segunda-feira, 31 de outubro de 2016

As mais lindas canções que ouvi (214)



Samba de Uma Nota Só

Tom Jobim e Newton Mendonça
 
Eis aqui este sambinha feito numa nota só.
Outras notas vão entrar, mas a base é uma só.
Esta outra é consequência do que acabo de dizer,
Como eu sou a consequência inevitável de você.

Quanta gente existe por aí que fala tanto 
e não diz nada, ou quase nada.
Já me utilizei de toda a escala e no final 
não sobrou nada, não deu em nada.

E voltei pra minha nota como eu volto pra você.
Vou contar com a minha nota como eu gosto de você.
E quem quer todas as notas: ré, mi, fá, sol, lá, si, dó.
Fica sempre sem nenhuma, fique numa nota só.



Você pode ouvir a canção acima, na voz de vários intérpretes, clicando no link indicado:
Trio Xiambê: Nina Ximenes, Wagner Amorosino e Marco Bernardo - https://www.youtube.com/watch?v=EqADJ7wT3hw




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domingo, 30 de outubro de 2016

Reflexões à luz do Espiritismo



As crianças e seus amigos imaginários

Tema central do filme O Amigo Oculto, estrelado por Robert De Niro, as crianças realmente se entretêm com amigos imaginários?
No filme, De Niro vive o personagem David Callaway, que havia enviuvado recentemente e vivia, naquele momento, somente com sua filha Emily, de 9 anos. Emily tinha um amigo imaginário chamado Charlie, com quem costumava brincar de esconde-esconde.
Conforme depoimento de diversos psicólogos, as crianças se entretêm realmente com os chamados amigos imaginários, e o percentual dos casos apurados em todo o mundo revela que o fato é mais comum do que se pensa, ou seja, não é uma ou outra criança que diz conversar com amigos que ninguém vê. Seu número seria muito grande.
A questão que se impõe é, portanto, outra: – Os amigos supostamente imaginários são fruto da imaginação infantil ou seres reais que os adultos não veem, mas que as crianças veem e com elas conversam, como fazem os amiguinhos encarnados?
A vidência mediúnica, que Allan Kardec estudou em minúcias nos itens 100 e 190 de O Livro dos Médiuns, é assunto pacífico no campo da fenomenologia espírita.
Essa faculdade, que depende da organização física do médium, permite a este ver os Espíritos em estado de vigília, ou seja, estando o sensitivo perfeitamente acordado. Como os fenômenos mediúnicos não ocorrem à revelia das autoridades espirituais superiores, é claro que há Espíritos que se deixam ver e há outros que não são vistos, o que não significa que estejamos sós, porquanto os desencarnados habitualmente nos rodeiam.
A existência da mediunidade de vidência, informam os Espíritos, foi a primeira de todas as faculdades dadas ao homem para se corresponder com o mundo invisível. Em todos os tempos e em todos os povos, as crenças religiosas se estabeleceram sobre revelações de visionários ou médiuns videntes. Na Revista Espírita de 1866, págs. 120 a 123, Allan Kardec trata do assunto.
Um fato de vidência numa criança de quatro anos, verificado em Caen, levou Kardec a reconhecer que a mediunidade de vidência não apenas parecia, mas era, efetivamente, muito comum nas crianças, e isso, segundo o Codificador, não deixava de ser providencial. “Ao sair da vida espiritual, diz Kardec, os guias da criança acabam de a conduzir ao porto de desembarque para o mundo terreno, como vêm buscá-la em seu retorno. A elas se mostram nos primeiros tempos, para que não haja transição muito brusca; depois se apagam pouco a pouco, à medida que a criança cresce e pode agir em virtude de seu livre-arbítrio.” (Cf. Revista Espírita de 1866, pp. 286 e 287.)
Ninguém, pois, se assuste quando vir que seu filho anda a conversar com “amigos” que ele diz ver e que, no entanto, não vemos.
Até os sete anos de idade, o Espírito da criança encontra-se em fase de adaptação para a nova existência e ainda não existe uma integração perfeita entre ele e a matéria orgânica, fato que lhe permite emancipar-se e, eventualmente, ver vultos desencarnados que lhe fazem companhia, o que nos permite deduzir que os amigos imaginários das nossas crianças só o são na aparência. Eles não são imaginários, mas apenas invisíveis.



