quinta-feira, 31 de julho de 2014

Como vencer a tristeza


Uma amiga nos pergunta como devemos agir para vencer a tristeza que nos acomete com frequência.
O assunto foi examinado na revista “O Consolador” pelo confrade Rogério Coelho no artigo intitulado Suicídio e loucura, que pode ser acessado clicando-se neste link: http://www.oconsolador.com.br/ano2/71/rogerio_coelho.html
Aprendemos no Espiritismo que devemos repelir sempre todo pensamento e todo sentimento de angústia, de contrariedade, de aflição e, por conseguinte, o sentimento de tristeza. A oração e a leitura de uma página edificante são recursos inestimáveis em tais momentos.
Joanna de Ângelis a isso se reporta no cap. 10 de seu livro Alerta, psicografado pelo médium Divaldo Franco.
Propõe-nos a conhecida benfeitora espiritual:

“Sejam quais forem os fatores afligentes ou depressivos que te cheguem, invitando-te ao cultivo do pessimismo ou da irritabilidade, não devem encontrar guarida nos teus painéis mentais.
Problemas e dificuldades representam prova com que crescemos na direção da Vida. Desse modo, realiza a assepsia mental pela preservação do otimismo e da irrestrita confiança em nosso Pai Celestial.
Quando a Vida te parecer sem objetivos e estiveres a ponto de cair, renova os teus conceitos e ora, buscando a divina inspiração, haurindo, então, a força que te propiciará sair do ocaso emocional e transformará os teus problemas em ação de benemerência para os teus irmãos, descobrindo, por fim, que a linguagem universal do bem é a terapia preventiva e curadora para o suicídio e a loucura.” (Alerta, cap. 10.)


quarta-feira, 30 de julho de 2014

Somos simples usufrutuários dos bens que possuímos



Demos sequência ontem à noite, no Centro Espírita Nosso Lar, de Londrina (PR), ao estudo da obra Ação e Reação, escrita por André Luiz, por intermédio do médium Francisco Cândido Xavier, e publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.
Eis o texto que serviu de base ao estudo realizado:

Questões para debate

A. Que significa a palavra “carma”?
B. É certo dizer que nós somos simples usufrutuários dos bens que possuímos?
C. Como definir o “bem” e o “mal”?

Texto para leitura

37. A dor e o homem – Alzira, em lágrimas de jubiloso reconhecimento, osculou a destra do Ministro e afastou-se. A cena emocionou, profundamente, a André, que sentiu que o incomensurável amor de Deus semeia a esperança e a alegria até nas regiões infernais do crime, do mesmo modo que faz nascer rosas de beleza e perfume no seio dos sarçais. A seguir, o Ministro atendeu Madalena e Sílvia, que, autorizadas por Druso, lhe imploraram a intercessão para que seus esposos fossem atendidos naquela Casa. Sânzio acolheu-lhes as súplicas, determinando o recolhimento de ambos os infelizes e prometendo facilitar-lhes a reencarnação para breve. André e Hilário puderam, então, aproximar-se do Ministro, a quem –  após exporem a finalidade de seus estudos na Mansão –  perguntaram sobre a dor e sua função na vida humana. "A dor, sim, a dor..." –  murmurou o grande mensageiro, acrescentando: "Estudo-a, igualmente, filhos meus. Sou funcionário humilde dos abismos. Trago comigo a penúria e a desolação de muitos. Conheço irmãos nossos, portadores do estigma de padecimentos atrozes, que se encontram animalizados, há séculos, nos despenhadeiros infernais; entretanto, cruzando as trevas densas, embora o enigma da dor me dilacere o coração, nunca surpreendi criatura alguma esquecida pela Divina Bondade". (Capítulos 6 e 7, pp. 83 a 86)

38. O que significa o "carma" – André estava encantado com o Ministro. De todos os numerosos Instrutores com quem convivera, até então, nenhum lhe trouxera ao espírito aquele amálgama de enlevo e carinho, admiração e respeito que lhe assomava ao sentimento. Enquanto Sânzio falava, cintilações roxo-prateadas nimbavam-lhe a cabeça, mas não era a sua dignidade exterior que o fascinava. Era o caricioso magnetismo que ele sabia exteriorizar. Não podendo governar a comoção, lágrimas ardentes rolaram, então, pela face de André, que perguntava sem palavras: "De onde vinha, Senhor, aquele vulto tão ilustre, mas, apesar disso, tão simples d’alma? onde conhecera eu aqueles olhos belos e límpidos? em que lugar lhe recebera, um dia, o orvalho de amor divino, assim como o verme na caverna sente a bênção do calor do Sol?" O Ministro percebeu a emotividade de André, que lhe pediu dissesse algo acerca do "carma". Sânzio respondeu: "Sim, o `carma', expressão vulgarizada entre os hindus, que em sânscrito quer dizer ação, a rigor, designa causa e efeito, uma vez que toda ação ou movimento deriva de causa ou impulsos anteriores. Para nós expressará a conta de cada um, englobando os créditos e os débitos que, em particular, nos digam respeito. Por isso mesmo, há conta dessa natureza, não apenas catalogando e definindo individualidades, mas também povos e raças, estados e instituições". O Ministro fez uma pausa e continuou: "Para melhor entender o `carma' ou ‘conta do destino criada por nós mesmos', convém lembrar que o Governo da Vida possui igualmente o seu sistema de contabilidade, a se lhe expressar no mecanismo de justiça inalienável. Se no círculo das atividades terrenas qualquer organização precisa estabelecer um regime de contas para basear as tarefas que lhe falem à responsabilidade, a Casa de Deus, que é todo o Universo, não viveria igualmente sem ordem". Na sequência, Sânzio informou que a Administração Divina dispõe de sábios departamentos para relacionar, conservar, comandar e engrandecer a Vida Cósmica, tudo pautando dentro do mais amplo amor e da mais criteriosa justiça.  (Capítulo 7, pp. 86 e 87)

39. Somos simples usufrutuários dos bens de que dispomos – O Ministro informou que, assim como nas regiões celestes de cada orbe fulguram os gênios angélicos, encarregados do rendimento e da beleza, do aprimoramento e da ascensão da Obra Excelsa, com ministérios apropriados à concessão de empréstimos e moratórias, créditos especiais e recursos extraordinários a todos os Espíritos que os mereçam, nas regiões atormentadas, como aquela em que se encontravam, havia poderes competentes para promover a cobrança e a fiscalização, o reajustamento e a recuperação de quantos se fazem devedores complicados ante a Divina Justiça. "As religiões na Terra, por esse motivo –  disse o Ministro – , procederam acertadamente, localizando o Céu nas esferas superiores e situando o Inferno nas zonas inferiores, porquanto, nas primeiras, encontramos a crescente glorificação do Universo e, nas segundas, a purgação e a regeneração indispensáveis à vida, para que a vida se acrisole e se eleve ao fulgor dos cimos." Depois, após afirmar que todos os valores da vida, desde as mais remotas constelações à mais ínfima partícula subatômica, pertencem a Deus, Sânzio lembrou que "somos simples usufrutuários da Natureza que consubstancia os tesouros do Senhor, com responsabilidade em todos os nossos atos, desde que já possuamos algum discernimento". "Patrimônios materiais e riquezas da inteligência, processos e veículos de manifestação, tempo e forma, afeições e rótulos honoríficos de qualquer procedência são de propriedade do Todo-Misericordioso, que no-los concede a título precário, a fim de que venhamos a utilizá-los no aprimoramento de nós mesmos, marchando nas largas linhas da experiência, de modo a entrarmos na posse definitiva dos valores eternos, sintetizados no Amor e na Sabedoria com que, em futuro remoto, Lhe retrataremos a Glória Soberana." Ao ouvir tais palavras, André lembrou-se de como o homem conceitua erradamente a vida na Terra, ávido de posses, terras, casas, títulos e favores... O Ministro, registrando-lhe os pensamentos, comentou: "Realmente, no mundo, o homem inteligente deve estar farto de saber que todo conceito de propriedade exclusiva não passa de simples suposição. Por empréstimo, sim, todos os valores da existência lhe são adjudicados pela Providência Divina, por determinado tempo, uma vez que a morte funciona como juiz inexorável, transferindo os bens de certas mãos para outras e marcando com inequívoca exatidão o proveito que cada Espírito extrai das vantagens e concessões que lhe foram entregues pelos Agentes da Infinita Bondade". (Capítulo 7, pp. 87 a 89)

