Num dia como hoje Anita Borela nos deixou
Num dia como hoje – 8 de maio – minha mãe, Anita Borela de Oliveira (foto), partiu de retorno à pátria espiritual. Corria o ano de 1950.
Nascida de
pais italianos em 5 de janeiro de 1909, na cidade de Leopoldina (MG), sua vida apresenta
lances de heroísmo, sacrifício e renúncia, que evidenciam a grandeza de sua
alma e a firmeza de sua fé espírita.
Em 1927,
quando contava 18 anos, casou-se com Astolfo Olegário de Oliveira, passando a
residir na cidade de Astolfo Dutra (MG), na época um pequeno distrito chamado
Porto de Santo Antônio.
Seu marido
tornou-se espírita em 1932 e ela se admirou com sua transformação e com as
ideias novas que esposava. Sua adesão ao Espiritismo trouxe, porém, ao casal
sérios aborrecimentos porque a pequena comunidade espírita da cidade passou a
sofrer violenta perseguição do clero local, bravamente suportada por eles.
Era tão
grande a firmeza que o grupo nascente demonstrava, que Anita, solidarizando-se
com os espíritas, passou a defender e ao mesmo tempo a admirar profundamente o
Espiritismo. É que ela, embora não o soubesse, já era, na intimidade, espírita.
Possuidora de
uma energia inquebrantável, quando alguns católicos mais extremados começaram a
apedrejar sua casa, nos dias de procissão, reunia os filhos (alguns ainda bem
pequenos) e ia com eles para a varanda da casa, disposta a enfrentar na própria
face o apodo e a afronta, em nome da fé que então já esposava de todo o
coração.
Por essa
ocasião suas faculdades mediúnicas afloraram com um potencial que expressava
bem suas aquisições espirituais do passado. Audição, vidência, psicofonia,
cura, clarividência, efeitos físicos, eis as faculdades que passou a exercer
com a responsabilidade de quem entendia a própria missão.
Em pouco
tempo, seu amor pelos semelhantes a tornou conhecida e procurada pelos
necessitados de toda a sorte, que encontravam na sua presença o alívio, o
consolo e a cura.
Anita era
muito solicitada em duas situações comuns naquela época: o atendimento às criaturas
envolvidas em processos obsessivos e a descoberta de pessoas desaparecidas. Ao
se inteirar do nome daquele que estava sendo procurado, fechava os olhos e com
toda a naturalidade descrevia a pessoa desaparecida e o local onde se
encontrava. Quando havia um afogamento no rio Pomba, o Sr. Durval, velho
canoeiro do Porto, ia primeiro ao encontro dela para que descrevesse a posição
do corpo e o lugar em que estava.
Desde que se
tornou espírita, pouco antes do falecimento de Abel Gomes, ocorrido em 1934,
Anita passou a frequentar com assiduidade a Cabana Espírita Abel Gomes, nome
dado ao centro espírita após a desencarnação de Abel, que o fundara.
Em 1950,
Anita Borela não estava fisicamente bem. Mãe de onze filhos (na foto ao lado, tirada em 1942, em que faltam dois filhos que não haviam nascido até então, veem-se, da esquerda para a direita: Arthur, Edna, Lila, Ayres, Marly, Nitinha, Eunice, Amaury e Iclea, que é o bebê no colo de Anita e, ao lado desta, seu esposo Astolfo) e com inúmeros
afazeres, seu estado de saúde agravou-se com o surgimento de uma nova gravidez,
o que não a impediu de continuar suas tarefas no lar e no centro espírita.
Na noite de 8
de maio de 1950, seu coração não resistiu e Anita – aos 41 anos de idade – desencarnou,
deixando uma lacuna enorme no movimento espírita da cidade, onde já funcionava,
além do centro espírita, a Fundação Espírita Abel Gomes, um lar voltado para o
amparo e educação de meninas órfãs, construído sob sua inspiração.
Em Londrina,
Astolfo Dutra, Cataguases e Leopoldina existem Centros Espíritas que trazem no
seu frontispício o nome de Anita Borela de Oliveira, que foi também dado ao
Círculo de Leitura que fundamos em Londrina e aqui funciona desde junho de 1996.
Certa vez lhe disse que, em minhas orações agradeço tua mãe pelos filhos que ela teve nesta última existência, e, mesmo conhecendo somente você e tua irmã Edna (que com certeza está junto da Dona Anita agora), posso dizer que seus irmãos fazem (ou fizeram) a diferença por onde passaram e passam, sendo portadores de muito conforto espiritual (até material por vezes) com tudo o que dividem com as pessoas. Abraços.
ResponderExcluirPoxa Astolfo, toda vez que revejo a história da Anita me dá um nó na garganta... Obrigado por esse momento!
ResponderExcluirObrigado por essa oportunidade de conhecer a histótia de D.Anita, sou de Astolfo Dutra e frequentei o centro espirita Anita Borella de Oliveira.Hoje moro em Miracema RJ,mas sempre com saudades,carrego comigo uma fotinha dela.♥
ResponderExcluirD.Anita continua sendo grande trabalhadorno Mundo Espiritual.
ResponderExcluirCorrigindo:grande trabalhadora.
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