CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR
Um jovem elefantinho, órfão e ainda sem muito
conhecimento sobre a vida, estava machucado e assustado. Não tinha experiência
para lidar com as intempéries e nem perceber o andamento de seu caminho. Ele
buscava saciar suas necessidades básicas e proteção para sua sobrevivência.
Nessas horas, podemos reconhecer a bondade em
corpos totalmente distintos, em espécies nada parecidas. No momento tão crítico
em que o elefantinho só queria se esconder atrás de um arbusto, para se
proteger de outros animais e até mesmo de outros elefantes que não o queriam
por perto, ele encontrou um olhar balsamizante: uma jovem da região o
observava.
Olhares que se encontraram e se afinizaram. Sem
muito alarde, ela se aproximou do pequeno. Ele, de tão assustado, tentou
recuar, mas seu cansaço e medo o desarmaram: desabou no chão.
A jovem acelerou os passos e já estava de
joelhos ao lado do animal.
– Pobrezinho! – pensava ela.
Tomou o pulso... estava vivo, no entanto, os
olhinhos do elefante se fecharam. Passou a mão na cabeça do animalzinho e falou
para ele ouvir:
– Seja forte! Buscarei ajuda. Você é muito
importante, meu amigo!
Aquelas palavras pareciam medicamento para o
animal que tudo ouvira.
Em menos de uma hora, a jovem retornou com seu
pai, cuidador de elefantes de um parque próximo, e com mais dois ajudantes e um
veículo para o transporte.
Com esforço e carinho, o elefantinho foi
transportado para um local onde seria avaliado e receberia o cuidado
necessário. Quanta correria, entretanto, o objetivo se cumpriu.
O pequeno recebeu atenção e foi se recuperando,
mas surgiu outro impasse. Alguns elefantes, ou seja, mesma espécie, não o
aceitavam no abrigo. Maltratavam-no com a maior facilidade.
– Mas aonde vou? Não tenho família. O que me
acontecerá? – o animal, amedrontado, se questionava.
Para tudo há um limite. E assim aconteceu. A
jovem que o resgatou, sempre o amparava e o orientava, quanto à forma adequada,
para uma melhor convivência com os outros elefantes. Até que certa tarde, ela
chegou ao local e presenciou a maldade de os outros não deixarem o elefantinho
se alimentar.
Deu aquele grito. Como em toda comunicação,
quando há elevação de voz, pelo menos uns segundos de atenção se conquistam, ou
por susto, ou por medo, o que, aliás, não é um recurso muito favorável. Enfim,
os outros elefantes se assustaram e rumaram para um pátio maior.
O elefantinho, com os olhos baixos e as orelhas
murchas, olhou para a jovem e sentiu o amparo materno, o qual lhe fora privado.
Um pouco hesitante, mas a esperança ainda viva, veio ao encontro de sua mamãe
humana, que o acariciou e o confortou mais uma vez.
Mais seguro a cada amanhecer, o agora quase
adulto elefante ainda se encontra no abrigo, mas com a função de organizar o
local e amparar os novos elefantinhos órfãos que, para lá, são levados.
A ajuda chegada a tempo é a oportunidade doada
para que a existência continue viva.
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