40. Diferenças entre o bem e o mal – Sânzio esclareceu, ainda, que no uso ou no abuso das reservas da vida, que representam a eterna Propriedade de Deus, cada alma cria na própria consciência os créditos e os débitos que lhe atrairão inelutavelmente as alegrias e as dores, as facilidades e os obstáculos do caminho. "Quanto mais amplitude em nossos conhecimentos, mais responsabilidade em nossas ações", asseverou o Ministro. Nesse ponto da conversação, Hilário perguntou ao Instrutor amigo o que devemos entender como sendo o "bem" e o "mal". Sânzio foi direto ao assunto: "O bem, meu amigo, é o progresso e a felicidade, a segurança e a justiça para todos os nossos semelhantes e para todas as criaturas de nossa estrada, aos quais devemos empenhar as conveniências de nosso exclusivismo, mas sem qualquer constrangimento por parte de ordenações puramente humanas, que nos colocariam em falsa posição no serviço, por atuarem de fora para dentro, gerando, muitas vezes, em nosso cosmo interior, para nosso prejuízo, a indisciplina e a revolta". "O bem será, desse modo – completou o Ministro –, nossa decidida cooperação com a Lei, a favor de todos, ainda mesmo que isso nos custe a renunciação mais completa, visto não ignorarmos que, auxiliando a Lei do Senhor e agindo de conformidade com ela, seremos por ela ajudados e sustentados no campo dos valores imperecíveis. E o mal será sempre representado por aquela triste vocação do bem unicamente para nós mesmos, a expressar-se no egoísmo e na vaidade, na insensatez e no orgulho que nos assinalam a permanência nas linhas inferiores do espírito." Após ligeira pausa, o Instrutor observou que possuímos em Jesus o paradigma do Eterno Bem sobre a Terra. "Tendo dado tudo de si, em benefício dos outros – lembrou Sânzio –, não hesitou em aceitar o supremo sacrifício no auxílio a todos, para que o bem de todos prevalecesse, ainda mesmo que a ele, em particular, se reservassem a incompreensão e o sofrimento, a flagelação e a morte." Na sequência, o Benfeitor atendeu a uma dúvida de André, relativamente aos sinais cármicos que trazemos em nós. Ele comparou então a esfera humana ao reino vegetal. Ora, assim como cada planta produz na época própria, segundo a sua espécie, cada alma estabelece para si mesma as circunstâncias felizes ou infelizes em que se encontra, conforme as ações que pratique, através de seus sentimentos, ideias e decisões na peregrinação evolutiva. "A planta, de começo, jaz encerrada no embrião, e o destino, ao princípio de cada nova existência, está guardado na mente", asseverou o Ministro. Ao contrário da planta, porém, que é uma crisálida de consciência, que dorme largos milênios, rigidamente presa aos princípios da genética vulgar que lhe impõe os caracteres dos antepassados, a alma humana é uma consciência formada que retrata em si as leis que governam a vida. (Capítulo 7, pp. 89 a 92)

Respostas às questões propostas

A. Que significa a palavra “carma”?
Expressão vulgarizada entre os hindus, carma, que em sânscrito quer dizer ação, compreende causa e efeito, uma vez que toda ação ou movimento deriva de causa ou impulsos anteriores. Para nós, expressa a conta de cada um, englobando os créditos e os débitos que, em particular, nos digam respeito. Por isso mesmo, há conta dessa natureza, não apenas catalogando e definindo individualidades, mas também povos e raças, estados e instituições. (Ação e Reação, cap. 7, pp. 86 e 87.)

B. É certo dizer que nós somos simples usufrutuários dos bens que possuímos?
Sim. Todos os valores da vida, desde as mais remotas constelações à mais ínfima partícula subatômica, pertencem a Deus. Patrimônios materiais e riquezas da inteligência, processos e veículos de manifestação, tempo e forma, afeições e rótulos honoríficos de qualquer procedência são de propriedade do Todo-Misericordioso, que no-los concede a título precário, a fim de que venhamos a utilizá-los no aprimoramento de nós mesmos, marchando nas largas linhas da experiência, de modo a entrarmos na posse definitiva dos valores eternos, sintetizados no Amor e na Sabedoria com que, em futuro remoto, Lhe retrataremos a Glória Soberana. (Obra citada, cap. 7, pp. 87 a 89.)

C. Como definir o “bem” e o “mal”?
Eis o que o Ministro Sânzio disse a respeito: "O bem, meu amigo, é o progresso e a felicidade, a segurança e a justiça para todos os nossos semelhantes e para todas as criaturas de nossa estrada, aos quais devemos empenhar as conveniências de nosso exclusivismo, mas sem qualquer constrangimento por parte de ordenações puramente humanas, que nos colocariam em falsa posição no serviço, por atuarem de fora para dentro, gerando, muitas vezes, em nosso cosmo interior, para nosso prejuízo, a indisciplina e a revolta". "O bem será, desse modo – completou o Ministro –, nossa decidida cooperação com a Lei, a favor de todos, ainda mesmo que isso nos custe a renunciação mais completa, visto não ignorarmos que, auxiliando a Lei do Senhor e agindo de conformidade com ela, seremos por ela ajudados e sustentados no campo dos valores imperecíveis. E o mal será sempre representado por aquela triste vocação do bem unicamente para nós mesmos, a expressar-se no egoísmo e na vaidade, na insensatez e no orgulho que nos assinalam a permanência nas linhas inferiores do espírito." (Obra citada, cap. 7, pp. 89 a 92.)


