A notícia
chegou-nos ontem, já quase à noite: D. Maria Montini sofreu um infarto!
Horas depois,
veio por meio de uma amiga o complemento da notícia: D. Maria nos havia deixado
e já estava a caminho da pátria verdadeira, que nos aguarda a todos e onde
estão seu esposo, seus pais, inúmeros familiares e uma multidão de amigos que a
precederam na viagem de volta.
Já escrevemos
várias vezes, com convicção absoluta, que a morte, tal qual a entendemos, não
existe.
O que morre é
tão-somente a vestimenta carnal, que, como tudo que é material, tem um período
existencial finito. A alma, não. A alma não morre; a alma desencarna,
desprende-se do corpo morto, readquire as percepções que lhe são inerentes e
volta à pátria espiritual, de onde veio um dia para realizar aqui as tarefas
que a vida lhe atribuiu.
Nossa amiga
Maria Montini estava com dificuldades notórias, no tocante à saúde, há muito
tempo. A mulher vigorosa, ativa, decidida, que conhecemos há quase 50 anos,
estava agora debilitada pela passagem dos anos e pelos problemas de saúde com
que lidava.
Devido a uma
virose que nos prende em casa há vários dias, não poderemos estar fisicamente
presente no seu velório, mas não podemos deixar de dizer aqui algo que diríamos
ao pé do seu esquife.
Maria Montini
foi uma grande amiga. Sempre a tivemos como uma segunda mãe.
Trabalhadora
incansável, poucos ignoram o trabalho que ela realizou ao longo da vida a favor
dos mais carentes.
Os enxovais
para recém-nascidos, os agasalhos para as criancinhas... quem desconhece essa
faceta de suas atividades?
No Centro
Espírita Nosso Lar, de cuja fundação foi também uma das pioneiras, ninguém ignora
o esforço que, ao lado de suas companheiras do Departamento Feminino,
desenvolveu anos a fio, contribuindo diretamente para que a obra de edificação
da atual sede do “Nosso Lar” fosse a realidade que hoje conhecemos.
Os almoços
confraternativos promovidos pelo “Nosso Lar” tinham sempre nela a voluntária
primeira, a comandante de tudo, a chef
da cozinha, tarefa a que jamais se negou, porque nunca negligenciava os deveres
que assumia.
Maria
trabalhou também no campo da mediunidade e, nesse sentido, podemos dizer que
tivemos o privilégio de contar com ela, a nosso lado, no Grupo Mediúnico “Os
Mensageiros”, do qual, enquanto pôde, foi participante assídua.
Poucos,
certamente, sabem que foi ela quem criou e coordenou por longo tempo as
reuniões da quinta-feira à tarde, que o “Nosso Lar” mantém desde então. E foi
na sala de sua casa que inauguramos as reuniões do Círculo de Leitura “Anita
Borela de Oliveira”, fundado em junho de 1996, do qual participou com
entusiasmo enquanto a saúde lhe permitiu, visto que, além de pessoa dedicada ao
trabalho, era também uma grande leitora e apreciadora dos romances espíritas.
Pois bem.
É essa pessoa
extraordinária que volta hoje à pátria espiritual, onde um dia esperamos
revê-la para lembrar, então, os bons momentos que tivemos aqui, algo que
certamente jamais esqueceremos.
Até à vista, D.
Maria Montini!
Que Deus a
abençoe e proteja, e que você encontre logo os amigos e os irmãos que,
seguramente, festejam seu regresso ao plano espiritual.
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