A Crise da Morte
Ernesto Bozzano
Parte 3
Damos continuidade ao estudo do clássico A Crise da Morte, de Ernesto Bozzano,
conforme tradução de Guillon Ribeiro publicada em 1926 pela editora da Federação
Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor
uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para
leitura.
As respostas
correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto
indicado para leitura.
Questões preliminares
A. Quem é
"Amicus" e que revelações ele transmitiu?
B. Que
informações colhemos no sexto caso?
C. De onde foi
extraído o sétimo caso e que é que ele nos revela?
D. Que diz
Bozzano sobre a formação da memória integral?
Texto para leitura
35. Quinto caso - Este caso foi extraído de
uma preciosa coleção de "revelações transcendentais" intitulada: The Morrow of Death by "Amicus",
devida à mediunidade do Sr. Ernest H. Peckam. A Entidade comunicante, que usou
o pseudônimo de "Amicus", foi em vida o Reverendo A. K. Stockwell,
falecido mais de quarenta anos antes. (P. 43)
36. Stockwell
revelou na mensagem, transcrita no livro, que o meio que recebe o desencarnado
é determinado pelo grau de espiritualidade em que ele se acha. Com a morte,
ganha a morada espiritual que preparou para si mesmo. (P. 45)
37. Eis, segundo
anotou Bozzano, os detalhes gerais contidos na mensagem: a) a informação de que
os Espíritos dos mortos, salvo raras exceções, são acolhidos e reconfortados
por seus familiares e amigos desencarnados; b) a prova da "visão
panorâmica" dos acontecimentos da vida; c) a informação sobre os
desencarnados que não percebem que já morreram; d) a faculdade que têm os
Espíritos de modelar e organizar, própria do pensamento no meio espiritual; e) a
informação sobre a "lei de afinidade", que regula inexoravelmente os
destinos humanos, sem a necessidade de intervenção de um Juiz Supremo a
condenar ou absolver cada Espírito desencarnado. (PP. 46 e 47)
38. Sexto caso - Extraído de um precioso
volume de revelações transcendentais, devido à mediunidade da Sra. E. B.
Duffey, intitulado: Heaven Revised,
este caso apresenta um conjunto orgânico, muito complicado, de concordâncias
muito diferentes, grandes e pequenas, frequentemente estranhas e inesperadas, em
contraste com as tradições religiosas assimiladas no curso da infância e da
adolescência por toda a humanidade cristã. (PP. 48 a 51)
39. A
personalidade comunicante fora, em vida, conhecida da médium. Era uma senhora
distinta e de espírito muito culto, que, de livre-pensadora que era, tornou-se
espírita nos últimos anos de sua vida. (P. 51)
40. Os detalhes
gerais contidos na revelação desse Espírito são: a) o fato de a morta ignorar
haver morrido; b) a experiência da "visão panorâmica" dos
acontecimentos de sua vida; b) a circunstância de a morta achar-se em forma
humana, no meio espiritual, onde andava ou, antes, se transportava pairando a
pequena distância do solo; c) o reencontro com seus dois filhos, que ela levara
à sepultura anos antes, os quais se haviam tornado adultos. (PP. 56 a 58)
41. A comunicante
revela ainda que, quando sua mentalidade vibrava em uníssono com as vibrações
específicas do meio terrestre, ela não percebia as vibrações infinitamente mais
sutis do meio espiritual e, por conseguinte, os Espíritos que estavam a seu lado.
Contudo, desde que seu pensamento se voltou para as coisas espirituais e vibrou
em uníssono com o meio espiritual, ela viu desaparecer diante de si o mundo em
que vivera, e se encontrou, como por encanto, no meio espiritual. (P. 58)
42. Sétimo caso - Este caso foi relatado
pela revista Light, numa série de números do ano de 1922. Trata-se de uma
coleção de "revelações transcendentais" recebidas por uma médium –
Mrs. Hope Hunter – de limitada cultura intelectual e que ignorava inteiramente
a doutrina espírita. (P. 59)
43. O comunicante
era o Espírito de um irmão da médium, morto na Grande Guerra, a quem ela
estimava muito. Quando o jovem militar se manifestou pela primeira vez, sucedeu
o que quase sempre acontece nessas circunstâncias: é que o Espírito, reabsorvendo
fluidos humanos e volvendo parcialmente às condições terrestres, não pôde
deixar de ressentir e transmitir ao médium os sintomas que lhe caracterizaram a
agonia. (P. 61)
44. Os detalhes
contidos na série de mensagens captadas pela Sra. Hunter são estes: a) a
experiência da "visão panorâmica" dos fatos da vida em que o falecido
se comportara mal; b) o reencontro com o pai desencarnado, que o conduziu à sua
residência, onde passou também a viver; c) o desconhecimento por parte de muitos
de seus camaradas de que se achavam mortos; d) a mudança na percepção visual do
comunicante, que passou a ver os encarnados como seres cada vez mais
evanescentes. (PP. 61 a 63)
45. O Espírito
comunicante informou achar-se, na vida espiritual, ativamente ocupado, e isso
ocorria com todos. Quando se sentem fatigados, eles distraem-se, mas ninguém na
Terra pode imaginar em que consistem esses descansos, que, da mesma forma que o
cansaço, são diversos do que conhecemos no mundo físico. (P. 64)
46. Falando sobre
o fenômeno da morte, o Espírito-guia da médium explicou que a crise da morte é,
fundamentalmente, a mesma para todos; contudo, no caso de um soldado morto de
maneira quase fulminante, as coisas diferem um pouco. Espíritos auxiliam o
recém-desencarnado, que se sente aturdido, desorientado, aterrado, e não