terça-feira, 29 de julho de 2014

Um espírito acompanhando os laços da Terra


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

O tempo físico computado somava quase cinco anos completos de sua partida. Senhor Luttemberg, cuja última existência se dera em Viena, Áustria, recebera notícias de seu grupo familiar, mas visitá-lo ainda não tivera oportunidade. Ele pôde, em algumas ocasiões permitidas, acompanhar momentos de seu lar terreno, de seus entes queridos, ocasiões essas, vistas, de onde o senhor Luttemberg se encontrava, no plano da erraticidade.
Em vezes inúmeras, esse senhor que fora tão respeitado por sua conduta reta e trato amoroso na última existência física, características já conquistadas por seu espírito, questionava-se quanto mais poderia ter realizado em benefício da família que se desmantelava diante de entardeceres e alvoreceres.
E de onde estava, sem muito poder cooperar, sentia muito pela situação vivenciada pela família que a cada dia se desestruturava por atitudes, palavras e sentimentos tão despropositados do caminho do bem e do amor.
O senhor Luttemberg, triste e inconformado, ainda de fato, sofria pelo valor exacerbado que, principalmente, os filhos davam ao dinheiro e a posições sociais; tudo isso é momentâneo e terreno. Os filhos, sobre qualquer situação ou pessoa, passavam por cima, e quanto mais se ratificavam essas situações, maior era a sua tristeza. Não sabia o que poderia fazer.
No local onde se encontrava para seu bem-estar e equilíbrio, entendimento e progresso, o senhor cultivava, com carinho, a amizade mais próxima e enobrecida de dois amigos; eles estavam há mais tempo por lá e já podiam orientar alguns companheiros que necessitavam de amparo e de fortalecimento para a seara do bem e do amor.
E numa dessas conversas, o senhor, muito infeliz com o que lhe fora mostrado sobre sua família, perguntou e pediu aos amigos:
– O que eu poderia fazer para ajudar meus entes queridos que se encontram no campo tão arraigado ainda das paixões, do orgulho, do vício? ... Por favor, me ajudem!
– Caro Luttemberg, estejamos com fé renovada e a prece incandescida. Tanto é necessário apaziguar, com o pensamento harmonioso, o coração dos irmãos que se encontram em desatino moral, emocional. Todos nós já vivenciamos fases de enorme desajuste, no entanto, são degraus rumo ao progresso. Uns demorarão mais e outros menos sofrerão por fazerem o percurso em menor tempo também. Toda ação implica a reação para essa energia e tudo atrairá conforme o que propagar. Acalme-se, irmão! É importante que procure se restabelecer e, assim, se sentirá melhor e mais poderá ajudá-los – Heitor, um dos amigos, esclareceu-lhe.
– Sim, amigo. Agradeço-lhes as palavras e a vibração fraterna e amorosa que me direcionaram.
Luttemberg pediu licença e se retirou. Precisava pensar um pouco e também serenar as ideias.
Num jardim onde as flores são tão lindas, os pássaros são tão belos e aquela natureza, incomparável, se comunicava por sorrisos e uma linguagem inteiramente amorosa, o senhor se sentou num dos bancos e se pôs a admirar a riqueza divina da esfera onde agora era sua morada. Os peixes, no pequeno lago do jardim, eram ternos e a vibração sentida era tão positiva e elevada como tudo no local. As flores eram inigualáveis e pareciam conversar tão amistosamente entre si. A vida emitia um brilho que os olhos humanos desconheciam; em todo lugar a claridade de paz e bem-estar se encontrava.
O senhor Luttemberg foi envolvido por uma luz calmante e amorosa e tanto se sentiu em harmonia e feliz. Compreendeu, com a lucidez das ideias, que todos são eternos e perfectíveis, e sua preocupação não ajudaria nenhuma das partes. Reequilibrou-se e fortaleceu-se com a prece amparadora aos entes ainda no plano terreno. Rogou ao Pai, ao Mestre querido, mas sempre antes com o pedido de permissão, que sua família recebesse socorro e a benéfica intuição para que, aos pouquinhos, entendesse e assimilasse o caminho novo e verdadeiro, real para a felicidade.
Ele se sentiu mais feliz por tanta alegria e pelo recebimento de mais uma dádiva, o bálsamo da clareza e compreensão. Olhou para o lado e a uma distância aproximada de três metros à sua direita, estava, uma garotinha linda, com seus cinco anos.
– Vovô, em breve irei para a jornada de mais uma existência na Terra. Serei responsável pela melhor condução e união de nossa família ‒ a linda menina aproximou-se e abraçou tão docemente o avô.
No prazo de alguns meses, Luttemberg recebera a notícia de que sua filha estava grávida e teria uma menina, como primogênita.
Toda a família terrena, após a notícia, passou a ter, mesmo que ainda sutil, uma transformação benéfica no comportamento. E um dos propósitos a alcançar da pequenina menina, espírito milenar, seria o de levar o amor aos mais recônditos lugares e às mais implacáveis criaturas, iniciando por seu núcleo familiar.
Seu nome de batismo seria Amélie, mas seria conhecida mundialmente como irmã Maria Amélia Auxiliadora, a peregrina do amor aos corações endurecidos e ao mesmo tempo tão carentes.
A ordem divina é primorosa e perfeita. Há sempre o motivo a encerrar o entendimento. Tudo é assistido e orientado e a visão é plena em todas as suas possibilidades. O que sempre caberá a cada espírito é a sua responsabilidade perante seu eterno caminho.
A todos, rege o mesmo princípio, mas são as decisões que implicarão a estrada íngreme ou o passo mais suave.
É o mesmo céu sobre a planície; é o mesmo sol a brilhar na manhã; é a mesma lua a iluminar o campo e a cidade; é a mesma vida a pulsar no universo.
E em sua jornada, a irmã Maria Amélia Auxiliadora levará o bálsamo do amor compreendido ao maior número de irmãos.
                                                    
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segunda-feira, 28 de julho de 2014

As mais lindas canções que ouvi (98)



Caminhemos

Herivelto Martins

Não, eu não posso lembrar que te amei,
Não, eu preciso esquecer que sofri.
Faça de conta que o tempo passou,
E que tudo entre nós terminou
E que a vida não continuou pra nós dois,
Caminhemos, talvez nos vejamos depois.

Vida comprida, estrada alongada...
Parto à procura de alguém
Ou à procura de nada...
Vou indo, caminhando,
Sem saber onde chegar,
Talvez que na volta
Te encontre no mesmo lugar.


Você pode ouvir a canção acima na voz dos seguintes intérpretes:



