Esta é uma pálida ideia do que as potências
invisíveis vêm fazendo, há mais de um século, pela literatura do Além, sem que
haja qualquer plágio ou mistificação do pobrezinho
de Minas Gerais, o qual jamais aceitou qualquer retribuição financeira, pelas
mais de quatrocentas! obras mediúnicas captadas por sua antena psíquica. Eu,
mísero verme, a tudo isso e muito mais assisti do Centro Espírita Delfos e
agora compartilho contigo em reverência a nossa Mãe Santíssima.
O Código Divino exige o império do amor
sobre a Terra, e o amor de Nossa Senhora é a representação do mais puro
sentimento descido do Céu, o amor materno.
Cuido mesmo que, se toda a nova revelação
fosse derramada, de uma só vez, sobre ti, leitor, ficarias cego com a luz
sublime jorrada sobre a Humanidade neste tempo apocalíptico.
Muito mais cousas virão, em especial a partir
de julho de 2017, segundo informações mediúnicas que obtive no Delfos. Quem viver verá e ouvirá.
Adeus!
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