sábado, 9 de janeiro de 2016

As frases do Cristo escritas na areia


JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF

Boa noite, leitora amiga.
Hoje eu comecei dirigindo-me à leitora, mas o leitor amigo, que está aqui do meu lado, entenderá que o bate-papo é com ele, assim como a leitora inteligente que me lê perceberá que é a ela que me refiro. Dito isso, vamos ao que nos interessa.
Ainda ressoam em nossos ouvidos os suaves dobres natalinos.
Deixada de lado a controvérsia de historiadores sobre se Jesus Cristo nasceu de três a cinco anos antes do ano primeiro e também se foi ou não num dia 25 de dezembro, o que importa é que ele nasceu, viveu entre nós e morreu como qualquer um de nós tem de morrer, embora o como faça a diferença. Uns morrem placidamente deitados em sua cama, em idade avançada, como Chico Xavier, que desencarnou aos 92 anos de idade; outros não chegam nem mesmo a dar um suspiro e já retornam à pátria espiritual tão logo saiam do ventre materno. Outros, ainda, como o profeta nazareno, são brutal e covardemente assassinados em plena juventude, com pouco mais ou menos três décadas de vida, pois, como sabemos, Jesus foi crucificado aos 33 anos de idade. A diferença é que, cumprindo sua promessa, três dias depois, o Cristo estava novamente entre seus discípulos e, dias após, apareceu e falou, do alto do monte, aos 500 da Galileia, antes de subir definitivamente ao Reino de Deus.
Não sem antes prometer que ficaria conosco até o fim dos tempos.
Embora não reste nada escrito por Ele, pois a única vez que escreveu algo o fez na areia, após lhe perguntarem se deveriam ou não apedrejar a adúltera, os três anos de seu trabalho diuturno nas terras palestinas foram suficientes para separar as eras em antes dele (a.C.) e depois dele (d.C.).
Agora, amiga leitora, não só você como eu ficamos curiosos: o que teria escrito o Mestre na terra, quando lhe disseram ter surpreendido a mulher em adultério e lhe indagaram se deveriam ou não a apedrejar, como previa a lei de Moisés?
Inicialmente, escrevia na terra com a cabeça inclinada e nada respondia. Porém os escribas e fariseus insistiram; e o Mestre, erguendo-se, propôs-lhes que atirasse a primeira pedra aquele que estivesse sem pecado. Nenhum deles se atreveu a tanto.
E, voltando a inclinar-se, Jesus ainda anotou algo mais na terra, antes que, um por um, os acusadores da mulher se retirassem cabisbaixos, desde o mais velho até o mais novo. (João, 8:3-9.)
Resolvi, então, perguntar a João, único evangelista a relatar esse caso, o que teria escrito o Cristo. Eis o que ele me respondeu:
— Da primeira vez que se abaixou, para que seus interlocutores tivessem tempo de refletir, escreveu o seguinte: “Não faça a outrem o que não deseja que lhe seja feito”.
 — E após ter dito para atirar a pedra quem estivesse sem pecado, estimado evangelista, o que o Cristo escreveu? Perguntei ao apóstolo, que me respondeu com uma síntese do que o Evangelho espera de cada um de nós:
— Quando quiser julgar seu irmão, volte seu olhar para dentro de si mesmo, e consulte sua consciência se você, na situação dele, não teria feito igual ou pior.
E nada mais perguntei. E nada mais me foi dito.
Afastou-se João volitando em direção a todos os demais evangelistas, apóstolos e Moisés, que o aguardavam no alto do monte Sinai e dali todos eles estenderam suas bênçãos sobre nós...
Que em 2016, querida leitora, possamos trabalhar em nosso íntimo o sentimento de piedade e tolerância para com o nosso próximo, assim como as desejamos para nós mesmos.

Ps: “Machado” sugere-lhe que confira as palavras acima de João no vol.4, cap. 8 da obra de J. B. Roustaing intitulada Os quatro evangelhos, publicada pela Federação Espírita Brasileira.




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