sábado, 30 de novembro de 2024

 



Quando usamos “por que”, “por quê”, “porque” e “porquê”?

Eis as explicações, caso a caso:

 

Por que

Usa-se “por que” em duas situações:

1ª. Quando se faz uma pergunta, direta ou indireta: Por que você não veio? Meu pai quer saber por que você adiou o noivado. Por que estás tão contente? Diga-me por que essa notícia o afetou tanto.

2ª. Em substituição a “pelo qual”, “pela qual”, “por qual” e às formas plurais dessas expressões: A crise por que passamos felizmente chegou ao fim. Não sei por que motivos ela rompeu o noivado. A razão por que foi embora ninguém soube.

 

Por quê

Usamos “por quê” em final de frase, como nestes exemplos: Maria está muito abatida; você sabe por quê? Você não foi à festa. Explique-me por quê.

 

Porque

A conjunção “porque” é utilizada quando se deseja dar uma explicação ou resposta a uma indagação recebida: Não vim porque estava muito gripado. Não fiz o negócio porque o preço estava acima de minhas posses. Permitam-me que eu vá, porque já está tarde.

 

Porquê

O vocábulo “porquê” é, em verdade, um substantivo, sinônimo de motivo, causa, razão e aparece na frase geralmente precedido de artigo: Gostaríamos de saber o porquê de tudo isso. A filosofia está sempre a procurar os porquês relacionados à nossa vida. Há sempre um porquê naquilo que fazemos.

 

 


Observação:

Para acessar o estudo publicado no sábado anterior, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2024/11/a-respeito-da-colocacao-do-pronome.html

 

 

 

 

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sexta-feira, 29 de novembro de 2024

 



Vida e Sexo

 

Emmanuel

 

Parte 2

 

Prosseguimos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Vida e Sexo, de autoria de Emmanuel, obra mediúnica psicografada por Francisco Cândido Xavier e publicada pela FEB.

O estudo, que será baseado na 2ª edição do livro, publicada em 1971, será apresentado sequencialmente sempre às sextas-feiras neste blog.

Eis o texto e as questões de hoje:

 

Texto-base para leitura e reflexão

 

14. Família – Arraigada nas vidas passadas de todos os que a compõem, a família terrestre é formada de agentes diversos, porquanto nela se reencontram, comumente, afetos e desafetos, amigos e inimigos, para os ajustes e reajustes indispensáveis, ante as leis do destino. (PÁG. 14)

15. Temos, pois, no instituto doméstico uma organização de origem divina, em cujo seio encontramos os instrumentos necessários ao nosso próprio aprimoramento para a edificação do Mundo Melhor. (PÁG. 15)

16. Namoro – Esclarece “O Livro dos Espíritos”, item 291, que os Espíritos votam-se afeições particulares recíprocas, tal como se dá entre os homens, sendo, porém, mais forte o laço que prende os Espíritos uns aos outros, uma vez desembaraçados do corpo material, porque então esse laço não se acha exposto às vicissitudes das paixões. (PÁG. 17)

17. A integração de duas criaturas para a comunhão sexual começa habitualmente pelo período de namoro que se traduz por suave encantamento. Dois seres descobrem, um no outro, motivos e apelos para a entrega recíproca e daí se desenvolve o processo de atração. (PÁG. 17)

18. Compartilham na Terra, diariamente, as emoções de semelhantes encontros:

Inteligências que traçaram entre si a realização de empresas afetivas ainda no Mundo Espiritual.

Criaturas que já partilharam experiências no campo sexual em estâncias passadas.

Corações que se acumpliciaram em delinquência passional, noutras eras.

Almas inesperadamente harmonizadas na complementação magnética. (PÁG. 18)

19. Positivada a simpatia mútua, é chegado o momento do raciocínio. Acontece, porém, que é ainda diminuta, no Planeta, a percentagem de pessoas habilitadas a pensar em termos de autoanálise, quando o instinto sexual se lhes derrama do ser. (PÁG. 18)

20. Imperioso anotar, em muitos lances da caminhada evolutiva do Espírito, a influência exercida pelas inteligências desencarnadas no jogo afetivo. Referimo-nos aos parceiros das existências passadas, ou, mais claramente, aos Espíritos que se corporificarão no futuro lar e cuja atuação, em muitos casos, pesa no ânimo dos namorados, inclinando afeições pacificamente raciocinadas para casamentos súbitos ou compromissos na paternidade e na maternidade. (PÁGS. 18 e 19)

21. Esses namorados matriculam-se, então, na escola de laboriosas responsabilidades, porque a doação de si mesmos à comunhão sexual, em regime de prazer sem ponderação, não os exonera dos vínculos cármicos para com  os seres que trazem à luz do mundo, em cuja floração, se é verdade que recolherão trabalho e sacrifício, obterão também valiosa colheita de experiência e ensinamento para o futuro, se compreenderem que a vida paga em amor  a todos aqueles que lhe recebem com amor as justas exigências para a execução dos seus objetivos essenciais.  (PÁG. 19)

22. Ambiente doméstico – Refere “O Evangelho segundo o Espiritismo”, cap. V, item 11, que frequentemente o Espírito renasce no mesmo meio em que já viveu, estabelecendo de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes haja feito. “Se reconhecesse nelas as a quem odiara – registra a referida obra –, quiçá o ódio se lhe despertaria outra vez no íntimo.” (PÁG. 21) 

23. No lar encontramos a escola viva da alma. O Espírito, quando retorna ao Plano Físico, vê nos pais as primeiras imagens de Deus e da Vida. Na tépida estrutura do ninho doméstico, germinam-lhe no ser os primeiros pensamentos e as primeiras esperanças. (PÁG. 22)

24. Não lhe será, porém, tão fácil seguir adiante com os ideais da meninice, de vez que, habitualmente, a equipe familiar se aglutina segundo os desastres sentimentais das existências passadas, debitando-se aos seus componentes os distúrbios da afeição possessiva, a se traduzirem por ternura descontrolada e ódio manifesto, ou simpatia e aversão simultâneas. (PÁG. 22)

25. Pais imaturos, do ponto de vista espiritual, comumente se infantilizam, no tempo exato do trabalho mais grave que lhes compete, no setor educativo, e, ao invés de guiarem os pequeninos com segurança para o êxito em seu novo desenvolvimento no estágio da reencarnação, embaraçam-lhes os problemas, ora tratando as crianças como se fossem adultos, ora tratando os filhos adultos como se fossem crianças. (PÁG. 22)

26. Estabelecido o desequilíbrio no lar, irrompem os conflitos de ciúme e rebeldia, narcisismo e crueldade, que asfixiam as plantas da compreensão e da alegria na gleba caseira, transformando-a em espinheiral magnético de vibrações contraditórias, no qual os enigmas emocionais, trazidos do passado, adquirem feição quase insolúvel. (PÁGS. 22 e 23) (Continua no próximo número.)

 

Questões para fixação do estudo

 

A. Na constituição da família, que Espíritos se encontram envolvidos?

Na família reencontram-se, comumente, afetos e desafetos, amigos e inimigos, para os ajustes e reajustes indispensáveis, ante as leis do destino. Compartilham na Terra as emoções de semelhantes encontros:

Inteligências que traçaram entre si a realização de empresas afetivas ainda no Mundo Espiritual.

Criaturas que já partilharam experiências no campo sexual em estâncias passadas.

Corações que se acumpliciaram em delinquência passional, noutras eras.

Almas inesperadamente harmonizadas na complementação magnética.  (Vida e Sexo, pp. 14 a 18.)

B. Para que se dê o reencontro dos futuros nubentes existe a participação ou a influência de entidades desencarnadas?

Sim. Em muitos lances da caminhada evolutiva do Espírito, é visível a influência exercida pelas inteligências desencarnadas no jogo afetivo. Referimo-nos aos parceiros das existências passadas, ou, mais claramente, aos Espíritos que se corporificarão no futuro lar e cuja atuação, em muitos casos, pesa no ânimo dos namorados, inclinando afeições pacificamente raciocinadas para casamentos súbitos ou compromissos na paternidade e na maternidade. (Obra citada, pp. 18 e 19.)

C. É verdade que os Espíritos reencarnam frequentemente no mesmo meio em que já viveram?

Sim. Renascem no mesmo meio e estabelecem de novo relações com as mesmas pessoas, a fim de reparar o mal que lhes hajam feito. É daí que vem a bênção do esquecimento do passado. Se reconhecessem nelas as pessoas quem odiaram, talvez o ódio se lhes despertasse outra vez. Habitualmente, pois, a equipe familiar se aglutina segundo os desastres sentimentais das existências passadas, debitando-se aos seus componentes os distúrbios da afeição possessiva, a se traduzirem por ternura descontrolada e ódio manifesto, ou simpatia e aversão simultâneas. (Obra citada, pp. 21 e 22.)

 

 

Observação:

Para acessar a 1ª Parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2024/11/vida-e-sexo-emmanuel-parte-1-iniciamos.html

 

 

 

 

 

 

 

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quinta-feira, 28 de novembro de 2024

 


AS MAIS LINDAS CANÇÕES QUE OUVI

 

FOGÃO DE LENHA


 Carlos Colla, Xororó e Maurício Duboc

Espere, minha mãe, estou voltando,

Que falta faz pra mim um beijo seu...

O orvalho das manhãs cobrindo as flores

E um raio de luar que era tão meu.

 

O sonho de grandeza, ó mãe querida,

Um dia separou você e eu,

Queria tanto ser alguém na vida

E apenas sou mais um que se perdeu.

 

Pegue a viola e a sanfona que eu tocava,

Deixe um bule de café em cima do fogão.

Fogão de lenha e uma rede na varanda,

Arrume tudo, mãe querida, o seu filho vai voltar.

 

Mãe, eu lembro tanto a nossa casa

E as coisas que falou quando eu saí;

Lembro do meu pai que ficou triste

E nunca mais cantou depois que eu parti.

 

Hoje eu já sei, ó mãe querida,

Nas lições da vida eu aprendi...

O que eu vim procurar aqui distante

Eu sempre tive tudo e tudo está aí.

 

Pegue a viola e a sanfona que eu tocava,

Deixe um bule de café em cima do fogão,

Fogão de lenha e uma rede na varanda,

Arrume tudo, mãe querida, o seu filho vai voltar. 



Clicando no link correspondente você poderá ouvir a canção na voz do intérprete de sua preferência:

Chitãozinho e Xororó - https://www.youtube.com/watch?v=DWUQGFD29Gk&ab_channel=CentraldeCortes

César Menotti e Fabiano - https://www.youtube.com/watch?v=AdhhOSi63r0&ab_channel=C%C3%A9sarMenottieFabiano

Fábio de Melo - http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=70MJ6iEKD8M#!

 

 

 

 

 

 

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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

 


Revista Espírita de 1867

 

Allan Kardec

 

Parte 2

 

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1867, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo será baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.

A coleção do ano de 1867 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.

Cada parte do estudo, que será apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. Que sente o Espírito de uma pessoa que morre subitamente, de forma inesperada?

B. Satã é um ser real?

C. Como explicar a precocidade de certas crianças?

 

Texto para leitura

 

14. Morto subitamente de um ataque de apoplexia fulminante, Charles-Julien Leclerc, que havia aprendido no Brasil as primeiras noções de Espiritismo, manifestou-se na Sociedade de Paris na primeira sessão que se seguiu ao seu sepultamento. Da comunicação de Leclerc, que integrava a equipe presidida por Kardec, destacamos as informações seguintes: I) Leclerc ficou muito surpreso com sua morte, que acabou lhe causando profundo choque porque, em absoluto, não a esperava. II) No momento em que a morte o feriu, ele a recebeu como que uma cacetada na cabeça: um peso esmagador o derrubou, mas, de repente, sentiu-se aliviado. III) Seu Espírito planou então acima do seu cadáver e viu com espanto as lágrimas dos familiares, dando-se conta do que havia sucedido. No fim da mensagem, Leclerc disse estar muito feliz, ao lado de amigos que o precederam na vida espiritual, como Sanson, Jobard, Costeau, a sra. Dozon e tantos outros. (Págs. 27 a 29.)

15. A Revista anuncia para o mês de janeiro o lançamento de uma coletânea de poesias mediúnicas recebidas pelo Sr. Vavasseur, bem como a impressão de um desenho feito pelo Sr. Bertrand, médium escrevente integrante da Sociedade Espírita de Paris, que retratou Allan Kardec. Esse desenho foi posto à venda no escritório da Revista, fato que levou o Codificador a publicar uma nota dizendo-se “completamente estranho a essa publicação, como a de retratos editados por vários fotógrafos”. (Pág. 30.)

16. Três notícias fecham o número de janeiro de 1867: I) O retorno à circulação da Union Spirite, de Bordeaux, redigida pelo Sr. A. Bez, a qual havia sido interrompida por causa de grave moléstia que acometeu seu diretor. II) A suspensão da publicação do jornal espírita italiano Voce di Dio, em razão das devastações causadas pelo cólera na cidade de Catânia. III) A divulgação de um erro cometido na publicação da obra de J. B. Roustaing, cuja retificação este pede que os leitores façam à margem da página III do 3º volume. (Págs. 31 e 32.)

17. Na abertura do número de fevereiro, Kardec complementa artigo publicado em janeiro acerca do livre pensamento e da livre consciência. Segundo ele, os livres pensadores podiam ser divididos em duas classes distintas: os incrédulos e os crentes. Esmiuçando o assunto, Kardec diz que, se for feita a estatística de todos os que perdem a razão, se verá que o maior número está precisamente do lado dos que não creem no futuro, ou dele duvidam, e isto pela razão bem simples que a grande maioria dos casos de loucura é produzida pelo desespero e pela falta de coragem moral, coragem que faz suportar as misérias da vida, ao passo que a certeza do futuro torna menos amargas as vicissitudes do presente. (Págs. 33 e 34.)

18. Kardec relaciona, em seguida, alguns erros clamorosos cometidos por homens ligados à Ciência, o que prova que esta não pode ser tida como infalível em todas as suas afirmativas, visto que os homens podem enganar-se, como se enganaram, por exemplo, ao rejeitarem o sistema de Fulton. Os que negam a existência de Deus porque não o vemos, nem podemos demonstrá-lo por uma equação algébrica, se esquecem de que a força de gravitação também não se pode ver e, no entanto, todos a aceitam por causa dos seus efeitos. (Págs. 35 e 36.)

19. Desses efeitos deduziu-se a causa, e mais: calculando a força dos efeitos, calculou-se a força da causa, que jamais foi vista. Dá-se o mesmo com o Criador e a vida espiritual, que se julgam por seus efeitos, segundo o axioma: “Todo efeito tem uma causa. Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente. A força da causa inteligente está na razão da grandeza do efeito”. Crer em Deus e na vida espiritual não constitui, pois, uma crença gratuita, mas um resultado da observação, tão positivo quanto o que nos faz crer na força da gravidade. (Pág. 36.)

20. O Espiritismo não é, como pensam alguns, uma nova fé cega, que veio substituir outra fé cega, porque estabelece como princípio que antes de crer é preciso compreender, e para compreender é preciso raciocinar. A Doutrina Espírita não repousa em nenhuma teoria preconcebida ou hipotética, mas na experiência e na observação dos fatos. “Era urgente – observa Kardec – estabelecer, desde o princípio, o Espiritismo no seu verdadeiro terreno. A teoria baseada na experiência foi o freio que impediu a credulidade supersticiosa tanto quanto a malevolência de o desviar de sua rota.” (Págs. 39 e 40.)

21. Com o título de As três filhas da Bíblia o Sr. Hippolyte Rodrigues publicou uma obra em que prevê a fusão das três grandes religiões saídas da Bíblia: a judia, a católica e a maometana. Comentando artigo sobre referido livro inserido no jornal Le Pays, Kardec critica esta frase escrita pelo autor da matéria: “quando se raciocina não se crê mais”. O Espiritismo prega exatamente o contrário: quando se raciocina crê-se mais firmemente, porque se compreende. Foi isso que levou o codificador a escrever que não há fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face em todas as épocas da Humanidade. (Pág. 41.)

22. A Revista transcreve parte de uma carta dirigida pelo padre Lacordaire à sra. Swetchine, datada de 29 de junho de 1853, na qual o notável sacerdote se refere às mesas girantes e afirma que em todos os tempos houve modos mais ou menos bizarros para se comunicar com os Espíritos; apenas se fazia mistério desses processos. “Hoje, graças à liberdade dos cultos e à publicidade universal, o que era um segredo tornou-se uma fórmula popular”, escreveu Lacordaire. (Págs. 43 e 44.)

23. O Monsenhor Freyssinous, bispo de Hermópolis, em suas Conferences sur la religion, publicadas em 1825, também entendia, como Kardec, que “um demônio que procura destruir o reino do vício para estabelecer o da virtude, seria um demônio estranho”. É por isso – escreveu o bispo – que Jesus, para repelir a absurda acusação que os judeus lhe fizeram, lhes dizia: “Se opero prodígios em nome do demônio, então o demônio está dividido consigo mesmo; então procura destruir-se”. Os espíritas dizem a mesma coisa aos que tacham as práticas e as curas espíritas de envolvimento com o demônio. (Pág. 45.)

24. A doutrina espírita, explica Kardec, não admite poder rival ao de Deus e menos, ainda, pode admitir que um ser decaído tenha recuperado bastante poder para contrabalançar os desígnios do Pai. Para o Espiritismo, Satã é apenas a personificação alegórica do mal, como entre os pagãos Saturno era a personificação do tempo, Marte a personificação da guerra e Vênus a personificação da beleza. (Pág. 46.)

25. Vários jornais franceses reproduziram notícia publicada em a Sentinelle Toulonnaise, de Toulon, sobre uma menina de dois anos e onze meses, chamada Eugénie Colombe, que sabia ler e escrever perfeitamente e tinha, ainda, conhecimentos sobre religião cristã, gramática francesa, geografia, história e as quatro operações de aritmética. Um correspondente da Revista, oficial da Marinha em Toulon, confirmou a veracidade do fato, que recebeu de Kardec as explicações que se seguem: I) A precocidade de certas crianças para as línguas, a música e as ciências em geral não passam de lembranças. II) A faculdade de recordar é uma aptidão inerente ao estado psicológico, isto é, ao mais fácil desprendimento da alma em certos indivíduos do que em outros. III) O passado é como um sonho do qual a gente se lembra mais ou menos exatamente, ou do qual se perdeu totalmente a lembrança. (Págs. 47 a 49.)

26. Concluindo o relato pertinente à menina Eugénie, a Revista transcreve parte de uma carta enviada por um correspondente da Argélia que de passagem por Toulon também teve contato com a criança e sua mãe. “Esta criança – diz a carta – certamente é um Espírito muito adiantado, porque se vê que responde e cita sem o menor esforço de memória. Sua mãe me disse que desde os 12 ou 15 meses ela sonha à noite e parece conversar, mas numa língua que não permite compreender. É caridosa por instinto; atrai sempre a atenção de sua mãe, quando avista um pobre; não suporta que batam nos cães, nos gatos, nem em qualquer animal.” (Pág. 49.)

 

(1)  Apoplexia significa afecção cerebral que se manifesta imprevistamente, acompanhada de privação dos sentidos e do movimento, determinada por lesão vascular cerebral aguda (hemorragia, embolia, trombose), bem como qualquer das afecções resultantes da formação rápida de um derrame sanguíneo.

 

Respostas às questões propostas

 

A. Que sente o Espírito de uma pessoa que morre subitamente, de forma inesperada?

Foi o que ocorreu com Charles-Julien Leclerc, espírita e membro da Sociedade Espírita de Paris, morto subitamente, em seguida a um ataque de apoplexia fulminante. Em comunicação dada na Sociedade, Leclerc disse ter ficado muito surpreso com sua morte, que acabou causando-lhe profundo choque porque, em absoluto, não a esperava. No momento em que a morte o feriu, ele a recebeu como que uma cacetada na cabeça: um peso esmagador o derrubou, mas, de repente, sentiu-se aliviado. Seu Espírito planou então acima do seu cadáver e viu com espanto as lágrimas dos familiares, dando-se conta do que havia sucedido. (Revista Espírita de 1867, pp. 27 a 29.)

B. Satã é um ser real?

Não. A doutrina espírita não admite poder rival ao de Deus e menos, ainda, que um ser decaído tenha recuperado bastante poder para contrabalançar os desígnios do Pai. Para o Espiritismo, Satã é apenas a personificação alegórica do mal, como entre os pagãos Saturno era a personificação do tempo, Marte a personificação da guerra e Vênus a personificação da beleza. (Obra citada, pp. 45 e 46.)