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sábado, 29 de outubro de 2016

Destaques da semana da revista “O Consolador”



Já pode ser lida na Web a edição deste domingo (30 de outubro) da revista O Consolador, cujos destaques vão abaixo relacionados, seguidos dos respectivos links:

Destaques da edição 489

Já está na Web a edição deste domingo (30 de outubro) da revista O CONSOLADOR.
Pouco antes de desencarnar, José de Mello, de Taubaté (SP), falou à nossa revista.
No Especial da semana, Altamirando Carneiro diz-nos como era a vida no tempo de Jesus.
Conheça o trabalho da Associação Assistencial Lar Betânia, de Blumenau (SC).
“Nas pegadas do Cristo” é o título e o tema do editorial desta semana.
O romance mediúnico Escravos do ouro, de Eurípedes Kühl, é o livro do mês da EVOC
De um leitor: - Um Espírito desencarnado, para visitar a família, precisa de permissão?
Saiba o que ocorre nesta semana no movimento espírita brasileiro.
Anote e acompanhe os eventos espíritas internacionais desta semana.
Como Kardec entendia a caridade cristã e sua prática?
No tocante às pessoas envolvidas, que modalidades de obsessão conhecemos?
“Jesus de Nazaré, um personagem especial” (Arnaldo Rodrigues de Camargo).
Veja como Bezerra de Menezes analisa a frase “Fora da Caridade Não Há Salvação”
“A primeira fase do Espiritismo” (Édo Mariani).
O amor e o ódio são forças atrativas? 
Por que as pessoas choram quando alguém morre? Tia Célia explica.
“Matrizes psíquicas” (Eurípedes Kühl).
Não basta desenvolver a mediunidade. Quem diz isso é Emmanuel. Por que será?
“O amor nos salvará” (Hugo Alvarenga Novaes).
A fisionomia do obsessor acompanha geralmente seu estado psíquico?
Com os livros psicografados por Chico Xavier ampliou-se o gosto pelo estudo?
“Espiritismo pago?” (José Lucas).
“Atentu, kiel vi parolas; en pluraj okazoj manieroj parolas pli elokvente ol vortoj.”
“Teólogos, não nos enganem tanto, as almas é que são o espírito santo” (José Reis Chaves).
Se alguém errou na experiência sexual, qual deve ser nossa conduta?
Que significam píton, marruá, caxaréu e capitari?
“Onde está nossa verdadeira pátria? No Além ou na Terra?” (Wellington Balbo).
“Sigamos com Jesus”, de João de Deus, é um poema que vale a pena conhecer.
“Dá-me algo para ver. E também para tocar” (Wilson Garcia).





