terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Contos e crônicas


Bastam as boas atitudes como evidência

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Em meio a um momento escancarado no qual muito do que deveria referir-se à particularidade é aberto em qualquer canto do Planeta com um natural clique, realmente deve-se observar o que está impulsionando o desejo em mostrar o íntimo, o sagrado, o tão particular. Cada pessoa possui um universo que se deve respeitar, iniciando por si mesma. O desejo de ser visto incessantemente nas mídias é necessário ou compensatório?
Se somos um universo individual, somos também a luz e a energia, somos centelha divina, somos eternidade, não necessitamos de fotos diárias, relatos constantes sobre o próprio dia a dia, aliás, esse marketing não nos fará maior, no entanto, muito poderá nos prejudicar, pois quando a imagem e as mecânicas cenas são como o pulsar, como estará a essência desse coração? É de fato isso ou é um grito por socorro?
E infelizmente grande parte das pessoas que tanto se evidencia é o oposto dessa aparência, essas pessoas não estão felizes, não estão completas, não conquistaram ainda o que desejam, nem possuem laços estreitos com milhares de amigos virtuais ‒ pois basta ter um amigo verdadeiro ‒; essas pessoas fazem de conta e deixam de viver o grande presente que é a vida com suas reais características. Elas se viciam em (a)parecer sem ser e o tempo passa e a verdadeira felicidade é adiada.
Quanto há a conhecer, a experimentar, a ler, a ensinar, a aprender, a sorrir, a compartilhar grandes atos, a solidarizar, a melhorar e para isso tudo é preciso querer viver a vida real, a vida abençoada. Então, torna-se essencial reservar a alma, a esplêndida luz que habita cada uma em sua grandeza, todas as suas particularidades, suas riquezas e, sinceramente, escancarando sua intimidade não é um meio coerente para essa luz brilhar.
O respeito existe quando se inicia no âmago, como todo benfazejo atributo, logo, tudo se deve iniciar no interior para a compreensão e após o entendimento haverá condição de expandir-se. O que se pensa ser sem realmente conquistar é perda de energia, é frustração, é grande tristeza disfarçada de ilusório contentamento.
Na era tecnológica, a excedente exposição virtual é frequente e comum, mas é necessária a pergunta: será que as pessoas se interessam por minha história, será que é importante este tipo de exposição para a sociedade e para mim? Perguntas simples que nos pouparão chateações e constrangimentos. Entretanto, se as perguntas forem feitas a Deus, sem sombra de dúvida, Ele responderá ao nosso coração que somos importantes demais, somos os filhos de Sua criação, somos parte de Sua luz, somos os herdeiros de Seu amor.
Pois bem, se nos voltarmos alguns segundos diários ao Pai, nossa vida começará uma notável transformação e com essa experiência maravilhosa quereremos dedicar-Lhe alguns minutos a mais e assim sucessivamente. O coração estará sentindo o início da completude, seu grande objetivo, e começará a entender a verdadeira paz de espírito que tanto almeja.
A alma, essência infinita, é reservada, é sagrada. Sua verdadeira intimidade somente lhe diz respeito, são os seus atos que falarão por si, a bondade, o ensinamento, a aprendizagem, a alegria, a gratidão, a conduta, o amor, o respeito, a paciência, a doação ou todo o contrário desses nobres sentimentos; escolha individual.
Então, que estejam em evidência as positivas atitudes, pois essas muito atribuirão ao bom desenvolvimento da vida e que a alma seja reservada quanto ao sutil orgulho disfarçado de desastrosas e incontáveis aparições numa tela física que se desmancha em segundos.
Será com a tela das vivências e com o seu número de acessos aos benéficos exemplos que deveremos nos preocupar, com todos os benévolos atos, palavras, pensamentos e sentimentos, já que os bons exemplos emitem luz e criam verdadeira alegria em senti-los e reproduzi-los, sem contar a beleza que se tornam no contexto da vida e a real vontade despertada em compartilhá-los.
   
Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/





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segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

As mais lindas canções que ouvi (227)


Regra Três

Toquinho e Vinícius de Moraes

Tantas você fez que ela cansou
Porque você, rapaz,
Abusou da regra três,
Onde menos vale mais.

