quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Ontem pupilo; hoje mestre


Cínthia Cortegoso
De Londrina-PR

O ventilador girava com velocidade serena na sala de aula; a temperatura era agradável naquele momento. Vinte e três carteiras vazias, somente duas ocupadas: uma com o aluno que viera transferido e outra com o dedicado professor que lhe explicava a lição ainda não assimilada.
Havia terminado a duração normal da aula e só restaram os dois no recinto. Como o garotinho precisava de um reforço para compreender de fato a nova matéria, e ainda estava com o conteúdo atrasado por vir de outra instituição, calhou muito bem mais essa explicação do educador.
Estavam calmos e felizes: um por receber; outro por doar. Os olhos se olhavam, uns com admiração e outros com carinho. Sem perceberem, mais sessenta minutos se passaram e realmente era hora de pegar a direção de casa. O aluno agradeceu ao mestre e este retribuiu com o doce semblante dizendo: - Aqui sempre estarei.
O menino arrumou a mochila, colocou-a nas costas e se despediu. O professor, com toda ternura, disse: - Até breve. - e o aluno: - Mais uma vez obrigado.
As moradas distantes, porém, harmoniosas, os esperavam. Cada um seguiu, satisfeito, o seu caminho. O pequeno, por aprender, e o mestre, por auxiliar mais um companheirinho na libertação das asas por meio da instrução, do aprendizado.


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Cada alma recebe da vida de acordo com aquilo que dá


Concluímos hoje mais uma etapa do estudo da obra Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz (Espírito), psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Três foram as questões examinadas:
1. Que lição pode-se extrair do caso Libório?
2. Se a esposa de Libório procurou, momentos antes, ajuda no Centro Espírita, como explicar a presença dela, naquela mesma noite, junto do esposo atormentado?
3. Por que há Espíritos que, embora desencarnados, ainda buscam o álcool e o cigarro?

*

Após ligeiro debate acerca das questões mencionadas, foram apresentadas e comentadas as respostas, seguindo-se a leitura e estudo do texto-base relativo ao tema da noite.
Eis, de forma resumida, as respostas dadas às questões propostas:

1. Que lição pode-se extrair do caso Libório?
Primeiro é preciso lembrar que o Espírito de Libório e sua esposa, ainda encarnada, continuavam sintonizados na mesma onda mental. Ele a vampirizava e ela, por seu pensamento, o atormentava. Segundo Aulus, era um caso de perseguição recíproca e há, na Terra, muitos médiuns assim. Aliviados dos vexames que recebem por parte de entidades inferiores, depressa reclamam-lhes a presença, religando-se a elas automaticamente, embora o propósito dos amigos espirituais de libertá-los. Enquanto não se modificam suas disposições espirituais, favorecendo a criação de novos pensamentos, jazem no regime da escravidão mútua, em que obsessores e obsidiados se nutrem das emanações uns dos outros. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 14, pp. 132 e 133.)

2. Se a esposa de Libório procurou, momentos antes, ajuda no Centro Espírita, como explicar a presença dela, naquela mesma noite, junto do esposo atormentado?
Aulus explicou que a mulher julgava querer socorro espiritual, mas no íntimo alimentava-se com os fluidos enfermiços do companheiro desencarnado e a ele se apegava, instintivamente. Milhares de pessoas são assim. Registram doenças de variados matizes e com elas se adaptam para mais segura acomodação com o menor esforço. Dizem-se prejudicadas e inquietas, todavia, quando se lhes subtrai a moléstia de que se fazem portadoras, sentem-se vazias e padecentes, provocando sintomas e impressões com que evocam as enfermidades a se exprimirem, de novo, em diferentes manifestações. Segundo Aulus, tal fato acontece na maioria dos casos de obsessão, e é por esse motivo que, em muitas ocasiões, as dores maiores são chamadas a funcionar sobre as dores menores, com o objetivo de acordar as almas viciadas nesse gênero de trocas inferiores. (Obra citada, cap. 14, pp. 133 a 135.)

3. Por que há Espíritos que, embora desencarnados, ainda buscam o álcool e o cigarro?
Aulus diz que muitos irmãos já desvencilhados do vaso carnal se apegam com tamanho desvario às sensações da experiência física que se cosem aos amigos encarnados temporariamente desequilibrados nos costumes desagradáveis por que se deixam influenciar. O que a vida começou – diz Aulus – a morte continua. Tais Espíritos situaram a mente nos apetites mais baixos do mundo, alimentando-se com um tipo de emoções que os localiza na vizinhança da animalidade. Não obstante haverem frequentado santuários religiosos, não se preocuparam em atender aos princípios da fé que abraçaram, acreditando que a existência devia ser para eles o culto de satisfações menos dignas, com a exaltação dos mais astuciosos e dos mais fortes. O chamamento da morte encontrou-os na esfera de impressões delituosas e escuras e, como é da Lei que cada alma receba da vida de conformidade com aquilo que dá, não encontram interesse senão nos lugares onde podem nutrir as ilusões que lhes são peculiares, porquanto, na posição em que se veem, temem a verdade e abominam-na, procedendo como a coruja que foge à luz. (Obra citada, cap. 15, pp. 137 a 139.)

*

Na próxima terça-feira apresentaremos neste Blog o resumo do estudo realizado, para que os interessados, se o quiserem, possam acompanhar as lições já vistas.


