quarta-feira, 30 de abril de 2014

O mundo de regeneração está próximo?



Foi um confrade de São Paulo quem nos alertou para uma nova onda que parecia invadir e acabou realmente invadindo o meio espírita, segundo a qual estaria bem próximo o advento do chamado mundo de regeneração, um assunto a que Jesus se referiu no conhecido sermão profético, que o Evangelho de Mateus registrou no cap. 24, em que o Mestre alude ao chamado final dos tempos, quando “o evangelho do reino será pregado em todo o mundo”.
A classificação dos mundos habitados e suas características principais são tratadas por Allan Kardec no cap. III d´O Evangelho segundo o Espiritismo.
Nesse capítulo, o Espírito de Santo Agostinho refere-se aos mundos de regeneração e transmite acerca deles as informações que se seguem:

 “Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes; a alma que se arrepende neles encontra a calma e o repouso, acabando de se depurar. Sem dúvida, nesses mundos, o homem está ainda sujeito às leis que regem a matéria; a Humanidade experimenta as vossas sensações e os vossos desejos, mas está livre das paixões desordenadas, das quais sois escravos; neles não mais de orgulho que faz calar o coração, de inveja que o tortura, de ódio que o sufoca; a palavra amor está escrita sobre todas as frontes; uma perfeita equidade regula as relações sociais; todos se revelando a Deus, e tentando ir a ele, seguindo seus leis. (....)
“Comparados à Terra, esses mundos são muito felizes, e muitos de vós ficaríeis satisfeitos em aí se deterem, porque é a calma depois da tempestade, a convalescença depois de uma cruel moléstia; mas o homem, menos absorvido pelas coisas materiais, entrevê, melhor do que vós, o futuro; ele compreende que há outras alegrias que o Senhor promete para aqueles que delas se tornem dignos, quando a morte tiver ceifado de novo seus corpos para lhes dar a verdadeira vida.” (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, item 17.)

A elevação do planeta em que vivemos, de mundo de expiação e provas para mundo regenerador, requer que ocorra em nosso orbe uma série de transformações de ordem moral que nos parecem distantes dos dias em que vivemos.
O mal e seus derivados reinam soberanamente em nosso mundo, onde as guerras, a corrupção, a iniquidade, a violência, as desigualdades sociais e as injustiças se verificam em todos os continentes, e não apenas em alguns poucos lugares.
Em 1948, ano em que escreveu o livro “Voltei”, psicografado por Chico Xavier, diz Frederico Figner – que ali se valeu de um pseudônimo: Irmão Jacob – que dos dois bilhões de encarnados que viviam então no planeta mais da metade era constituída por Espíritos semicivilizados ou bárbaros e que as pessoas aptas à espiritualidade superior não passavam de 30% da população global, distribuídos pelos diferentes continentes. (Cf. Voltei, 7ª edição, pág. 93.)
Ora, de 1948 até agora passaram-se menos de 70 anos, o que implica reconhecer que, com toda a certeza, muito pouco se alterou na qualificação dos habitantes do nosso planeta, ideia que é corroborada pelo quadro geral de decomposição e miséria moral a que nos referimos.
Acreditar que um planeta nestas condições se encontra próximo da elevação para um mundo regenerador parece-nos mais uma dessas crendices baseadas em previsões que jamais se confirmaram, conquanto os cristãos saibam muito bem que nem Jesus se aventurou a indicar uma data para essa mudança, acrescentando que, quanto a esse dia, nem ele nem os anjos podiam algo dizer, mas somente o Pai.





terça-feira, 29 de abril de 2014

O campo de tulipas e alguns girassóis


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

Bem, na verdade, parecia um mar de cores a se movimentar. O vento estava com a vitalidade para trazer o balanço da dança àqueles bailarinos da natureza. A maioria era tulipa, somente alguns pés de girassóis se encontravam espalhados pelo campo. No entanto, todos eram flores.
Que bela imagem!
Diferentes e tão parecidos. Eram lindos, mas espécies totalmente distintas; um pé era alto, outro com caule bem mais humilde, no entanto, pertencentes à perfeição; eram vida e cor.
No meio do campo florido, um ser pequenino fazia desse espaço também seu habitat. Ele vivia entre as belas flores e recebia o perfume, proteção e o aconchego das irmãs maiores. E os girassóis estavam lá para abraçá-lo com a energia recolhida do sol.
E a pequenina joaninha andava por todo canto sem medo de conquistar o seu futuro. Passou a conhecer os melhores caminhos, os moradores do ambiente, os esconderijos caso houvesse algum perigo. Nesse local de certa extensão tão bem mensurável pela natureza, muitas outras espécies de flores, de insetos, de vida em movimento tornavam o espetáculo colorido, cheio de ação e de energia.
Seres tão distintos direcionados pela perfeição, criação suprema. Cada um, naquele local, tinha seu espaço, seu dever, sua recompensa, sua alegria, seu aprendizado... tinha a sua vida como parte da vida dimensional. E cada um vivia em harmonia... e se completava... e um companheiro fazia a companhia para outro.
Assim, sucessivas e sem número de vezes, esse ciclo se dava. O girassol olhava para o sol como o filho que busca no olhar do pai a sua segurança; como a certeza da beleza da tulipa, comparada ao amor de mãe; a formosura em driblar tantos obstáculos, como a joaninha em seu caminho diário.
A natureza vive em harmonia. O homem tão capaz ainda sofre por não alcançar vivência em conformidade com os direitos e deveres no Planeta, mas o homem é eterno, é perfectível e alçará o voo da liberdade; seus vícios se diluirão porque entenderá a maravilha e a realidade de viver com compreensão.
E quando a conquista chegar, os girassóis e as tulipas e mais um campo de flores e amores sorrirão pelo brilho dos olhos desse homem. 

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segunda-feira, 28 de abril de 2014

As mais lindas canções que ouvi (85)


Água Viva

Raul Seixas e Paulo Coelho


Eu conheço bem a fonte
Que desce daquele monte,
Ainda que seja de noite.
Nessa fonte tá escondida
O segredo dessa vida,
Ainda que seja de noite!