domingo, 27 de julho de 2014

De onde vem o dinamismo do movimento espírita



É importante que lembremos sempre aos que nos leem que é clara a distinção entre doutrina espírita e movimento espírita. A primeira compreende os princípios e o corpo doutrinário do Espiritismo, cuja codificação devemos a Allan Kardec.
Movimento espírita é o resultado da conjugação dos esforços dos adeptos do Espiritismo com o objetivo de sua propagação e consequente aplicação.
A doutrina espírita está consubstanciada nas obras fundamentais do Espiritismo, sobretudo no chamado Pentateuco Kardequiano. O movimento espírita se expressa nas atividades de todos os que – aqui, ali e acolá – divulgam, propagam e buscam pôr em prática a doutrina espírita.
Referimo-nos a este assunto porque não cabe ao Espiritismo responder por equívocos cometidos por aqueles que têm sob sua responsabilidade a condução do movimento espírita, quer no âmbito federal, estadual ou regional.
Às vezes ocorrem, dentro das instituições que coordenam o movimento espírita,  situações ou problemas que não têm nenhum respaldo no que a doutrina espírita ensina ou aconselha. Aliás, esse entendimento é aplicável às diferentes instituições que conhecemos. Ninguém culpará a Medicina pela má conduta de um médico negligente, ou o Direito, pela ação delituosa de um advogado.
Há, ainda, em determinadas localidades sociedades ou grupos espíritas que fazem questão de se isolar e em nada contribuem para que o trabalho do movimento espírita em sua cidade logre êxito, como se houvesse, em tais casos, uma disputa para ver quem é mais competente, um fato incompreensível em se tratando de movimento espírita.
Se, às vezes, determinada instituição enfrenta dificuldades, seja de ordem financeira, administrativa ou doutrinária, é fato raro que ela receba ajuda de suas coirmãs, ainda que se localizem na mesma cidade. E não estamos falando do antagonismo que muitas vezes colocam em posições divergentes essas mesmas instituições.
Allan Kardec disse, oportunamente, que um dos maiores obstáculos à expansão do movimento espírita seria "a falta de unidade". Devido a isso, ele nos recomendou de forma expressa: "Todos devem concorrer, ainda que por vias diferentes, para o objetivo comum, que é a pesquisa e a propaganda da verdade. Os antagonismos, que não são mais do que efeito de orgulho superexcitado, só poderão prejudicar a causa, que uns e outros pretendem  defender".  (O Livro dos Médiuns, item 348.)
Com esse objetivo, o Codificador destacou a importância da confraternização e dos contatos frequentes entre as diferentes sociedades ou grupos espíritas, como um fator relevante para o fortalecimento geral. "Esses grupos, correspondendo-se entre si, visitando-se, permutando observações, podem, desde já, formar o núcleo da grande família espírita, que um dia consorciará todas as opiniões e unirá os homens por um único sentimento: o da fraternidade, trazendo o cunho da caridade cristã." (Obra citada,  item 334.)
Vê-se, assim, que o dinamismo do movimento espírita não advém tão somente da divulgação doutrinária por meio dos livros e das publicações da imprensa espírita, mas é fruto, igualmente, dos encontros fraternos, dos congressos, dos eventos voltados para crianças, jovens e adultos, os quais nos cabe apoiar sempre, em atenção às diretrizes propostas por Kardec, a que nos referimos.


sábado, 26 de julho de 2014

Paralelismo e vitória brasileira


JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

— Meu caro Joteli, deixe de preguiça e elabore “Comunicar é preciso 16”. Afinal, em minha obra, você poderá encontrar todos os tipos de paralelismo elencados por José Carlos de Azeredo: o sintático, o semântico, o rítmico e até as rupturas com o paralelismo.
— Ora Machado, estou ficando velho, outro dia precisei lembrar uns nomes de críticos literários com os quais trabalho há trinta anos; tinha até uma “cola” no bolso, que  tive vergonha de utilizar e, simplesmente disse ao meu entrevistador que só lembrava de um. Esqueceu-me, como diria você, Antonio Cândido, pode? Que me não lembrasse de Raimundo Magalhães Júnior, de Hênio Tavares, de Alfredo Bosi e outros, utilizados nas nossas aulas de graduação, todos eles em minha estante, tudo bem; mas olvidar Antonio Candido? Impossível. Verdadeiro sacrilégio literário.
— Bobagem, Joteli. O que prevalece, em certas situações da vida, é a experiência... Para isso, you had  a vast amount  of knowledge.
— É, mas a idade... O que eu sei é que nada sei, já parafraseando o grande Sócrates... Outro dia, li uma declaração de uma senhora culta de que desejaria trocar tudo o que sabe por metade do que não sabe...
— Precisaria, ela, reencarnar umas mil vezes, meu caro, pois metade do que não sabemos não cabe nas cabeças somadas de todos os nossos maiores sábios...
— E o Brasil, ganha amanhã da Alemanha? Você que está aí do alto, Bruxo, conte para meus leitores...(1)
— Ganha de 4 a 0, com dois gols de Fred.
— É mesmo? Eu acredito... Nossa seleção é tão poderosa que faz coisas impossíveis.
— Mas falemos de coisa séria, Joteli, você vai ou não vai escrever sobre o paralelismo de uma sequência enunciativa?
— Começo pelo exemplo citado na frase acima, sobre nossa seleção. Nela, ocorre “paralelismo sintático” embora não o semântico.
— Deixe a ironia por minha conta, meu caro, e falemos de outra coisa.
— Só na próxima crônica. Depois dessa, estou na expectativa dos gols prometidos por você.
 — Então, adeus, Joteli. E não se esqueça: 4 a 0.
— Adeus, meu caro Bruxo.

(1) Este texto foi escrito, obviamente, antes da partida em que a seleção brasileira tomou de 7 a 1 dos alemães.




sexta-feira, 25 de julho de 2014

Pílulas gramaticais (113)


Como devemos dizer: “Ele ficou ao par dos últimos acontecimentos” ou “Ele ficou a par dos últimos acontecimentos”?
Ao par é uma expressão usada em economia e significa: que tem a cotação de mercado igual ao valor nominal ou legal (diz-se de título de crédito, taxa de câmbio, etc.). Por exemplo: quando o Plano Real foi instituído, o câmbio ficou quase ao par.
Ressalvado o caso mencionado, o correto é usar a par quando o objetivo é dizer que a pessoa está ciente de alguma coisa.
Assim digamos:
Ele ficou a par dos últimos acontecimentos.
Estamos a par do que aconteceu.
Meu pai ficou a par do resultado da eleição.

*

Os vocábulos giz e retrós, quando no plural, formam gizes e retroses. É correto, portanto, dizer um giz, três gizes, muitos gizes; um retrós, dois retroses, muitos retroses.
O mesmo procedimento verifica-se com o plural de arroz e gravidez. Digamos, pois, sem medo de errar, um arroz, dois arrozes, arrozes-doces; uma gravidez, duas gravidezes. É bem estranho, mas é o correto.
  

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Por que alguns morrem tão cedo?


Um leitor amigo, depois de informar que seu pai faleceu por afogamento na idade de 42 anos, indaga por que há pessoas que desencarnam tão cedo.
A pergunta é mais comum do que se pensa e vem de todos os lados, de espíritas e de não espíritas.
Conforme o que ensina o Espiritismo, excetuados os casos de suicídio direto ou indireto, a duração de uma existência corpórea está diretamente ligada à programação reencarnatória da pessoa e às provas por que ela deva passar.
Quanto à forma como se processa a morte corpórea, isso geralmente decorre do estilo de vida, da natureza das provas e das expiações previstas na mencionada programação.
É preciso que entendamos que as inumeráveis existências por que passamos na Terra se encadeiam, de tal modo que uma acaba influenciando a seguinte ou as seguintes. Se não existisse um programa a executar, seria realmente difícil entender por que alguns desencarnam crianças, outros falecem ao se formarem na faculdade e diversos numa idade em que muito poderiam ainda oferecer à sociedade e, todavia, são retirados do nosso convívio de repente, aparentemente sem motivo algum.
É bom, no entanto, que nós espíritas entendamos e divulguemos sempre que não existe morte e que a vida prossegue além-túmulo. O que perece é a forma física, o envoltório corpóreo, que utilizamos enquanto necessário ao cumprimento das tarefas assumidas.



quarta-feira, 23 de julho de 2014

Ninguém se encontra esquecido pelo Senhor da vida



Continuamos ontem à noite, no Centro Espírita Nosso Lar (Londrina, PR), o estudo sequencial do livro Ação e Reação, obra de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1957 pela Federação Espírita Brasileira.
Eis o texto que serviu de base ao estudo realizado:

Questões para debate

A. Como se chamava o Ministro que se materializou na Mansão e qual o objetivo de sua vinda àquela instituição socorrista?
B. Que solução foi dada ao caso Antônio Olímpio?
C. Existe alguma criatura que possa com razão considerar-se esquecida pelo Senhor da vida?

