A Alma é
Imortal
Gabriel Delanne
Parte 23
Continuamos o estudo do clássico A Alma é Imortal, de Gabriel Delanne, conforme tradução de Guillon
Ribeiro, publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo sirva para o leitor como uma forma
de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto indicado para leitura.
Questões preliminares
A. É certo dizer que é possível à alma materializar-se
temporariamente, quer transformando o duplo do médium, quer tomando matéria e
energia ao médium para materializar sua própria forma fluídica?
B. A observação comprovou que Katie King e Florence Cook
eram duas personalidades distintas?
C. Como é possível à alma reproduzir a forma de um corpo
físico já extinto?
Texto para
leitura
245. Delanne acrescenta ainda à sua tese o fato, observado
mais de uma vez, de que há casos em que não se mostra na sessão apenas um
Espírito materializado, mas vários ao mesmo tempo e, às vezes, de sexos
diferentes, provando que cada um é um ser real e dotado de um organismo que lhe
permite mover-se e conversar. (Pág. 261)
246. Seguem-se alguns desses casos, tirados também da obra
do Sr. Aksakof, já referida linhas acima. (Págs. 261 a 263)
247. Resumindo a discussão em torno da qualidade das provas
já obtidas, Delanne afirma que, conquanto tenha havido fraudes operadas por
pessoas que queriam passar por médiuns, é incontestável que, quando as
experiências foram feitas por sábios, as precauções adotadas bastaram para
afastar, de forma absoluta, essa causa de erro. (Pág. 263)
248. Esses relatos, de origens tão diversas e conformativos
uns dos outros, constituem provas de que os fatos foram bem observados e que
são verídicos. E a única teoria que pode explicá-los a todos, sem exceção de um
só, é a do Espiritismo, que nos ensina que, inseparável do seu envoltório perispirítico,
a alma pode materializar-se temporariamente, quer transformando o duplo do
médium, ou, mais exatamente, mascarando-o com a sua própria aparência, quer
tomando matéria e energia ao médium, para as acumular na sua forma fluídica,
que então aparece qual era outrora na Terra. (Págs. 264 e 265)
249. Na sequência, Delanne examina a questão da identidade
dos Espíritos que se comunicam e refuta uma afirmação do Sr. Aksakof que,
embora convicto da imortalidade da alma, entendia que a prova absoluta da identidade
do indivíduo é “impossível”. (Págs. 265 e 266)
250. É que Aksakof admitia como demonstrado que um Espírito
pode mostrar-se sob qualquer forma, a fim de representar uma personagem
diversa, que afinal é ele mesmo. À primeira vista, parece que o fenômeno da
transfiguração lhe dá razão. Delanne, porém, discorda e mostra que nesse
fenômeno o médium sofre uma influência estranha, que substitui pela sua
aparência a do médium. Não se pode, portanto, pretender que o Espírito do
médium seja capaz de se transformar, porquanto em nenhum caso foi isso
demonstrado. (Págs. 266 a 268)
251. Evocando o exemplo de Katie King, Delanne observa que,
indubitavelmente, ela não era um desdobramento de Florence Cook, porquanto
esta, perfeitamente acordada, conversa com Katie e o Sr. Crookes, que vê a
ambas. Não só as ideias que elas revelavam, mas as diferenças de talhe, de tez,
de cabelo, de pulsações e de batimentos mostravam que se tratava, no caso, de
duas personalidades bem distintas. (Pág. 268)
252. Não é difícil entender que o perispírito seja capaz de
reproduzir a forma do corpo físico já extinto. Desde que nada se perde no
envoltório fluídico, as formas do ser se fixam nele e podem reaparecer sob o
influxo da vontade. Segundo Erny, em seu livro “O psiquismo experimental”, o
Sr. Brackett viu numa sessão um mancebo muito alto dizer-se irmão de uma
senhora presente, que lhe replicou: “Como poderia reconhecê-lo, se não o vejo
desde criança?” De imediato a figura diminuiu de talhe pouco a pouco, até
chegar à do menino que ela conhecera. (Pág. 270)
253. O fato citado - que tem sido observado muitas vezes -