"Êta" fonte mais estranha,
que desce pela montanha,
Ainda que seja de noite.
Sei que não podia ser mais bela,
Que os céus e a terra bebem dela,
Ainda que seja de noite!

Sei que são caudalosas as correntes
Que regam céus, infernos,
Regam gentes,
Ainda que seja de noite!

Aqui se está chamando as criaturas
Que desta água se fartam,
Mesmo às escuras,
Ainda que seja de noite,
Ainda que seja de noite...

Eu conheço bem a fonte
Que desce daquele monte,
Ainda que seja de noite.
Porque ainda é de noite,
No dia claro dessa noite!
Porque ainda é de noite,
No dia claro dessa noite!



Você pode ouvir a canção acima na voz de um dos cantores seguintes, à sua escolha:




domingo, 27 de abril de 2014

A nós compete resolver os nossos próprios problemas


Das histórias que Hilário Silva reuniu para compor seus dois livros – A vida escreve e Almas em desfile – ambos psicografados pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier, há uma que expressa bem o que muitas pessoas buscam encontrar valendo-se do Espiritismo.
Trata-se do caso José Cardoso, o confrade que insistia, nas sessões mediúnicas de que participava, em buscar ajuda dos mentores espirituais para a descoberta de tesouros ocultos.
A região em que morava fora sede de mineração. Ali haviam sido descobertas arcas antigas e caldeirões recheados de pepitas e moedas. Devia haver, portanto, segundo pensava Cardoso, muito ouro escondido...
A cobiça era disfarçada com o uso de um argumento conhecido: com o tesouro encontrado seria possível realizar muitas obras caritativas...
Segundo o relato de Hilário, o amigo José Cardoso era persistente e não perdia ocasião de propor ao mentor do grupo questões voltadas para aquela ideia, que se lhe tornara obcecante.
O leitor pode imaginar a dificuldade dos mentores espirituais em tratar com semelhantes pessoas.
Como responder ao confrade sem causar constrangimento, desapontamento e decepção?
Evidentemente, alguém mais sensato poderia ter lembrado a Cardoso e aos componentes do grupo o que nos ensina a questão 533 d´O Livro dos Espíritos, adiante reproduzida:

533. Podem os Espíritos fazer que obtenham riquezas os que lhes pedem que assim aconteça?
“Algumas vezes, como prova. Quase sempre, porém, recusam, como se recusa à criança a satisfação de um pedido inconsiderado.”

A iniciativa não foi, porém, tomada, o que motivou o mentor do grupo, quando o assunto veio novamente à baila, a dizer-lhe:
– Meu irmão, fique tranquilo. Sua petição é bem inspirada. Sua intenção é construtiva. Indicaremos caminho para um tesouro no chão.
Ao ouvir semelhantes palavras, a pequena assembleia se assustou, receando estivesse ocorrendo uma mistificação. José Cardoso estava, porém, contente.
O mentor então explicou:
– Cardoso, busque o seu quintal. Além do pátio empedrado, depois da cozinha, você vê todos os dias grande mancha de terra escura, que a tiririca está envolvendo. Cave lá, meu amigo.
José Cardoso anotou cuidadosamente a orientação e no outro dia, pela manhã, começou a cavar, e cavou até ficar exausto. Para seu desapontamento, não encontrou sinal nenhum de tesouro escondido.
Na reunião mediúnica seguinte, ele interpelou o mentor espiritual, que lhe explicou que ele cavara muito bem e que o caminho da riqueza estava pronto. E, diante da curiosidade geral, acrescentou:
– Plante na cova rasgada um pé taludo de laranjeira, regue-a e trate-a com amor e, em breve, você terá o tesouro que procura, porque uma laranjeira, Cardoso, é princípio de um laranjal...

*

A lição contida na história relatada por Hilário Silva é bem sutil, mas serve de advertência a todos os que esperam encontrar no Espiritismo a solução para os seus problemas de ordem material ou espiritual.
Nos casos de obsessão, é muito comum a família depositar a pessoa perturbada na Casa Espírita e aguardar, de braços cruzados, sua cura.
Os mentores espirituais inspiram-nos, ajudam-nos, estimulam-nos, mas é bom que lembremos que nós é que estamos encarnados e, portanto, a nós compete resolver os problemas advindos de nossa presença neste plano.
Transferir aos protetores espirituais a tarefa que nos pertence é um equívoco lamentável que não se sustenta em nenhum dos ensinamentos contidos na doutrina codificada por Kardec e desenvolvida, entre outros, por Denis, Delanne, Emmanuel, Joanna de Ângelis e André Luiz.



sábado, 26 de abril de 2014

Somos vontade


JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

– E então, Bruxo do Cosme Velho, você continua achando que a única coisa que é nossa mesmo é a vontade?
– Adoro essa alcunha. Melhor ainda que mago ou feiticeiro... Não somente acho, como tenho certeza. Somos vontadezinhas emanadas da Grande Vontade, que é Deus. Assim como o egoísmo é a fonte de todos os vícios e males (KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos, q. 913), a vontade é quem determina nossa direção no bem ou no mal.
– E os pensamentos, não disse Jesus para vigiá-los, Machado?
– Isso mesmo. O pensamento é a manifestação da vontade. Se quisermos mudá-lo, precisamos fortificar nossa vontade, assim como é preciso mudar os maus hábitos, se desejamos nos livrar do egoísmo. Se quisermos que ele seja bom, é preciso vigiá-lo e direcioná-lo ao bem. Nesse sentido, o melhor tratamento é a oração. Olhar, orar e vigiar... Ao nos recomendar isso, o Cristo, Vontade una com o Criador, dirigia-se à nossa vontade.
– Mas uma mentirinha todo mundo diz...
– É nisso que está o erro. “Quem é fiel no muito o é também no pouco”, já dizia o Cristo. Se não conseguirmos ser autênticos no mínimo, como vamos sê-lo no muito? (Lucas, 10:16). Tal comportamento apenas demonstra o quanto descentralizada é nossa identidade.
Autenticidade ainda é para poucos...
– Essa “autenticidade” não demonstra um rompimento com a descentralização da identidade cultural, Bruxo?
– Pelo contrário, Joteli, patenteia a vitória da vontade sobre as paixões e, consequentemente, nos associa às identidades mais aperfeiçoadas.
A perfeição resulta do domínio da vontade sobre os vícios. O Absoluto possui a Vontade Suprema. Igualar-se a Ele é a nossa eterna finalidade. Por isso, o Cristo recomendou-nos: “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mateus, 5: 48).
– Muito profundo... Vou refletir bastante sobre isso.
– “Em Deus existimos, em Deus nos movemos”, disse, se me não engano, Paulo de Tarso. E esse movimento, quando equilibrado, é a manifestação da Vontade Divina.
– Faz sentido, Machado, faz sentido...
– Fiat lux! E a luz foi feita. Desde então, fazer a Vontade de Deus é criar a própria luz. Somos vontadezinhas que só terão luzes reais quando estivermos em perfeita sintonia com a Vontade-Luz.
– E o que acontece quando essa vontadezinha não atuar em sintonia com a Vontade Maior, meu caro Bruxo?
– Trevas, amigo, somente trevas.
– Algo mais a dizer ao leitor, Machado?
– Brindo-o com o reverso metafraseado do meu soneto Círculo vicioso:

