(Parte 2 e final)
Concluímos
hoje à noite no “Nosso Lar”, em Londrina, o seminário “A obsessão e seu
tratamento”, cuja primeira parte foi estudada na terça-feira passada.
Foram seis os
tópicos que compuseram o seminário, a saber:
1. Conceito
de obsessão.
2. Diferença
entre obsessão e loucura.
3. Causas da
obsessão.
4. Profilaxia
e tratamento da obsessão.
5. Medidas
indispensáveis ao tratamento.
6. Ineficácia
do exorcismo.
Os quatro
primeiros foram examinados na semana passada; nesta noite tratamos dos dois
últimos: medidas indispensáveis ao tratamento e ineficácia do exorcismo.
*
Eis, na
sequência, a reprodução do texto relativo ao estudo desta noite:
5. Medidas indispensáveis ao tratamento
Podemos
sintetizar em oito itens os recursos necessários à cura das obsessões:
I -
conscientização do problema por parte do obsidiado e de seus familiares,
lembrando-lhes que a paciência é fator essencial no tratamento.
II -
fluidoterapia (passes magnéticos, radiações e água magnetizada);
III - prece e
vigilância permanente;
IV -
laborterapia;
V - renovação
das ideias através da boa leitura, de palestras e da conversação elevada;
VI - culto
evangélico no lar;
VII -
esclarecimento do Espírito obsessor, em grupos mediúnicos especializados.
VIII –
tratamento médico simultâneo ou consecutivo.
Diz Kardec
(E.S.E., cap. 28, “Observação”) que a obsessão muito prolongada pode ocasionar
desordens patológicas; em face disso, reclama, por vezes, tratamento simultâneo
ou consecutivo, quer magnético, quer médico, para restabelecer a saúde do
organismo.
6. Ineficácia do exorcismo
A cura das
obsessões graves requer muita paciência, perseverança e devotamento. Exige
também tato e habilidade, a fim de encaminhar para o bem Espíritos muitas vezes
perversos, endurecidos e astuciosos, porquanto os há rebeldes ao extremo.
Qualquer que
seja, porém, o caráter do Espírito, nada se obtém pelo constrangimento ou pela
ameaça.
Toda
influência reside no ascendente moral. Sem ela, os diálogos com o Espírito
causador do processo obsessivo serão totalmente infrutíferos.
Outra verdade
igualmente comprovada pela experiência, tanto quanto pela lógica, é a completa
ineficácia dos exorcismos, fórmulas, palavras sacramentais, amuletos, talismãs,
práticas exteriores, ou quaisquer sinais materiais.
Eis três
observações derradeiras capazes de demonstrar, em definitivo, a ineficácia do
constrangimento, da ameaça e dos exorcismos em geral:
1ª - O obsidiado só se libertará quando
ele mesmo se dispuser a promover a autodesobsessão. É preciso compreender que o
tratamento da obsessão não consiste na expulsão do obsessor. Se isso fosse
possível, ele depois voltaria, com forças redobradas, à obra interrompida. A
terapia tem em vista a reconciliação. Trata-se de uma conversão a ser feita,
tarefa que requer do obsidiado uma ampla cooperação, grandes esforços e boa
vontade. (Obsessão/Desobsessão, de Suely
Caldas Schubert, 2ª Parte, cap. 2.)
2ª - Yvonne A. Pereira, em Recordações da Mediunidade, é incisiva a
tal respeito: “O obsidiado, se não procurar renovar-se diariamente, num
trabalho perseverante de autodomínio ou autoeducação, progredindo em moral e
edificação espiritual, jamais deixará de se sentir obsidiado, ainda que o seu
primitivo obsessor se regenere”.
3ª - Nem sempre a cura da obsessão
ocorre quando são afastados os pobres perseguidores, mas somente quando os seus
companheiros de luta instalam no mundo íntimo as bases do legítimo amor e do trabalho
fraternal em favor do próximo, tanto quanto de si mesmos, através do cumprimento
reto dos deveres. Ninguém espere milagres. O esforço e a dedicação são
fundamentais nessas conjunturas. É por isso que a saúde mental que decorre da
liberação das alienações obsessivas se faz difícil, porque ela depende,
sobretudo, do enfermo e do seu máximo esforço. (Painéis da Obsessão, de Manoel P. de Miranda, cap. 20, pp. 158 a 161.)
*
Na próxima
terça-feira apresentaremos aqui o resumo do estudo inicial relativo ao livro Deuteronômio, que integra o Pentateuco
Mosaico, tema de estudo das próximas reuniões do Grupo de Estudos Espíritas
Abel Gomes – GEEAG.
Essas reuniões
são realizadas semanalmente, todas as terças-feiras, no horário de 18h30 a
19h40, e também às quintas-feiras (14h30 a 15h40), no Centro Espírita Nosso
Lar.
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