sexta-feira, 26 de maio de 2017

Iniciação aos clássicos espíritas





A Reencarnação

Gabriel Delanne

Parte 6

Continuamos o estudo do clássico A Reencarnação, de Gabriel Delanne, de acordo com a tradução feita por Carlos Imbassahy publicada pela Federação Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

Questões preliminares

A. Que vinculação existe entre o sistema nervoso e o perispírito?
B. Que experiências estabeleceram a certeza absoluta da existência do perispírito?
C. É possível ativar a recordação do passado por meio do magnetismo?
D. Que fato torna possível renovar as lembranças do passado a uma pessoa que, mesmo desencarnada, tenha esquecido suas existências anteriores?

Texto para leitura

92. Se admitirmos, com Claude Bernard, que todos os movimentos produzidos no organismo exigem a destruição da substância viva, como explicar que nos velhos são as lembranças da mocidade que mais persistem? Essa anomalia seria inexplicável, se o sistema nervoso fosse o registrador de todas as sensações, e não o perispírito. (PÁG. 142)
93. É aqui que intervém o ensino de Kardec sobre o corpo espiritual, a que deu o nome de perispírito: ele é o molde no qual a matéria física se incorpora, ou, mais exatamente, o plano ideal que contém as leis organogênicas do ser humano. (PÁG. 142)
94. Ligado ao corpo por intermédio do sistema nervoso, toda sensação, que abala a massa nervosa, desprende essa espécie de energia a que deram os mais diversos nomes: fluido nervoso, fluido magnético, força psíquica... (PÁG. 142)
95. Essa energia age sobre o perispírito para comunicar-lhe o movimento vibratório particular, segundo o território nervoso excitado (vibração visual, auditiva, táctil, muscular etc.), de maneira que a atenção da alma seja acordada e se produza o fenômeno da percepção. (PÁG. 142)
96. Desde esse momento, essa vibração faz parte, para sempre, do organismo perispiritual, porque, em virtude da lei de conservação da energia, ela é indestrutível. (PÁGS. 142 e 143)
97. Foram as experiências espíritas que estabeleceram a certeza absoluta da existência desse corpo espiritual, que se torna visível durante o desdobramento do ser humano, as aparições e as materializações. (PÁG. 143)
98. Porque o perispírito é indestrutível, conservamos após a morte a integridade de nossas aquisições e a memória. (PÁG. 143)
99. A separação entre o espírito e a matéria produz um período de perturbação, durante o qual a alma não tem consciência exata de sua nova situação; pouco a pouco, essa espécie de doença perispiritual tem fim, quer normalmente, quer sob a influência dos Espíritos protetores. (PÁG. 144)
100. Em certos pacientes o estado fisiológico é inseparável do psicológico, que lhe está associado; isso nos permite entender como, durante uma materialização, o Espírito pode reconstituir seu corpo físico por simples ato de sua vontade, isto é, por autossugestão. (PÁG. 144)
101. Se a memória da última vida terrestre é renovada depois da morte, o mesmo não se dá, em muitos casos, com as existências anteriores. (PÁG. 145)
102. Vimos que existem séries de memórias superpostas e que as camadas superficiais são acessíveis à consciência; se quisermos penetrar, porém, mais profundamente no armazém das lembranças, é preciso mergulhar o paciente no estado sonambúlico, para dar ao perispírito o movimento vibratório que lhe é próprio. Há no corpo espiritual zonas de  intensidade vibratória prodigiosamente diversas, e as camadas perispirituais das vidas anteriores têm um mínimo de movimentos vibratórios, que as torna inconscientes para os Espíritos pouco evolvidos: é por isso que ignoram se viveram anteriormente. (PÁG. 145)
103. É possível despertar tais recordações, magnetizando-os. Kardec alude a isso na "Revista Espírita" (caso Dr. Cailleu). Se magnetizarmos um paciente terrestre, de maneira a atingir as camadas profundas do perispírito, poderemos renovar a memória de suas vidas anteriores, como fizeram os espíritas espanhóis e o Coronel de Rochas. (PÁGS. 146 e 147)
104. Em 1887, Fernandez Colavida obteve idêntico resultado, no Grupo Espírita "Paz", na Espanha. O registro é de Estevan Marata. (PÁG. 149)
105. Em obra publicada em 1911, o Coronel de Rochas refere suas experiências de regressão de memória, com passes e sugestão. (PÁG. 158)
106. Flournoy, professor de Psicologia em Genebra, estudou de perto o caso Helena Smith, que descrevia duas existências anteriores, como Maria Antonieta e uma princesa hindu, e a vida no planeta Marte. (PÁGS. 159 e 160)
107. No caso da princesa Simandini, as investigações do prof. Flournoy conduzem à conclusão de que Helena é a reencarnação da princesa. (PÁG. 163)
108. Para Flournoy, a mediunidade não é incompatível com uma vida normal e regular, e o médium não é necessariamente um nevropata. (PÁG. 164)
109. A experiência confirma o despertar dos conhecimentos anteriormente adquiridos, no período de transe do estado sonambúlico. (PÁGS. 166 e 167)
110. Muitos exemplos mostram Espíritos descrevendo, em sessões mediúnicas, suas vidas anteriores e dando provas disso. (PÁGS. 168 e 169)
111. Todas as sensações visuais, auditivas, tácteis, cenestésicas, que agem sobre nós, ficam gravadas de maneira indelével no perispírito e podem renascer espontaneamente, ou durante o sono sonambúlico. (PÁG. 170)
112. Parece que cada período da vida deixa no perispírito impressões sucessivas inapagáveis, formadas por associações dinâmicas estáveis que se superpõem sem se confundir, mas cujo movimento vibratório diminui à medida que o tempo passa, até cair abaixo do limiar da consciência espírita. (PÁG. 170)
113. Se dermos a esse corpo fluídico movimentos vibratórios análogos aos que ele registrou em qualquer momento de sua existência, far-se-á renascer todas as lembranças concomitantes desse período. (PÁG. 171)
114. Foi o que sucedeu nas experiências de Richet, Bourru, Burot, Pitres, Rochas e outros, mas nem todos os pacientes se acham aptos a fazer renascer o passado, em virtude de múltiplas causas, e a principal resulta, ao que parece, do que se poderia chamar a densidade perispiritual, isto é, a imperfeição relativa do corpo fluídico, cujas vibrações não podem achar a intensidade necessária para ressuscitar o passado. (PÁG. 171)

