A Reencarnação
Gabriel Delanne
Parte 6
Continuamos o estudo do clássico A
Reencarnação, de Gabriel Delanne, de acordo com a tradução feita por Carlos
Imbassahy publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma de
iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no
final do texto indicado para leitura.
Questões preliminares
A. Que vinculação existe entre o sistema nervoso e o perispírito?
B. Que experiências estabeleceram a certeza absoluta da existência do
perispírito?
C. É possível ativar a recordação do passado por meio do magnetismo?
D. Que fato torna possível renovar as lembranças do passado a uma
pessoa que, mesmo desencarnada, tenha esquecido suas existências anteriores?
Texto para leitura
92. Se admitirmos, com Claude Bernard, que todos os movimentos
produzidos no organismo exigem a destruição da substância viva, como explicar
que nos velhos são as lembranças da mocidade que mais persistem? Essa anomalia
seria inexplicável, se o sistema nervoso fosse o registrador de todas as
sensações, e não o perispírito. (PÁG. 142)
93. É aqui que intervém o ensino de Kardec sobre o corpo espiritual, a
que deu o nome de perispírito: ele é o molde no qual a matéria física se
incorpora, ou, mais exatamente, o plano ideal que contém as leis organogênicas
do ser humano. (PÁG. 142)
94. Ligado ao corpo por intermédio do sistema nervoso, toda sensação,
que abala a massa nervosa, desprende essa espécie de energia a que deram os
mais diversos nomes: fluido nervoso, fluido magnético, força psíquica... (PÁG.
142)
95. Essa energia age sobre o perispírito para comunicar-lhe o movimento
vibratório particular, segundo o território nervoso excitado (vibração visual,
auditiva, táctil, muscular etc.), de maneira que a atenção da alma seja
acordada e se produza o fenômeno da percepção. (PÁG. 142)
96. Desde esse momento, essa vibração faz parte, para sempre, do
organismo perispiritual, porque, em virtude da lei de conservação da energia,
ela é indestrutível. (PÁGS. 142 e 143)
97. Foram as experiências espíritas que estabeleceram a certeza
absoluta da existência desse corpo espiritual, que se torna visível durante o
desdobramento do ser humano, as aparições e as materializações. (PÁG. 143)
98. Porque o perispírito é indestrutível, conservamos após a morte a
integridade de nossas aquisições e a memória. (PÁG. 143)
99. A separação entre o espírito e a matéria produz um período de
perturbação, durante o qual a alma não tem consciência exata de sua nova
situação; pouco a pouco, essa espécie de doença perispiritual tem fim, quer
normalmente, quer sob a influência dos Espíritos protetores. (PÁG. 144)
100. Em certos pacientes o estado fisiológico é inseparável do
psicológico, que lhe está associado; isso nos permite entender como, durante
uma materialização, o Espírito pode reconstituir seu corpo físico por simples
ato de sua vontade, isto é, por autossugestão. (PÁG. 144)
101. Se a memória da última vida terrestre é renovada depois da morte,
o mesmo não se dá, em muitos casos, com as existências anteriores. (PÁG. 145)
102. Vimos que existem séries de memórias superpostas e que as camadas
superficiais são acessíveis à consciência; se quisermos penetrar, porém, mais
profundamente no armazém das lembranças, é preciso mergulhar o paciente no
estado sonambúlico, para dar ao perispírito o movimento vibratório que lhe é
próprio. Há no corpo espiritual zonas de
intensidade vibratória prodigiosamente diversas, e as camadas
perispirituais das vidas anteriores têm um mínimo de movimentos vibratórios,
que as torna inconscientes para os Espíritos pouco evolvidos: é por isso que
ignoram se viveram anteriormente. (PÁG. 145)
103. É possível despertar tais recordações, magnetizando-os. Kardec
alude a isso na "Revista Espírita" (caso Dr. Cailleu). Se
magnetizarmos um paciente terrestre, de maneira a atingir as camadas profundas
do perispírito, poderemos renovar a memória de suas vidas anteriores, como
fizeram os espíritas espanhóis e o Coronel de Rochas. (PÁGS. 146 e 147)
104. Em 1887, Fernandez Colavida obteve idêntico resultado, no Grupo
Espírita "Paz", na Espanha. O registro é de Estevan Marata. (PÁG.
