A Crise da Morte
Ernesto Bozzano
Parte 2
Damos continuidade ao estudo do clássico A Crise da Morte, de Ernesto Bozzano,
conforme tradução de Guillon Ribeiro publicada em 1926 pela editora da Federação
Espírita Brasileira.
Esperamos que este estudo constitua para o leitor
uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
1) questões preliminares;
2) texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas
encontram-se no final do texto indicado para leitura.
Questões preliminares
A. Que informações colhemos no segundo caso
relatado por Bozzano?
B. Quem era Jim Nolan e que revelações ele
transmitiu?
C. Que diz Bozzano sobre o poder criador do
pensamento?
D. De que trata o quarto caso examinado na obra e
que informações nele se contêm?
Texto para leitura
17. Segundo
caso – Este fato foi tirado do livro From
Matter to Spirit, em que a personalidade mediúnica do Dr. Horace Abraham
Ackley descreve a maneira pela qual seu Espírito se separou do corpo físico.
(P. 27)
18. Transcrita a mensagem, Bozzano observa que,
enquanto muitos Espíritos de mortos entram num meio mais ou menos radioso, onde
são acolhidos por seus parentes desencarnados, aqui se vê, ao contrário, que o
comunicante se encontrou em um meio nuvioso, isto é, nublado, onde foi acolhido
amistosamente por dois Espíritos que lhe eram desconhecidos. (P. 29)
19. No caso em apreço, o comunicante afirma ter
enfrentado também a experiência da “visão panorâmica” de seu passado, que
pareceu aqui ter sido provocada pelos “guias espirituais”, com o fim de
predispor o Espírito a uma espécie de exame de consciência. (P. 29)
20. O caso contém, ainda, a narração de um fato de
bilocação no leito de morte, seguido do fenômeno consistente na situação que
durante algum tempo o desencarnado conservou, pairando por cima do cadáver.
(PP. 29 e 30)
21. Terceiro
caso – Extraído do livro do Dr. Wolfe: Starling
Facts in Modern Spiritualism, este caso apresenta Jim Nolan, o
Espírito-guia do célebre médium Sr. Hollis, o qual, havendo sido soldado no
curso da Guerra de Secessão da América e morto de tifo num hospital militar,
responde a várias perguntas de um experimentador. (P. 31)
22. Jim Nolan disse que, ao entrar no mundo
espiritual, parecia-lhe caminhar sobre um terreno sólido, quando encontrou sua
avó, que o levou para longe dali, para sua morada. A morada da avó, onde ele
repousou e dormiu naquela noite, tinha o aspecto de uma casa. “No mundo dos
Espíritos – explicou ele –, há a força do pensamento, por meio do qual se podem
criar todas as comodidades desejáveis...” (P. 32)
23. Esta informação, diz Bozzano, não é apenas um
dos detalhes fundamentais a cujo respeito todos os Espíritos estão de acordo; é
também a chave que permite explicar e resolver todas as informações e
descrições aparentemente absurdas, incríveis ou ridículas dadas pelos Espíritos
a respeito da vida espiritual. (PP. 32 e 33)
24. O poder criador do pensamento no meio
espiritual é confirmado por fatos que se desenrolam no meio terrestre, onde o
pensamento e a vontade são suscetíveis de criar e objetivar as formas concretas
das coisas pensadas e desejadas. A diferença entre os dois meios é que, aqui,
semelhante criação requer a participação de sensitivos especiais. Bozzano
refere-se aos fenômenos de “ideoplastia” ou de “fotografias do pensamento”.
(PP. 33 e 34)
25. As personalidades mediúnicas afirmam que as
condições de existência espiritual são transitórias e dizem respeito,
exclusivamente, à esfera mais próxima do mundo terrestre, isto é, a que se
destina aos Espíritos recém-chegados. (P. 35)
26. Temos de reconhecer, diz Bozzano, que um ciclo
de existência preparatória passe entre a existência encarnada e a de “puro
Espírito”, de maneira a conciliar a natureza, por demais terrestre, do Espírito
desencarnado, com a natureza transcendental da existência espiritual
propriamente dita. (PP. 35 e 36)
27. O poder criador do pensamento permite obviar a
este inconveniente: o Espírito, pensando na forma humana, se veria de novo em
forma humana; pensando em estar vestido, achar-se-ia coberto de roupas que,
sendo tão etéreas como o seu próprio corpo, lhe pareceriam tão substanciais
como as vestes terrenas. É assim que ele encontraria novamente, no mundo
espiritual, um meio e uma morada correspondentes a seus hábitos terrestres,
morada que lhe preparariam os seus familiares, tornados antes dele à existência
espiritual. (P. 36)
28. Jim Nolan passou também pela experiência da
“visão panorâmica” de sua vida terrena, mas, em seu caso, o fenômeno se
desdobrou sob a forma de “recapitulação de lembranças”. (PP. 36 e 37)
29. Quarto
caso – Este fato foi tirado da obra de Mrs. Jessie Platts: The Witness. Trata-se de uma coleção de
comunicações mediúnicas muito interessantes, obtidas graças à mediunidade da
própria Mrs. Platts, viúva do Reverendo Charles Platts, que teve a infelicidade
de perder seus dois filhos na Grande Guerra. As mensagens publicadas provêm do