                     Círculo virtuoso

Até quando estarei piscando nestas trevas?
Indagava choroso e triste o vaga-lume
A contemplar, ralado de inveja e ciúme,
A intermitente luz faiscante das estrelas.

Uma estrela, porém, das menores dentre elas,
Cuja forma era opaca e era pouco o seu lume,
Contemplou, nesse instante, a maior das estrelas
E a sorrir respondeu: também fui vaga-lume.

Transitei do minério para o vegetal
Empós fui animal e depois hominal.
Cheguei à angelitude, enfim, pela vontade

Que move o mundo e cresce rumo ao grande astral.
E é por isso que anseio o brilho mineral
Dessa estrela gigante, a Estrela da Verdade.


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sexta-feira, 25 de abril de 2014

Pílulas gramaticais (100)

Na língua portuguesa, o som das letras “e” e “o”, quando presentes em uma sílaba tônica, ora é aberto, ora é fechado.

Nos vocábulos seguintes, o som da vogal tônica é aberto:
1.   coevo (é)
2.   coldre (ó)
3.   corbelha (é)
4.   corcova (ó)
5.   cornos (ó)
6.   coros (ó)
7.   corvos (ó)
8.   despojos (ó)
9.   desportos (ó)
10. destroços (ó)
11. doesto (é)
12. dolo (ó)
13. enxerga (do verbo enxergar) (é)
14. escolhos (ó).

Diferentemente dos casos acima, nestes vocábulos o som da vogal tônica é fechado:
1.   bolsos (ô)
2.   cacoete (ê)
3.   canapê (pequena fatia de pão, quitute) (ê)
4.   canhoto, canhotos (ô)
5.   cerebelo (ê)
6.   cesta (ê)
7.   choldra (ô)
8.   cocos (ô)
9.   corça (ô)
10. corcovo (ô)
11. corno (ô)
12. coro (ô)
13. corso, corsos (ô)
14. crosta (ô).






quinta-feira, 24 de abril de 2014

De quem é a frase “Fora da caridade não há salvação”?


Meu amigo Luís me pergunta: De quem é a frase “Fora da caridade não há salvação”?
Divisa do Espiritismo, a frase “Fora da caridade não há salvação” aparece em três obras de Allan Kardec (O que é o Espiritismo, O Evangelho segundo o Espiritismo e Obras Póstumas) e, a partir de 1862, em diversos números da “Revista Espírita”.
O Espírito de Paulo de Tarso a ela fez referência em uma comunicação dada em 1860 na cidade de Paris.
Kardec a utilizara, porém, em O Que é o Espiritismo, cuja primeira edição saiu em 1859, ou seja, no ano anterior à mensagem de Paulo.
Há, no entanto, quanto a isso uma dúvida.
Teria a frase constado da primeira edição do livro, ocorrida em 1859, ou foi a ele incorporada mais tarde, na edição que deu origem à tradução conhecida por nós brasileiros?
Seja como for, de autoria de Paulo de Tarso ou da lavra de Kardec, é importante lembrar o depoimento dado pelo Codificador do Espiritismo em 1866, como podemos ler nas pp. 114 a 116 da “Revista Espírita” daquele ano, segundo o qual a bandeira “Fora da caridade não há salvação”, por ele posta no frontispício do Espiritismo, não surgiu por ato de sua autoridade, mas sim dos ensinos dos Espíritos, que a colheram nas palavras do Cristo, em que ela se encontra com todas as letras, como pedra angular do edifício cristão.
É bom explicar aqui que o conceito de caridade é algo bem conhecido no meio espírita. Caridade significa benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições alheias, perdão das ofensas.
Muitas das coisas que denominamos caridade significam, em verdade, beneficência, filantropia. Um ato qualquer, para enquadrar-se no conceito de caridade, tem de estar revestido das qualidades que compõem esse conceito.




quarta-feira, 23 de abril de 2014

Não somos espíritas por acaso



Concluímos ontem à noite no Centro Espírita Nosso Lar o estudo do livro O Tesouro dos Espíritas, de autoria de Miguel Vives y Vives, conforme tradução de J. Herculano Pires, publicada pela EDICEL.

