No Invisível
Léon Denis
Parte 3
Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do
clássico No Invisível, de Léon Denis, cujo título no original francês é Dans
l'Invisible.
Nossa expectativa é que este estudo sirva para o leitor
como uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto indicado para leitura.
Este estudo é publicado sempre às sextas-feiras.
Questões preliminares
A. Que diz Léon Denis a respeito da alma humana?
B. A ação à distância de uma alma sobre outra constitui um
fato perfeitamente estabelecido?
C. É verdade que Charles Richet, o pai da Metapsíquica,
recomendou aos sábios de sua época que estudassem o Espiritismo?
Texto para
leitura
65. O Espiritismo experimental: I - A Ciência Espírita
- À medida que vai o homem lentamente avançando na senda do conhecimento, o
horizonte se dilata e novas perspectivas se vão ante ele desdobrando. Sua
ciência é restrita; a Natureza, porém, não tem limites. A Ciência não é mais
que o conjunto das concepções de um século, que a Ciência do século seguinte
ultrapassa e submerge. Tudo nela é provisório e incompleto.
66. Mau grado às sistemáticas negações e à obstinação de
certos sábios, todos os dias são suas opiniões desmentidas nalgum ponto. É o
que sucede aos representantes das escolas materialistas e positivistas. O
estudo e a observação dos fenômenos psíquicos vêm desmoronar suas teorias sobre
a natureza e o destino dos seres.
67. Não é a alma humana, como o afirmavam eles, uma
resultante do organismo, com o qual se extingue; é uma causa que preexiste e
sobrevive ao corpo. A experiência dia a dia nos demonstra que a alma é dotada
de uma forma fluídica, de um organismo íntimo imponderável, que possui sentidos
próprios, distintos dos sentidos corporais, e entra em ação, insuladamente,
quando ela exerce seus poderes superiores.
68. Graças a ele, pode a alma no curso da vida, e durante o
sono, desprender-se do invólucro físico, penetrar a matéria, transpor o espaço,
perceber as realidades do mundo invisível. Dessa forma fluídica brotam irradiações,
eflúvios, que se podem exteriorizar em camadas concêntricas ao corpo humano e
mesmo, em certos casos, condensar-se em graus diversos e materializar-se a
ponto de impressionar placas fotográficas e aparelhos registradores.
69. A ação, à distância, de uma alma sobre outra se acha
estabelecida pelos fenômenos telepáticos e magnéticos, pela transmissão do
pensamento e exteriorização dos sentidos e das faculdades. As vibrações do
pensamento podem-se propagar no espaço como a luz e o som e impressionar um
outro organismo fluídico em afinidade com o do manifestante. As ondas psíquicas
se propagam ao longe e vão despertar no invólucro do sensitivo impressões de
vária natureza, conforme o seu estado dinâmico: visões, vozes ou movimentos.
70. Às vezes a própria alma, durante o sono, abandona seu
envoltório material e, sob sua forma fluídica, torna-se visível à distância.
Certas aparições têm sido ao mesmo tempo vistas por diversas pessoas; outras,
exercido ação sobre a matéria, aberto portas, mudado objetos de lugar, deixado
vestígios de sua passagem. Algumas têm impressionado animais. As aparições de
moribundos têm sido comprovadas milhares de vezes. As resenhas da Sociedade de
Investigações Psíquicas, de Londres, os Annales des Sciences Psychiques,
de Paris, inserem grande número delas.
71. Camille Flammarion, em seu excelente livro “O
Desconhecido e os Problemas Psíquicos”, refere uma centena desses casos, em que
há coincidência de morte, nos quais não se podem admitir meras alucinações, mas
fatos gerais, com relação de causa e efeito. Esses fenômenos têm sido
observados tantas vezes, apoia-se em tão numerosos e respeitáveis testemunhos,
que sábios de excessiva prudência, como o Senhor Richet, da Academia de
Medicina de Paris, chegaram a dizer: “Existe uma tal quantidade de fatos,
impossíveis de explicar de outro modo a não ser pela telepatia, que é forçoso
admitir-se uma ação à distância... O fato aparece provado, absolutamente
provado”.