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

As mais lindas canções que ouvi (7)



Tendência

Jorge Aragão e Dona Ivone Lara


Não,  pra que lamentar
Se o que aconteceu era de esperar
Se eu lhe dei a mão, foi por me enganar
Foi sem entender que o amor não pode haver
Sem compreensão, a desunião tende a aparecer
E aí está
O que aconteceu
Você destruiu o que era seu
Veja só...

Você entrou na minha vida
Usou e abusou, fez o que quis
Agora se desespera, dizendo que é infeliz
Não foi surpresa pra mim, você começou pelo fim
Não me comove o pranto de quem é ruim, e assim
Quem sabe essa mágoa passando
Você venha se redimir
Dos erros que tanto insistiu por prazer
Pra vingar-se de mim
Diz que é carente de amor
Então você tem que mudar
Se precisar, pode me procurar...




Clicando nos links abaixo você ouvirá esta canção:
Fundo de Quintal e Dona Ivone Lara - https://www.youtube.com/watch?v=EKA7dNtjFKA
Jorge Aragão - http://www.youtube.com/watch?v=ilOZXwRB8C4


domingo, 28 de outubro de 2012

Decálogo da transformação moral


  Allan Kardec, no cap. XVII d´O Evangelho segundo o Espiritismo, escreveu: "Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más".
Foi pensando nessa célebre advertência que elaboramos o seguinte roteiro, que, se observado, poderá ser útil a todos os que entendem que a aludida transformação constitui um imperativo que não deve mais ser negligenciado:
1 - Faça um mergulho dentro da sua intimidade, para conhecer-se por inteiro, relacionando seus principais defeitos num caderno ou numa folha de papel.
2 - Pratique o bem sem cessar, dedicando cada vez mais o maior empenho nas tarefas de auxílio ao próximo, certo de que a laborterapia é excelente recurso para  a nossa saúde mental.
3 - Ponha em Deus toda a sua confiança, utilizando a oração habitualmente ao acordar, ao recolher-se e às refeições.
4 - Repila, com veemência, todas as sugestões inferiores, recorrendo, se preciso, ao seu protetor espiritual.
5 - Não dê curso aos maus pensamentos, recordando que Jesus nos recomendou: “Vigiai e orai para não cairdes em tentação”.
6 - Realize o culto cristão no lar, pelo menos uma vez por semana.
7 - Utilize, sempre que se sentir enfraquecido moral ou organicamente, o passe e a água magnetizada.
8 - Mantenha um programa permanente de leitura e estudos selecionados, para assegurar a elevação de sua alma e a clareza de suas ideias.
9 - Faça uma reflexão diária sobre os atos de sua vida, efetuando periodicamente uma análise pormenorizada dos atos praticados e do cumprimento ou não do presente decálogo, ciente de que a elevação do padrão vibratório não é obra de alguns minutos ou de alguns dias.
10 - Antes de qualquer ato, projeto, reação ou decisão, faça intimamente a você mesmo estas quatro perguntas e, se nas respostas encontradas ocorrer alguma negativa, abstenha-se de praticar o ato, a menos que você deseje que suas aflições do presente se estendam às existências futuras, constituindo um obstáculo à sua felicidade:
O que tenho em mente:
1. Agrada a Deus? (Mateus, 22:34 a 38)
2. Beneficia o meu próximo? (Mateus, 22:39 e 40)
3. Auxilia o progresso da comunidade? (L.E., 132 e Tiago, 2:17 a 2:26)
4. Convém ao meu futuro espiritual? (Paulo, 1ª Epístola aos Coríntios, 6:12)

Alternativa

1 - Faça um projeto bem simples de reforma moral seguindo a sugestão dada pelo confrade Jason de Camargo, autor do livro “Educação dos Sentimentos”, segundo a qual devemos eleger alvos viáveis; por exemplo: o cultivo da bondade e a eliminação da mentira.
2 - Assim, a partir da execução do projeto, busque eliminar a mentira em qualquer situação, adotando sempre a verdade nua e crua, sem utilizá-la para ferir pessoas mas dosando-a na medida das necessidades de um bom convívio familiar e social. De igual forma, procure praticar a bondade com todas as pessoas, vinte e quatro horas por dia: bondade no falar, bondade no ouvir, bondade no agir, bondade com os filhos, bondade com os netos, bondade com os colegas de trabalho, bondade no trânsito, bondade no lar, bondade na Casa espírita.
3 - Semanalmente avalie a execução do projeto, solicitando o auxílio expresso de Deus, dos amigos espirituais e dos Espíritos familiares, para que ele seja realmente cumprido.
4 - Lembre que não é importante destacar possíveis defeitos, mas, sim, ter em mente a meta projetada, que é, no caso mencionado como exemplo, abolir a mentira e cultivar a bondade.
5 - Obtido sucesso no tocante ao alvo inicial, defina o alvo seguinte e observe os procedimentos sugeridos, lembrando sempre que a Natureza não dá saltos e que o aprimoramento espiritual, ainda que moroso, é a meta que devemos buscar, incansavelmente, todos os dias de nossa vida.



sábado, 27 de outubro de 2012

Pérolas literárias (7)