Estas foram as questões propostas para o debate inicial:

1. Por que somos espíritas?
2. Como definir a importância da prece?
3. Que dever incumbe aos espíritas da atualidade?

Realizamos, ato contínuo, a leitura do texto que serviu de base aos estudos da noite, verificando-se, a cada item lido, os comentários pertinentes:

187. O problema sexual deve ser encarado pelo espírita com naturalidade, em face da naturalidade da função criadora. O sexo deve ser considerado como fonte de força, vida e equilíbrio, devendo por isso mesmo ser respeitado e não aviltado. Entre o desregramento do pagão e o preconceito do cristão dogmático,  o espírita deve manter-se no equilíbrio da compreensão exata do valor do sexo. As fontes da vida não podem ser desrespeitadas e afrontadas pela malícia e a impureza dos homens. (PP. 208 e 209)
188. A Terra está passando por um período crítico de crescimento. Suas fronteiras se abrem em todas as direções. Estamos às vésperas de uma Nova Terra e um Novo Céu, segundo as expressões do Apocalipse. O Espiritismo veio para ajudar a Terra nessa transição. (P. 210)
189. É preciso, assim, compreender a nossa respon-sabilidade de espíritas em todos os setores da vida contemporânea. Ora, não somos espíritas por acaso, nem porque precisamos do auxílio dos Espíritos para a solução dos nossos problemas terrenos. Somos espíritas porque assumimos na vida espiritual graves responsabilidades para esta hora do mundo. (PP. 210 e 211)
190. O Espiritismo não é uma velha religião nem uma concepção superada. É uma doutrina nova, que apareceu precisamente para alicerçar o futuro. Suas bases não são dogmáticas, mas científicas, experimentais. Sua estrutura não é teológica, mas filosófica, apoiada na lógica mais rigorosa. Sua finalidade religiosa não se define pelas promessas e as ameaças da Teologia, mas pela consciência da liberdade humana e da responsabilidade espiritual de cada indivíduo, sujeita ao controle natural da lei de causa e efeito. (P. 212)
191. O espírita não tem, por isso, o direito de tremer e apavorar-se, nem de fugir aos seus deveres e entregar-se aos instintos. Seu dever é um só: lutar pela implantação do Reino de Deus na Terra. (P. 212)
192. A luta do espírita é incessante. As suas frentes de batalha começam no seu próprio íntimo e vão até aos extremos limites do mundo exterior. Mas o espírita não está só, pois conta com o auxílio constante dos Espíritos do Senhor, que presidem à propagação e ao desenvolvimento do Espiritismo na Terra. (P. 213)
193. A prece é a mais poderosa arma de que o espírita dispõe, como ensinou Kardec, como proclamou Léon Denis e como o acentuou Miguel Vives. A prece verdadeira, brotada do íntimo, como a fonte límpida brota das montanhas da terra, é dotada de um poder não calculado pelo homem. O espírita deve utilizar-se constantemente da prece. Ela lhe acalmará o coração inquieto e aclarará os caminhos do mundo. (P. 214)
194. Quando alguns “mestres” ocultistas ou espíritas desavisados chamarem a prece de muleta, o espírita convicto deve lembrar que o Cristo também a usava e também a ensinou. (P. 214)
195. Os problemas angustiantes do mundo atual não podem perturbar o verdadeiro espírita, que sabe que a morte não existe, que a dor não é uma vingança dos deuses ou um castigo de Deus e que a vida terrena é apenas um período de provas e expiações, em que o Espírito imortal se aprimora, com vistas à verdadeira vida. (P. 215)
196. O espírita sabe que não tem apenas crenças, pois possui conhecimentos. E quem conhece não teme, pois só o desconhecido nos apavora. O mundo atual é o campo de batalha do espírita. Mas é também a sua oficina, em que ele forja um mundo novo, constrói o seu futuro. (P. 217)
197. Se o espírita recuar, se temer, se vacilar, pode comprometer a grande obra. (P. 217)
198. Em resumo: O espírita é o consciente construtor de uma nova forma de vida humana na Terra e de vida espiritual no Espaço. Sua responsabilidade é proporcional ao seu conhecimento da realidade, que a Nova Revelação lhe deu. Seu dever de enfrentar as dificuldades atuais e transformá-las não pode ser esquecido um momento sequer. (P. 218)

Na etapa final do estudo, foram lidas e comentadas as respostas dadas às perguntas propostas:

1. Por que somos espíritas?
Não somos espíritas por acaso. Somos espíritas – diz Herculano Pires – porque assumimos na vida espiritual graves responsabilidades para esta hora do mundo, que passa por um momento crítico de crescimento. É preciso, assim, compreender a nossa responsabilidade de espíritas em todos os setores da vida contemporânea. (O Tesouro dos Espíritas, 2ª Parte, Marcha para o Futuro, pp. 210 e 211.)

2. Como definir a importância da prece?
A prece é a mais poderosa arma de que o espírita dispõe, como ensinou Kardec, como proclamou Léon Denis e como o acentuou Miguel Vives. A prece verdadeira, brotada do íntimo, como a fonte límpida brota das montanhas da terra, é dotada de um poder não calculado pelo homem. O espírita deve utilizar-se constantemente da prece. Ela lhe acalmará o coração inquieto e aclarará os caminhos do mundo. (Obra citada, p. 214.)

3. Que dever incumbe aos espíritas da atualidade?
O espírita é o consciente construtor de uma nova forma de vida humana na Terra e de vida espiritual no Espaço. Sua responsabilidade é proporcional ao seu conhecimento da realidade, que a Nova Revelação lhe deu. Seu dever de enfrentar as dificuldades atuais e transformá-las não pode ser esquecido um momento sequer. (Obra citada, pp. 217 e 218.)

*

Nota:

Realizaremos no mesmo dia e local, a partir de 6 de maio, o estudo sequencial da obra Ação e Reação, autoria de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.


terça-feira, 22 de abril de 2014

Querer viver é viver de novo



CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

Renascer sempre. O Sol, estrela de tamanha grandeza, aprendeu e incorporou essa atitude. Sem renovação as formas perdem o contorno; é vital buscar sempre forças novas. O tempo, sábio observador, se conserva atual por ser presente.
 A gaivota voa, busca ares mais altos, às vezes, mais baixos ou, então, medianos; alimenta-se e descansa. Esse ciclo repõe os pontos de energia para receber o novo tempo de etapas a serem concluídas da maneira mais proveitosa.
Como no mar, as águas, num movimento de harmonia apreendida, renovam-se nas pedras, na vida onde o imenso senhor das águas habita em forma infinita e como se não bastasse também variada.
Os invisíveis seres renovam sua energia, como os pequeninos visíveis e os grandes também. A vida renasce a cada inspiração, ar que mantém os pulmões, energia que sustenta um corpo físico mantido pela força da orientação de sua alma, toda razão de um ser, de uma infinitude.
Assim é a criança que a cada amanhecer está maior, compreendendo os novos atos e palavras e concretizando ações surpreendentes por atitudes adquiridas nas últimas horas. Tudo se comunica; a orquestra do universo possui o acorde perfeito... profundo... diversificado.
O humilde homem quer renascer sempre... quer aprender a viver melhor, consequência individual e coletiva; este espírito milenar quer encontrar o caminho da luz, da paz, da plenitude de seus sentimentos; este homem quer viver com sua família, com seu Pai, objetivo maior de todo coração que tem na partida o amor.
Renascer é o impulso para a vida nova; é largar os ranços e buscar o suave aroma da novidade  mantendo o anterior aprendizado edificante; mas é ter ânimo e força, pois não se renasce sem querer viver.
O renascimento é a boa-nova do espírito em seu estágio de lapidação e descoberta, como o menino que reconstruiu seu brinquedo quebrado e pôde, na tarde de céu azul, brincar com seus amigos sob a energia encantadora do sol renascido para aquele dia.

