quarta-feira, 24 de julho de 2013

Somente um breve até logo

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@hotmail.com
De Londrina-PR

(Este texto é dedicado, com todo carinho, a Fátima Maria Belarmino, companheira de estudo e de caminhada, que voltou para a dimensão real do espírito.
Esteja em paz, Fátima!)

Assim como a folha se soltou da árvore que a alojara até o último momento, também se vão as almas para voltarem a ser espíritos.
A folhinha nasceu do singelo broto, depois tomou forma, cresceu, cumpriu seu compromisso e, tão levemente e desprendida, se foi impulsionada pelo sopro suave do vento de inverno com ares de outono.
Não há registro de que uma mesma folha perdurara por tempo indefinido no mesmo lugar, na mesma árvore, com a mesma cor e tamanho. É preciso transformação, pois com ela se enriquece a natureza do ser, fortalece a qualidade, define o formato do que se é com a propriedade determinada.
Siga, folhinha! Avante, espírito! Busque o horizonte livre que lhe é devido. Volte-se à sua criação: eternidade. E naquele dia, o espírito voltou ao lar; digo lar, porque quando estamos fora imensa alegria é retornar a casa, à segurança da nossa real situação, pois para nossos entes próximos não há disfarce, eles nos conhecem, e nosso lar é o local onde tudo nos é familiar; nosso coração, simplesmente, é ele mesmo.
Agora a alma passou a ser novamente um espírito livre, com tudo o que lhe pertence, suas ações, seus sentimentos, suas conquistas e ainda os atos por aprender e por acertar; entretanto, sempre espírito, razão da felicidade maior.
Alguns companheiros, aqui, por enquanto precisam ainda sorver o ar; tudo possui o exato tempo. Com muitos outros se reencontrará na liberdade real da plenitude.
Busque a luz! Aceite ajuda! Seja feliz! Vai, espírito! Daqui o acompanharão cenários repletos de olhos conhecidos e amorosos em prece e lá, no reencontro, outros olhos radiantes, também em prece, o receberão.
A folhinha que naturalmente se desprendeu é vida em outro estágio, reintegrou-se ao meio e continuou essência vital.
A alma, que mais uma vez voltou a ser espírito, aos pouquinhos, se consolidará na base real, na espiritualidade. Seus objetivos, retomará; para seu crescimento, buscará ascensão.
Etapas necessárias para o aprimoramento e desenvolvimento do espírito. Mas o coração amoroso de quem fica, mesmo sabendo de tudo isso, sente e chora baixinho a ausência do abraço, do sorriso, do jeito de olhar... mas essa lágrima é só por enquanto, até o tempo do reencontro, de um breve até logo.
O vento soprou a folhinha e a alma reforçou, mais uma vez, que é espírito... espírito eterno criado por Deus.

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