Ódio e vida

Cornélio Pires

Recebi o seu bilhete,
Meu caro Joaquim Lorena.
Respondo: – Ódio é loucura
Que nunca valeu a pena.
Sei que você tem sofrido
Muita pedrada encoberta…
Mas não se vingue. Perdoe.
O tempo tudo conserta.
Quem apanha aguenta feras,
Assim qual você me diz,
Mas quem ofende ou maltrata
É muito mais infeliz.
Para quantos nos imponham
Golpe, injustiça, pesar,
Injúria ou perseguição,
A desforra é perdoar.
Assim é, porquanto a vida
Não faz princípios em vão.
E a vida extingue as discórdias
Na Lei da Reencarnação.
Veja o problema de Amélia:
Por ódio arrasou com Benta,
Mas Benta nasceu de novo,
É a filha que ela amamenta.
Numa aversão prolongada,
Ninica matou Concheta…
E eis que a vítima voltou,
São agora avó e neta.
Numa briga provocada
Cristino apagou Léo Gama…
Léo, porém, tornou à Terra,
É o filho que ele mais ama.
Prejudicavam-se em ódio
Rosendo e Janjão de Tuta…
Morreram e renasceram
Dois irmãos gêmeos em luta.
Lalau em longa demanda
Matou Quincas da Moenda…
Quincas voltou, é o netinho
Que vai herdar-lhe a fazenda.
Por ódio ao genro, o Trajano
Caminha de mal em mal,
Sempre esgotado e nervoso,
De hospital para hospital.
Se você quer ser feliz
Nunca se arrede do bem,
Auxiliando e servindo,
Não pense mal de ninguém.
Perante a Bênção da Vida
Perdão é saúde e fé,
Ame e perdoe, caro amigo,
Deus é Amor, isso é que é.


Poema psicografado pelo médium Chico Xavier, transcrito do cap. 23 do livro Astronautas do Além, obra de autoria de Francisco Cândido Xavier, J. Herculano Pires e Espíritos Diversos.


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

O inferno não é um lugar, mas um estado de espírito


Paulo Henrique pergunta-nos: Que diz o Espiritismo a respeito do purgatório e do inferno?
Contrariamente ao que muitos pensam, o Espiritismo não nega o purgatório; antes, pelo contrário, demonstra sua necessidade e justiça, e vai mesmo além: ele o define. O purgatório seria o nosso próprio planeta, onde expiamos os erros do passado e nos depuramos, graças às existências sucessivas que o Criador nos concede.
Quanto ao inferno, ensina o Espiritismo que ele não tem existência real. O inferno não é um lugar, mas, sim, um estado de espírito, expressão utilizada há algum tempo pelo saudoso papa João Paulo II.
Com efeito, o inferno foi descrito como uma imensa fornalha, mas será assim também compreendido pela alta teologia? Evidentemente que não. Trata-se de uma simples figura. O fogo que ali se consome é um fogo moral, símbolo das dores mais intensas e cruciantes.
Podemos dizer o mesmo com relação à eternidade das penas.
Se fosse possível conhecer a opinião íntima de todos os homens que raciocinam e se acham no caso de compreendê-la, mesmo entre os mais religiosos, veríamos para que lado pende a maioria, porque a ideia de uma eternidade de suplícios é a negação da infinita misericórdia de Deus e não tem suporte nos ensinamentos do Cristo.
Ensina a Doutrina Espírita a tal respeito:
A duração do castigo é subordinada ao melhoramento do Espírito culpado.
Nenhuma condenação por tempo determinado é pronunciada contra ele.
O que Deus exige, para pôr fim aos sofrimentos, é o arrependimento, a expiação e a reparação; em uma palavra, um melhoramento sério e efetivo, uma volta sincera ao bem.
O Espírito passa a ser, assim, o árbitro de sua própria sorte. Sua pertinácia no mal prolonga-lhe os sofrimentos; seus esforços para fazer o bem os minoram ou abreviam.


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Pílulas gramaticais (22)


No tocante às questões de ortografia, observe como são escritas as palavras abaixo:
Adentro – Constitui uma palavra só. Exemplo: Ele entrou mata adentro; o rapaz dançou noite adentro.
Afora – A exemplo de adentro, também é uma única palavra. Exemplo: A mulher viajou pelo país afora.
Aficionado – Esta palavra é escrita assim; não existe “aficcionado”. Aficionado significa: propenso a alguma coisa; entusiasta, afeiçoado; amador de um espetáculo, de um esporte, de uma arte.
Bochincho ou bochinche – É assim que se escrevem estes vocábulos; não existe bochicho nem buxixo.
Dar à luz – Com o significado de “pôr no mundo”, é assim que se escreve esta expressão. Exemplo: A mãe deu à luz um lindo menino (e não “deu a luz a um lindo menino”).
Décimo terceiro – Na grafia deste numeral não há hífen.
De vez que – Embora usada por diversos autores espíritas de renome, esta locução não existe e deve ser substituída por “uma vez que”. Exemplo: Uma vez que ele obteve o que pretendia, é hoje outro homem.
Digladiar – É assim que se escreve este vocábulo; não existe degladiar.
Embaixo – Trata-se de uma palavra só. Exemplo: Ele pôs os sapatos embaixo da cama.

*

Há em nossa língua alguns substantivos coletivos pouco utilizados e, por isso, ignorados por muita gente. Eis alguns deles e, entre parênteses, os objetos ou pessoas a que se referem:
Fornada... (pães).
Conclave... (cardeais).
Hemeroteca... (revistas e jornais).
Pinacoteca... (quadros).
Plantel... (animais de raça).
Ramalhete... (flores).
Concílio... (bispos).
Baixela... (utensílios de mesa).