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Contos e crônicas



Simão, o mendigo

JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Acompanhei meu secretário e esposa em passeio que fizeram ao Rio de Janeiro. No centro da cidade, eles resolveram fazer umas compras na Av. Nossa Senhora de Copacabana.
Como de praxe, viram deitados ou sentados nas calçadas diversos mendigos. Um deles era Simão, idoso e enfermo, cujo cajado estava encostado na porta fechada de uma loja.
Vagara, incerto, após fugir da seca no Piauí e fora despejado do pardieiro onde se hospedara, após acabar-se o pouco dinheiro que trouxera, resultante da venda de seu pequeno sítio a parentes que prometeram ajudá-lo, mas o deixaram desamparado. Agora, não lhe restava outra opção a não ser a de ser mais um dentre tantos seres humanos (ser, ser, seres, notou, leitor?) sem lar, sem cama, sem pão (sem, sem, sem, leitora, você viu isso?) e maltrapilho a vagar incerto, pelas longas e, por vezes, tumultuadas avenidas cariocas (as, as, as... isso é coisa da carioca Cecília Malan, rs).
Os cabelos alvos, a face enrugada, as mãos encarquilhadas de Simão muito pouco comoviam os transeuntes, que não se importavam em saber de onde viera e por que ali se encontrava. Os que o viam, apenas sabiam que se tratava de um mendigo. Não lhe conheciam o passado e nem lhes interessava seu futuro.
Com o passar dos dias, sem condições de comprar remédios para as feridas que surgiam em seu corpo encarquilhado, em virtude da desidratação e quedas, muitos pedestres o tratavam mal. Diversas pessoas afastavam-se enojadas. Alguns diziam que era “leproso”, outros alegavam que ele se fazia de doente e necessitado, mas que era farsante explorador da bolsa alheia.
Muitas vezes, Simão refletia em como fora difícil sua vida na caatinga nordestina; todavia, quando moço, possuía corpo robusto e boa saúde, a tudo superando, até chegar ali, na esperança de encontrar ao menos um biscate, um pequeno quarto onde repousar da velhice, alguma roupa limpa para vestir e o pão de cada dia. O tempo foi passando e Simão foi ficando cada vez mais fraco, mais desiludido, mais enfermo e cansado. Já não tinha forças nem mesmo para tentar localizar seus parentes no Piauí. Muito menos coragem para tal, pois sabia que seus três “filhos homens” e suas “cinco filhas mulheres” viviam em situação de penúria material e sua viagem para a “Cidade Maravilhosa” fora, para todos, uma boca a menos para comer a mandioca ralada com o pouco feijão da cuia; mais caldo do que feijão.
Um dia, porém, quando Joteli e esposa já não mais caminhavam pela avenida Nossa Senhora de Copacabana, após uma noite de chuva e de frio, o velho sofredor tentou levantar-se do seu canto na calçada onde dormira e caiu. Perdeu os sentidos e... horas depois, um rabecão que por ali passava recolheu seu corpo sem vida e o enterrou como indigente.
Assim é o destino de milhões de seres humanos.
Esta e outras cenas, vistas por meu amigo, o poeta português João de Deus, inspirou-lhe o seguinte poema, que compartilho com meus trinta ou quarenta fiéis leitores semanais:

Simão, o mendigo

Doente, pobre, velhinho,
O desditoso Simão,
Arrimado a seu bordão,
Andava devagarinho...

Pés e mãos em chaga aberta,
Lá ia o velho, coitado!
Enfermo, desamparado
E humilde na estrada incerta.

Cabelo todo branquinho,
Rugosa a face morena,
O pobre metia pena
A vagar pelo caminho...

De onde viera? Ora, quem
Buscava saber ao certo?
Vinha de longe ou de perto?
Ninguém sabia, ninguém.

Só lhe sabiam do nome,
E que, em miséria, sem nada,
Ele esmolava na estrada,
A fim de matar a fome.

Estendendo seu chapéu,
Pedia, cheio de dor:
— Uma esmola, meu senhor,
Por amor ao Pai do Céu!...

Mas, oh! Deus, que desalento
Neste mundo de aflição!
Ninguém ouvia Simão
Nas horas do sofrimento.

— Passai de largo! é leproso!...
Diziam homens cruéis
— Oh! não vos aproximeis
Deste ancião perigoso!...

— Ah! que graça! Põe-te à brisa! —
Exclamava outro passante —
— Nada de esmola ao tratante,
Que este velho não precisa!...

O mendigo, nos seus ais,
Dizia: — Viva a saúde!
Trabalhei enquanto pude,
Agora, não posso mais...

Toda a gente lhe fugia,
Ninguém lhe dava uma sopa,
Nem um trapinho de roupa
Para a noite da agonia.

Muito tempo era passado,
E o desditoso velhinho
Sentia-se mais sozinho,
Mais doente, mais cansado...

Chegou, enfim, um momento
Em que o velho sofredor
Caiu de frio e de dor
Na estrada do sofrimento.

