sábado, 5 de agosto de 2023

 



A arte e a evolução

 

JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

 

O grande jurista Rui Barbosa ao observar, em sua época, que as leis brasileiras eram interpretadas conforme os interesses políticos escusos, escreveu com indignação: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

Alma amiga, parodiando Rui Barbosa, eu diria: De tanto ver prosperar a iniquidade de alguns, de tanto ver crescer a maldade, de tanto ver prosperar a mediocridade nas artes, precisamos restaurar, com urgência o culto ao belo e à sublimidade poética. Por esse motivo, escrevi o poema abaixo, que compartilho com você:

 

Arte e evolução

 

A arte é o culto ao belo,

a forma

também do conteúdo

faz parte.

 

Fazer das excrescências

da mente

suposta obra d’arte

é crer

 

Então que, no improviso,

o esforço

de todo o nosso estudo

é vão.

 

Confesso que não vejo

no feio

sem estética ser

progresso.

 

Um tolo sem estudo

é mudo

quando expressa besteira

e besta

 

Não fala, nunca pensa,

relincha

e fica por preguiça

no chão.

 

A alma evoluída

excede

qualquer limitação

e é bela!

 

Porém jamais será

medíocre,

pois crê na evolução

também.

 

A arte transcendente

é assim:

requer trabalho e luta

em parte

 

 

E parte é inspiração

de quem

já se esforça no bem

com arte.

 

Autor: Jó.

 

Ouvi de um professor de literatura, há alguns anos: “A salvação está na literatura”. Também perguntado a outra professora sobre qual área em que se enquadra a literatura espírita ela respondeu: “Na literatura brasileira”.

Sábias respostas. A literatura espírita, com milhares de poemas psicografados por Chico Xavier e outros médiuns, além de crônicas, romances etc., restaura o conceito do belo, do sublime e do útil no texto literário. Se vamos praticar seus elevados ensinamentos, isso cabe a nós mesmos decidir.

Só não nos podemos esquecer do alerta de Jesus, que Lucas registrou no capítulo 12, versículo 2, de seu evangelho: “Nada há de encoberto que não venha a ser revelado, nem de oculto que não venha a ser conhecido”.

O que considero certo é que a verdadeira arte, como culto ao belo e ao divino, deve estar sempre a serviço da evolução. Sem isso, não cumpre bem seu papel e, consequentemente, não sobrevive.

 

Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com

 

 

 

 

 

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Um comentário:

  1. Que a arte retome seu lugar exclusivo como o culto ao belo, à verdade e ao sublime.

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