72. Nesses fenômenos já se encontra uma demonstração
positiva da independência da alma. Se, com efeito, a inteligência fosse uma
propriedade da matéria e devesse extinguir-se por ocasião da morte, não se
poderia explicar como, no momento em que o corpo está mais abatido e o
organismo cessa de funcionar, é que essa inteligência não raro se manifesta com
intensidade mais viva, com extraordinária recrudescência de atividade.
73. Os casos de lucidez, de clarividência, de previsão do
futuro são frequentes nos moribundos. Nesses casos, o fato de desprender-se do
corpo faculta ao espírito um novo campo de percepção. A alma patenteia, no
momento da morte, faculdades, qualidades superiores às que possuía no estado
normal. Força é reconhecer nisso uma prova de que a nossa personalidade
psíquica não é resultante do organismo, a ele intimamente vinculado, mas que
possui vida própria, diferente da do corpo, sendo antes este para ela uma
prisão temporária e um estorvo.
74. Mais evidente ainda se torna esta demonstração quando,
depois da morte, pode o Espírito desencarnado encontrar no invólucro físico dos
médiuns os elementos necessários para se materializar e impressionar os
sentidos. Pode-se então verificar, empregando balanças munidas de aparelhos
registradores, que o corpo do médium perde uma parte do seu peso,
encontrando-se essa diferença na aparição materializada.
75. A cada ano que passa, os fatos se multiplicam, os
testemunhos se acumulam, a existência do mundo dos Espíritos se afirma com
autoridade e prestígio crescentes. De meio século para cá o estudo da alma
passou do domínio da Metafísica e da concepção puramente abstrata ao da
experiência e da observação. A vida se revela sob duplo aspecto: físico e
suprafísico. O homem participa de dois modos de existência. Por seu corpo
físico pertence ao mundo visível; por seu corpo fluídico ao mundo invisível.
Esses dois corpos coexistem nele durante a vida. A morte é a sua separação.
76. Por sobre a nossa Humanidade material palpita uma
Humanidade invisível, composta dos seres que viveram na Terra e se despojaram
de suas vestes de carne. Acima dos vivos, encarnados em corpo mortal, os
supervivos prosseguem, no Espaço, a existência livre do Espírito. Essas duas
Humanidades mutuamente se renovam mediante a morte e o nascimento. Elas se
penetram, se influenciam reciprocamente e podem entrar em relação por
intermédio de certos indivíduos, dotados de faculdades especiais, denominados
médiuns.
77. De toda alma, encarnada ou desencarnada, emana e
irradia uma força produtora de fenômenos, que se denomina força psíquica. A
existência dessa força acha-se estabelecida por inúmeras experiências. Podem-se
observar os seus efeitos nas suspensões de mesas, deslocamentos de objetos sem
contacto, nos casos de levitação etc.
78. A ação dos invisíveis se manifesta nos fenômenos de
escrita direta, nos casos de incorporação, nas materializações e aparições
momentâneas e nas fotografias e moldagens. Aparições materializadas têm sido
fotografadas em presença de numerosas testemunhas, como, por exemplo, o
Espírito Katie King, em casa de W. Crookes, os Espíritos Iolanda e Lélia, na da
Senhora d'Espérance, e o Abdullah, fixado na placa sensível por Aksakof.
79. Impressões e moldes de mãos, pés, faces, deixados em
substâncias moles ou friáveis por formas materializadas, foram obtidos por
Zoellner, astrônomo alemão, pelos Drs. Wolf, Friese etc. Os moldes,
constituídos de uma só peça, reproduziam as flexões dos membros, as
particularidades da estrutura e as alterações acidentais da pele.
80. Semelhante ação ainda se manifesta nos fenômenos de
incorporação, como os que foram assinalados pelo Doutor Hodgson, em seu estudo
sobre a faculdade da Senhora Piper.
81. O autor, adversário confesso da mediunidade em todas as
suas aplicações, havia começado a pesquisa com o fim de desmascarar o que
considerava impostura. Declara ele ter prosseguido as observações durante doze
anos, em grande número de sessões, no curso das quais 120 personalidades
invisíveis se manifestaram, entre outras a de George Pellew, seu amigo de
infância, como ele membro da Psychical Research Society, falecido havia
muitos anos. Essas personalidades lhe revelaram fatos ignorados de toda pessoa
viva na Terra. Por isso diz ele: “A demonstração da sobrevivência me foi feita
de modo a excluir mesmo a possibilidade de uma dúvida”.