Da primeira vez ela chorou,
Mas resolveu ficar.
É que os momentos felizes
Tinham deixado raízes no seu penar...
Depois perdeu a esperança,
Porque o perdão também cansa de perdoar.

Tem sempre o dia em que a casa cai,
Pois vai curtir seu deserto, vai.
Mas deixe a lâmpada acesa,
Se algum dia a tristeza quiser entrar,
E uma bebida por perto,
Porque você pode estar certo que vai chorar.



As cifras desta música você encontra em: http://www.cifras.com.br/cifra/toquinho-e-vinicius/regra-tres/


Você pode ouvir a canção acima, na voz dos intérpretes abaixo, clicando no link indicado:




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domingo, 29 de janeiro de 2017

Reflexões à luz do Espiritismo


A vida faz algum sentido?

No mesmo jornal – Gazeta do Povo, de Curitiba – com diferença de apenas 15 dias, lemos as declarações abaixo, dadas por pessoas formadas na mesma disciplina, a Psicologia:

“Acho que a gente procura sentido demais para a vida. Uma das razões para a infelicidade, acho, vem dessa incapacidade de viver com leveza, de conviver com o fato de que a vida não tem sentido.” (Contardo Calligaris, psicanalista italiano.)

“O desenvolvimento da dependência está relacionado a cinco componentes: familiar, psicológico, biológico, espiritual e social. (...) o componente espiritual tem a ver com a percepção de sentido para a vida. É muito menor a experimentação de drogas e a repetição do uso entre jovens que têm relação com a espiritualidade.” (Raphael Mestres, psicólogo, mestrando em Dependências Químicas pela Universidad del Salvador, em Buenos Aires, e coautor do livro Não dá nada, sobre dependência química.)

A vida, segundo o psicanalista Calligaris, não tem sentido. Diferente é a opinião das pessoas a quem o psicólogo Raphael Mestres se refere.
Afinal, a vida tem ou não tem sentido?
É claro que a vida tem, sim, sentido. Ela não é um tiro no escuro, nem uma novela a que falta um editor ou uma direção.
O leitor pode pensar que é dogmaticamente que nos expressamos, ignorando que a doutrina espírita não é feita de dogmas, nem é fruto de decisões conciliares ou de decretos papais. Muito diferente disso, ela se fundamenta no depoimento, confirmado milhares de vezes, de pessoas que também nutriam pensamentos equivocados, mas um dia, retornando à vida verdadeira, tiveram de rever seus conceitos.
Reportamo-nos a isso em dezembro de 2014 quando comentamos o livro Perante Deus, a primeira obra de autoria de Erick, pseudônimo utilizado por ilustre escritor brasileiro, que a transmitiu por intermédio da médium Célia Xavier de Camargo, nossa companheira de redação no jornal O Imortal e na revista O Consolador.(1)
A visão que Erick tinha da vida e do mundo, quando estava encarnado, era totalmente diversa da visão de Erick-desencarnado.
Inconformado com as desigualdades, as injustiças e as mazelas da sociedade terrena, Erick rejeitara, em vida, a ideia de Deus e, como consequência, tudo quanto decorresse daquilo que chamamos fé. A vida, para ele, como o é para Contardo Calligaris, não tinha sentido.
Adveio-lhe, no entanto, a bendita desencarnação e Erick pôde, enfim, perceber com os próprios olhos que a vida e o mundo obedecem a um planejamento meticuloso e que, na execução desse planejamento, é forte a presença do Criador e dos Benfeitores espirituais que a bondade do Pai permite que nos assistam, para que não nos afastemos do rumo que é preciso seguir para atingirmos a meta para a qual todos fomos criados.
Lemos na principal obra espírita a seguinte resposta dada pelos imortais à pergunta “Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?”:

“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.” (O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, questão 132.)

Que existem muitos Ericks por aqui, cremos que ninguém ignora.
É, porém, uma pena que seja preciso que desencarnem para alterarem sua visão com respeito à vida, ao mundo e, sobretudo, com relação a Deus, nosso Criador, a quem tudo devemos.


(1) O texto mencionado, intitulado A presença de Deus no mundo, foi publicado neste blog. Eis o link: http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2014/12/reflexoes-luz-do-espiritismo.html






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sábado, 28 de janeiro de 2017

Destaques da semana da revista “O Consolador”


Encontra-se desde já disponível na Web a edição semanal da revista O Consolador, cujos destaques vão abaixo relacionados, seguidos dos respectivos links:

Destaques da edição 501

(29 de janeiro de 2017)

Já está disponível na Web a edição deste domingo (29-janeiro) da revista O CONSOLADOR.
Saiba o que ocorre nesta semana no movimento espírita brasileiro.
Anote e acompanhe os eventos espíritas internacionais desta semana.
Carlos Alberto Garcia, da Web Rádio Espírita de Campinas(SP), é o nosso entrevistado.
Victor Passos é o autor do Especial, cujo tema é a Assistência Hospitalar Espírita.
Amanhã, dia 30, fará 79 anos que desencarnou Cairbar de Souza Schutel.
“Os espíritas diante dos que sofrem” é o título do nosso editorial.
O e-book “Entre o início e o infinito”, de Cínthia Cortegoso, é o livro do mês da EVOC.
De um leitor:  A doutrina espírita aceita a teoria da evolução de Darwin?
É correto dizer que o homem é, frequentemente, o artífice de sua própria infelicidade?
De uma leitora:  Na visão espírita, quais são os animais mais inteligentes?
“A fé como visão” – de Claudio Viana Silveira.
“Tudo o que existe é peça da vida...” (Emmanuel)
“O estresse” – de Flávio Bastos do Nascimento.
O estado de vigília é um empecilho à comunicação entre vivos?  
“A reivindicação” é outro lindo conto narrado por Hilário Silva.
“Todo o mal deriva do egoísmo” – de Gebaldo José de Sousa.
“O palavrão” – uma instrutiva história contada por Meimei.
“Hakuna Matata” – de Marcus Braga.
A exaustão derivada dos excessos da sensualidade pode levar ao tédio? 
Com o livro “Libertação” aprendemos o que é, em verdade, a desobsessão.
“Espiritismo filosófico: uma redundância necessária” – de Rodinei Moura.
Você conhece os sufixos do esperanto? Confira.
“No ano novo, a vida é nova?” – de Rogério Miguez.
Qual é o melhor caminho para a libertação?
Acentuação gráfica pós-Acordo: alguns acentos diferenciais continuam.
“Paciência: educação para o Espírito” – de Temi Mary Faccio Simionato.
“A Terra é a Grande Mãe” – diz-nos em belo soneto o poeta Amaral Ornellas.
“Será que nós, espíritas, entendemos Kardec?” – de Wellington Balbo.




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Contos e crônicas


Memoráveis viagens de fusca

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Em 1990, coloquei a esposa, duas filhas e um filho (10, 6 e 4 anos) no fusquinha branco, que compramos, dez anos antes, quando nos casamos, e saímos de férias rumo à cidade de Barreiras-BA, onde anualmente visitávamos meus sogros. A cidade dista pouco mais de 600 km de Brasília.
Embora, à época, o automóvel fosse ainda muito cobiçado por algumas pessoas, uma das quais meu concunhado, que, de vez em quando, me fazia uma proposta por ele, sempre recusada por mim, daquela vez o carro resolveu aprontar algumas peças conosco.
A primeira delas foi a de seu cabo do câmbio, que se soltou no meio da estrada. Ainda bem que conseguimos chegar a um posto de gasolina. Aos “trancos e barrancos”, mas chegamos... Então, paramos ali e ainda conseguimos um mecânico que soldou a peça...
Resolvido esse problema, rodamos mais uns 150 km quando, em local totalmente isolado, um pneu furou. Parei para trocá-lo, mas, de repente, vi aproximar-se uma caminhonete com três homens fortemente armados. Minha mulher desceu, preocupada, e os filhos ficaram dentro do fusca...
A caminhonete parou, e os homens desceram. Nesse momento, intimamente, comecei a orar e pensar: “É hoje que vamos ser assaltados. Com um pouco de sorte, ficarei totalmente ‘depenado’, com a esposa e os três filhos menores, a pé, nessa estrada isolada”.
Estávamos a uns 150 quilômetros de Barreiras quando isso ocorreu.
Para surpresa nossa, entretanto, os homens desceram, cumprimentaram-nos, respeitosos, e fizeram questão de trocar o pneu furado pelo estepe gratuitamente. Em seguida, recomendaram-nos providências para o reparo do pneu, tão logo fosse possível, e prometeram nos escoltar até a entrada na cidade, pois “aquele trecho de estrada era muito perigoso, com diversas crimes”.
Estávamos no lugar certo e na hora certa, ao contrário de muitos cidadãos que, na melhor da hipótese, são vítimas de assaltos em nossas inseguras estradas. Parodiando o poema de Carlos Drummond de Andrade, diríamos:

Tinha homens bons no meio da estrada;
No meio da estrada, tinha homens bons.
Jamais me esqueci desse detalhe, no campo de minhas retinas, agora cataratadas,
Jamais me esqueci que, no meio da estrada, tinha homens bons.
Tinha homens bons no meio da estrada. (Joteli)

    Chegamos a Barreiras sãos e salvos e, após consertar o pneu furado, dias depois, voltei com a família a Brasília... no mesmo fusca. Depois, poupei meu concunhado de comprar aquela preciosidade. Reparei o automóvel da melhor forma possível e vendi-o para outro louco, como eu... louco por fusca.
Antes de vendê-lo, fui designado a participar de uma junta de seleção militar em Anápolis- GO, cidade que fica a cento e poucos quilômetros de Brasília. Na época, eu era sargento do Exército. Um tenente médico ia e voltava, corajosamente, comigo. Havia um trecho da estrada muito perigoso, cheio de curvas acentuadas.
Um belo dia em que eu voltava com o tenente, daquela cidade, empolgado pela confiança no fusca, no citado trecho de estrada, exagerei um pouco, na autoconfiança, ao deixar que o velocímetro ultrapassasse os 110 km/hora. Desesperado, o oficial gritou comigo para diminuir a velocidade, sendo atendido, mas nunca mais ele quis viajar comigo no fusca. Até hoje, não sei por quê...
Não à toa, diziam sobre três coisas que não eram... Das duas primeiras eu não me lembro, mas a terceira nunca me esqueceu: “fusca não é carro”.





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Especial 50 anos de casamento



Bodas de Ouro

(Astolfo O. de Oliveira Filho)