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segunda-feira, 21 de abril de 2014

As mais lindas canções que ouvi (84)


Dom de iludir

Caetano Veloso


Não me venha falar
Na malícia de toda mulher
Cada um sabe a dor
E a delícia de ser o que é
Não me olhe como se a polícia
Andasse atrás de mim
Cale a boca
E não cale na boca
Notícia ruim...

Você sabe explicar
Você sabe entender
Tudo bem
Você está
Você é
Você faz
Você quer
Você tem
Você diz a verdade
E a verdade é seu dom de iludir
Como pode querer que a mulher
Vá viver sem mentir...


Você pode ouvir a canção acima na voz de uma das cantoras seguintes, à sua escolha:



domingo, 20 de abril de 2014

Jesus, a violência e o sermão profético


Os números que retratam o recrudescimento da violência no Brasil parecem indesmentíveis. E, fato curioso, os percentuais pertinentes à criminalidade se apresentam maiores, conforme as estatísticas oficiais, nos lugares em que teoricamente a pobreza e a carência material são menores.
Toda vez que esses dados vêm a público, o governo federal acena com um novo plano de segurança que, segundo a propaganda oficial, deverá reverter a situação, esperando com isso acalmar a população brasileira, que se encontra cansada de tanta violência, de tanta corrupção e de tantos desmandos em um país que costuma, com indisfarçado orgulho, dizer-se cristão.
Em verdade, como escreveu certa vez nossa confreira Jane Martins Vilela em artigo publicado no jornal O Imortal, violência sempre houve no mundo.
Já esquecemos, porventura, as duas Guerras Mundiais, a guerra do Vietnã, a guerra da Coreia e os conflitos da Bósnia e do Kosovo?
Se tomarmos esses conflitos como ponto de referência, veremos que a Terra não está pior do que cem anos atrás, quando teve início a Grande Guerra de 1914.
O mundo está, sim, embora de forma lenta, cada vez melhor, visto que o número dos que matam, dos que avançam sobre os cofres públicos, dos que não respeitam os direitos do próximo é infinitamente menor que o número dos que anseiam pela paz, dos que vivem às vezes miseravelmente com parcos salários e, mesmo assim, respeitam o semelhante.
Como entendia J. Herculano Pires, a Terra não experimenta uma crise de involução, mas de revolução, crise por sinal prevista por Jesus no sermão profético, segundo o qual, antes da vitória final do Evangelho, que será um dia ensinado e praticado em todos os lugares, haveria guerras, tremores de terra e muita iniquidade, não significando com isso o fim do mundo, mas somente o começo de uma nova era.
O estado caótico em que ainda nos encontramos, apesar do progresso registrado nos últimos tempos, mostra apenas que a Terra é um planeta ainda muito atrasado e longe está desse estágio chamado Mundo de Regeneração, cujo advento para as próximas décadas só é propagado pelas pessoas desinformadas que não veem televisão nem leem os jornais.
Há, portanto, um longo caminho a percorrer, mas a meta será um dia alcançada, dependendo tão somente dos nossos esforços.



sábado, 19 de abril de 2014

Impasses da pós-modernidade eletrônica


JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Amigo leitor, falemos agora sobre os impasses da pós-modernidade.
Se você declara imposto de renda e o fisco desconfia de suas informações, retém sua declaração com o que teria direito à devolução e, até o ano seguinte, quando já tem de declarar novamente seus rendimentos, você ainda não foi chamado para comprovar o que declarou e receber o que acredita ter direito com comprovante e tudo. A fila da “malha fina” é muito grande e não se consegue nem mesmo agendar uma data para levar os documentos solicitados no sítio da Receita...
Se você cadastrou uma senha, pela internet em um serviço público ou particular, trocou seu e-mail e esqueceu a senha, adeus... Não vai conseguir mais ter acesso ao serviço, pois o link não lhe dá opção de mudar o e-mail e o sistema lhe informa que a nova senha será enviada para o seu endereço eletrônico que não mais existe.
Se você adere a um serviço telefônico e, algum tempo depois, esse plano é reduzido pela metade do valor que você paga, nenhuma propaganda da empresa baixará pela metade sua conta a pagar, a não ser que você encerre a conta atual e faça novo contrato com a empresa. Entretanto, para encerrar seu contrato, terá de pagar uma multa que inviabiliza administrativamente a nova opção.
Se você não confere e contesta cobranças ilegais dos bancos, você vai sendo lesado, semana a semana, mês a mês, ano a ano, em conta-gotas. O prejuízo em sua conta é aparentemente pequeno, mas o lucro do banco baseado em descontinhos a milhões de correntistas é fabuloso.
Se você percebe em acesso à sua conta pela internet que lhe foi descontado um valor por uma compra jamais feita por você, pois estava num estado e a conta foi feita, naquele momento, em outro, o aborrecimento que terá a partir de então para acessar sua conta eletrônica será absurdo. Funcionário do banco fará inúmeros bloqueios em seu acesso e sua ida à agência, durante muito tempo, passará a ser uma rotina.
Outro dia, a esposa de Joteli comprou uma dúzia de copos pela internet. Todos chegaram inteiros e a satisfação foi grande. Meu secretário pegou um dos copos, encheu-o com água meio gelada, colocou-o sobre um lenço de papel, para não molhar a mesa de trabalho e, dez minutos depois, percebeu que a mesa estava ficando toda molhada. Olhou para o copo e este estava meia boca, não somente com relação ao conteúdo da água, como também sobre sua integridade vítrea: uma rachadura ocupava o copo de cima a baixo.
No dia seguinte, resolveu pegar outro copo da mesma marca para tomar água e... Surpresa! Metade do copo ficou no armário e a outra metade ficou em sua mão. E assim ocorreu com todos aqueles copos adquiridos pela internet...
O trabalho que dá para entrar em contato com a empresa, comprovar a fraude, etc., por vezes, não compensa a reclamação, pois o valor dos copos foi baixo. Pense, entretanto, em quantas pessoas foram lesadas com esse material? O lucro da empresa é certo, o prejuízo dos compradores também.
Enfim, amigo leitor, se a luta pelo direito é um direito de todos, o desgaste físico e emocional também. Ainda bem que temos o Ministério Público, o Procon, a Justiça Volante e a Polícia Federal, entre outros mecanismos para nos defender, não é mesmo, leitor amigo? 