conduz-nos à lei geral, ensinada por Kardec, de que um Espírito suficientemente
adiantado pode assumir, à vontade, qualquer dos tipos pelos quais tenha
evolvido no curso de suas existências sucessivas. Não se deve concluir disso
que um Espírito farsista não possa disfarçar-se, de maneira a simular uma
personagem histórica, mais ou menos fielmente. Ele pode, sim, mas,
evidentemente, pouco avançado na hierarquia espiritual, os seus conhecimentos,
ainda muito limitados, acabarão por desmascará-lo. (Pág. 270 e 271)
254. Outra observação importante decorrente do estudo das
materializações indica que não é o Espírito quem cria a forma sob a qual é ele
visto, pois os moldes são verdadeiros modelos anatômicos. É um verdadeiro
organismo que se imprime em substâncias plásticas e não apenas uma imagem. Que
organismo é esse? (Pág. 271)
255. É um organismo que já existe durante a vida e que dá
moldagens idênticas no curso dos desdobramentos: o perispírito, que a morte não
destrói e que persiste com todas as suas virtualidades, pronto a manifestá-las,
desde que seja favorável a ocasião. (Pág. 271)
256. Nos desdobramentos materializados de médiuns, os
moldes obtidos reproduzem sempre o organismo material do médium, do seu pé, por
exemplo, como se deu com Eglinton, ou de sua mão, como ocorreu com Eusápia.
Esse é o critério que nos permite distinguir o desdobramento do médium de uma
materialização de Espírito. Se a aparição é sósia do médium, segue-se que é sua
alma que se manifesta fora do organismo carnal. No caso contrário, se a
aparição difere anatomicamente do médium, quem está presente é outra
individualidade. (Pág. 272)
257. Delanne relata, a seguir, diversas experiências que
dão embasamento à explicação dada. (Págs. 272 a 274)
Respostas às
questões preliminares
A. É certo
dizer que é possível à alma materializar-se temporariamente, quer transformando
o duplo do médium, quer tomando matéria e energia ao médium para materializar
sua própria forma fluídica?
Sim. A alma pode materializar-se temporariamente, quer
transformando o duplo do médium, ou, mais exatamente, mascarando-o com a sua
própria aparência, quer tomando matéria e energia ao médium, para as acumular
na sua forma fluídica, que então aparece qual era outrora na Terra. (A Alma é Imortal, págs. 264 e 265.)
B. A observação
comprovou que Katie King e Florence Cook eram duas personalidades distintas?
Sim. Florence Cook, estando perfeitamente acordada,
conversava com Katie e William Crookes, que via a ambas. Não só as ideias que
elas revelavam, mas as diferenças de talhe, de tez, de cabelo, de pulsações e
de batimentos mostravam que se tratava, no caso, de duas personalidades bem
distintas. (Obra citada, pág. 268.)
C. Como é possível à alma reproduzir a forma de
um corpo físico já extinto?
Não é difícil entender que o perispírito seja capaz de
reproduzir a forma do corpo físico já extinto. Desde que nada se perde no
envoltório fluídico, as formas do ser se fixam nele e podem reaparecer sob o
influxo da vontade. O Sr. Brackett viu numa sessão um mancebo muito alto
dizer-se irmão de uma senhora presente, que lhe replicou: “Como poderia
reconhecê-lo, se não o vejo desde criança?” De imediato a figura diminuiu de
talhe pouco a pouco, até chegar à do menino que ela conhecera. O fato citado conduz-nos
à lei geral, ensinada por Kardec, de que um Espírito suficientemente adiantado
pode assumir, à vontade, qualquer dos tipos pelos quais tenha evolvido no curso
de suas existências sucessivas. (Obra citada, págs. 270 a 274.)
Observação:
Eis os links que remetem
aos três últimos textos:
Parte 20 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/08/a-alma-eimortal-gabriel-delanne-parte_10.html
Parte 21 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/08/a-alma-eimortal-gabriel-delanne-parte_17.html
Parte 22 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2018/08/a-alma-eimortal-gabriel-delanne-parte_24.html
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