Amigos, num dia igual a este – 28 de janeiro – mas cinquenta anos atrás, Célia e eu nos casamos. A foto abaixo não nos deixa mentir. Célia estava linda, como linda sempre esteve desde o dia em que nos conhecemos. Isso se deu em 1960, quando a primogênita de minha irmã Anita era ainda um bebê. 
Ocorre que a primeira impressão que ela teve de mim foi péssima. Ela mesma me contou. O motivo é hilário. O bebê estava com o rosto muito vermelho, até hoje não sei por quê. Talvez uma alergia. Anita a conduzia num carrinho próprio para crianças pequenas; Célia estava com ela. Eram cunhadas, e eu ainda não fazia parte de sua família, mas duas irmãs lá de casa, sim. Anita primeiro, depois a Eunice, casaram-se com Jésus e Adilson, irmãos da Célia.
Vendo a Anita e o bebê, aproximei-me e fiz o seguinte comentário: “Nossa! Como a Mariângela é vermelhinha!” Minha futura esposa, que não me conhecia até aquele dia, falou de si para consigo, sem que ninguém a ouvisse: “Que moço tolo! Será que ele não vê que o bebê está doente?!”
Era o amor que se manifestava, mas ela ainda não sabia... Digo isso porque poucos meses depois, nas férias de julho de 1960, começamos aquilo que antigamente era chamado de namoro, coisa que os jovens de hoje não conhecem. Ela havia feito no mês anterior apenas 15 anos.
Mas foi um namoro de altos e baixos. A menina era muito brava! Por qualquer coisa, terminava tudo. “Era definitivo”, dizia ela, e exigia que lhe devolvesse até os retratos que carinhosamente me havia dado...
Assim as coisas caminharam por dois anos e meio, até que chegou o momento da despedida, que tudo indicava ser, essa sim, definitiva.
Findo o ano de 1962, seus pais decidiram que ela iria para um internato católico, dirigido por freiras, na cidade mineira de Rio Novo, onde por três anos cursaria a chamada Escola Normal, em que se formavam antigamente  os professores do curso primário. E ela foi, enquanto na mesma ocasião decidi vir para o Paraná, a 1.160 km de distância de nossa cidade natal, onde um novo trabalho profissional e a faculdade de Ciências Econômicas me esperavam.
A distância e o tempo conseguem fazer muita coisa, mas não são capazes de apagar a chama do amor, quando a chama existe.
Foi assim que no final de 1965, quando ela concluía a Escola Normal, ao receber o diploma de formatura, pôde exibir, radiante, para suas colegas o anel de noivado. E eu estava lá, para que suas companheiras de internato conhecessem quem era o autor das cartas que chegavam misteriosamente, driblando a vigilância das freiras, às mãos da jovem interna.
O noivado, que começou em dezembro de 1965 (foto ao lado), durou pouco mais de um ano. Mas que noivado!
Os jovens de hoje não sabem do que estou falando. O período de noivado é algo que deveria durar mais tempo. São dias de enlevo, de sonhos, de planos... a prenunciar os dias felizes que virão com o casamento, os filhos, os netos e até, como no nosso caso, os bisnetos. Já temos um, mas logo virão os outros.
Bodas de Ouro! Quem diria?
Jamais pensei que viveria tanto, porque os adultos da época de nossa juventude dificilmente chegavam aos 60, 65 anos.
O fato é que chegamos e só temos, neste dia especial, que agradecer. Agradecer a Deus, aos benfeitores espirituais, aos nossos pais e a todos os que concorreram para que neste dia pudéssemos de novo dizer um ao outro: - Eu te amo! E se pudesse voltar no tempo, faria tudo outra vez.





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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Iniciação aos clássicos espíritas




Depois da Morte

Léon Denis

Parte 12 e final

Concluímos hoje o estudo metódico e sequencial do livro Depois da Morte, de autoria de Léon Denis, de acordo com a tradução feita por Torrieri Guimarães, publicada pela Hemus Livraria Editora Ltda. Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de: 
- questões preliminares
- texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

                      Questões preliminares

A. Que representa o trabalho para as criaturas humanas?
B. A sobriedade e a castidade são virtudes que devemos cultivar?
C. Que importância tem a educação para o progresso dos povos?
D. Quais são, segundo este livro, os princípios essenciais da filosofia espírita?