filho mais moço: Tiny, rapaz de 18 anos, morto quando combatia na frente
francesa, em abril de 1917. (P. 37)
30. Bozzano transcreveu a mensagem de Tiny, que
resume em duas páginas as modalidades essenciais em que se desenrola
normalmente a crise da morte para a grande maioria das pessoas. (PP. 38 e 39)
31. O autor assinalou na referida comunicação os
seguintes detalhes: a) o fato de os Espíritos desencarnados ignorarem terem
morrido; b) o sono reparador, a que estariam sujeitos todos os Espíritos
recém-chegados ao mundo espiritual; c) o estado de insulamento em que ficam
certos Espíritos, incapazes de perceber a presença dos Espíritos-guias
pertencentes a uma hierarquia superior. (PP. 39 a 41)
32. Na mensagem, o Espírito afirmou, como outros
já haviam dito, que não existem
duas personalidades espirituais
que tenham de atravessar as mesmas experiências após a crise da morte. (P. 42)
33. Esta afirmação, segundo Bozzano, é
absolutamente racional. Com efeito, se no mundo dos vivos não há duas
individualidades que pensem da mesma maneira; se, pela “lei de afinidade”, todo
Espírito gravita no plano espiritual que lhe é próprio; e se o pensamento de
cada Espírito cria o seu meio objetivo e subjetivo, é certo que não pode haver
duas personalidades espirituais que devam passar pelas mesmas vicissitudes
durante o curso da crise da morte. (P. 42)
34. Eis aí uma das causas das pretendidas
contradições das “revelações transcendentais”, que cumpre atribuir à variedade
infinita dos temperamentos individuais, combinados com o grau evolutivo dos
Espíritos. (P. 42)
Respostas às questões preliminares
A. Que informações colhemos no segundo caso relatado por Bozzano?
Neste caso, o Espírito de Horace Abraham Ackley
descreve a maneira pela qual seu Espírito se separou do corpo físico. Enquanto
muitos Espíritos de mortos entram num meio mais ou menos radioso, onde são
acolhidos por seus parentes desencarnados, o Espírito de Horace se encontrou em
um meio nuvioso, isto é, nublado, onde foi acolhido amistosamente por dois
Espíritos que lhe eram desconhecidos. Ele disse também haver enfrentado a
experiência da “visão panorâmica” de seu passado, que pareceu ter sido
provocada pelos “guias espirituais”, com o fim de predispô-lo a uma espécie de
exame de consciência. (A Crise da Morte,
pp. 27 a 30.)
B. Quem era Jim Nolan e que revelações ele transmitiu?
Jim Nolan era o Espírito-guia do célebre médium
Hollis, o qual, havendo sido soldado no curso da Guerra de Secessão da América
e morto de tifo num hospital militar, disse que, ao entrar no mundo espiritual,
pareceu-lhe caminhar sobre um terreno sólido, quando encontrou sua avó, que o
levou para longe dali, para sua morada. A morada da avó, onde ele repousou e
dormiu naquela noite, tinha o aspecto de uma casa. Nolan passou também pela
experiência da “visão panorâmica” de sua vida terrena, mas, em seu caso, o
fenômeno se desdobrou sob a forma de “recapitulação de lembranças”. (Obra
citada, pp. 31 a 37.)
C. Que diz Bozzano sobre o poder criador do pensamento?
O poder criador do pensamento no meio espiritual é
confirmado por fatos que se desenrolam no meio terrestre, onde o pensamento e a
vontade são suscetíveis de criar e objetivar as formas concretas das coisas
pensadas e desejadas. A diferença entre os dois meios é que, aqui, semelhante
criação requer a participação de sensitivos especiais. Bozzano refere-se aos
fenômenos de “ideoplastia” ou de “fotografias do pensamento”. O poder criador
do pensamento é que explica por que o Espírito, pensando na forma humana, se vê
de novo em forma humana, e, pensando em estar vestido, acha-se coberto de
roupas que, sendo tão etéreas como seu próprio corpo, lhe parecem substanciais
como as vestes terrenas. É desse modo que ele encontra novamente, no mundo
espiritual, um meio e uma morada correspondentes a seus hábitos terrestres,
morada que lhe preparariam os seus familiares, tornados antes dele à existência
espiritual. (Obra citada, pp. 32 a 36.)
D. De que trata o quarto caso examinado na obra e que informações nele
se contêm?
Extraído da obra de Mrs. Jessie Platts: The Witness, trata-se de uma coleção de
comunicações mediúnicas obtidas graças à mediunidade da própria Mrs. Platts,
viúva do Reverendo Charles Platts, que teve a infelicidade de perder seus dois
filhos na Grande Guerra. As mensagens publicadas provêm do filho mais moço:
Tiny, rapaz de 18 anos, morto quando combatia na frente francesa, em abril de
1917. Nas revelações feitas pelo rapaz, Bozzano destacou estes pontos: a) o
fato de os Espíritos desencarnados ignorarem terem morrido; b) o sono
reparador, a que estariam sujeitos todos os Espíritos recém-chegados ao mundo
espiritual; c) o estado de insulamento em que ficam certos Espíritos, incapazes
de perceber a presença dos Espíritos-guias pertencentes a uma hierarquia
superior. (Obra citada, pp. 37 a 42.)
Nota:
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