Texto para leitura

33. O recurso da câmara – Momentos antes do início da sessão de preces, Druso concitou a todos à necessária preparação, recomendando guardassem plena abstenção de pensamentos menos dignos e de quaisquer recordações desagradáveis, para que não se verificassem interferências na câmara cristalina, nome pelo qual designou o grande espelho colocado à sua frente. Explicou que as forças associadas dos médiuns presentes se caracterizavam por extremo poder plástico e que uma simples ideia, incompatível com a dignidade do recinto, poderia materializar-se, criando imagens impróprias na face do aparelho. O dirigente avisou, ainda, que, através de dispositivos especiais, todos os recursos dos medianeiros presentes seriam concentrados na câmara que, daquele minuto em diante, estaria sensibilizada para os misteres da hora em curso. Brando silêncio fez-se no recinto e Druso, erguendo-se, orou comovidamente a Jesus, rogando-lhe bênçãos para a reunião que se iniciava e a assistência dos protetores espirituais. Na prece, o dirigente da Casa lembrou a Jesus a carência dos que ali se reuniam e enfatizou a sua confiança no Divino Amigo, dizendo: "Sabemos que, sem o calor de tuas mãos compassivas, nos fenece a esperança, à maneira de planta frágil sem a bênção do Sol!..." (Capítulo 6, pp. 76 e 77)

34. O Ministro Sânzio – A oração de Druso, proferida com grande sinceridade, levou-o às lágrimas. A inflexão de suas palavras, repletas de dor, como se ele próprio fosse ali um Espírito recluso em padecimentos amargos, impressionou vivamente a André, que, sem poder controlar a emotividade, foi também tomado pelo pranto. Na sequência da oração, todos também choraram, contagiados pelas lágrimas abundantes que, vertidas por Druso, impediram a continuidade da rogativa. Extensa massa de vaporosa neblina cobriu, então, a face do espelho. André fixou-a, admirado, e pareceu-lhe identificar largo floco de névoa primaveril a distender-se, alva e móvel. Emergiu, então, da leitosa nuvem a figura respeitável de um homem aparentemente envelhecido na forma, revelando, contudo, a mais intensa juvenilidade no olhar. Era o Ministro Sânzio, a quem o dirigente Druso agradeceu, reverente, a presença.  Vasta auréola de safirino esplendor coroava-lhe os cabelos brancos, a derramar-se em sublimes cintilações na túnica simples e acolhedora que lhe velava o corpo esguio. No semblante nobre e calmo, vagava um sorriso que não chegava a fixar-se. O Ministro, após um minuto de silenciosa contemplação, levantou a destra, que despediu grande jorro de luz sobre todos, e saudou: "A paz do Senhor seja convosco". Havia tanta doçura e tanta energia, tanto carinho e tanta autoridade naquela voz, que André precisou manter-se atento para não cair de joelhos. (Capítulo 6, pp. 78 e 79)

35. Discussão do caso Antônio Olímpio – O Ministro, que ali aparecia materializado, mantendo o campo vibratório em que os demais se encontravam, avançou para os componentes da reunião e estendeu-lhes as mãos num gesto paternal, colocando-os à vontade. "Não desejava cerimônias", disse o visitante, que recomendou ao diretor apresentasse os processos em estudo. Druso exibiu, assim, vinte e duas fichas de largo tamanho, cada qual condensando a síntese das informações necessárias ao socorro de 22 Entidades recentemente internadas na instituição. Naquele momento, André não pôde fazer qualquer indagação direta, mas, posteriormente, Silas lhe informou que Sânzio, investido nas funções de Ministro da Regeneração, tinha grandes poderes sobre aquela casa de reajuste, com o direito de apoiar ou determinar qualquer medida, referente à obra assistencial, em benefício dos sofredores, podendo homologar e ordenar providências de segregação e justiça, reencarnação e banimento. O Ministro, atento, examinou todos os autos ali expressos em rápidas súmulas, das quais transpareciam não apenas informes escritos, mas também microfotografias e recursos de identificação que lembram os elementos dactiloscópicos da Terra, aceitando ou não as sugestões de Druso, depois de ligeiras considerações em torno de cada caso particular e apondo em cada ficha o selo que lhe assinalava a responsabilidade das decisões. Um dos processos referia-se a Antônio Olímpio. O Ministro concordou com o parecer da Casa quanto à conveniência de breve reencarnação do ex-fazendeiro no círculo em que delinquira, a fim de restituir, aos irmãos espoliados, os sítios de que haviam sido expulsos. Sânzio acentuou, porém, que o criminoso, conforme suas próprias alegações, não desfrutava qualquer atenuante, visto que vivera apenas para si, entregue à desvairada egolatria, isolando-se em prazeres perniciosos e sem beneficiar a ninguém, a não ser a esposa e o filho, que surgiam assim como valores benéficos para o delinquente, porquanto todo bem realizado, com quem for e seja onde for, constitui recurso vivo, atuando em favor de quem o pratica. Sânzio pediria, então, que Alzira (ex-esposa de Antônio Olímpio) comparecesse ao recinto, para ser consultada, o que não se faria com Luís, filho do casal, por este encontrar-se ainda internado no corpo físico. (Capítulo 6, pp. 79 a 81)

36. A solução programada – O Ministro proferiu uma prece silenciosa e, em resposta a seu apelo, a tênue matéria justaposta ao espelho se movimentou, de leve, dando passagem a uma suave figura de linda mulher. Era a irmã Alzira, que não demonstrou qualquer surpresa ante o chamado e, ciente dos fatos, aquiesceu prontamente à proposta que envolvia seu companheiro. "Ajudá-lo a reerguer-se, para a minha alma, não é apenas dever, mas também inexprimível felicidade...", acentuou a nobre Entidade, que revelou saber que os dois irmãos assassinados perseveravam no ódio e no desejo de vingança. Alzira contou também que ambos nunca lhe permitiram qualquer aproximação com Antônio Olímpio, no vale de trevas em que se demoravam por tantos anos... "Além disso –  acrescentou – , ressarcindo meus débitos do passado, sucumbi por minha vez às mãos deles dois, em tremenda obsessão, no mesmo lago em que perderam o corpo físico. Isso, porém, não é motivo para recuo. Estou pronta para o serviço em que possa ser útil." O Ministro informou-lhe que a recuperação de Olímpio, para a reencarnação, levaria tempo, mas que ela poderia, com o auxílio da Mansão, iniciar a obra socorrista. E propôs-lhe: "As vítimas de ontem, hoje transformadas em verdugos enrijecidos, moram na herdade que lhes foi arrebatada pelo irmão fratricida, alimentando o ódio contra os seus descendentes e conturbando-lhes a vida. É necessário que vás em pessoa suplicar-lhes melhores disposições mentais para que se habilitem ao amparo de nossa organização, preparando-se para o renascimento físico em época oportuna. Conseguida essa fase inicial de assistência, colaborarás na volta de Olímpio ao lar do próprio filho, e, por tua vez, tornarás à carne, logo após, a fim de que de novo te consorcies com ele, em abençoado futuro, para que recebas nos braços Clarindo e Leonel, por filhos do coração, aos quais Olímpio restituirá a existência terrestre e os haveres..." Um sorriso de ventura brilhou no semblante de Alzira, mas, porque denotasse algum temor, Sânzio exclamou: "Não desfaleças. Serás sustentada por esta Mansão, em todos os teus contactos com os nossos amigos fixados na vingança e atenderemos pessoalmente a todos os assuntos que se refiram à transferência de tuas atividades para este sítio, perante as autoridades a que te subordinas. Nossos irmãos infortunados não estarão insensíveis aos teus rogos... Sofreste-lhes impiedosos golpes nos derradeiros dias de tua permanência no mundo e a humildade dos que sofrem é fator essencial na renovação dos que fazem sofrer..." (Capítulo 6, pp. 81 a 83)