Texto para leitura

240. O trabalho é lei em todos os planetas, mas torna-se mais suave à medida que a vida se apura. Quando o homem se ocupa com seu trabalho, as paixões se aquietam e acalmam-se as angústias do Espírito. (P. 315)
241. A antiguidade romana considerava desonroso o trabalho e disso derivou sua esterilidade moral, sua corrupção. A filosofia espírita mostra-nos na lei do trabalho o princípio de todo o progresso. (P. 316)
242. Para conservar a alma livre, a inteligência sadia, lúcida a razão, a primeira condição é sermos sóbrios e castos: é preciso reduzir a soma das exigências materiais, comprimir os sentidos, domar os apetites vis. (P. 317)
243. A sobriedade e a continência caminham juntas: os prazeres da carne amolecem-nos, enervam-nos, afastam-nos do caminho da sapiência. (P. 317)
244. A família, o amor da esposa, o afeto dos filhos, a sadia atmosfera do lar são preservativos poderosos contra as paixões. (P. 317)
245. A sobriedade, a continência, a luta contra as seduções dos sentidos não são, como querem os mundanos, uma infração às leis naturais, uma mutilação da vida. (P. 318)
246. Ao contrário, revelam profunda compreensão das leis superiores, clara intuição do futuro. O Espírito do voluptuoso consome-se, após a morte, em inúteis desejos. Quem coloca a felicidade nos prazeres da carne priva-se por muito tempo da paz de que gozam os Espíritos elevados. (PP. 318 e 319)
247. O estudo é fonte de doces e puras alegrias, liberta-nos das preocupações vulgares e faz com que esqueçamos as dores da vida. (P. 320)
248. As gerações transformam-se e aperfeiçoam-se pela educação; por isso, a educação da infância requer o máximo cuidado. (P. 323)
249. Não basta, porém, ensinar à criança os elementos da ciência: tão essencial quanto ler, escrever e contar, é saber governar-se e conduzir-se como ser racional, consciente, que enfrenta a vida armado não só para a luta material mas, sobretudo, para a luta moral. (P. 323)
250. Raramente uma boa educação moral é obra de professores: para despertar na criança as primeiras aspirações ao bem, para modificar um caráter difícil, são necessários a firmeza, a perseverança e o amor de que é capaz apenas o coração de um pai ou de uma mãe. (P. 324)
251. Mas a tarefa do educador não é tão difícil quanto parece e não exige nenhuma cultura científica: pequenos e grandes podem dedicar-se a ela quando compreendem o alto escopo e as consequências da educação. (P. 324)
252. Considerando as tendências que a criança traz, devemos aplicar-nos a desenvolver-lhe as boas e a aniquilar as más. Não propiciemos demasiadas alegrias aos nossos filhos e não confiemos nossos filhos a outros, a menos que isso seja absolutamente necessário. (P. 324)
253. Uma educação baseada no conceito exato da existência mudaria a face do mundo. Fazei que cada família transmita sua fé aos filhos. Falemos ao coração deles e, ensinando-os a despojar-se de suas imperfeições, lembremos que a verdadeira ciência consiste em nos tornarmos melhores. (P. 325)
254. A aplicação dos sistemas preconizados pelo Socialismo não apresentou, até o momento, senão resultados mesquinhos. (P. 327)
255. É que para viver associados exigem-se raras qualidades: a causa do mal e seu remédio não estão onde geralmente os buscamos; são vãs as criações artificiais enquanto o indivíduo não se melhora. (P. 327)
256. A mulher ocupa, nos trabalhos espíritas, posição eminente, pois que, dada a delicadeza de seu sistema nervoso, é dentre as mulheres que saem os melhores médiuns. (P. 330)
257. Os Espíritos afirmam que, encarnando-se de preferência num corpo feminino, a alma se eleva mais rapidamente para a perfeição. (P. 330)
258. Se queres libertar-te dos males terrenos e fugir às reencarnações dolorosas, guarda bem esta lei moral: não dês senão o indispensável ao homem material, ser efêmero que terminará com a morte; cultiva com amor o Espírito, que é imortal; afasta-te das coisas perecíveis: honras, riquezas, prazeres mundanos, porque tudo são fumaças e apenas o bem, o belo, o verdadeiro são eternos. (PP. 332 e 333)
259. No capítulo LVI deste livro, o autor resume em 9 itens os princípios essenciais da filosofia dos Espíritos: Deus, evolução, imortalidade da alma, a educação da alma como finalidade da vida etc. (PP. 333 a 336)
260. A vida terrestre é uma escola na qual a alma se educa e aperfeiçoa com o trabalho, o estudo, o sofrimento. A felicidade e a dor não são eternas. (P. 334)
261. O bem é a lei suprema do Universo, a finalidade da evolução dos seres. O mal não tem existência própria; é efeito de um contraste: é o estado de inferioridade pelo qual passam todos os seres, na sua ascensão para um estado melhor. (P. 335)
262. Sendo a educação da alma a finalidade da vida, é útil resumir os seus preceitos: reprimir as necessidades grosseiras, os apetites materiais e criar para si necessidades intelectuais e elevadas; lutar, combater, sofrer, se preciso, para o progresso dos homens e dos mundos; encaminhar os semelhantes para a luz da verdade e do belo; amar a verdade e a justiça, praticar com todos a caridade, a benevolência. Eis o segredo da felicidade futura, eis o dever! (P. 336)
263. De todas as teorias, a espírita é a única que nos fornece a prova objetiva da sobrevivência do ser e ensina-nos o modo de corresponder-nos com aqueles que, impropriamente, chamamos mortos. (P. 338)
264. O Espiritismo não tem outra ambição senão a de tornar os homens mais felizes, fazendo-os melhores; e a todos traz calma, confiança, firmeza na provação. (P. 338)
265. Tudo quanto é material é efêmero: as gerações passam como as ondas do mar, os impérios desmoronam-se, os mundos perecem, os sóis se apagam; tudo termina, tudo desaparece, mas três coisas existem que vêm de Deus e, como Deus, são eternas: Sabedoria, Virtude, Amor! Esforça-te por conquistá-las; alcançando-as, tu te elevarás acima do que é passageiro e transitório, para apenas gozares o que é eterno. (P. 340)