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sexta-feira, 18 de abril de 2014

Pílulas gramaticais (99)


Leia as frases abaixo e veja se nelas existe erro:

1. Nunca me esquecerei de sua ajuda.
2. Tudo aquilo a incomodava bastante.
3. Esperamos que nos venha visitar.
4. Quando me chamaram, era muito tarde.
5. Chamou-lhe a atenção a elegância dela.
6. Em se tratando disso, podemos contar com ele.
7. Sairei agora, já que não me aceitam no emprego.
8. Aquilo parecia-me um sonho.
9. Este que fala-te nunca diz mentiras.
10. Aqui deu-se a maior tragédia da história.
11. Quando recebe-o em minha casa, fico feliz.
12. Tudo fez-se como você determinou.
13. Por este processo, teriam-se obtido melhores resultados.
14. Me levantei assim que você saiu.

*

As sete primeiras estão gramaticalmente corretas.
As frases n. 8 a 14 contêm erros de colocação pronominal.
Ei-las depois de corrigidas:

8. Aquilo me parecia um sonho.
9. Este que te fala nunca diz mentiras.
10. Aqui se deu a maior tragédia da história.
11. Quando o recebe em minha casa, fico feliz.
12. Tudo se fez como você determinou.
13. Por este processo, ter-se-iam obtido melhores resultados.
14. Levantei-me assim que você saiu.



quinta-feira, 17 de abril de 2014

Como surgiu, no meio espírita, o culto do Evangelho no Lar



Uma leitora pergunta-nos se o Evangelho no Lar é uma prática indicada por Allan Kardec. Caso positivo, quando e onde ele a indicou?
A resposta é sim. O Evangelho no Lar tem sua origem realmente, em nosso meio, numa sugestão feita por Allan Kardec.
O assunto foi suscitado por uma questão interessante. Assim que foi publicado o livro O Evangelho segundo o Espiritismo, em abril de 1864, leitores escreveram a Kardec perguntando que oração seria mais indicada para as preces da manhã e da noite sugeridas no livro a que nos referimos.
Eis como Kardec tratou do assunto na Revista Espírita de 1864:
“Vários de nossos assinantes nos testemunharam o lamento de não terem encontrado, em nossa A Imitação do Evangelho segundo o Espiritismo(1), uma prece especial, para a manhã e a noite, para o uso habitual. Faremos notar que as preces contidas nessa obra não constituem um formulário que, para ser completo, deveria delas conter um muito maior número. Elas fazem parte das comunicações dadas pelos Espíritos; nós as juntamos, no capítulo consagrado ao exame da prece, como juntamos, a cada um dos outros capítulos, as comunicações que poderiam a eles se relacionar. Omitindo, de propósito, as da manhã e da noite, quisemos evitar de dar, à nossa obra, um caráter litúrgico; por isso nos limitamos às que têm uma relação direta com o Espiritismo, cada um podendo encontrar as outras nas de seu culto particular. Todavia, para obtemperar o desejo que nos foi manifestado, damos a seguir a que nos parece melhor responder ao objetivo que se propôs”. (Revista Espírita de 1864, pág. 234.)
A prece então sugerida por ele foi a conhecida Oração Dominical, que o codificador do Espiritismo recomendou expressamente como sendo a mais indicada para as preces da manhã e da noite.
Foi então que, na mesma oportunidade e no mesmo texto, Kardec sugeriu que uma vez por semana, por exemplo no domingo, poder-se-ia consagrar à prece um tempo mais longo, a isto acrescentando a leitura de algumas passagens do Evangelho e a de algumas boas instruções ditadas pelos Espíritos.
Essa recomendação foi, portanto, o embrião do chamado culto Evangélico no Lar ou, simplesmente, Evangelho no Lar, uma prática que no seio do Cristianismo teria sido introduzida por Jesus, como Neio Lúcio narra no cap. 1 do livro Jesus no Lar, psicografado por Francisco Cândido Xavier, texto esse que o leitor pode ler clicando neste link - http://www.oconsolador.com.br/ano6/299/correiomediunico.html

(1) Título da edição inicial do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, o qual foi depois modificado. A obra está completando nesta semana 150 anos de existência.



quarta-feira, 16 de abril de 2014

O primeiro dever do espírita é servir


Realizamos ontem à noite no Centro Espírita Nosso Lar a penúltima etapa do estudo do livro O Tesouro dos Espíritas, de Miguel Vives y Vives, conforme tradução de J. Herculano Pires, publicada pela EDICEL.

Estas foram as questões propostas para o debate inicial:

1. Que cuidados deve a Casa Espírita tomar com relação ao envolvimento político?
2. Como encarar a participação do espírita na política?
3. Como os espíritas devem tratar a questão sexual?

