Revista Espírita de 1865
Allan Kardec
Parte 5
Prosseguimos nesta edição o estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1865, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo será baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A coleção do ano de
1865 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a
dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada parte do estudo,
que será apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a) questões
preliminares;
b) texto para
leitura.
As respostas às
questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões preliminares
A. A atividade na
vida espiritual é constante?
B. Que tarefas
competem aos Espíritos puros?
C. A morte é capaz de
afastar aqueles que se amam?
Texto para leitura
49. Nos Espíritos o
progresso é fruto do próprio trabalho. São eles, pois, os artífices de sua
situação, feliz ou infeliz, conforme o ensinamento do Cristo: “A cada um
segundo as suas obras”. (Pág. 67.)
50. A suprema
felicidade é apanágio dos Espíritos que chegaram à perfeição, isto é, dos
Espíritos puros, condição que eles só atingem depois de haverem progredido em
inteligência e moralidade. (Pág. 68.)
51. Como uma única
existência corporal é manifestamente insuficiente para que o Espírito adquira
tudo o que falta em bem e se desfaça de tudo o que em si é mau, Deus lhe
concede tantas existências quantas forem necessárias para atingir o objetivo
final, que é a perfeição. (Pág. 68.)
52. No intervalo das
diferentes existências corpóreas, o Espírito entra no mundo espiritual, onde é
feliz ou infeliz, conforme o bem ou o mal que haja feito. O estado corporal é
transitório e passageiro. No estado espiritual o Espírito recolhe os frutos do
progresso realizado durante a encarnação e se prepara para as novas lutas que
deverá enfrentar no seu retorno à existência corporal. (Pág. 69.)
53. A felicidade dos
Espíritos bem-aventurados não é a ociosidade contemplativa, que seria uma
eterna e fastidiosa inutilidade. Em todos os graus, a vida espiritual é uma
atividade constante, embora isenta de fadigas. (Págs. 69 e 70.)
54. Os Espíritos
puros são os Messias ou mensageiros de Deus; transmitem e executam a vontade do
Pai; realizam as grandes missões; presidem à formação dos mundos e à harmonia
geral do universo, encargo glorioso a que só se chega pela perfeição. (Pág.
70.)
55. Como a felicidade
depende das qualidades dos indivíduos e não do estado material do meio em que
se acham, ela existirá em toda a parte onde houver Espíritos capazes de ser
felizes e nenhum lugar circunscrito lhe é assinado no universo. Atraídos uns
para os outros pela similitude de ideias, gostos e sentimentos, os Espíritos
felizes formam grupos ou famílias homogêneas, no seio das quais cada indivíduo
irradia suas próprias qualidades e se penetra dos eflúvios serenos e benéficos
que emanam do conjunto. (Pág. 71.)
56. Na imensidade do
universo onde fica, pois, o céu? Por toda a parte e nenhum muro o limita. Os
mundos felizes são as últimas estações que a ele conduzem, visto que as
virtudes abrem aos Espíritos o caminho, enquanto os vícios lhes barram o
acesso. (Pág. 72.)
57. A 3 de fevereiro
de 1865 se deu o falecimento da Sra. Foulon, que, três dias depois, se
manifestou na Sociedade Espírita de Paris. Informando ter estado lúcida desde o
trespasse, a Sra. Foulon não conheceu a perturbação pós-morte. “Só os que têm
medo – explicou ela – são envolvidos por suas espessas trevas.” (Págs. 73 a
75.)
58. No dia 8 a Sra.
Foulon comunicou-se pela segunda vez, quando então pôde descrever melhor as
peripécias de sua desencarnação e o seu despertar no além-túmulo. “Sofri –
disse ela –, mas meu Espírito era mais forte que o sofrimento material que o
desprendimento o fazia experimentar.” Após o supremo suspiro, ela permaneceu,
como em síncope, sem consciência do seu estado, sem pensar em nada, e numa vaga
sonolência, que durou bastante tempo. Depois, como se voltasse de um longo
desmaio, despertou entre irmãos que não conhecia, os quais lhe prodigalizaram
cuidados e carícias e a informaram de que não mais pertencia à Terra. (Págs. 77
e 78.)
59. Reportando-se aos
familiares que ainda se encontravam na Terra, ela esclareceu que tinha missão a
cumprir junto aos seus netos e afirmou que a morte em nada afasta os que se
amam, porque o amor aproxima as almas, seja no plano físico, seja no plano
espiritual. “Só há distância para os corpos materiais; ela não existe para os
Espíritos.” (Pág. 78.)
Respostas às questões propostas
A. A atividade na
vida espiritual é constante?
Sim. Em todos os
graus, a vida espiritual é uma atividade constante, embora isenta de fadigas. (Revista
Espírita de 1865, pp. 69 e 70.)
B. Que tarefas
competem aos Espíritos puros?
Os Espíritos puros
são os Messias ou mensageiros de Deus. Transmitem e executam a vontade do Pai;
realizam as grandes missões; presidem à formação dos mundos e à harmonia geral
do universo, encargo glorioso a que só se chega pela perfeição. (Obra citada,
pág. 70.)
C. A morte é capaz de afastar aqueles que se amam?
Não. Os Espíritos, a exemplo do que disse a Sra. Foulon,
pouco tempo depois de desencarnar, afirmam que a morte em nada afasta os que se
amam, porque o amor aproxima as almas, seja no plano físico, seja no plano
espiritual. “Só
há distância para os corpos materiais; ela não existe para os Espíritos”, disse
a Sra. Foulon. (Obra citada, pp. 77 e 78.)
Observação:
Para acessar a Parte 4
deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2024/03/revista-espirita-de-1865-allan-kardec_0670934332.html
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