Respostas às questões propostas

A. Como se chamava o Ministro que se materializou na Mansão e qual o objetivo de sua vinda àquela instituição socorrista?
Sânzio era o seu nome. Investido nas funções de Ministro da Regeneração, tinha ele tinha grandes poderes sobre aquela casa de reajuste, com o direito de apoiar ou determinar qualquer medida, referente à obra assistencial, em benefício dos sofredores, podendo homologar e ordenar providências de segregação e justiça, reencarnação e banimento. Foi para isso que ele ali se encontrava. (Ação e Reação, cap. 6, pp. 78 e 79.)

B. Que solução foi dada ao caso Antônio Olímpio?
O Ministro Sânzio aprovou a solução proposta, que deveria contar com o apoio de Alzira, ex-esposa de Antônio Olímpio. Este retornaria à carne no lar do próprio filho e, mais tarde, ela se consorciaria novamente com ele para receber nos braços Clarindo e Leonel por filhos do coração, aos quais Antônio Olímpio restituiria, desse modo, a existência terrestre e os haveres. Um sorriso de ventura brilhou no semblante de Alzira, conquanto tenha ela denotado algum temor. Ciente disso, Sânzio lhe disse: "Não desfaleças. Serás sustentada por esta Mansão, em todos os teus contactos com os nossos amigos fixados na vingança e atenderemos pessoalmente a todos os assuntos que se refiram à transferência de tuas atividades para este sítio, perante as autoridades a que te subordinas. Nossos irmãos infortunados não estarão insensíveis aos teus rogos... Sofreste-lhes impiedosos golpes nos derradeiros dias de tua permanência no mundo e a humildade dos que sofrem é fator essencial na renovação dos que fazem sofrer..." (Obra citada, cap. 6, pp. 81 a 83.)

C. Existe alguma criatura que possa com razão considerar-se esquecida pelo Senhor da vida?
Não. O Ministro Sânzio, ao dizer a André e Hilário que também estudava a questão da dor e sua função na vida humana, esclareceu: “Sou funcionário humilde dos abismos. Trago comigo a penúria e a desolação de muitos. Conheço irmãos nossos, portadores do estigma de padecimentos atrozes, que se encontram animalizados, há séculos, nos despenhadeiros infernais; entretanto, cruzando as trevas densas, embora o enigma da dor me dilacere o coração, nunca surpreendi criatura alguma esquecida pela Divina Bondade". (Obra citada, cap. 6 e 7, pp. 83 a 86.)


terça-feira, 22 de julho de 2014

As clareiras de luz


CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

Os pés caminhavam sobre as folhas secas do outono dourado. A pequena estrada se iniciava timidamente e avançava, decidida, mata adentro. As mãos descansadas e seguras atrás do corpo era uma forma singela de reverência à sublime natureza.
Desde pequeno, Nicolau caminhava assim. Hoje já era um ancião, no entanto, suas características atravessaram bem mais de meio século e mais reforçadas se mantinham.
Como feixes da mesma cor do outono, os raios de sol cortavam árvores tão altas e centenárias, pois a luz sempre transpassa e ilumina. E assim, com raios dourados na imensidão da mata, transformando em cenário completo e incomparável, o senhor, em mais uma manhã, se regozijava com o passeio desde sua simples casa ao clarão do meio do arvoredo circundado por flores amarelas.
Essa clareira despertava curiosidade, mas o respeito do senhor pela natureza era ainda maior e ele seguia os dias com mais admiração que questionamentos. Por um tempo teve a companheira ao lado, no entanto, sua jornada terrena fora programada para um período mais curto que do esposo, e Nicolau continuou a vida no lugar onde crescera e tanto amava. E sempre apreciava a grandeza natural com mãos estendidas e seguras na parte de trás, na parte baixa, nas costas.
Havia também o Tenório, companheiro de tantos anos, um labrador inteiro preto, um cão amoroso e protetor. Ele seguia a calma dos passos de seu amigo Nicolau.
O homem não compreendia nitidamente, mas era atraído a essa clareira como se existisse um ímã: duas vezes por dia ele se encaminhava, bem de manhãzinha e ao final da tarde. E sentia, naquele espaço, uma felicidade completa, uma restauração em sua alma, no entanto, não sabia como esclarecer o sentimento que o tomava nesses minutos, mas permanecia, quieto e recebedor da luz contínua que jorrava do alto; nem todas as pessoas eram capazes de observar e entender o que sucedia.
E assim, nessas décadas, esse era o ritual diário mas sem esforço, pois lhe era muito reconfortante e com tanta plenitude.
Quando Nicolau completara oitenta anos, bem numa terça-feira ainda do mês de outono, encaminhou-se à clareira, circundada de flores amarelas, na companhia ainda de seu Tenório já envelhecido, mas ainda, sim, tão próximo companheiro... seu amigo, e os dois se sentaram, na clareira, canto direito, como de costume. Nicolau, devagar, sentou-se numa pedra e o cão deitou-se ao seu lado.
Era manhã e as flores amarelas estavam tão vivas e brilhosas com o orvalho que a noite deixara.
Os dois, tão em paz com a vida pelo compromisso de viver, realizado, começaram a sentir o desligamento da energia terrena; seus corpos começaram a desfalecer e, lentamente, Nicolau foi pendendo para o mesmo lado onde seu companheiro estava. E de uma forma singela, o homem se deitou bem ao lado do amigo. O cão ainda observou Nicolau se ajeitar ao seu lado, inconsciente, e ali ficou. Sem compreender, mas aceitando o calor restante do corpo do amigo, o animalzinho se aconchegou e também seus olhos vagarosamente se fecharam e estavam, em seu último brilho, calmos e felizes. Os dois seguiram a natural viagem. Homem e animal, seres distintos, porém com o sentimento fraterno e leal do companheirismo.
Talvez, desde o início, buscassem a ampla clareira como lugar de bem-estar, supostamente, estruturada pela natureza, só isso. No entanto, a energia era intensa, acima da média que se encontra em matas primitivas. E havia naquele momento a luz em forma de cone abrangendo um pouco mais da extensão do espaço delimitado pelas flores amarelas.
E essa luz é desde o início da criação dessa natureza, mas sua intensidade realmente, incomparável.
Os olhos espirituais podiam ver a rápida rotação de sua energia e ainda podiam conferir que era um dos canais mais intensos ligando o plano terreno ao campo etéreo. Esses campos existem em todos os espaços do universo, são ligações constituídas por pensamentos e sentimentos elevados que se amparam no amor comum e no bem coletivo.
E Nicolau, em toda a sua existência contemporânea, mesmo mais isolado no espaço da natureza amiga, se completava mais e mais quando ao amanhecer e ao final da tarde, buscava a clareira escolhida por ele, lugar simples que, no entanto, transformara-se em pura referência da benéfica radiação. E o ímã da luz benfazeja tanto se fortalecia durante os anos... a mesma energia é atraída e muito se fortalece.
Sem a consciência exata de seu ato, mas o coração radiante de amor, junto com tantos outros bons espíritos arraigados para a ajuda da regeneração do Planeta, Nicolau contribuiu para o surgimento dos chamados cordões de equilíbrio, onde surgem as clareiras tão maravilhosas e restauradoras de fé e amor; em todos os lugares esse brilho intenso pode se apresentar, onde houver um coração amoroso, humilde e bondoso, de fato haverá a luz que liga aos céus.
O homem e seu amigo cumpriram o tempo programado, mas ainda melhor, foram trabalhadores incansáveis com o propósito no bem, luz que dissipa a escuridão da dor e das limitações. Continuarão o trabalho e exemplo.
A responsabilidade dos atos tem, no mínimo, três ramificações: o resultado direto, o aprendizado para o observador e a relação para o todo comum.
E por meio desse cordão iluminado, os dois amigos seguiram passagem para o lar de verdade, a morada do espírito, e a fé, o amor, a bondade partiram junto com os donos dessa energia, comprovando, assim, mais uma vez, que somos o reflexo de todos os nossos atos e sentimentos.
Que as clareiras da luz amorosa sejam um número sempre à frente das devastadoras energias contrárias.

