O Além e a
Sobrevivência do Ser
Léon Denis
Parte 2
Damos sequência ao estudo do clássico O Além e a Sobrevivência do Ser, de autoria de Léon Denis, com base
na 8ª edição publicada em português pela Federação Espírita Brasileira.
Nosso propósito é que este estudo sirva para o leitor como
uma forma de iniciação ao estudo dos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto abaixo.
Questões preliminares
A. É verdade que no final do século 19 e início do século
20 o estudo da personalidade humana sofreu importante guinada?
B. Foi por essa ocasião que vultos eminentes da ciência
passaram a reconhecer e afirmar a realidade dos fenômenos espíritas?
C. Para Sir Oliver Lodge, membro da Academia Real e reitor
da Universidade de Birmingham, a sobrevivência do ser é um fato comprovado?
Texto para
leitura
22. Pode-se dizer que a infância do século XX assinala uma
nova fase do pensamento e da ciência. Esta se afasta cada vez mais das linhas
acanhadas em que esteve encerrada por tão largo tempo, a fim de levantar o voo,
de desenvolver seus meios de investigação e de apreciação e explorar os vastos
horizontes do desconhecido.
23. A psicologia, notadamente, enveredou por outros
caminhos. O estudo do eu, da personalidade humana, passou do terreno da
metafísica para o da observação e da experiência. Entre as ciências nascidas
deste movimento figura o espiritualismo experimental.
24. Sob esta denominação, o velho Espiritismo, tão
escarnecido e achincalhado, tantas vezes enterrado, reapareceu mais vivo e vê
aumentar dia a dia o número de seus adeptos. Não é isto bastante singular?
Nunca talvez se vira um conjunto de fatos, considerados a princípio como
impossíveis, que não despertavam, no pensamento da maioria dos homens, senão
antipatia, desconfiança, desdém; que eram alvo da hostilidade de muitas
instituições seculares, acabar por se impor à atenção e mesmo à convicção de
eminentes cientistas, de sábios competentes, cheios de autoridade por suas
funções e seus caracteres!
25. Esses homens, anteriormente cépticos, chegaram, por via
de estudos, de pesquisas, de experiências, a reconhecer e a afirmar a realidade
da maior parte dos fenômenos espíritas.
26. Sir William Crookes, o mais notável físico dos tempos
modernos, depois de ter observado, durante três anos, as materializações do
Espírito de Katie King e de as haver fotografado, declarou: “Não digo: isto é
possível; digo: isto é real.”
27. Pretendeu-se que W. Crookes se retratara. Ora, à
semelhante insinuação ele próprio respondeu no discurso que proferiu por
ocasião da abertura do Congresso de Bristol, como presidente da Associação
Britânica para o Adiantamento das Ciências. Falando dos fenômenos que
descrevera, acrescentou: “Nada vejo de que me deva retratar; mantenho minhas
declarações já publicadas. Poderia mesmo aditar-lhes muita coisa.”
28. Russel Wallace, da Academia Real de Londres, na obra
intitulada O Milagre e o Moderno
Espiritualismo, descreve: “Eu era um materialista tão completo e
experimentado que não podia, nesse tempo, achar lugar no meu pensamento para a
concepção de uma existência espiritual... Os fatos, entretanto, são obstinados:
os fatos me convenceram."
29. O professor Hyslop, da Universidade de Colúmbia, Nova
York, em seu relatório sobre a mediunidade de Mrs. Piper, médium de transe,
disse: “A julgar pelo que eu próprio vi, não sei como poderia furtar-me à
conclusão de que a existência de uma vida futura está absolutamente
demonstrada.”
30. F. Myers, professor em Cambridge, na bela obra: A Personalidade Humana, chega à
conclusão de que “vozes e mensagens nos vêm de além-túmulo”. Falando de Mrs.
Thompson, acrescenta: “Creio que a maioria dessas mensagens parte de Espíritos
que se servem temporariamente do organismo dos médiuns, para no-las
transmitir.”
31. Richard Hodgson, presidente da Sociedade Americana de
Pesquisas Psíquicas, escrevia nos Proceedings
of Society Psychical Research: “Acredito, sem a menor sombra de dúvida, que
os Espíritos que se comunicam são de fato as personalidades que dizem ser; que
sobreviveram à mutação conhecida pelo nome de morte e que se comunicaram
diretamente conosco, pretensos vivos, por intermédio do organismo de Mrs. Piper
adormecida.”
32. O mesmo Richard Hodgson, falecido em dezembro de 1906,
se comunicou depois com seu amigo James Hyslop, entrando em minúcias acerca das
experiências e dos trabalhos da Sociedade de Pesquisas Psíquicas. E explicou
como, para ficar absolutamente provada sua identidade, deviam as experiências
ser conduzidas.
