Examinando a
ideia bastante frequente de que educar os filhos é tarefa muito difícil,
conhecido psicólogo fez, anos atrás, oportunas advertências a respeito da
importância do carinho e do amor na tarefa de educação dos filhos e de
construção de um lar que permita à criança tornar-se um adulto capaz de agir e
viver dignamente.
Lembrando
que, ante a teimosia e as travessuras dos filhos, muitos pais se descontrolam e
partem para a agressividade, o psicólogo citado alerta que educar crianças é,
entre outras coisas, transformar impulsos selvagens em capacidade de afeto.
“Quando o sangue ferve, recomenda ele, o melhor é sair de cena e pedir ao
parceiro mais sóbrio que assuma o comando da situação.”
Essa tese tem
sido proposta por terapeutas diversos com apoio em pesquisas que comprovam que
em criança não se deve bater nem com uma flor. O pai que procura domesticar e
não educar pensa que seu método é eficaz, mas as consequências futuras
mostrar-lhe-ão o contrário, quando descobrir que os problemas advindos de sua atitude
são maiores do que a causa que deu motivo ao castigo, seja ele físico ou moral.
Essa postura
dos psicólogos modernos não difere, na essência, do que nos ensina o
Espiritismo. Dentro de uma perspectiva espírita, adverte J. Herculano Pires, a
educação não consiste apenas na integração das novas gerações na sociedade e na
cultura do seu tempo, mas é também o processo de desenvolvimento das
potencialidades do ser nesta nova existência, com vistas ao seu futuro
transcendente.
Toda pessoa
traz consigo, em cada passagem pelo orbe, os resultados do seu desenvolvimento
anterior em existências precedentes, os quais começam a revelar-se desde os
primeiros anos de vida em suas tendências e no conjunto das manifestações do
seu temperamento. Cabe aos pais e aos educadores observar esses sinais e
orientar o seu ajustamento, corrigindo as deficiências e os exageros na medida
do possível.
A criança não
é um indivíduo novo, mas um ser reencarnado, alguém que voltou à existência
terrena depois de inúmeras passagens por aqui, trazendo, portanto, um vasto
acervo de experiências negativas e positivas em sua mente de profundidade. Ela
precisa, então, de alguém que a ampare e oriente, que a proteja e eduque. Mas
ninguém educará pessoa alguma a não ser pelo amor, porque, repetindo aqui
palavras de Herculano, só o amor educa, só a ternura faz as almas crescerem no
bem.
A mão que
agride é a mesma que embala, que cuida, que acaricia, mas, em sã consciência,
jamais deveria ser instrumento de agressão.
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