82. Os professores Ch. W. Elliot, presidente da
Universidade de Harvard; W. James, professor de psicologia na mesma
Universidade; Newbold, professor de psicologia da Universidade de Pensilvânia,
e outros sábios tomaram parte nessas experiências e referendaram tais
declarações.
83. Em uma obra mais recente, o professor Hyslop, da
Universidade de Colúmbia, Nova Iorque, se externa no mesmo sentido a respeito
da Senhora Piper, que ele observou em grande número de sessões, realizadas com
as maiores reservas. O professor era apresentado sob o nome de Smith e punha
uma máscara preta, que ao seu mais íntimo amigo não permitiria reconhecê-lo, e
sempre se absteve de pronunciar uma única palavra, de sorte que nem a Senhora
Piper, nem pessoa alguma, poderia descobrir o menor indício de sua identidade.
84. Foi nessas condições que o professor pôde entreter com
seus falecidos pais, pelo órgão da Senhora Piper em transe sonambúlico,
variadas palestras, abundantes de pormenores exatos, de particularidades, por
ele mesmo esquecidas, de sua vida íntima. Donde conclui ele: “Quando se considera
o fenômeno da Senhora Piper, é preciso eliminar tanto a transmissão de
pensamento, como a ação telepática. Examinando com imparcialidade o problema,
não se lhe pode dar outra solução a não ser a intervenção dos mortos”.
85. No correr do ano de 1900, surgiram no seio de
assembleias científicas os mais imponentes testemunhos em favor do Espiritismo.
Uma parte considerável lhe foi concedida nos programas e trabalhos do Congresso
de Psicologia de Paris, pelos representantes da ciência oficial. No dia 22 de
agosto, reunidas todas as seções, foi consagrada uma sessão plenária ao exame
dos fenômenos psíquicos. Um dos presidentes honorários do Congresso, Myers,
professor da Universidade de Cambridge, justamente célebre, não somente como
experimentador, mas ainda como moralista e filósofo, procedeu à leitura de um
trabalho sobre o “transe, ou mediunidade de incorporações”.
86. Depois de haver enumerado “uma série de experiências
atestadas por mais de vinte testemunhas competentes, as quais asseguraram que os
fatos revelados pela Sra. Thompson sonambulizada lhes eram absolutamente
desconhecidos e evidenciavam o caráter e traziam a lembrança de certas pessoas
mortas, das quais os ditados obtidos afirmavam provir”, assim conclui ele:
“Afirmo que essa substituição de personalidade, ou incorporação de espírito, ou
possessão, assinala verdadeiramente um progresso na evolução da nossa raça.
Afirmo que existe um espírito no homem, e que é salutar e desejável que esse
espírito, como se infere de tais fatos, seja capaz de se desprender parcial e
temporariamente de seu organismo, o que lhe facultaria uma liberdade e visão
mais extensas, ao mesmo tempo em que permitiria ao espírito de um desencarnado
fazer uso desse organismo, deixado momentaneamente vago, para entrar em comunicação
com os outros espíritos ainda encarnados na Terra. Julgo poder assegurar que
muitos conhecimentos já se têm adquirido nesse domínio e que muitos outros
restam ainda a adquirir para o futuro”.
87. Na quinta seção desse Congresso foram consagradas três
sessões aos mesmos estudos. Os Drs. Paul Gibier, diretor do Instituto Antirrábico
de Nova York; Darteux, diretor dos Annales des Sciences Psychiques;
Encausse, Joire, Pascal etc. remeteram ou apresentaram pessoalmente trabalhos
muito documentados, que estabelecem a realidade dos fenômenos psíquicos e a
comunicação possível com os mortos.
88. Um instituto internacional para o estudo dos fenômenos
psíquicos, entre outros os da mediunidade, foi organizado ao terminar o
Congresso de Psicologia. Entre os membros da comissão diretora encontramos, no
que toca à França, os nomes dos Srs. Richet, professor da Faculdade de Medicina
e diretor da “Revue Scientifique”; o Coronel De Rochas, C. Flammarion, o Dr.
Duclaux, diretor do Instituto Pasteur; Sully-Prudhomme, Fouillée, Bergson,
Séailles etc.; no estrangeiro, tudo o que de mais ilustre possui a Europa entre
os representantes da ciência psíquica: W. Crookes, Lodge, Aksakof, Lombroso,
Dr. Ochorowicz etc.
89. Outras importantes testificações em favor do Espiritismo
foram prestadas nesse ano de 1900. O Dr. Bayol, antigo governador do Dahomey,
transmitiu ao Congresso Espírita e Espiritualista, reunido em Paris no mês de
setembro, a narrativa de uma série completa de experiências de materializações,
desde a aparição de uma forma luminosa até o molde, em parafina, de um rosto de
Espírito, que diz ele ser o de Acella, jovem romana falecida em Arles, no tempo
dos Antoninos. Os Doutores Bonnet, Chazarain, Dusart, da Faculdade de Paris,
exibiram testemunhos da mesma natureza e provas de identidade de Espíritos.
90. O professor Charles Richet, da Academia de Medicina de
Paris, num longo artigo sob o título “Deve-se estudar o Espiritismo”, publicado
nos Annales des Sciences Psychiques de janeiro de 1905, reconhece que
“nenhuma contradição existe entre a ciência clássica e o mais extraordinário
fenômeno de Espiritismo. A própria materialização – diz ele – é um fenômeno
estranho, desconhecido, inusitado, mas é um fenômeno que nada contradiz. E nós
sabemos, pelo testemunho da História, que a Ciência atual se compõe de fatos
que outrora pareceram estranhos, desconhecidos, inusitados... Tão invulnerável
é a Ciência quando estabelece fatos, quão deploravelmente sujeita a errar
quando pretende estabelecer negações”.
91. E o Sr. Charles Richet assim termina: “1º - Não há contradição
alguma entre os fatos e teorias do Espiritismo e os fatos positivos
estabelecidos pela Ciência. 2º - O número dos escritos, memórias, livros,
narrações, notas, experiências, é tão considerável e firmado por autoridades
tais, que não é licito rejeitar esses inúmeros documentos sem um estudo
aprofundado. 3º - A nossa ciência contemporânea se acha tão pouco adiantada
ainda relativamente ao que serão um dia os conhecimentos humanos, que tudo é
possível, mesmo o que mais extraordinário se nos afigura... Em lugar, portanto,
de parecer ignorarem o Espiritismo, os sábios o devem estudar. Físicos,
químicos, fisiologistas, filósofos, cumpre que se deem ao trabalho de tomar
conhecimento dos fatos espíritas. Um longo e árduo estudo é necessário. Será
indubitavelmente frutuoso.”
92. Pouco depois do artigo do Sr. Charles Richet, uma obra
importante aparecia, que teve grande repercussão em todo o mundo: Human
Personality, de F. Myers, professor de Cambridge. É um estudo profundo e
metódico dos fenômenos espíritas, firmado numa opulenta documentação e rematado
por uma síntese filosófica em que são magistralmente expostas as vastas
consequências da ciência psíquica.
93. As conclusões de Frederic Myers são formais: “A
observação e a experimentação – diz ele – induziram muitos investigadores, a
cujo número pertenço (of whom I am one), a crer na comunicação, assim direta
como telepática, não só entre os Espíritos dos vivos, mas entre os Espíritos
dos que permanecem neste mundo e os que o abandonaram”.
94. O professor Flournoy, da Universidade de Genebra, em
seu livro “Espíritos e Médiuns”, página 266, aprecia nestes termos a obra de F.
Myers: “Ninguém pode prever atualmente que sorte reservará o futuro à doutrina
espírita de Myers. Se as vindouras descobertas confirmarem a sua tese da
intervenção, empiricamente verificável, dos desencarnados, na trama física ou
psicológica do nosso mundo fenomenal, seu nome então será inscrito no livro
áureo dos grandes iniciadores e, ao lado dos de Copérnico e Darwin, completará
a tríade dos gênios que mais profundamente revolucionaram o pensamento
científico na ordem cosmológica, biológica e psicológica”.