Respostas às questões preliminares

A. Que vinculação existe entre o sistema nervoso e o perispírito?
A vinculação entre um e outro é ampla. O corpo espiritual, ou perispírito, é o molde no qual a matéria física se incorpora, ou, mais exatamente, o plano ideal que contém as leis organogênicas do ser humano. Ligado ao corpo por intermédio do sistema nervoso, toda sensação, que abala a massa nervosa, desprende essa espécie de energia a que deram os mais diversos nomes: fluido nervoso, fluido magnético, força psíquica... Essa energia age sobre o perispírito para comunicar-lhe o movimento vibratório particular, segundo o território nervoso excitado (vibração visual, auditiva, táctil, muscular etc.), de maneira que a atenção da alma seja acordada e se produza o fenômeno da percepção. (A Reencarnação, cap. VII, págs. 142 e 143.)
B. Que experiências estabeleceram a certeza absoluta da existência do perispírito?
Foram as experiências espíritas que estabeleceram a certeza absoluta da existência do corpo espiritual, que se torna visível durante o desdobramento do ser humano, as aparições e as materializações. (Obra citada, cap. VII, pág. 143.)
C. É possível ativar a recordação do passado por meio do magnetismo?
Sim, é possível despertar tais recordações, magnetizando o indivíduo. Kardec alude a isso na "Revista Espírita" (caso Dr. Cailleu). O Coronel de Rochas e Fernandez Colavida comprovaram experimentalmente essa possibilidade. (Obra citada, cap. VII, págs. 145 a 149.)
D. Que fato torna possível renovar as lembranças do passado a uma pessoa que, mesmo desencarnada, tenha esquecido suas existências anteriores?
Todas as sensações visuais, auditivas, tácteis, cenestésicas, que agem sobre nós, ficam gravadas de maneira indelével no perispírito e podem renascer espontaneamente, ou durante o sono sonambúlico. Parece que cada período da vida deixa no perispírito impressões sucessivas inapagáveis, formadas por associações dinâmicas estáveis que se superpõem sem se confundir, mas cujo movimento vibratório diminui à medida que o tempo passa, até cair abaixo do limiar da consciência espírita. Se dermos a esse corpo fluídico movimentos vibratórios análogos aos que ele registrou em qualquer momento de sua existência, far-se-á renascer todas as lembranças concomitantes desse período. (Obra citada, cap. VII, págs. 166 a 171.)


Nota:
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