Respostas às questões preliminares

A. Que representa o trabalho para as criaturas humanas?
O trabalho é lei em todos os planetas, mas torna-se mais suave à medida que a vida se apura. Quando o homem se ocupa com seu trabalho, as paixões se aquietam e acalmam-se as angústias do Espírito. Se a antiguidade romana considerava desonroso o trabalho e disto derivou sua esterilidade moral, a filosofia espírita mostra-nos na lei do trabalho o princípio de todo o progresso. (Depois da Morte, cap. LII, pp. 315 e 316.)
B. A sobriedade e a castidade são virtudes que devemos cultivar?
Evidentemente. Para conservar a alma livre, a inteligência sadia, lúcida a razão, a primeira condição é sermos sóbrios e castos. É preciso reduzir a soma das exigências materiais, comprimir os sentidos, domar os apetites vis. A sobriedade e a continência caminham juntas; os prazeres da carne amolecem-nos, enervam-nos, afastam-nos do caminho da sapiência. A sobriedade, a continência, a luta contra as seduções dos sentidos não são, como querem os mundanos, uma infração às leis naturais, uma mutilação da vida. Ao contrário, revelam profunda compreensão das leis superiores, clara intuição do futuro. O Espírito do voluptuoso consome-se, após a morte, em inúteis desejos. Quem coloca a felicidade nos prazeres da carne, priva-se por muito tempo da paz de que gozam os Espíritos elevados. (Obra citada, cap. LII, pp. 317 a 319.)
C. Que importância tem a educação para o progresso dos povos?
A educação é de fundamental importância para o progresso dos povos. As gerações transformam-se e aperfeiçoam-se pela educação; por isso, a educação da infância requer o máximo cuidado. Não basta, porém, ensinar à criança os elementos da ciência. Tão essencial quanto ler, escrever e contar, é saber governar-se e conduzir-se como ser racional, consciente, que enfrenta a vida armado não só para a luta material mas, sobretudo, para a luta moral. Raramente uma boa educação moral é obra de professores; para despertar na criança as primeiras aspirações ao bem, para modificar um caráter difícil, são necessários a firmeza, a perseverança e o amor de que é capaz apenas o coração de um pai ou de uma mãe. Mas a tarefa do educador não é tão difícil quanto parece e não exige nenhuma cultura científica. Pequenos e grandes podem dedicar-se a ela quando compreendem o alto escopo e as consequências da educação. Considerando as tendências que a criança traz, devemos aplicar-nos a desenvolver-lhe as boas e a aniquilar as más. Não propiciemos demasiadas alegrias aos nossos filhos e não confiemos nossos filhos a outros, a menos que isso seja absolutamente necessário. Uma educação baseada no conceito exato da existência mudaria a face do mundo. Falemos ao coração de nossos filhos e, ensinando-os a despojar-se de suas imperfeições, lembre­mos que a verdadeira ciência consiste em nos tornarmos melhores. (Obra citada, cap. LIII a LV, pp. 323 a 325.)
D. Quais são, segundo este livro, os princípios essenciais da filosofia espírita?
Deus, evolução, imortalidade da alma e a educação como finalidade da vida. Para o Espiritismo, a vida terrestre é uma escola na qual a alma se educa e aperfeiçoa com o trabalho, o estudo, o sofrimento. O bem é a lei suprema do Universo, a finalidade da evolução dos seres. O mal não tem existência própria; é efeito de um contraste, é o estado de inferioridade pelo qual passam todos os seres, na sua ascensão para um estado melhor. (Obra citada, cap. LVI e Conclusão, pp. 333 a 336.)


Nota:
Links que remetem aos textos anteriores:






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