Caiu e sonhou, contente,
Embora a sede e o cansaço,
Que Jesus vinha do Espaço
Dizendo-lhe, docemente:

— Escuta, meu bom Simão,
Não temas, querido amigo!
Sê forte! Eu estou contigo.
Chegaste à ressurreição.

Não chores. Estou aqui!...
Terminou tua aflição,
Estás em meu coração!
Pensavas que te esqueci?

Enquanto o mundo enganado
Atormentava-te ao peso
De zombaria e desprezo,
Eu sempre estive ao teu lado.

Teus prantos e tuas dores
São, hoje, a luz que te veste
No campo do amor celeste,
Repleto de eternas flores.

E Jesus, em voz mais terna,
Concluía: — Vem, Simão,
À doce consolação
Do mundo de luz eterna!...

E Simão, chorando e rindo,
A seguir, ditoso, o Mestre,
Esqueceu a dor terrestre,
No céu venturoso e lindo.

O caminho era de estrelas
De tão sublime matiz
Que o pobre ria, feliz,
Sem saber como entendê-las.

No outro dia, ao reconforto
Do Sol de coroa erguida,
Acharam Simão sem vida...
O mendigo estava morto.

Amiga leitora, você que é sensível e gosta de poesia poderá ler este e outros belos poemas na obra Antologia Mediúnica do Natal, psicografada por Chico Xavier e publicada pela FEB.
O livro também possui belas mensagens de Emmanuel, Humberto de Campos e outros escritores e poetas que já atravessaram o Campo da Esperança e me fazem companhia no Clube Beethoven ou na Academia Celestial de Letras de cidade vizinha a Nosso Lar. Ótimo presente de Natal! que poderá ser adquirido em dezembro nas livrarias espíritas ou na livraria da FEB, em Brasília, na Av. L2 Norte, ou no Rio de Janeiro, Centro, na Av. Passos, número 30.






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sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Correio mediúnico



Em plena era nova

Eurípedes Barsanulfo

Há criaturas que deixaram na Terra, como único rastro da vida robusta que usufruíam na carne, o mausoléu esquecido num canto ermo de cemitério.
Nenhuma lembrança útil.
Nenhuma reminiscência em bases de fraternidade.
Nenhum ato que lhes recorde atitudes com padrões de fé.
Nenhum exemplo edificante nos currículos da existência.
Nenhuma ideia que vencesse a barreira da mediocridade.
Nenhum gesto de amor que lhes granjeasse sobre o nome o orvalho da gratidão.
A terra conservou-lhes, à força, apenas o cadáver – retalho de matéria gasta que lhes vestira o espírito e que passa a ajudar, sem querer, no adubo às ervas bravas.
Usaram os empréstimos do Pai Magnânimo exclusivamente para si mesmos, olvidando estendê-los aos companheiros de evolução e ignorando que a verdadeira alegria não vive isolada numa só alma, pois que somente viceja com reciprocidade de vibrações entre vários grupos de seres amigos.
Espíritas, muitos de nós já vivemos assim!
Entretanto, agora, os tempos são outros e as responsabilidades surgem maiores.
O Espiritismo, ao rasgar-nos nas mentes acanhadas e entorpecidas largos horizontes de ideal superior, nos impele para frente, rumo aos Cimos da Perfectibilidade.
A Humanidade ativa e necessitada, a construir seu porvir de triunfos, nos conclama ao trabalho.
O espírito é um monumento vivo de Deus – o Criador Amorável.
Honremos a nossa origem divina, criando o bem como chuva de bênçãos ao longo de nossas próprias pegadas.
Irmãos, sede vencedores da rotina escravizante.
Em cada dia renasce a luz de uma nova vida e com a morte somente morrem as ilusões.
O espírito deve ser conhecido por suas obras.
É necessário viver e servir.
É necessário viver, meus irmãos, e ser mais do que pó!

Do livro O Espírito da Verdade, obra psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, de autoria de Espíritos diversos.



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