C. Como explicar a precocidade de certas crianças?

Referindo-se ao caso Eugénie Colombe, uma menina de dois anos e onze meses que sabia ler e escrever perfeitamente e tinha, ainda, conhecimentos sobre religião cristã, gramática francesa, geografia, história e as quatro operações de aritmética, Kardec escreveu na Revista o seguinte: 1) A precocidade de certas crianças para as línguas, a música e as ciências em geral não passa de lembranças. 2) A faculdade de recordar é uma aptidão inerente ao estado psicológico, isto é, ao mais fácil desprendimento da alma em certos indivíduos do que em outros. 3) O passado é como um sonho do qual a gente se lembra mais ou menos exatamente, ou do qual se perdeu totalmente a lembrança. (Obra citada, pp. 47 a 49.) 

 

 

Observação:

Para acessar a 1ª Parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2024/11/revista-espirita-de-1867-allan-kardec.html


 

 

 

 

 

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terça-feira, 26 de novembro de 2024

 



A paciência nos salva

 

CÍNTHIA CORTEGOSO

cinthiacortegoso@gmail.com

 

O bom ditado nos diz: a paciência é mãe da sabedoria. E, sem dúvida, é realmente mãe. Sabe-se esperar quando há confiança no andamento da vida, lembrando que para um único ato acontecer milhares de outros ocorreram anteriormente. Mas a nossa impaciente paciência nos planta outras muitas hipóteses desacreditadas “e se”. Pois bem, se para tudo há o encadeamento necessário e se colaboramos positivamente, então, o que deve acontecer já está encaminhado. É a nossa paciência que mais precisa se solidificar.

E tantos aborrecimentos não surgiriam se compreendêssemos que os fatos não devem ocorrer de acordo com a nossa vontade, mas unicamente pela vontade da razão mais universal. Todos os acontecimentos atendem uma força maior e quando forçamos algo sem análise (apenas por egoísmo), muito provavelmente a infelicidade e a insatisfação serão convidadas primeiras a se instalarem no território emocional. A eternidade nos pertence. Quando o nosso sentimento egoísta fala mais alto, o sofrimento surge em seguida.

A vivência pautada nos bons atos e nobres preceitos sempre será a melhor escolha e a compreensão de que se algo desejado ainda não ocorreu mesmo com a nossa colaboração , a espera raciocinada e a sabedoria absoluta da vida amorosamente nos acalmarão e nos fortalecerão para o continuado caminho. Tudo é bem mais certo do que imaginamos (ou desejamos).

É, na verdade, mais uma questão de como ver a vida, de sua valorização, pois há tanta maravilha, que nos acostumamos com isso e aumentamos (infelizmente) a nossa exigência pela realização de nossos desejos tão pessoais. A partir de uma postura mais confiante e bondosa, os dias se tornam mais harmoniosos e completos, pois quando se age com as melhores atitudes e expectativas, naturalmente a mesma energia retorna. Abençoada lei da ação e reação.

Não é de admirar que situações desafortunadas aconteçam com certa frequência nas variadas localidades do Planeta, porque quando a impaciência respira alto sufoca a palavra calma da confiança. Onde houver amor, haverá paz; onde houver sabedoria, haverá uma vida mais completa e compreendida.

Ainda a impaciência gera inúmeros arrependimentos, pois cria situações que nunca deveriam existir, envergonha, humilha ambas as partes e, muitas vezes, destrói relações que deveriam se fortalecer. A impaciência amargura e fere. Quantas vezes nos arrependemos do que fizemos ou nos afligimos com o pensamento de que se algo tivesse ocorrido na nossa exigente hora e maneira seria uma enorme desventura. Graças a Deus que a nossa individualista vontade nem sempre acontece da forma como queremos.

Em vez de exigirmos tanto, infinitamente melhor seria entender mais a vida, ou seja, nós mesmos. E à medida que compreendermos que a vida não gira em torno de nós, mais verdadeira compreensão haveria. O nosso egoísmo caprichoso “ainda” nos impede de voar.

 

Visite o blog Conto, crônica, poesia… minha literatura: http://contoecronica.wordpress.com/

 

 

 

 

 

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