Foi realizada em seguida a leitura do texto que serviu de base aos estudos da noite, verificando-se, a cada item lido, os comentários pertinentes:

175. Os espíritas devem ter o maior cuidado em evitar as infiltrações políticas nas sociedades espíritas, particularmente nos Centros Espíritas, que devem ser casas de oração e de paz, de amor e fraternidade. Os Centros que se deixam levar pela política estão preferindo César a Deus, desvirtuando as suas funções, desviando-se dos caminhos árduos do espírito e mergulhando no caminho largo e fácil das comodidades materiais. (P. 193)
176. Nem por isso, entretanto, o espírita deve abster-se dos seus deveres políticos. Pelo contrário, esses deveres devem ser cumpridos escrupulosamente. (P. 195)
177. O primeiro dever do espírita é servir. E para servir ele não precisa de cargos em partidos políticos ou na administração pública. Jesus não precisou da política romana ou da judaica para cumprir a mais bela e mais eficaz de todas as missões políticas já realizadas no mundo. Kardec não precisou da política francesa, para implantar na França e no mundo a política de amor do Espiritismo. (P. 196)
178. Em resumo: O espírita, desde que aceitou o Espiritismo, alistou-se na política do amor  universal, mas seu único partido é o do Reino de Deus e sua plataforma política é o Sermão da Montanha. Caso seja levado a cargos públicos, não deve jamais esquecer a sua qualidade de espírita e tudo fazer para que a luz que nele há não sejam trevas. Amor e caridade devem constituir suas armas políticas, mesmo que isso lhe custe a oposição dos próprios companheiros. (P. 198)
179. Os homens fizeram do sexo um motivo de escândalo, mas o espírita não pode encarar a questão sexual como assunto proibido. O sexo é a própria dialética da Criação e existe em todos os Reinos da Natureza. (P. 199)
180. O Cristianismo condenou o sexo e fez dele a fonte de toda a perdição. Mas o Espiritismo reconsidera a questão, colocando-se num meio-termo entre os exageros pagãos e cristãos. O sexo é um grande campo de experiências para o Espírito em evolução e é através dele que a lei da reencarnação se processa na vida terrena. Como pois considerá-lo impuro e repelente? (P. 200)
181. A educação sexual deve ser encarada seriamente nos meios espíritas e não pode ser deixada à margem da pedagogia espírita. No âmbito da família, a atitude mais acertada é a de não se responder com mentiras doiradas às indagações das crianças sobre questões sexuais. Mas não se deve também responder de maneira crua. A regra mais certa é a resposta verdadeira, de maneira indireta. Por exemplo: se a criança perguntar: “Como a gente nasce?”, deve-se responder: “Da mesma maneira que os gatinhos”. Começando assim, os próprios pais vão descobrindo a técnica de vencer as dificuldades, sem embair os filhos com lendas e mentiras que criariam um ambiente de excitação perigosa. (PP. 202 e 203)
182. Na escola espírita, o problema deve ser colocado com o mesmo cuidado, pois a situação é ainda mais melindrosa, visto que as crianças pertencem a famílias diferentes. É perigosa a chamada “atitude científica”, geralmente seguida nos ginásios pelos professores de ciências. A frieza científica não leva em consideração as sutilezas psicológicas e, em verdade, a questão é mais de pedagogia do que de ciências. (P. 203)
183. O jovem espírita, embora esclarecido pela doutrina, não está menos sujeito a desequilíbrios sexuais, que podem ter duas fontes principais: os abusos e vícios do passado, cometidos em encarnações desregradas, e as influências de entidades perigosas, muitas vezes ligadas aos jovens pelo passado delituoso. É por isso que o problema só pode ser tratado de maneira elevada, com grande senso de responsabilidade, no que os médicos espíritas podem ajudar muito as Mocidades Espíritas. (P. 204)
184. Encarando o sexo sem malícia, como uma função natural e uma necessidade vital, o espírita ao mesmo tempo se corrige e modifica o ambiente em que vive, afastando do mesmo os Espíritos viciosos e maliciosos, que não mais encontram pasto para os seus abusos. (P. 205)
185. Nos casos dolorosos de inversão sexual, o espírita vê-se geralmente em dificuldade. O mais certo é apelar para os conhecimentos doutrinários e para o poder da prece, ajudando o irmão em desajuste a lutar corajosamente para a sua própria recuperação. Trabalhos mediúnicos bem orientados, preces, leituras e estudos, conversações instrutivas e passes espirituais, aplicados de maneira metódica, poderão ajudar muito o irmão que queira realmente reequilibrar-se. (P. 207)
186. Ninguém está condenado ao vício e ao desequilíbrio, a não ser pela sua própria vontade ou falta de vontade para reagir. Encaremos o sexo como uma manifestação do poder criador, tratando-o com o devido respeito, e mudaremos a nós mesmos, aos outros e à sociedade em que vivemos. (P. 208)

Na conclusão do estudo, foram lidas e comentadas as respostas dadas às perguntas propostas:

1. Que cuidados deve a Casa Espírita tomar com relação ao envolvimento político?
Os espíritas devem ter o maior cuidado em evitar as infiltrações políticas nas sociedades espíritas, particularmente nos Centros Espíritas, que devem ser casas de oração e de paz, de amor e fraternidade. Os Centros que se deixam levar pela política estão preferindo César a Deus, desvirtuando as suas funções, desviando-se dos caminhos árduos do espírito e mergulhando no caminho largo e fácil das comodidades materiais. (O Tesouro dos Espíritas, 2ª Parte, Marcha para o Futuro, p. 193.)

2. Como encarar a participação do espírita na política?
O primeiro dever do espírita é servir. E para servir ele não precisa de cargos em partidos políticos ou na administração pública. Jesus não precisou da política romana ou da judaica para cumprir a mais bela e mais eficaz de todas as missões políticas já realizadas no mundo. Kardec não precisou da política francesa, para implantar na França e no mundo a política de amor do Espiritismo. O espírita, desde que aceitou o Espiritismo, alistou-se na política do amor universal, mas seu único partido é o do Reino de Deus e sua plataforma política é o Sermão da Montanha. Caso seja levado a cargos públicos, não deve jamais esquecer a sua qualidade de espírita e tudo fazer para que a luz que nele há não sejam trevas. Amor e caridade devem constituir suas armas políticas, mesmo que isso lhe custe a oposição dos próprios companheiros. (Obra citada, pp. 196 a 198.)