149)
105. Em obra publicada em 1911, o Coronel de Rochas refere suas
experiências de regressão de memória, com passes e sugestão. (PÁG. 158)
106. Flournoy, professor de Psicologia em Genebra, estudou de perto o
caso Helena Smith, que descrevia duas existências anteriores, como Maria
Antonieta e uma princesa hindu, e a vida no planeta Marte. (PÁGS. 159 e 160)
107. No caso da princesa Simandini, as investigações do prof. Flournoy
conduzem à conclusão de que Helena é a reencarnação da princesa. (PÁG. 163)
108. Para Flournoy, a mediunidade não é incompatível com uma vida
normal e regular, e o médium não é necessariamente um nevropata. (PÁG. 164)
109. A experiência confirma o despertar dos conhecimentos anteriormente
adquiridos, no período de transe do estado sonambúlico. (PÁGS. 166 e 167)
110. Muitos exemplos mostram Espíritos descrevendo, em sessões
mediúnicas, suas vidas anteriores e dando provas disso. (PÁGS. 168 e 169)
111. Todas as sensações visuais, auditivas, tácteis, cenestésicas, que
agem sobre nós, ficam gravadas de maneira indelével no perispírito e podem
renascer espontaneamente, ou durante o sono sonambúlico. (PÁG. 170)
112. Parece que cada período da vida deixa no perispírito impressões
sucessivas inapagáveis, formadas por associações dinâmicas estáveis que se
superpõem sem se confundir, mas cujo movimento vibratório diminui à medida que
o tempo passa, até cair abaixo do limiar da consciência espírita. (PÁG. 170)
113. Se dermos a esse corpo fluídico movimentos vibratórios análogos
aos que ele registrou em qualquer momento de sua existência, far-se-á renascer
todas as lembranças concomitantes desse período. (PÁG. 171)
114. Foi o que sucedeu nas experiências de Richet, Bourru, Burot,
Pitres, Rochas e outros, mas nem todos os pacientes se acham aptos a fazer
renascer o passado, em virtude de múltiplas causas, e a principal resulta, ao
que parece, do que se poderia chamar a densidade perispiritual, isto é, a
imperfeição relativa do corpo fluídico, cujas vibrações não podem achar a intensidade
necessária para ressuscitar o passado. (PÁG. 171)
Respostas às questões
preliminares
A. Que vinculação existe
entre o sistema nervoso e o perispírito?
A vinculação entre um e outro é ampla. O corpo espiritual, ou
perispírito, é o molde no qual a matéria física se incorpora, ou, mais
exatamente, o plano ideal que contém as leis organogênicas do ser humano.
Ligado ao corpo por intermédio do sistema nervoso, toda sensação, que abala a
massa nervosa, desprende essa espécie de energia a que deram os mais diversos
nomes: fluido nervoso, fluido magnético, força psíquica... Essa energia age
sobre o perispírito para comunicar-lhe o movimento vibratório particular,
segundo o território nervoso excitado (vibração visual, auditiva, táctil,
muscular etc.), de maneira que a atenção da alma seja acordada e se produza o
fenômeno da percepção. (A Reencarnação,
cap. VII, págs. 142 e 143.)
B. Que experiências
estabeleceram a certeza absoluta da existência do perispírito?
Foram as experiências espíritas que estabeleceram a certeza absoluta da
existência do corpo espiritual, que se torna visível durante o desdobramento do
ser humano, as aparições e as materializações. (Obra citada, cap. VII, pág.
143.)
C. É possível ativar a
recordação do passado por meio do magnetismo?
Sim, é possível despertar tais recordações, magnetizando o indivíduo.
Kardec alude a isso na "Revista Espírita" (caso Dr. Cailleu). O
Coronel de Rochas e Fernandez Colavida comprovaram experimentalmente essa
possibilidade. (Obra citada, cap. VII, págs. 145 a 149.)
D. Que fato torna possível
renovar as lembranças do passado a uma pessoa que, mesmo desencarnada, tenha
esquecido suas existências anteriores?
Todas as sensações visuais, auditivas, tácteis, cenestésicas, que agem
sobre nós, ficam gravadas de maneira indelével no perispírito e podem renascer
espontaneamente, ou durante o sono sonambúlico. Parece que cada período da vida
deixa no perispírito impressões sucessivas inapagáveis, formadas por
associações dinâmicas estáveis que se superpõem sem se confundir, mas cujo
movimento vibratório diminui à medida que o tempo passa, até cair abaixo do
limiar da consciência espírita. Se dermos a esse corpo fluídico movimentos
vibratórios análogos aos que ele registrou em qualquer momento de sua
existência, far-se-á renascer todas as lembranças concomitantes desse período.
(Obra citada, cap. VII, págs. 166 a 171.)
Nota:
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