Civilização e desenvolvimento moral
Este é o módulo 35 de uma série que esperamos sirva
aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina espírita. Cada módulo
compõe-se de duas partes: 1) questões para debate; 2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões
apresentadas encontram-se no final do texto sugerido para leitura.
Questões para debate
1. Como se processa o progresso da Humanidade?
2. A que líder reconhecido pela História devemos o
mais antigo conjunto de leis formulado na Terra?
3. Qual é, na visão espírita, o meio capaz de
reformar realmente os homens e a sociedade?
4. De duas nações que hajam chegado ao ápice da
escala social, qual é a mais civilizada?
5. Como podemos reconhecer se uma civilização é
completa?
Texto para leitura
A marcha do progresso é sempre ascensional
1. O progresso, para ser legítimo, não pode
prescindir da elevação moral dos homens, que se haure no Evangelho. As
conquistas da inteligência, embora valiosas, sem a santificação dos sentimentos
conduzem ao desvario e à destruição. Para serem autênticas, as aquisições
humanas devem alicerçar-se nos valores éticos, sem os quais o conhecimento se
converte em vapor tóxico que culmina por aniquilar quem o detém.
2. A Humanidade progride por meio dos indivíduos
que pouco a pouco se melhoram e se instruem. Quando estes preponderam em
número, tomam a dianteira e arrastam os outros. De tempos em tempos surgem no
seio dela homens de gênio que lhe dão um impulso. Vêm depois, como instrumentos
de Deus, os que têm autoridade e, em alguns anos, fazem-na adiantar de muitos
séculos.
3. A marcha do progresso é sempre ascensional,
quer no campo intelectual, quer no campo moral. Mas o fato de uma nação haver
progredido cientificamente mais do que outra não significa que seja moralmente
mais adiantada. Civilizar quer dizer progredir, mas esse progresso nem sempre é
completo. Para se chegar a um estado de civilização completa, de Humanidade
moralmente evoluída, muitas conquistas deverão ser realizadas, tanto no campo
moral, quanto no intelectual.
Uma civilização incompleta é um estado transitório
4. Há, pois, diferenças entre civilização completa
e povos esclarecidos. Quando um povo sai do estado selvagem ou da barbárie e,
por força do progresso, adquire novos conhecimentos, tem início o processo de
civilização, mas essa civilização é ainda incompleta porque incompleto é seu
progresso.
5. Uma civilização incompleta é um estado
transitório, que gera males especiais, desconhecidos do homem no estado
primitivo. Nem por isso, no entanto, constitui menos um progresso natural,
necessário, que traz em si mesmo o remédio para os males que causa. À medida
que a civilização se aperfeiçoa, faz cessar alguns dos males que gerou, males
que desaparecem todos com o progresso moral.
6. Assim, de duas nações que hajam chegado ao
ápice da escala social, somente pode considerar-se a mais civilizada, na legítima
acepção do termo, aquela onde exista menos egoísmo, menos cobiça e menos
orgulho; onde os hábitos sejam mais intelectuais e morais do que materiais;
onde a inteligência puder desenvolver-se com maior liberdade; onde haja mais
bondade, boa-fé, benevolência e generosidade recíprocas; onde menos enraizados
se mostrem os preconceitos de casta e de nascimento, porque tais preconceitos
são incompatíveis com o verdadeiro amor ao próximo; onde, enfim, todo o homem
de boa vontade esteja certo de não lhe faltar o necessário.
Reconhece-se uma civilização completa pelo seu desenvolvimento moral
7. Ensina o Espiritismo (L.E., item 793) que
podemos reconhecer se uma civilização é completa pelo seu desenvolvimento
moral. Nenhuma sociedade tem verdadeiramente o direito de dizer-se civilizada
senão quando dela houver banido os vícios que a desonram e quando ali as
pessoas viverem como irmãos, praticando a caridade cristã. Até que isso seja
alcançado, ela será apenas um conjunto de pessoas esclarecidas, que terão percorrido
a primeira fase da civilização.