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Vislumbrando o horizonte novo


Cínthia Cortegoso
De Londrina-PR

O voo para um país europeu estava atrasado. Aqui no Brasil já eram quinze e trinta. No saguão, uma família se destacou sem querer. Os pais e uma filha compunham esse núcleo.
A mãe ajeitava a jovem como a criança que, para ela, sempre será. O pai, um pouco mais estático, a acariciava com o olhar e o coração. - Que momento difícil! - constatei. - Ver a filha ir para novos rumos. - coisas da vida.
Finalmente se ouviu a chamada para o voo esperado. As três fisionomias mudaram. Um pouco de lágrima, já uma saudade e um aperto que a distância trará. Há inúmeros meios de comunicação, mas o calor do abraço é insubstituível.
Quantos afagos, beijos no rosto e na cabeça, com todo zelo. Outra vez o voo é anunciado e não se pode protelar. Acenos mais distantes, muito sentidos ainda pelos pais; a filha também emocionada, mas um pouco expectante pela nova paisagem. Não há o que fazer a não ser acalmar o coração desses estimados e eternos pais.
Um suspiro profundo. As lágrimas já demoravam mais a rolar. Agora os olhos, através do vidro, buscavam a pista onde o avião se aquecia. Começou a manobra; a aeronave se dirigiu à cabeceira e a potência do motor foi acionada. Logo, criou força, assumiu direção e alçou voo para o novo céu.
Os olhos paternos, pelo vidro, ficaram novamente embargados... de saudade, de amor, de alegria; sim, de alegria, pois também procurando um céu mais alto, estava a filha que conquistara uma vaga por próprio esforço. Uma universidade europeia e novos horizontes a aguardavam.
Como o avião busca altura até se estabilizar, o espírito livre anseia  espaço para suas capacidades e desenvolvimento. O avião não era mais visto no céu, no entanto, continuava o percurso e alcançava seu objetivo.
Abraçados e sensibilizados, os pais voltavam para a nova realidade, cientes de que o anjo que lhes fora enviado já recebia a luz para trilhar na vida e progredir na alma.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Amor e sabedoria são as asas que nos levarão à perfeição


Concluímos nesta noite mais uma etapa do estudo da obra Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz (Espírito), psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Quatro foram as questões examinadas:
1. Buscar o autoaperfeiçoamento é para nós uma necessidade?
2. Quem era Abelardo?
3. Abelardo, embora desencarnado, mantinha contato próximo com Celina?
4. Existem hospitais nas regiões espirituais onde o sofrimento se manifesta por todo lado?

*

Depois de um rápido debate acerca das questões mencionadas, foram apresentadas e comentadas as respostas, seguindo-se a leitura e estudo do texto-base relativo ao tema da noite.
Eis, de forma sintética, as respostas dadas às questões propostas:

1. Buscar o autoaperfeiçoamento é para nós uma necessidade?
Não apenas uma necessidade, mas uma obrigação. É indispensável pensar no bem e executá-lo. Tudo o que existe na Natureza é ideia exteriorizada. Não desprezemos a obrigação do autoaperfeiçoamento, pois, sem compreensão e sem bondade, irmanar-nos-emos aos filhos desventurados da rebeldia. Sem estudo e sem observação, demorar-nos-emos indefinidamente entre os infortunados expoentes da ignorância. Amor e sabedoria são as asas com que faremos nosso voo definitivo, no rumo da perfeita comunhão com o Pai Celestial. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 13, pp. 123 a 125.)

2. Quem era Abelardo?
Abelardo era um dos trabalhadores desencarnados do grupo em que atuava a médium Celina. Após sua desencarnação, Abelardo vagueara por muito tempo em desespero. Tendo sido homem temperamental, atrabiliário e voluntarioso, desencarnara muito cedo, em razão dos excessos que minaram suas forças orgânicas. No início tentou, em vão, obsidiar Celina, sua esposa, cujo concurso reclamava qual se lhe fosse simples serva. Vendo-se incapaz de vampirizá-la, excursionou alguns anos no domínio das sombras, entre Espíritos rebelados e irreverentes, até que as orações de Celina, coadjuvadas pela intercessão de muitos amigos, conseguiram demovê-lo. Curvou-se, assim, à evidência dos fatos. Reconhecendo a impropriedade da intemperança mental em que se comprazia, e depois de convenientemente preparado pela assistência do grupo onde a esposa militava, foi ele admitido numa organização socorrista, em que passou a servir como vigilante de irmãos desequilibrados. (Obra citada, cap. 14, pp. 127 a 129.)

3. Abelardo, embora desencarnado, mantinha contato próximo com Celina?
Sim. Depois de entregar-se diariamente ao serviço árduo na obra assistencial em favor de companheiros ensandecidos, ele descansava, sempre que oportuno, no jardim familiar, ao lado da companheira. Uma vez por semana, acompanhava-lhe o culto íntimo de oração, era-lhe firme associado nas tarefas mediúnicas e, todas as noites em que se sentiam favorecidos pelas circunstâncias, consagravam-se ambos ao trabalho de auxílio aos doentes. Aulus explicou que eles não tinham sido apenas cônjuges segundo a carne, e aduziu que, quando os laços da alma sobrepairam às emoções da jornada humana, ainda mesmo que surja o segundo casamento para o cônjuge que se demora no mundo, a comunhão espiritual continua, sublime, em doce e constante permuta de vibrações e pensamentos. (Obra citada, cap. 14, pp. 129 e 130.)

