O porquê da
vida
Léon Denis
Parte 10
Damos sequência ao estudo do clássico O porquê da vida, de Léon Denis, com base na 14ª edição publicada
pela Federação Espírita Brasileira. O estudo será aqui apresentado em 13
partes.
Nossa expectativa é que ele sirva para o leitor como uma
forma de iniciação ao estudo dos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas encontram-se no final do
texto abaixo.
Questões preliminares
A. Como o Espiritismo nos recomenda encarar o sofrimento?
B. O purgatório localiza-se onde?
C. O Espiritismo é apenas uma ciência?
Texto para
leitura
121. Passada a tormenta, dissipar-se-ão as nuvens sombrias
que nos escurecem o céu. Um límpido raio de sol brilhará sobre as ruínas
acumuladas e uma era nova começará para a Humanidade. Grandes coisas então se
realizarão. Almas poderosas reencarnarão entre nós para dar vigoroso impulso à
ascensão geral. A consciência humana se desembaraçará das peias do
materialismo. A Filosofia se espiritualizará. (PP. 113 e 114)
122. No seu artigo de ataque ao Espiritismo, já referido
antes, o padre Coubé faz a apologia do inferno, afirmando: “O Inferno não é em
si mesmo uma crueldade, pois que a crueldade consiste em fazer sofrer um ente
para gozar com o seu sofrimento, portanto, além do que ele merece e do que a
ordem reclama”. Responderemos a ele: “É sempre cruel infligir a um ser
sofrimentos que não tenham a leni-los nenhuma esperança e que não comportam
resultado algum”. (P. 116)
123. Em todo o Universo, o sofrimento é, sobretudo, um meio
educativo e purificador. Considerando-o como uma expiação temporária, do ponto
de vista da justiça divina e segundo o Espiritismo, ele se nos mostra como um
processo de evolução, pois que, desenvolvendo em nós a sensibilidade, nos
aumenta a vida, tornando-a mais intensa, ao passo que, com as penas eternas, o
sofrimento não é mais do que uma baixa vingança, uma crueldade inútil. (P. 116)
124. Ora, Deus nada faz sem objetivo, e o seu objetivo é
sempre grandioso, generoso, benéfico para suas criaturas. (P. 116)
125. Aliás, o padre Coubé não deve ignorar que a maioria
dos teólogos hão renunciado à teoria das penas eternas e que já está
reconhecido e firmado que a palavra hebreia que se traduziu por eterno não
significa sem-fim, mas apenas longa duração. (P. 116)
126. A Terra, eis o purgatório verdadeiro, o inferno
temporário. O sofrimento do Espírito na vida do espaço não pode ser senão
moral. Resulta da ação da consciência que desperta imperiosa, mesmo que se
trate das almas mais atrasadas. (P. 117)
127. Em meio de tantas obscuridades acumuladas pela Igreja
no decurso dos séculos, não admira que a pobre Humanidade se tenha extraviado e
erre, sem bússola, à mercê das tempestades da paixão, da dúvida, do desespero.
(P. 117)
128. Com o Espiritismo, nada de afirmações sem provas,
porque ele repousa sobre um conjunto de fatos e de testemunhos que, crescendo
continuamente, lhe assegura o seu lugar na Ciência e lhe prepara esplêndido
porvir. Todas as descobertas recentes da Física e da Química vieram confirmar
suas experiências. (PP. 117 e 118)
129. O Espiritismo é, pois, ao mesmo tempo uma ciência e
uma fé. Como fé, pertencemos ao Cristianismo, não a esse cristianismo
desfigurado, apoucado, rebaixado pelo fanatismo, mas à Religião que une o homem
a Deus em espírito e verdade. Não nos passa pela mente fundar um novo
evangelho. O de Jesus nos basta plenamente. (P. 118)
130. Se um dia o grande ideal desejado pelos sábios e
entrevisto por todos os inovadores vier a realizar-se pelo acordo entre a
Ciência e a Fé, a Humanidade deverá isso ao Espiritismo, às suas investigações
laboriosas, à sua filosofia consoladora e elevada. Graças a ele é que se
cumprirá a bela profecia de Claude Bernard: “Virá o momento em que o sábio, o
pensador, o poeta e o sacerdote falarão a mesma linguagem”. (P. 119)
131. Lançando um olhar de conjunto sobre a obra da Igreja
Católica Romana, podemos dizer que, malgrado as suas manchas e sombras, é bela
e grande a sua história. Nas épocas de barbaria, foi ela o asilo do pensamento
e das artes e, por séculos, a educadora do mundo. Mas a obra da Igreja teria
sido incomparavelmente mais bela, mais eficaz, se houvesse ensinado sempre a
verdade em toda a sua plenitude, se houvesse feito luz completa sobre o destino
humano. (P. 119)
132. Se isso tivesse sido feito, não veríamos a
indiferença, o ceticismo e o materialismo se espalharem, nem tantas revoltas,
tantos desesperos e suicídios. E a Terra não assistiria a tantas paixões,
tantas cobiças e tantos furores se desencadearem à volta dos que aqui residem.
(P. 120)
Respostas às
questões preliminares
A. Como o
Espiritismo nos recomenda encarar o sofrimento?
O sofrimento deve ser encarado, sobretudo, como um meio
educativo e purificador. Numa perspectiva espírita, ele se nos mostra como um
processo de evolução, pois que, desenvolvendo em nós a sensibilidade,
aumenta-nos a vida e a torna mais intensa, ao passo que, com a eternidade das
penas, o sofrimento não é mais do que uma baixa vingança, uma crueldade inútil.
(O porquê da vida, pág. 116.)
B. O purgatório
localiza-se onde?
Na concepção espírita, a Terra é o purgatório verdadeiro, o
inferno temporário. O sofrimento do Espírito na vida do espaço não pode ser
senão moral. Resulta da ação da consciência que desperta imperiosa, mesmo que
se trate das almas mais atrasadas. (Obra citada, pág. 117.)
C. O
Espiritismo é apenas uma ciência?
Não. O Espiritismo - diz Léon Denis - é, ao mesmo tempo,
uma ciência e uma fé. Como fé, pertence ao Cristianismo, não a esse
cristianismo desfigurado, apoucado, rebaixado pelo fanatismo, mas à Religião
que une o homem a Deus em espírito e verdade. Não passa pela mente dos
espíritas fundar um novo evangelho. O de Jesus lhes basta plenamente. (Obra
citada, pág. 118.)
Observação:
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textos anteriores:
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