8. Deve-se a Hamurabi o mais antigo conjunto de
leis conhecidas pela Humanidade, em que se revela uma visão de equidade
avançada para a época, quando o poder predominava sobre o direito e a
supremacia do vencedor sobre o vencido constituía regra geral.
9. Posteriormente, pela necessidade de
estabelecerem códigos que pudessem reger seus integrantes, ora subordinados às
diretrizes religiosas, ora aos impositivos éticos sobre que colocavam suas
bases, as civilizações terrenas formaram seus estatutos de justiça e ordem.
10. Dentre os primeiros moralistas, da escola
ingênua, aos grandes legisladores, ressaltam as figuras de Moisés, instrumento
do Decálogo, e Jesus, o excelso paradigma do amor, os quais nos facultaram os códigos
que fornecem ao ser humano um roteiro seguro em sua marcha na direção da
perfeição.
No futuro não haverá necessidade de leis tão rigorosas
11. Do Direito Romano aos modernos tratados, as
fórmulas jurídicas têm evoluído e apresentado dispositivos e artigos cada vez
mais concordes com o espírito de justiça do que com as ambições do
comportamento individual e grupal.
12. A civilização criou necessidades novas para o
homem, necessidades relativas à posição social que ele ocupa, e é preciso
regular, por meio de leis humanas, os direitos e os deveres que daí decorrem.
Quanto menos evoluída a sociedade, mais duras são as suas leis. Evidentemente,
uma sociedade depravada precisa de leis severas, mas essas leis, infelizmente,
mais se destinam a punir o mal do que a lhe secar a fonte.
13. Com a educação – único meio de realmente
reformar os homens – não haverá, no futuro, necessidade de leis tão rigorosas,
porque o homem transformado será não apenas o apoio dos mais fracos, mas o
fiscal dos próprios atos.
Respostas às questões propostas
1. Como se processa o progresso da Humanidade?
A Humanidade progride por meio dos indivíduos que
pouco a pouco se melhoram e se instruem. Quando estes preponderam em número,
tomam a dianteira e arrastam os outros.
2. A que líder reconhecido pela História devemos o mais antigo conjunto
de leis formulado na Terra?
Hamurabi, o grande legislador que viveu numa época
em que o poder predominava sobre o direito e a supremacia do vencedor sobre o
vencido constituía regra geral.
3. Qual é, na visão espírita, o meio capaz de reformar realmente os
homens e a sociedade?
Esse meio é a educação, que possibilita a
transformação dos homens, que então não precisarão mais de leis tão rigorosas,
porque, uma vez transformado, o homem será não apenas o apoio dos mais fracos,
mas o fiscal dos próprios atos.
4. De duas nações que hajam chegado ao ápice da escala social, qual é a
mais civilizada?
A mais civilizada, na legítima acepção do termo, é
aquela onde exista menos egoísmo, menos cobiça e menos orgulho; onde os hábitos
sejam mais intelectuais e morais do que materiais; onde a inteligência puder
desenvolver-se com maior liberdade; onde haja mais bondade, boa-fé,
benevolência e generosidade recíprocas; onde menos enraizados se mostrem os
preconceitos de casta e de nascimento, porque tais preconceitos são
incompatíveis com o verdadeiro amor ao próximo; onde, enfim, todo o homem de
boa vontade esteja certo de não lhe faltar o necessário.
5. Como podemos reconhecer se uma civilização é completa?
Ensina o Espiritismo que podemos reconhecer se uma
civilização é completa pelo seu desenvolvimento moral. Nenhuma sociedade tem
verdadeiramente o direito de dizer-se civilizada senão quando dela houver
banido os vícios que a desonram e quando ali as pessoas viverem como irmãos,
praticando a caridade cristã.
Nota:
Eis os links que remetem aos 3
últimos textos:
Módulo 32 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/06/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_15.html
Módulo 33 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/06/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_22.html
Módulo 34 - https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/06/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_29.html
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