4. Existem hospitais nas regiões espirituais onde o sofrimento se manifesta por todo lado?
Sim. Abelardo atendia num desses hospitais. Para chegar até lá o grupo socorrista penetrou nebulosa região dentro da noite, em que os astros desapareceram e parecia que o piche gaseificado era o elemento preponderante no ambiente. Em derredor, soluços e imprecações proliferavam. Passado algum tempo, o grupo atingiu uma construção mal iluminada, em que vários enfermos se demoravam, sob a assistência de enfermeiros atenciosos. Era um hospital de emergência, dos muitos que se estendem nas regiões purgatoriais, e tudo ali revelava pobreza, necessidade, sofrimento. "Este é o meu templo atual de trabalho", disse-lhes Abelardo, orgulhoso de ser ali uma peça importante para o serviço. (Obra citada, cap. 14, pp. 130 e 131.)

*

Na próxima terça-feira apresentaremos neste Blog o resumo da matéria estudada, para que os interessados, se o quiserem, possam acompanhar as lições já vistas.




segunda-feira, 22 de outubro de 2012

As mais lindas canções que ouvi (6)


Fogão de lenha

Carlos Colla, Xororó e Maurício Duboc

Espere minha mãe estou voltando
Que falta faz pra mim um beijo seu
O orvalho da manhã cobrindo as flores
E um raio de luar que era tão meu
O sonho de grandeza, ó mãe querida,
Um dia separou você e eu
Queria tanto ser alguém na vida
E apenas sou mais um que se perdeu
Pegue a viola e a sanfona que eu tocava
Deixe um bule de café em cima do fogão
Fogão de lenha, deixe a rede na varanda
Arrume tudo mãe querida, que seu filho vai voltar
Mãe, eu lembro tanto a nossa casa
As coisas que falou quando eu saí
Lembro do meu pai que ficou triste
E nunca mais cantou depois que eu parti
Hoje eu já sei, ó mãe querida,
Nas lições da vida eu aprendi
O que vim procurar aqui distante
Eu sempre tive tudo e tudo está aí
Pegue a viola e a sanfona que eu tocava
Deixe um bule de café em cima do fogão
Fogão de lenha, deixe a rede na varanda
Arrume tudo mãe querida, que seu filho vai voltar.



Clicando neste link http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=70MJ6iEKD8M#!
você ouvirá a canção acima na interpretação do padre-cantor Fábio de Melo.



domingo, 21 de outubro de 2012

O esplendor de Roma e Grécia onde está?


A crise econômica e social que vem agitando a Grécia tem levado muitas pessoas a pensar: onde estão as civilizações que marcaram seu nome na história deste mundo, como as que floresceram no Egito e na própria Grécia?
O assunto é tratado num dos capítulos que integram O Livro dos Espíritos, a principal obra da doutrina espírita.
Muitos povos, depois de atingirem determinado estágio evolutivo, recaíram na barbárie e alguns deles simplesmente desapareceram ou perderam seu vigor. Assírios, babilônios, egípcios, Roma, Esparta e Atenas... Para onde foram os Espíritos que tornaram famosos esses povos?
A explicação fornecida pelo Espiritismo – que o leitor pode conferir nas questões 786 a 788 d´O Livro dos Espíritos – é objetiva e bastante curiosa.
Quando uma casa ameaça cair – dizem os imortais – mandamos demoli-la e construímos outra mais sólida e mais cômoda.
Ocorre que, enquanto a nova moradia não fica pronta, há perturbação e confusão, fato comum que se observa nas construções em reforma. Aliás, expressão parecida foi utilizada certa vez por Emmanuel numa referência ao globo em que vivemos: “A Terra é uma casa em reforma”.
Segundo a doutrina espírita, os Espíritos não se encarnam indefinidamente numa mesma região ou em um mesmo país. Eles encarnam-se em diferentes lugares, porque assim exige o processo evolutivo, que permite, desse modo, se extingam também essas rivalidades pueris inerentes à nacionalidade.
Aqueles que, quando encarnados, constituíam o povo que desapareceu ou degenerou, não são os que o constituíam ao tempo do seu esplendor. Encontram-se eles reencarnados em outros países, ou talvez em outros planetas, enquanto outros Espíritos, menos adiantados, tomaram o lugar que ficara vago e que, também, a seu turno, terão um dia de deixar.
Os povos são, portanto, personalidades coletivas que, tal como os indivíduos, passam pela infância, pela idade da madureza e pela decrepitude. Os que apenas dão importância à vida do corpo, aqueles cuja grandeza unicamente assenta na força e na extensão territorial, nascem, crescem e morrem, porque a força de um povo se exaure, como a de um homem.
Aqueles cujas leis egoísticas criam obstáculos ao progresso das luzes e da caridade, morrem, porque a luz mata as trevas e a caridade mata o egoísmo. Contudo, para os povos, como para as pessoas, existe a vida da alma, sendo certo que os povos cujas leis se harmonizam com as leis eternas do Criador viverão e servirão de farol aos outros povos.
Com relação a Atenas e Esparta, Chico Xavier transmitiu oportunamente uma informação de Emmanuel segundo a qual personalidades importantes das duas famosas cidades encontravam-se, no século 20, reencarnadas em duas nações poderosas da Europa que tiveram papel preponderante, mas em lados contrários, no conflito que ficou conhecido como a Segunda Guerra Mundial, de triste memória.