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/


segunda-feira, 21 de julho de 2014

As mais lindas canções que ouvi (97)


Nem eu

Dorival Caymmi


Não fazes favor nenhum
Em gostar de alguém,
Nem eu, nem eu, nem eu...
Quem inventou o amor
Não fui eu,
Não fui eu, não fui eu,
Não fui eu nem ninguém.
O amor acontece na vida,
Estavas desprevenida
E por acaso eu também.
E como o acaso é importante, querida,
De nossas vidas a vida
Fez um brinquedo também...


Clicando em https://www.youtube.com/watch?v=Xja-Ptz-qlM,  você pode ouvir esta linda canção na clássica interpretação de Dorival Caymmi e Gal Costa.
E você pode também ouvi-la na voz de Ângela Maria e Gal Costa clicando em http://www.radio.uol.com.br/#/artista/gal-costa-angela-maria/1842450



domingo, 20 de julho de 2014

Como nós, os espíritas, vemos Jesus


Tema central da 23ª Semana Espírita de Londrina, que está sendo realizada no Ginásio de Esportes do Lar Anália Franco, Jesus de Nazaré, modelo e guia da Humanidade, é tratado com a reverência que merece nas obras e nas práticas espíritas.(1)
Nos itens 6 e 7 do cap. I d´O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec escreveu:

“A lei do Antigo Testamento teve em Moisés a sua personificação; a do Novo Testamento tem-na no Cristo. O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus, mas não tem a personificá-la nenhuma individualidade, porque é fruto do ensino dado, não por um homem, sim pelos Espíritos, que são as vozes do Céu, em todos os pontos da Terra, com o concurso de uma multidão inumerável de intermediários. É, de certa maneira, um ser coletivo, formado pelo conjunto dos seres do mundo espiritual, cada um dos quais traz o tributo de suas luzes aos homens, para lhes tornar conhecido esse mundo e a sorte que os espera.
“Assim como o Cristo disse: ‘Não vim destruir a lei, porém cumpri-la’, também o Espiritismo diz: ‘Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução’. Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas desenvolve, completa e explica, em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegórica. Vem cumprir, nos tempos preditos, o que o Cristo anunciou e preparar a realização das coisas futuras. Ele é, pois, obra do Cristo, que preside, conforme igualmente o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o reino de Deus na Terra.”

Analisando o texto acima na Introdução ao Livro dos Espíritos (LAKE, 3ª edição, págs. 11 e 12), José Herculano Pires afirmou, com a autoridade intelectual que conhecemos, que a Bíblia é a codificação da primeira revelação cristã, o Espiritismo, a codificação da terceira revelação, e o Evangelho representa a segunda revelação, "a que brilha no centro da tríade dessas revelações", tendo na figura do Cristo o sol que ilumina as duas outras, uma como que "intervenção direta do Alto para a reorientação do pensamento terreno".
Sol que ilumina as duas outras! Herculano não poderia ter sido mais feliz ao escrever tais palavras e, no entanto, apenas confirmava o que, muito antes dele, Léon Denis e Emmanuel haviam escrito a respeito do amigo espiritual a quem todos nós amamos.
O “governador espiritual” de nosso planeta, conforme palavras de Léon Denis, teve realmente, e continua tendo, um papel fundamental na organização e direção do mundo em que vivemos, como podemos inferir lendo este pequeno texto que Emmanuel inseriu no cap. 1 do seu livro A Caminho da Luz:

“Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades planetárias. Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um dos membros divinos, ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu, nas proximidades da Terra, para a solução de problemas decisivos da organização e da direção do nosso planeta, por duas vezes no curso dos milênios conhecidos. A primeira verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar, a fim de que se lançassem, no Tempo e no Espaço, as balizas do nosso sistema cosmogônico e os pródromos da vida na matéria em ignição, do planeta, e a segunda, quando se decidiu a vinda do Senhor à face da Terra, trazendo à família humana a lição imortal do seu Evangelho de amor e redenção.”

Não foi, portanto, sem razão que Allan Kardec, ao comentar a resposta dada pelos benfeitores espirituais à pergunta 625 d' O Livro dos Espíritos, escreveu: "Jesus é para o homem o tipo da perfeição moral a que pode aspirar a humanidade na Terra. Deu no-lo oferece como o mais perfeito modelo, e a doutrina que ele ensinou é a mais pura expressão de sua lei, porque ele estava animado do espírito divino e foi o ser mais puro que já apareceu sobre a Terra".

(1) A 23ª Semana Espírita iniciou-se ontem à noite e termina no dia 26 de julho, com seminários e palestras diariamente. A programação completa pode ser vista em http://www.internorteparana.com.br/component/content/article/34/784



