domingo, 14 de fevereiro de 2016

Há vida inteligente nas diferentes moradas do Pai


Há pouco tempo, numa roda de amigos, alguém lançou-nos uma pergunta acerca de um tema que é muito caro aos espíritas: a existência de outros planetas habitados e o intercâmbio porventura mantido por seus habitantes.
Como o leitor já sabe, um dos princípios fundamentais do Espiritismo é o da pluralidade dos mundos habitados. Assim o exigem duas leis estabelecidas pelo Criador: a lei do progresso e a lei da reencarnação.
Nesse sentido, os planetas funcionam à maneira de escolas. Quando uma turma completa seus estudos, chega outra e assim sucessivamente, e é essa migração constante entre as diferentes escolas, ou mundos habitados, que explica o aumento constante da população da Terra.
Na obra da criação, entre os mundos destinados à encarnação de Espíritos em estágio probatório ou expiatório, encontra-se o nosso planeta, que nada mais é que uma das inumeráveis moradas que circulam no espaço infinito.
Existem, evidentemente, muitos outros planetas a abrigar sociedades ou grupos humanos semelhantes ao nosso, não sendo o homem terráqueo o único ser encarnado dotado de inteligência, racionalidade e senso moral neste Universo imenso em que as galáxias estelares se contam aos milhões.
Criado simples e ignorante, mas dotado da liberdade de definir sua própria conduta, o Espírito sujeita-se a encarnar e reencarnar, experimentando múltiplas existências corporais na Terra ou em outros planetas, tantas quantas forem necessárias para ultimar sua depuração e seu progresso.
Esse processo admirável realiza-se através da alternância sucessiva das existências humanas nos dois planos da vida: o corpóreo e o espiritual.
O Espírito encarnado, enquanto seu corpo vive, está fixado ao mundo em que encarnou. Desencarnado, passa ele à condição de Espírito errante, que, como o próprio vocábulo errante sugere, necessita ainda de reencarnar para depurar-se e progredir. No estado de erraticidade, o Espírito continua a pertencer ao mundo onde deve reencarnar, mas, não estando a ele fixado pelo corpo, é mais livre e pode até mesmo visitar outros planetas, com a finalidade de instruir-se.
As emigrações e imigrações de Espíritos podem também ocorrer, e efetivamente ocorrem, entre mundos diferentes, ou seja, os Espíritos podem migrar de uns para outros planetas.
Uns o fazem por força do progresso realizado, que os habilita a ingressar em um mundo mais adiantado, o que é um prêmio para eles; outros, ao contrário, podem ser banidos do mundo a que pertencem, por não haverem acompanhado o progresso moral atingido pela sociedade que habita o planeta.
O exílio que lhes é imposto constitui verdadeiro castigo, que a lei de justiça impõe aos recalcitrantes no mal, escravizados ao orgulho e à sensualidade. Foi, aliás, esse fato que deu origem à chamada raça adâmica, tema que Kardec examina em sua última obra, A Gênese, e que Emmanuel esmiúça, com a clareza habitual, em seu livro A Caminho da Luz, psicografado por Francisco Cândido Xavier.



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