sábado, 20 de outubro de 2012

Pérolas literárias (6)


Vinculação redentora

Silva Ramos

O fidalgo, ao partir, diz à jovem senhora:
“Eu sou teu, tu és minha!… Espera-me, querida!…”
Longe, ergue outro lar… Vence, altera-se, olvida…
Ela afoga em suicídio a mágoa que a devora.

Falece o castelão… Vê a noiva esquecida…
Desencarnada e aflita, é uma sombra que chora…
Ele pede outro berço e quer trazê-la agora
Em braços paternais ao campo de outra vida!…

O século avançou… Ei-los de novo em cena…
Ele o progenitor; ela, a filha pequena
A crescer retardada, abatida, insegura…

Hoje, ele, em tudo, é sempre o doce pajem dela
E a noiva de outro tempo é a filha triste e bela
Agarrando-se ao pai nos traumas da loucura.


Soneto psicografado pelo médium Chico Xavier, extraído do cap. 8 do livro Astronautas do Além, autoria de J. Herculano Pires, Chico Xavier e Espíritos Diversos.


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Por que nos esquecemos das existências passadas?


Paulo César nos pergunta: “Se o homem viveu antes, por que não se lembra de suas existências anteriores?”.
Não temos durante a existência corpórea lembrança do que fomos e do que fizemos nas anteriores existências, mas possuímos disso a intuição, sendo as nossas tendências instintivas uma reminiscência do passado.
Não fossem a nossa consciência e a vontade que experimentamos de não reincidir nas faltas já cometidas, seria difícil resistir a tais pendores. A aptidão para essa ou aquela profissão, a maior ou menor facilidade nessa ou naquela disciplina, as inclinações interiores – eis elementos que não teriam justificativa alguma se não existisse a reencarnação.
Com efeito, se a alma fosse realmente criada junto com o corpo da criança, as pessoas deveriam revelar igual talento e idênticas predileções, mas não é isso que vemos.
No esquecimento das existências anteriores, sobretudo quando foram amarguradas, há algo de providencial e que atesta a bondade e a sabedoria do Criador. Tal como se dá com os sentenciados a longas penas, todos nós desejamos apagar da memória os delitos cometidos e felizes ficamos quando a sociedade não os conhece ou os relega ao esquecimento.
A razão desse desejo é fácil de explicar. Dá-se o mesmo com relação à volta do Espírito a uma nova existência corpórea.
Frequentemente – ensina o Espiritismo – renascemos no mesmo meio em que já vivemos e estabelecemos de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes tenhamos feito. Se reconhecêssemos nelas criaturas a quem odiamos, talvez o ódio despertasse outra vez em nosso íntimo e, ainda que tal não ocorresse, sentir-nos-íamos humilhados na presença daquelas a quem houvéssemos prejudicado ou ofendido.
Evidentemente, o esquecimento do passado – que constitui uma regra nos processos reencarnatórios – não se estende à vida espiritual, em que recobramos a memória das peripécias passadas, de acordo com a necessidade de que isso se dê, o que revela mais uma vez a bondade do Pai para com seus filhos.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Pílulas gramaticais (21)


Um dos equívocos frequentes na construção de frases diz respeito à mistura das pessoas gramaticais utilizadas na fala.
Veja os exemplos abaixo, todos pertinentes à Oração Dominical pronunciada pelas pessoas:
1º exemplo - em que usamos a segunda pessoa do plural para referir-nos a Deus: 
  • Pai Nosso, que estais no céu, santificado seja o vosso nome.
  • Venha a nós o vosso reino, seja feita a vossa vontade, assim na  Terra como no céu.
  • O pão nosso de cada dia, dai-nos hoje, Senhor.
  • Perdoai nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores.
  • Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.
  • Assim seja (ou Amém).
2º exemploem que Deus é tratado como segunda pessoa do singular:
  • Pai Nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome.
  • Venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na Terra como no céu.
  • O pão nosso de cada dia, dá-nos hoje, Senhor.
  • Perdoa nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores.
  • Não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal.
  • Assim seja (ou Amém).
3º exemplo – em que nos dirigimos a Deus misturando as pessoas gramaticais, o que é lastimável e deve ser evitado:
  • Pai Nosso, que estais no céu, santificado seja o teu nome.
  • Venha a nós o vosso reino, seja feita a sua vontade, assim na Terra como no céu.
  • O pão nosso de cada dia, dê-nos hoje, Senhor.
  • Perdoai nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores.
  • Não nos deixes cair em tentação, mas livre-nos do mal.
  • Assim seja (ou Amém).