95. De 1905 a 1908 o Instituto Geral Psicológico de Paris
tomou a iniciativa de um grande número de sessões experimentais, com o concurso
da médium Eusápia Paladino e sob a inspeção dos Srs. Curie, Richet, D'Arsonval,
Dubierne etc. O relatório do secretário do Instituto, Sr. Courtier, posto que
cheio de reticências e reservas, consigna, entretanto, que fenômenos de
levitação e deslocação de objetos, sem contacto, se produziram no curso das
sessões. Foram tomadas todas as precauções contra as possibilidades de erro ou
fraude. Instrumentos especiais foram fabricados e utilizados no registro
mecânico dos fenômenos. Uma incessante fiscalização foi exercida e o emprego de
aparelhos fotográficos permitiu afastar qualquer hipótese de alucinação
coletiva. (Continua na próxima semana.)
Respostas às
questões preliminares
A. Que diz Léon Denis a respeito da alma humana?
A alma humana não é, como sempre afirmaram os
materialistas, uma resultante do organismo, com o qual se extingue. É uma causa
que preexiste e sobrevive ao corpo. A experiência dia a dia nos demonstra que a
alma é dotada de uma forma fluídica, de um organismo íntimo imponderável, que
possui sentidos próprios, distintos dos sentidos corporais, e entra em ação,
insuladamente, quando ela exerce seus poderes superiores. Graças a ele, pode a
alma no curso da vida, e durante o sono, desprender-se do invólucro físico,
penetrar a matéria, transpor o espaço, perceber as realidades do mundo
invisível. (No Invisível, O Espiritismo experimental: I - A Ciência
Espírita.)
B. A ação à distância de uma alma sobre outra constitui um
fato perfeitamente estabelecido?
Sim. Essa ação – diz Léon Denis – se acha estabelecida
pelos fenômenos telepáticos e magnéticos, pela transmissão do pensamento e pela
exteriorização dos sentidos e das faculdades. As vibrações do pensamento
podem-se propagar no espaço como a luz e o som e impressionar um outro
organismo fluídico em afinidade com o do manifestante. As ondas psíquicas se
propagam ao longe e vão despertar no invólucro do sensitivo impressões de vária
natureza, conforme o seu estado dinâmico: visões, vozes ou movimentos. (Obra
citada, O Espiritismo experimental: I - A Ciência Espírita.)
C. É verdade que Charles Richet, o pai da Metapsíquica,
recomendou aos sábios de sua época que estudassem o Espiritismo?
Sim. Sua recomendação foi feita em um longo artigo
intitulado “Deve-se estudar o Espiritismo”, publicado nos Annales des
Sciences Psychiques de janeiro de 1905. Segundo Richet, “nenhuma
contradição existe entre a ciência clássica e o mais extraordinário fenômeno de
Espiritismo. A própria materialização – diz ele – é um fenômeno estranho,
desconhecido, inusitado, mas é um fenômeno que nada contradiz. E nós sabemos,
pelo testemunho da História, que a Ciência atual se compõe de fatos que outrora
pareceram estranhos, desconhecidos, inusitados... Tão invulnerável é a Ciência
quando estabelece fatos, quão deploravelmente sujeita a errar quando pretende
estabelecer negações”. No final do artigo, Richet afirma: “1º - Não há
contradição alguma entre os fatos e teorias do Espiritismo e os fatos positivos
estabelecidos pela Ciência. 2º - O número dos escritos, memórias, livros,
narrações, notas, experiências, é tão considerável e firmado por autoridades
tais, que não é licito rejeitar esses inúmeros documentos sem um estudo
aprofundado. 3º - A nossa ciência contemporânea se acha tão pouco adiantada
ainda relativamente ao que serão um dia os conhecimentos humanos, que tudo é
possível, mesmo o que mais extraordinário se nos afigura... Em lugar, portanto,
de parecer ignorarem o Espiritismo, os sábios o devem estudar. Físicos,
químicos, fisiologistas, filósofos, cumpre que se deem ao trabalho de tomar
conhecimento dos fatos espíritas. Um longo e árduo estudo é necessário. Será
indubitavelmente frutuoso.” (Obra citada, O Espiritismo experimental: I - A
Ciência Espírita.)
Observação:
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semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/12/blog-post_23.html
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