sábado, 19 de julho de 2014

Novo hino nacional brasileiro


JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Leitora amiga, meu bom leitor, em minha última crônica, prometi-lhes que abordaria as crônicas mediúnicas recebidas pelo Chico. Hoje, Joteli deveria postar “Comunicar é preciso XVI” e tratar sobre “paralelismo frasal”, porém, a meu pedido, cedeu seu espaço para nova crônica; pois estou um pouco “aperreado”, nestes dias, com a leitura das obras franciscanas, e tirei o tempo para escrever-lhes estas mal traçadas linhas.
Há algum tempo, houve um concurso para mudar a letra do hino nacional brasileiro. Na época, nenhuma proposta fora suficientemente criativa e inspiradora para substituir tão elevada composição do espírito...
Nosso hino canta a placidez de nossas margens, que ouviram do Ipiranga o brado de D. Pedro I, confundido com o do povo; enaltece o “sol da liberdade” e o braço forte da igualdade brasileira.
Nosso hino exalta o desafio feito por nosso peito à própria morte e oferece duas salvas à pátria amada, idolatrada, ainda que nem todos conheçam a letra do seu hino nacional.
Nosso hino aponta o símbolo da cruz no céu risonho e límpido do Brasil, “um sonho intenso”. E eis aqui o primeiro problema: precisamos acordar para ver o “raio vívido” de “amor e de esperança”, que à terra desce.
Sim, o Brasil é “gigante pela própria natureza”, é “terra adorada entre outras mil”, é “gentil”, é pátria “idolatrada”... Mas, caramba! não pode ficar “deitado eternamente em berço esplêndido”, precisa levantar-se, pois até o baiano já se cansou de ficar na rede e se ergueu para pegar a nota perdida de cem reais que viu a três metros de onde estava.
É bem verdade que, primeiro, orou para ver  se Deus mandava um ventinho soprá-la para perto de si; mas, vendo que seu primeiro esforço fora inútil, fez nova força, desceu da rede, dirigiu-se até a cédula, abaixou-se, pegou a nota, colocou-a no bolso e...
Outra coisa, por que só “paz no futuro e glória no passado”? Queremos também a glória no presente.
E, para finalizar, nada de enaltecer a luta contra a “clava forte” erguida por seus irmãos, cultuemos a paz, a igualdade e a fraternidade, junto com o trabalho, o investimento na saúde, na educação e na justiça social para todos, como, aliás, prevê nossa Carta Magna.
Assim, ninguém vai pensar em erguer a clava forte contra nós, com toda a certeza.
Nessa época de futebol, uma emissora de TV propôs a substituição do “hino brasileiro” da Copa do Mundo por outro, mas se nem nosso hino nacional, tão pouco decorado, foi trocado, como substituir o que o povo já decorou?
Então, meu caro leitor, como estive ausente na época do concurso para trocar a letra de nosso hino por outra, agora que estou presente, proponho-lhe interceder, junto com sua amada, a todos os brasileiros, para aprovarem minha proposta de sua nova letra.
Quanto à música, deixo-a ao encargo do nosso maestro Isaac Karabtschevsky, a quem muito admiro. Como não tenho seu endereço, peço a você que me lê a pequena gentileza de encaminhar a letra ao músico...
Eis a letra do “Novo hino nacional brasileiro”:

Esta nação do canto do sabiá
não foi feita por Deus, nosso Senhor,
para a guerra, para ato de terror,
o lema do seu povo é trabalhar.

Seu Cruzeiro do Sul, entre as estrelas,
desse fraterno traço em teto astral,
fez nos céus, muito além de engrandecê-las,
a marca de união universal.

Essa cruz é o sinal de redenção
do Brasil, como pátria do Evangelho,
cuja meta é mostrar ao mundo velho
que é na paz que se faz uma nação.

Eis que somos a síntese das raças,
nosso povo é feliz e acolhedor,
nossas terras e rios têm mil garças,
piracema, ouro preto e muito amor.

Sob as luzes do nosso céu de anil,
contemplado por ninfas, nuvens níveas,
cereais, campos verdes, mil orquídeas
pátria amada e gentil, és tu, Brasil.

O que você acha disso, amiga leitora, gostou? Então divulgue, encaminhe para as nossas autoridades, envie às escolas, aos hospitais e até aos cemitérios...
Quem sabe assim nos levantamos e nos tornamos, como propôs meu amigo Humberto de Campos, o “Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho”, aliado ao trabalho, à solidariedade e à tolerância?!
Chega de lutas e guerras fratricidas, queremos paz.
Chega de preguiças, de rapinagens e de mortes, cultuemos a vida e a honestidade.
Chega de demagogias políticas, queremos um governo honesto.
Comecemos, então, por banir do nosso hino qualquer menção à violência.
Troquemo-lo por esse, que trata da paz e do amor... mas se você tiver melhor proposta, apresente-a, amigo leitor. Afinal, somos ou não, democratas?
Você promete, leitora amiga, promete que vai nos apoiar nessa saga do bem? Ainda bem... Que bom! Conto consigo.
Se não, ao menos mostre que tem personalidade forte: decore o hino atual ou defenda suas estrofes.




sexta-feira, 18 de julho de 2014

Pílulas gramaticais (112)


Observe esta frase: “Eis aqui, então, uma regra prática...”

Em vez de “eis aqui”, bastaria ter escrito: “Eis, então, uma regra prática...”, evitando a redundância, visto que o vocábulo “eis” significa “aqui está”.

Exemplos:
- Eis o vencedor da Copa (Aqui está o vencedor da Copa)
- Eis o que tenho de falar-lhes (Aqui está o que tenho de falar-lhes)
- Eis o filme de que lhe falei (Aqui está o filme de que lhe falei).

*

Três outras observações sobre o uso do vocábulo “eis”:

1) A expressão “eis por que” escreve-se assim mesmo, com os vocábulos “por” e “que” separados.

Exemplos:
- Eis por que me afastei daquele grupo.
- Eis por que começou o conflito.

2) Devemos evitar o uso de “eis que”, quando for substituível por “uma vez que”.

Exemplos:
- Ele deve vencer o campeonato, uma vez que é o melhor time. (E não: Ele deve vencer o campeonato, eis que é o melhor time.)
- O recurso será rejeitado, uma vez que é inepto. (E não: O recurso será rejeitado, eis que é inepto.)

3) Se não for substituível pela locução “uma vez que”, é válido usar “eis que”:

Exemplos:
- Quando menos esperávamos, eis que se iniciou a confusão.
- Eis que surgiu finalmente a noiva tão esperada.

  

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Consequências do abandono da tarefa mediúnica


Uma leitora, que reside no momento fora do Brasil, pergunta-nos que perigos há no fato de seu marido, que é médium, ter deixado de trabalhar na área da mediunidade.
Esse assunto foi examinado por Divaldo Franco no livro Diretrizes de Segurança (Editora Frater, 3ª edição, questão 26), em que ele explica que a mediunidade apresenta-se nas pessoas como sendo uma aptidão. Se essa aptidão não for convenientemente educada e canalizada para a finalidade a que se destina, os resultados não serão os desejados e o médium que abandonou a tarefa enfrentará os efeitos consequentes do desprezo a que sua faculdade ficou relegada. Evidentemente, a faculdade mediúnica não desaparece e a pessoa continua médium, mas, não a dirigindo para a finalidade nobre, passa a ser conduzida por entidades invigilantes, no rumo do desequilíbrio. Enquanto se mantiver no exercício correto de suas funções, encontrar-se-á sob o amparo de entidades responsáveis. No momento em que inclinar a mente e o comportamento para outras atividades, transferir-se-á de sintonia, e aqueles com os quais vai manter o contato psíquico poderão, em face do seu teor vibratório inferior, produzir-lhe danos. Feitas tais considerações, Divaldo Franco lembra que a mediunidade é um compromisso para toda a vida e não apenas para um determinado período de tempo.
É claro que muitas pessoas não podem exercer a faculdade mediúnica por haverem passado a residir em localidades onde não existem centros ou grupos espíritas. Mas, em tais casos, o médium poderá, se quiser, direcionar suas forças medianímicas para outras atividades igualmente nobres, como a evangelização da criança, os passes magnéticos, o socorro e o atendimento dos necessitados encarnados, até que lhe surja a oportunidade de retomar a tarefa momentaneamente interrompida.