domingo, 16 de julho de 2017

Reflexões à luz do Espiritismo



Crianças obsidiadas: que fazer?

Pode uma criança ser objeto de obsessão por parte de um familiar desencarnado?
Sim. Na Revista Espírita de janeiro de 1865, Allan Kardec relata um caso desses. Referimo-nos à obsessão sofrida por Valentine Laurent, uma jovem de 13 anos à época, que residia em Marmande (França).
Valentine experimentava convulsões diárias e ficava, às vezes, tão violenta que era preciso amarrá-la ao leito, providência que exigia o concurso de várias pessoas. Exorcismos, missas, passes – nada disso resolveu o problema.
Levado o caso ao Sr. Dombre, dirigente de um grupo espírita radicado na mesma cidade, ele inicialmente utilizou os passes. Com a insuficiência deles, resolveu evocar a entidade que perturbava a jovem e descobriu, então, que se tratava de uma das avós de Valentine.
Teve início, então, a doutrinação, que se realizou no período de 16 a 24 de setembro de 1864. A entidade afastou-se; deu-se depois a recaída, mas depois disso, com a colaboração da jovem obsidiada, o tratamento teve um final feliz.
Ao relatar na Revista Espírita a experiência da jovem Valentine Laurent, Kardec fez as seguintes observações:
1ª. O caso demonstrou a insuficiência do tratamento magnético.
2ª. Era preciso, e é preciso em casos assim, remover-se a causa.
3ª. Para removê-la é necessário o que chamamos de doutrinação do Espírito obsessor.
Foi necessário, no entanto, o concurso da própria jovem que, orientada pelos Espíritos, decidiu mudar de conduta em face da vida, fato que contribuiu para que sua avó desencarnada, a entidade obsessora, acolhesse os esclarecimentos recebidos durante a chamada doutrinação.
Quando a obsessão envolve crianças, muitas pessoas não conseguem entender por que a Providência Divina permite que fatos assim ocorram.
Manoel Philomeno de Miranda já tratou do tema em duas conhecidas obras, psicografadas pelo médium Divaldo Franco.
No livro Sexo e Obsessão, no capítulo intitulado “O drama da obsessão na infância”, respondendo a uma pergunta sobre o assunto, o mentor Anacleto esclareceu que muitos processos de obsessão têm seu início fora do corpo físico, quando os calcetas e rebeldes, os criminosos e viciados reencontram suas vítimas no além-túmulo, os quais se lhes imantam nos tentames infelizes e de resultados graves em diversas formas de obsessões.
A obsessão na infância – disse ele – “muitas vezes é continuidade da ocorrência procedente da Erraticidade. Sem impedir o processo da reencarnação, essa influência perniciosa acompanha o período infantil de desenvolvimento, gerando graves dificuldades no relacionamento entre filhos e pais, alunos e professores, e na vida social saudável entre coleguinhas”.
Anteriormente, no livro Trilhas da Libertação, no capítulo intitulado “Ampliando os conhecimentos”, Manoel P. de Miranda consignou os esclarecimentos dados pelo dr. Carneiro de Campos (Espírito) acerca do tratamento que deve ser dispensado à criança obsidiada.
Inicialmente, o benfeitor espiritual lembrou que a obsessão na infância possui um caráter expiatório como efeito de ações danosas de curso mais grave. “Não obstante – esclareceu ele –, os recursos terapêuticos ministrados ao adulto serão aplicados ao enfermo infantil com mais intensa contribuição dos passes e da água fluidificada – bioenergia – bem como proteção amorosa e paciente, usando-se a oração e a doutrinação indireta ao agente agressor – psicoterapia –, por fim, através do atendimento desobsessivo mediante o concurso psicofônico, quando seja possível atrair o hóspede à comunicação mediúnica de conversação direta”.
E acrescentou: “A visão do Espiritismo em relação à criança obsidiada é holística, pois que não a dissocia, na sua forma atual, do adulto de ontem quando contraiu o débito. Ensina que infantil é somente o corpo, já que o Espírito possui uma diferente idade cronológica, nada correspondente à da matéria. Além disso, propõe que se cuide não só da saúde imediata, mas sobretudo da disposição para toda uma existência saudável, que proporcionará uma reencarnação vitoriosa, o que equivale dizer, rica de experiências iluminativas e libertadoras”.
Devemos, portanto, em face de ocorrências semelhantes, buscar apoio numa Casa Espírita bem orientada, onde as preces, os passes, a água fluidificada e o trabalho desobsessivo em benefício da entidade perturbadora produzirão, com certeza, o resultado esperado.
Sobre o assunto, sugerimos aos interessados que leiam, se possível, os textos a seguir indicados, todos disponíveis na Web:
A obsessão em crianças e a questão dos ovoides:
As diversas faces da obsessão infantil:
Obsessão infantil - o que fazer?
Obsessão na infância e na adolescência:
A criança obsidiada: como proceder?




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