33. Essas comunicações foram feitas por diferentes médiuns
que não se conhecem reciprocamente e umas confirmam as outras. Notam-se as
palavras e as frases familiares, em vida, aos que se comunicam depois de
mortos.
34. Sir Oliver Lodge, reitor da Universidade de Birmingham
e membro da Academia Real, escreveu em The
Hilbert Journal o seguinte, que o Light
de 8 de julho de 1911 reproduziu: “Falando por conta própria e com pleno
sentimento de minha responsabilidade, dou testemunho de que, como resultado das
investigações que fiz no terreno do psiquismo, adquiri por fim, mas de modo
inteiramente gradual, a convicção em que me mantenho após vinte anos de estudo,
não só de que a continuação da existência pessoal é um fato, como também de que
uma comunicação pode ocasionalmente, embora com dificuldade e em condições
especiais, chegar-nos através do espaço.”
35. Na conclusão do seu recente livro A Sobrevivência Humana, acrescentou: “Não vimos anunciar uma
verdade extraordinária; nenhum novo meio de comunicação trazemos, mas apenas
uma coleção de provas de identidade cuidadosamente colhidas, por métodos
desenvolvidos, ainda que antigos, mais exatos e mais vizinhos da perfeição
talvez do que os empregados até hoje. Digo ‘provas cuidadosamente colhidas’,
pois que os estratagemas empregados para a sua obtenção foram postos em prática
de um e de outro lado da barreira que separa o mundo visível do invisível;
houve distintamente cooperação dos que vivem na matéria e dos que já se
libertaram dela.”
36. O professor W. Barrett, da Universidade de Dublin,
declarou (Anais das Ciências Psíquicas,
novembro e dezembro de 1911): “Sem dúvida, por nossa parte acreditamos haver
alguma inteligência ativa operando por detrás do automatismo (escrita mecânica,
transe e incorporação) e fora deste, uma inteligência que mais provavelmente é
a pessoa morta que a mesma inteligência afirma ser do que qualquer outra coisa
que possamos imaginar... Dificilmente se encontrará solução para o problema
dessas mensagens e das ‘correspondências’ de cooperação inteligente entre
certos Espíritos desencarnados e os nossos.”
37. O célebre Lombroso, professor da Universidade de Turim,
escrevia na Lettura: “Sinto-me
forçado a externar a convicção de que os fenômenos espíritas são de uma
importância enorme e que é dever da Ciência dirigir sem mais demora sua atenção
para essas manifestações.”
Respostas às
questões preliminares
A. É verdade
que no final do século 19 e início do século 20 o estudo da personalidade
humana sofreu importante guinada?
Sim. A infância do século 20, sobretudo, assinalou uma nova
fase do pensamento e da ciência. Esta se afastou das linhas acanhadas em que
esteve encerrada por tão largo tempo, a fim de levantar o voo, de desenvolver
seus meios de investigação e de apreciação e explorar os vastos horizontes do
desconhecido. O estudo do eu, da personalidade humana, passou do terreno da
metafísica para o da observação e da experiência. Entre as ciências nascidas
desse movimento figura o espiritualismo experimental. (O Além e a Sobrevivência do Ser.)
B. Foi por essa
ocasião que vultos eminentes da ciência passaram a reconhecer e afirmar a
realidade dos fenômenos espíritas?
Sim. Cientistas importantes, anteriormente cépticos,
chegaram, por via de estudos, de pesquisas e de experiências, a reconhecer e a
afirmar a realidade da maior parte dos fenômenos espíritas. Um deles, Sir
William Crookes, o mais notável físico daquela época, depois de haver
observado, durante três anos, as materializações do Espírito de Katie King e de
as haver fotografado, declarou: “Não digo: isto é possível; digo: isto é real.”
(Obra citada.)
C. Para Sir
Oliver Lodge, membro da Academia Real e reitor da Universidade de Birmingham, a
sobrevivência do ser é um fato comprovado?
Sim. Eis o que ele escreveu em The Hilbert Journal e o Light
de 8 de julho de 1911 reproduziu: “Falando por conta própria e com pleno
sentimento de minha responsabilidade, dou testemunho de que, como resultado das
investigações que fiz no terreno do psiquismo, adquiri por fim, mas de modo
inteiramente gradual, a convicção em que me mantenho após vinte anos de estudo,
não só de que a continuação da existência pessoal é um fato, como também de que
uma comunicação pode ocasionalmente, embora com dificuldade e em condições
especiais, chegar-nos através do espaço.” (Obra citada.)
Observação:
Para acessar a 1ª Parte deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/01/o-alem-e-asobrevivencia-do-ser-leon.html
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