domingo, 3 de novembro de 2024

 



Deus se revela por meio de leis sábias que regem a vida e os mundos

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

 

A doutrina espírita – fruto do ensino coletivo dado pelos Instrutores Espirituais, reunido e consolidado por Allan Kardec – tem como base os chamados princípios fundamentais do Espiritismo.

Dentre eles, três se destacam: o princípio da existência de Deus como o criador de tudo o que não é obra do homem; o da existência dos Espíritos como criaturas suas, e o princípio da natureza espiritual da alma humana, que constitui a individualidade consciente, permanente e imperecível do ser humano.

Os demais princípios – a pluralidade dos mundos habitados, a encarnação e a reencarnação, a lei de causa e efeito, o princípio da necessidade das provas como meio de progresso e das cruciantes expiações – são decorrência natural dos três primeiros.

Fulgura, no entanto, exuberante e à frente de todos, o princípio da existência do Eterno Criador.

Allan Kardec iniciou O Livro dos Espíritos, sua primeira obra, com um capítulo inteiramente consagrado a Deus e às provas de sua existência. E no livro A Gênese, sua derradeira obra, depois de explicar no capítulo I o caráter da revelação espírita, tratou novamente da existência de Deus, mostrando que esse constitui o mais importante princípio da Doutrina Espírita.

Neste último, o codificador do Espiritismo comentou a opinião dos que opõem à tese da existência de Deus o pensamento de que as obras ditas da Natureza são produzidas por forças materiais que atuam mecanicamente, em virtude das leis de atração e repulsão, sob cujo império tudo ocorre, quer no reino inorgânico, quer nos reinos vegetal e animal, com uma regularidade mecânica que não acusa a ação de nenhuma inteligência livre.

O homem – dizem tais opositores – movimenta o braço quando quer e como quer. Aquele, porém, que o movimentasse no mesmo sentido, desde o nascimento até à morte, seria um autômato. Ora, as forças orgânicas da Natureza são puramente automáticas.

Tudo isso é verdade, redarguiu Kardec, mas essas forças são efeitos que hão de ter uma causa. São elas materiais e mecânicas, mas são postas em ação, distribuídas e apropriadas às necessidades de cada coisa por uma inteligência que não é a dos homens. E a aplicação útil dessas forças é um efeito inteligente, que denota uma causa inteligente.

A ideia que o Espiritismo nos dá sobre Deus está de conformidade com a mais perfeita e justa racionalidade. E nos convence da existência do Criador sem necessidade de recorrer a outras provas que não as que provêm da simples contemplação do Universo, no qual Deus se revela por meio de leis sábias e de obras admiráveis, que constituem um conjunto grandioso de tanta harmonia e onde há perfeita adequação dos meios aos fins, que se torna impossível não ver por trás desse mecanismo a ação de uma Suprema Inteligência, como os Espíritos Superiores fizeram questão de dizer na resposta dada à pergunta – Que é Deus? – na abertura de O Livro dos Espíritos:

“Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.”

 

 

 

 



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