*

Eis algumas expressões em que a redundância é óbvia e perfeitamente evitável:
  • Repetir outra vez.
  • Conviver junto.
  • Compartilhar conosco.
  • Exultar de alegria.
  • Breve alocução.
  • Outra alternativa.
  • Metades iguais.
  • Adiar para depois.
  • Demente mental.
  • Acrescentar mais.
  • Entrar para dentro.
  • Sair para fora.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O momento certo


Cínthia Cortegoso
De Londrina-PR

Vermelho. A faixa de pedestre estava à frente, mas não era permitida a passagem. O homem, com sua criança, aguardava na calçada. Enquanto os dois esperavam, as mãos dadas demonstravam a confiança da menor e a solicitude da maior.
Verde. Agora já podiam cruzar a rua. O homem pega a criança no colo; com um braço a sustenta e a mão direita apoia as costinhas com sentimento protetor. Os corações estão próximos, batendo no compasso da companhia que lhes foi confiada. O adulto ampara e ama; a criança traz vida nova a quem a protege.
Neste momento, os dois fortalecem o elo, estreitam o laço para o que está predeterminado, e continuam com o vigor necessário para a realização do passeio. Logo, os passos seguros os encaminham ao pretendido destino.
Pronto. Chegaram. O pai, com zelo, a colocou na calçada; a roupinha, ajeitou, e pegou a pequena mãozinha. Seguiram para o local onde, decerto, já havia quem os esperasse.
Verde. Para mim, o sinal abriu agora. Também fui em busca do meu caminho, no entanto, acompanhada daquela lição tão nobre: o pai que ama o filho e este confiante no pai.
Um espírito confiado a outro e vice-versa. Mais um dia de história no livro da eternidade.


Inesquecíveis benfeitores


Gebaldo José de Sousa
De Goiânia-GO

 “Acima de tudo (...) esteja o amor, que é o vínculo da perfeição.” – Paulo, Cl. 3:14.

pessoas que passaram por nossa vida, sem jamais dela se afastarem, graças a Deus!
A generosidade e a doação constantes com que agiram são marcas discretas, mas indeléveis, eis que o correr dos anos mais acentua sua presença em nossas lembranças. São as marcas deixadas pelo amor, o laço da perfeição.

*

Não há como falar de José, sem mencionar Maria. Junto do homem de voz rouquenha e bondade sem par, lá estava ela, a santa mulher.
Sempre receptivos, amáveis, cordiais. Daquela cordialidade sincera que nos deixa à vontade. Prontos a ouvir e a ajudar. Sobretudo a ajudar. Suas mãos, sempre estendidas, doaram ilimitadamente.
A pureza de seus propósitos, de suas almas generosas, estampava-se-lhes nos olhares de bondade, em seus gestos de ternura.
No lar acolhiam conterrâneos, familiares ou não, que vinham à Capital à procura de médicos ou de outras providências. Era o bom José a encaminhar, a orientar, a ouvir, a doar-se. E era a boa Maria – as mãos sempre no trabalho, o sorriso nos lábios, o olhar bondoso sobre os óculos da costura, a mão na massa do biscoito saboroso! – a servir, a amar, com humildade. Nas faces, a bondade e o riso mais puro, delicado.
Nos idos de 1960, órfão de pai, acolheram-me em seu lar, por alguns meses. Trataram-me como a um filho. Amaram-me e me compreenderam. Além dos corações abertos, o copo de leite quente, o biscoito, o bolo e a boa palavra, amiga, a encorajar, a estimular. Com sua ternura, adubaram-me o coração em momentos cruciais da vida, dando-me alento à alma, adolescente ainda.
Às vezes, doía-lhes o próprio coração, pelas lutas da vida, mas não repassavam aos demais suas dores mais íntimas. Nem por isso deixavam de sorrir, de servir e de amar. Calavam suas dores, lenindo dores menores.
Jamais lhes percebi qualquer dissimulação ou impaciência.
A sinceridade de seus corações dava-lhes aura de paz, de amor, que os envolvia e se estendia aos demais, a todos contagiando, pacificando, encorajando, transmitindo otimismo e confiança em Deus e na vida!
Ele, embora generoso, se foi em maio de 1964, apartando-se fisicamente de nós.
Ela, contudo, doou-se aos familiares e aos amigos até abril de 1995. Em agosto desse ano, faria 86 anos, pois nasceu em 1909. Partiu suavemente, depois de cumprir, além do dever, a própria missão.
Amou a todos que dela se aproximaram, pessoas e animais. Era de ver como tratava seu cão, seu papagaio e seus gatos. Hospitalizava-os amiúde, condoída de seus penares. Em tudo deixou a marca de sua ternura, de seu sorriso franco, espontâneo.
Ao partir, sua filha escreveu:
“Mater mea
Maria, Esposa de José.
Maria Perdão.
Maria, mamãe Maria.
Maria Sapiência.
Maria, vovó Maria.
Maria Bondade.
Maria, Dona Maria.
Maria Exemplo.
Maria, linda Maria.
Maria Renúncia.
Maria, Pura Maria.
Maria Eternidade.”
E digo mais: poderíamos acrescentar ao seu nome quantos adjetivos bons existam!
Maria Alegria. Maria Humildade. Maria Amor. Maria Ternura. Maria Esperança. Maria . Maria Paciência. Maria Perseverança. Maria Compreensão. Maria Simplicidade. Maria Brandura. Maria Meiguice. Maria Santidade. Maria Beleza, pois, em seus traços, que o tempo não desfigurou, percebíamos que foi jovem belíssima, quando então cantava no coro da Igreja, com sua voz maviosa.
Maria e José Honradez e Trabalho. Maria e José Nobreza e Amizade.
Agora, no meu coração e nos corações daqueles que os amam, viraram José e Maria Saudades.
Onde quer que se encontrem, possam ouvir nossa sincera gratidão, nossa prece de amor, nossoDeus lhes pague”, nossas lágrimas de doce saudade! E – quem sabe? – nosso até breve!
Mirando em seus exemplos, que possamos nos tornar dignos deles.
Que Deus os abençoe na caminhada evolutiva, sempre!
Que o Divino Mestreque entende de Maria e José! – ilumine seus passos, seus corações!
Como veem, esquecê-los quem há-de?