3. Como os espíritas devem tratar a questão sexual?
Os homens fizeram do sexo um motivo de escândalo, mas o espírita não pode encarar a questão sexual como assunto proibido. O sexo é a própria dialética da Criação e existe em todos os Reinos da Natureza. O Cristianismo condenou o sexo e fez dele a fonte de toda a perdição. Mas o Espiritismo reconsidera a questão, colocando-se num meio-termo entre os exageros pagãos e cristãos. O sexo é um grande campo de experiências para o Espírito em evolução e é através dele que a lei da reencarnação se processa na vida terrena. Como, pois, considerá-lo impuro e repelente? A educação sexual deve ser encarada seriamente nos meios espíritas e não pode ser deixada à margem da pedagogia espírita. No âmbito da família, a atitude mais acertada é a de não se responder com mentiras doiradas às indagações das crianças sobre questões sexuais. Mas não se deve também responder de maneira crua. A regra mais certa é a resposta verdadeira, de maneira indireta. Por exemplo: se a criança perguntar: “Como a gente nasce?”, deve-se responder: “Da mesma maneira que os gatinhos”. Começando assim, os próprios pais vão descobrindo a técnica de vencer as dificuldades, sem embair os filhos com lendas e mentiras que criariam um ambiente de excitação perigosa. (Obra citada, pp. 199 a 203.)



terça-feira, 15 de abril de 2014

Feliz idade na vida


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

E foi assim, com esta junção das palavras “feliz” e “idade”, se se falar com mais rapidez que normalmente se pronuncia, surgirá de maneira implícita... a linda palavra “felicidade”.
Pois bem, o momento aprazível é quando o coração está desejoso de viver; porém, sem mais a ansiedade que o descompassa e o neutraliza diante dos novos passos a dar.
Talvez os mais jovens se sintam intrigados com a questão, então, digo-lhes: Também fui jovem.
E quanta motivação eu sentia em desbravar os morros, subir ao topo, fincar a bandeira das minhas opiniões, liderar os que ainda não se sentiam seguros para caminhar. Tamanha energia imprimia em ocasiões que nem com a maior certeza imaginada ou suposto conhecimento adquirido poderia me certificar do real caminho discernido, no entanto, estava pronta e à frente. Quando não se administra os planos para os determinados fins, raramente os propósitos são conquistados.
Se na minha jovialidade, ou seja, juventude, soubesse um pouco mais sobre a arte de viver, teria economizado energia para outras empreitadas e alcançado maior número de boas realizações. Sem dúvida, se hoje esse pensamento é parte das minhas concatenações ideológicas é porque somente o tempo das experiências me proporcionou.
A madureza permite aos olhos, principalmente, espirituais, a compreensão de olhares, de direções, de atitudes mais produtivas e a constatação de apropriados resultados nos fins normais de cada andamento.
Algo que me é encantador, é estar feliz no tempo atual, pois o jovem deve ser feliz no seu momento; o adulto também deve estar bem com os seus dias; o mais experiente, este deve estar com a bagagem normalmente auferida, pelo menos a calma das horas deverá ter conquistado para os seus dias.
Por mais rápido que a vida passe é esplêndida a sua doação de fatos para cada alma... espírito, universo completo, em sua órbita de existências.
Somente criou experiência quem experimentou viver, assim, aprendeu o bem, o mal; o certo, o incerto; o confiável, o sem condições ainda de confiar.
Então, é de se esperar que hoje, em minha vida, seja o momento da grande “felizidade”. As lições a superar, com empenho, foram, em sua medida, solucionadas vitoriosamente; a crença em algo incomparável a qualquer maior grandeza que minha alma sequer vislumbrou, já é fator decisivo e imprescindível.
Quando a criança não mais tropeça e nem cai com frequência, ela se torna mais feliz e segura, começou a compreender o desenvolvimento de caminhar e de se manter mais equilibrada. Assim, são as pessoas que tendem a lograr mais bom senso e sabedoria ao longo das estações.
E se hoje defendo a experiente idade como, para mim, a melhor, é porque sou aprendiz e graduada de tudo o que já vivenciei; continuarei mais aluna do que mestre ainda ao longo da jornada, isso não significa que estou isenta de minha responsabilidade, porém, preciso bem mais aprender e observar.
Incontestavelmente sou amante da vida. Em todas as etapas sorri; enfraqueci, e fortaleci; chorei; voltei a viver; conquistei curtos passos, mas... amei... sempre amei muito.
Neste momento, tenho as melhores condições para sentir a vida e afirmar que agora é a minha mais feliz... idade.
Estendo os meus benéficos votos ao universo para que o maior número de espíritos e almas rumo à eternidade esteja no seu tempo mais jubiloso por enquanto, pois o melhor sempre nos espera; que sejamos timoneiros centrados no bem e no progresso.

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segunda-feira, 14 de abril de 2014

As mais lindas canções que ouvi (83)

           
Com açúcar, com afeto

           Chico Buarque


Com açúcar, com afeto, fiz seu doce predileto
Pra você parar em casa, qual o quê!
Com seu terno mais bonito, você sai, não acredito
Quando diz que não se atrasa.
Você diz que é um operário, sai em busca do salário
Pra poder me sustentar, qual o quê!
No caminho da oficina, existe um bar em cada esquina
Pra você comemorar, sei lá o quê!
Sei que alguém vai sentar junto, você vai puxar assunto
Discutindo futebol
E ficar olhando as saias de quem vive pelas praias,
Coloridas pelo sol.
Vem a noite e mais um copo, sei que alegre ma non troppo,
Você vai querer cantar.
Na caixinha um novo amigo vai bater um samba antigo
Pra você rememorar...
Quando a noite enfim lhe cansa, você vem feito criança
Pra chorar o meu perdão, qual o quê!
Diz pra eu não ficar sentida, diz que vai mudar de vida
Pra agradar meu coração.
E ao lhe ver assim cansado, maltrapilho e maltratado,
Inda quis me aborrecer? Qual o quê!
Logo vou esquentar seu prato, dou um beijo em seu retrato
E abro os meus braços pra você...


Você pode ouvir a canção acima na voz de uma das cantoras seguintes, à sua escolha: