Um velho amigo pergunta-nos se é
possível receber comunicações transmitidas por crianças desencarnadas.
Sim, o fato é possível, embora não seja
comum.
Entendemos que nesse caso duas
situações podem ocorrer. A primeira é a comunicação de Espíritos que se fazem
crianças para poderem, com a linguagem própria da criança, atingir com maior
facilidade as pessoas a quem se dirigem.
A segunda é a comunicação de Espíritos
que ainda conservam no plano espiritual a forma infantil, um fato que é
mencionado por diversos autores, como Cairbar Schutel (A Vida no Outro
Mundo, págs. 93 a
100), Irmão Jacob (Voltei), André Luiz (Entre a Terra e o Céu,
cap. X, págs. 64 e 65) e o próprio Codificador do Espiritismo (Revista
Espírita de 1859, Edicel, pág. 236).
Há no meio espírita pessoas que acham
que o Espírito de uma criança desencarnada retoma de imediato sua personalidade
de adulto. Isso, de fato, em muitas ocasiões é o que acontece. Tal é o caso do
Espírito que já alcançou elevada classe evolutiva e, portanto, é capaz de
manter o comando mental de si mesmo. Espíritos assim têm o poder de facilmente
desprender-se das imposições da forma, superando as dificuldades da
desencarnação prematura.
Para a grande maioria das crianças
desencarnadas o caminho não é, porém, o mesmo.
Segundo podemos ver no cap. X do livro Entre
a Terra e o Céu, de André Luiz, as almas ainda encarceradas no automatismo
inconsciente acham-se longe do autogoverno e são conduzidas pela Natureza, à
maneira das criancinhas no colo materno.
Não sabendo desatar os laços que as
aprisionam aos rígidos princípios que orientam o mundo das formas, exigem tempo
para se renovarem no justo desenvolvimento. Necessitam, portanto, de um período
mais ou menos longo de recuperação, e a variação desse tempo dependerá da
aplicação pessoal do aprendiz à aquisição de luz interior. É por isso que
existem escolas no plano espiritual nas quais as crianças desencarnadas se
desenvolvem e se aprimoram, com vistas aos desafios futuros.
Com respeito à manifestação mediúnica
de crianças desencarnadas, o livro Crianças no Além (capa ao lado), psicografado
por Chico Xavier e publicado em 1976 pela GEEM Editora, constitui exemplo
expressivo.
Sobre seu autor espiritual (Marcos),
Emmanuel escreveu no prefácio as seguintes palavras:
“Marcos é o companheiro em readaptação
na Vida Maior, após haver deixado o corpo de menino num acidente de trânsito.
Ainda a sentir-se criança, no degrau
evolutivo em que se acha, escreve aos pais, de modo comovedor, trazendo
notícias dele mesmo e dos irmãos que se lhe associaram à prova.
A palavra simples e eloquente do garoto
amigo, a identificar-se, quanto possível, para reconforto dos entes queridos,
aqui se encontra, demonstrando que, além da morte do corpo, o Espírito
prossegue atendendo aos condicionamentos indispensáveis à conquista da evolução
que não dá saltos.
Marcos-menino continuará Marcos-menino,
por algum tempo, na Espiritualidade, qual acontece ao Espírito, mesmo quando
procede de Altos Cimos da Vida Superior, ao retornar à Terra, para certos fins,
sempre compelido a passar pela estação da infância.”
Eu não tinha informações tão detalhadas a esse respeito, de modo que seu post, Sr. Astolfo, foi para mim muito oportuno e esclarecedor. É muito bom poder contar com pessoas de conhecimento estruturado em fontes competentes. Obrigada.
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