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Nossa alma vive onde se lhe situa o coração


Realizamos nesta noite mais uma etapa do estudo da obra Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz (Espírito), psicografia de Francisco Cândido Xavier.
Cinco foram as questões examinadas:
1. Uma ideia elaborada com atenção pode gerar formas perceptíveis por outras pessoas?
2. Pode um médium transmitir a palavra de um Espírito ausente na reunião?
3. No tocante à mediunidade, o pensamento é realmente importante?
4. Existe relação entre o que pensamos e a obsessão?
5. Que é preciso para sermos espíritas à altura desse nome?

*

Após um rápido debate em torno das questões mencionadas, foram apresentadas e comentadas as respostas, seguindo-se a leitura e estudo do texto-base relativo ao tema da reunião.
Eis – resumidamente – as respostas dadas às questões propostas:

1. Uma ideia elaborada com atenção pode gerar formas perceptíveis por outras pessoas?
Sim. Foi o que ocorreu com as médiuns Celina e Eugênia, que descreveram cenas que, em verdade, derivavam do pensamento de Clementino (Espírito). Aulus assim explicou o fato: "Importa não esquecer que ambas se encontram reunidas na faixa magnética de Clementino, fixando as imagens que a mente dele lhes sugere. Viram-lhe os pensamentos, relacionados com a obra de amparo aos doentes e com a formação de uma escola, que a instituição pretende, em breve, mobilizar no socorro ao próximo". E aduziu: "Ideias, elaboradas com atenção, geram formas, tocadas de movimento, som e cor, perfeitamente perceptíveis por todos aqueles que se encontrem sintonizados na onda em que se expressam”. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 12, pp. 113 a 115.)

2. Pode um médium transmitir a palavra de um Espírito ausente na reunião?
Pode. Na reunião descrita por André Luiz, registrou-se um fato assim com a médium Celina que transmitiu a palavra de um benfeitor que, apesar de ausente, sob o ponto de vista espacial, entrou em comunhão com a médium através dos fluidos teledinâmicos que o ligavam à mente dela. Segundo André, o fenômeno lembrou o mecanismo da radiofonia e da televisão, pelo qual uma pessoa pode ouvir a mensagem de um companheiro e vê-lo ao mesmo tempo, desde que ambos estejam em perfeita sintonia, através do mesmo comprimento de onda. (Obra citada, cap. 13, pp. 117 e 118.)

3. No tocante à mediunidade, o pensamento é realmente importante?
Evidentemente, e isso foi lembrado nestas palavras que compuseram parte da mensagem transmitida pela médium Celina: "Meus amigos, guardemos a paz que Jesus nos legou, a fim de que possamos servi-lo em paz. Em matéria de mediunidade, não nos esqueçamos do pensamento. Nossa alma vive onde se lhe situa o coração. Caminharemos, ao influxo de nossas próprias criações, seja onde for”. (Obra citada, cap. 13, pp. 117 e 118.)

4. Existe relação entre o que pensamos e a obsessão?
Sim. Por isso é indispensável a busca da renovação interior com acréscimo de visão, a fim de seguirmos à frente, com a verdadeira noção da eternidade em que nos deslocamos no tempo. Consciência pesada de propósitos malignos, revestida de remorsos, referta de ambições desvairadas ou denegrida de aflições, não pode senão atrair forças semelhantes que a encadeiam a torvelinhos infernais. A obsessão é sinistro conúbio da mente com o desequilíbrio comum às trevas. Se persistimos nas esferas mais baixas da experiência humana, os que ainda jornadeiam nas linhas da animalidade nos procuram, atraídos pelo tipo de nossos impulsos inferiores, absorvendo as substâncias mentais que emitimos e projetando sobre nós os elementos de que se fazem portadores. (Obra citada, cap. 13, pp. 119 e 120.)

5. Que é preciso para sermos espíritas à altura desse nome?
Ninguém é espírita à altura desse nome tão-só porque haja conseguido a cura de uma enfermidade com o amparo de entidades amigas, e se decida, por isso, a aceitar a intervenção do Além-Túmulo na sua existência. É indispensável o testemunho de nossa conversão ao amor santificante; é preciso substancializar a excelsitude de nosso idealismo em nossas manifestações de cada dia. As almas realmente convertidas ao Cristo refletem-lhe a beleza nos mínimos gestos de cada hora, seja na emissão de uma frase curta, na ignorada cooperação em favor dos semelhantes ou na renúncia silenciosa que a apreciação terrestre não chega a conhecer. (Obra citada, cap. 13, pp. 121 e 122.)

*

Na terça-feira vindoura apresentaremos neste Blog o resumo do próximo estudo, para que os interessados possam, se o quiserem, acompanhar as lições já vistas.