poderia ser de outro modo. (P. 64)
47. Aludindo à
questão da visão retrospectiva dos fatos da existência terrena, o guia da
médium disse não lhe ser possível explicar como o fato se produz; porém, a
razão dele reside numa circunstância natural da vida, durante a qual toda ação
que executamos e todo pensamento formulado ficam registrados indelevelmente no
éter vitalizado que nos impregna o organismo. Trata-se – diz ele – de um
processo fotográfico. (P. 65)
48. O guia
esclareceu também por que o falecido, a princípio, não reconheceu o próprio
pai, fato que com frequência ocorre. É que o aspecto dos desencarnados
geralmente se modifica. Existe, no plano espiritual, um desenvolvimento do
"corpo etéreo": um bebê cresce até chegar à maturidade; um velho
alcança a idade viril, rejuvenescendo. (P. 66)
49. Explicando a
possibilidade que o falecido tinha de ver o que seus camaradas pensavam, o guia
espiritual informou que o fato era possível, porque na vida espiritual a transmissão
do pensamento é a forma normal de conversação entre os Espíritos; depois,
porque muitos pensamentos se exteriorizam da fronte daquele que os formula,
revestindo formas concretas, correspondentes à ideia pensada, formas que todos
os Espíritos percebem. (P. 66)
50. Comentando as
informações do Espírito-guia, Bozzano diz que elas concordam com as indicações
dos psicólogos e fisiologistas a respeito da memória fisiológica normal e da
memória integral subconsciente. Para explicar a sua formação, eles falam de
"vibrações" do pensamento, que se gravariam de modo indelével na
substância cerebral. Apenas neste último detalhe existe discordância entre os
psicólogos e o Espírito-guia, segundo quem as "vibrações" do
pensamento se gravariam no éter vitalizado que constitui o "corpo
etéreo" e não no cérebro físico. (P. 68)
51. Como a
memória integral sobrevive à morte do corpo físico, a explicação do Espírito
deve certamente ser verdadeira, visto que, doutro modo, morto o corpo, não
subsistiria a memória. (P. 68)
Respostas às questões preliminares
A. Quem é "Amicus" e que revelações ele transmitiu?
"Amicus" foi o nome usado pelo Reverendo
A. K. Stockwell, falecido mais de quarenta anos antes da mensagem transcrita
por Bozzano, na qual o comunicante disse que o meio que recebe o desencarnado é
determinado pelo grau de espiritualidade em que ele se acha, de forma que, depois
da morte, cada indivíduo ganha a morada espiritual que preparou para si mesmo.
(A Crise da Morte, pp. 43 a 47.)
B. Que informações colhemos no sexto caso?
Extraído de um volume de revelações
transcendentais, devido à mediunidade da Sra. E. B. Duffey, intitulado Heaven Revised, este caso revela-nos
quatro pormenores interessantes a respeito da vida no além-túmulo: 1.) o fato
de a morta ignorar haver morrido; 2.) a experiência da "visão
panorâmica" dos acontecimentos de sua vida; 3.) a circunstância de a morta
achar-se em forma humana, no meio espiritual, onde andava ou, antes, se
transportava pairando a pequena distância do solo; 4.) o reencontro com seus
dois filhos desencarnados antes dela, os quais se haviam tornado adultos. (Obra
citada, pp. 48 a 58.)
C. De onde foi extraído o sétimo caso e que é que ele nos revela?
O caso foi extraído de uma série de números do ano
de 1922 da revista Light. Trata-se de
uma coleção de "revelações transcendentais" recebidas pela médium
Mrs. Hope Hunter, que ignorava inteiramente a doutrina espírita. O comunicante
era o Espírito de um irmão dela, falecido na Grande Guerra. Os detalhes
contidos na série de mensagens captadas pela Sra. Hunter são estes: a) a
experiência da "visão panorâmica" dos fatos da vida em que o falecido
se comportara mal; b) o reencontro com o pai desencarnado, que o conduziu à sua
residência, onde passou também a viver; c) o desconhecimento por parte de
muitos de seus camaradas de que se achavam mortos; d) a mudança na percepção
visual do comunicante, que passou a ver os encarnados como seres cada vez mais
evanescentes. (Obra citada, pp. 59 a 66.)
D. Que diz Bozzano sobre a formação da memória integral?
Ele diz que as informações dadas por um dos guias
espirituais concordam com as indicações dos psicólogos e fisiologistas a
respeito da memória fisiológica normal e da memória integral subconsciente.
Para explicar sua formação, eles falam de "vibrações" do pensamento,
que se gravariam de modo indelével na substância cerebral. Apenas neste último
detalhe existe discordância entre os psicólogos e o Espírito-guia, segundo o
qual as "vibrações" do pensamento se gravariam no éter vitalizado que
constitui o "corpo etéreo" e não no cérebro físico. Como a memória
integral sobrevive à morte do corpo físico, a explicação do Espírito deve
certamente ser verdadeira, visto que, doutro modo, morto o corpo, não
subsistiria a memória. (Obra citada, pág. 68.)
Nota:
Links que remetem aos textos anteriores:
Parte 1:
https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/06/iniciacao-aos-classicos-espiritas_30.html
https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/06/iniciacao-aos-classicos-espiritas_30.html
Parte 2:
https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/07/iniciacao-aos-classicos-espiritas.html
https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/07/iniciacao-aos-classicos-espiritas.html
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