quinta-feira, 31 de agosto de 2023

 



CINCO-MARIAS

 

A criança e a raiva

 

EUGÊNIA PICKINA

eugeniapickina@gmail.com

Quando eu digo controlar emoções, me refiro às emoções realmente estressantes e incapacitantes. Sentir as emoções é o que torna a nossa vida rica. Daniel Goleman

 

Em momentos de contrariedade, quem tem criança em casa já presenciou, vez ou outra, crise de choro, explosão de gritos, empurrões...

A raiva é uma emoção humana e por isso fazem parte do desenvolvimento infantil episódios de choro, gritos, pontapés. E os motivos que provocam crises de raiva na infância são diversos, ainda que o gatilho mais comum para esse tipo de reação intempestiva seja a frustração que a criança sente quando não consegue o que quer ou quando é convocada a fazer algo de que não gostaria.

Claro que não é fácil assistir a uma criança passando por um episódio de raiva. Contudo, nesse momento, é importante lembrar que é o adulto quem deve atuar com sabedoria, ajudando a criança a lidar com a situação. Atitudes violentas no propósito de controlar a raiva infantil não são educativas e tendem a reforçar o comportamento descontrolado da criança.

Sentir raiva é normal, mas comportar-se mal é sempre inaceitável.

No meio da tarde seu filho teve um acesso de raiva? Em primeiro lugar, saia de perto do seu filho, permitindo que ele fique um pouco sozinho. Aguarde para que ele possa acalmar-se. Em certas circunstâncias, o silêncio é bastante pedagógico. Em segundo lugar, quando ele estiver mais tranquilo, sente-se com ele para conversar, ajudando-o a entender o que aconteceu para deixá-lo tão descontrolado. Como ele se sentiu com isso? Como ele reagiu? Qual a melhor opção para enfrentar essa frustração (inevitável)? Procure incentivá-lo a expressar o que o incomoda, pois desse modo os ataques de raiva poderão tornar-se mais facilmente administráveis.

Hoje cedo seu filho, em um momento de raiva, teve uma reação violenta? Chutou e empurrou a irmã? Em face dessa situação, mantenha a autoridade, converse com seu filho, mas evitando demonstrar uma atitude impetuosa. Converse de forma firme e amigável sobre como ele está se sentindo e faça-o falar sobre esse sentimento quando se acalmar.

De outro lado, como chutar e empurrar são condutas violentas, sem esquecer de ser coerente, defina uma punição para seu filho, pois ele precisa compreender que maus comportamentos têm consequências. Embora ninguém aprecie ser privado de algo – jogar videogame, por exemplo – isso ajudará a criança a entender a diferença entre um comportamento aceitável e um comportamento inaceitável, preparando-a também para a vida em sociedade.

No dia a dia, claro que é difícil para os pais manter o autocontrole. Porém, é fundamental pôr em prática a paciência durante os episódios de raiva infantil, porque reagir violentamente só corrobora o comportamento negativo da criança.

 

Notinhas

 

Na hora da raiva, procure escutar o que está incomodando a criança, permitindo que ela desabafe. A depender da idade da criança, peça que ele registre a causa da sua raiva por escrito.  Se ainda não souber escrever, sugira que ela faça um desenho para expressar a razão de sua frustração/insatisfação.

Ensine a criança a respirar fundo na hora da raiva. Um exercício simples e que ajuda quando não estamos bem e que os pais podem ensinar aos filhos e desde pequenos: respire profundamente, segure o ar por três segundos e solte por completo, devagar. Repetir por três minutos.

 

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Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).

Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.

Seu contato no Instagram é @eugeniapickina

 

 

 

 


 

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