Toda vez que
se fala em caridade é importante lembrar que seu ingrediente fundamental é o
amor, assunto a que já nos reportamos neste espaço.
Como sabemos,
costuma-se em nosso meio dividir a caridade em dois grupos – a caridade moral e
a caridade material. A paciência, a indulgência, o tratamento afetuoso seriam
expressões da caridade moral. A assistência a quem passa por privações, a
manutenção financeira de uma atividade filantrópica, a ajuda material a quem
precisa, eis expressões da caridade material.
Nada temos
contra essa divisão, com a única ressalva de que seja num caso, seja no outro,
não pode faltar ao ato o sentimento do amor, sem o que poderemos dar-lhe
qualquer nome, menos o de caridade.
Reportando-se
ao tema, Emmanuel destaca um outro aspecto pertinente à chamada caridade
material. Quando damos algo a alguém, diz Emmanuel, é preciso saber se damos o
que temos ou se damos o que detemos.
Eis as
considerações feitas pelo conhecido instrutor acerca de uma proposta de Jesus
registrada no cap. 11, versículo 41, do Evangelho de Lucas:
“Dar o que
temos é diferente de dar o que detemos. A caridade é sublime em todos os
aspectos sob os quais se nos revele, e em circunstância alguma devemos esquecer
a abnegação admirável daqueles que distribuem pão e agasalho, remédio e socorro para o corpo, aprendendo a
solidariedade e ensinando-a.
É justo,
porém, salientar que a fortuna ou a autoridade são bens que detemos
provisoriamente na marcha comum e que, nos fundamentos substanciais da vida,
não nos pertencem.
O dono de todo
o poder e de toda a riqueza no Universo é Deus, nosso Criador e Pai, que
empresta recursos aos homens, segundo os méritos ou as necessidades de cada um.
Não olvidemos,
assim, as doações de nossa esfera íntima e perguntemos a nós mesmos:
Que temos de
nós próprios para dar?
Que espécie de
emoção estamos comunicando aos outros?
Que reações
provocamos no próximo?
Que
distribuímos com os nossos companheiros de luta diária?
Qual é o
estoque de nossos sentimentos?
Que tipo de
vibrações espalhamos?” (Fonte Viva,
cap. 60, psicografia de Chico Xavier.)
Na sequência
do texto ora reproduzido, Emmanuel lembra-nos que é fundamental amealhar em
nosso espírito as reservas da boa compreensão, da amizade e do entendimento no
serviço do bem de todos quantos nos rodeiam, perto ou longe.
E acrescenta:
“É sempre reduzida a caridade que alimenta o estômago, mas que não esquece a ofensa, que não se dispõe a servir diretamente ou que não acende luz para a ignorância.
O aviso do
Instrutor Divino nas anotações de Lucas significa: - Dai esmola de vossa vida
íntima, ajudai por vós mesmos, espalhai alegria e bom ânimo, oportunidade de
crescimento e elevação com os vossos semelhantes, sede irmãos dedicados ao
próximo, porque, em verdade, o amor que se irradia em bênçãos de felicidade e
trabalho, paz e confiança, é sempre a dádiva maior de todas.” (Obra citada.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário