sexta-feira, 11 de julho de 2014

Pílulas gramaticais (111)



Atendendo à solicitação de um amigo, retificamos aqui as observações que fizemos neste blog a respeito da pronúncia da palavra algoz, muito utilizada, por sinal, por palestrantes espíritas.
Segundo o Dicionário Aurélio - Século XXI, versão eletrônica do dicionário organizado por Aurélio Buarque de Holanda, algoz (do ár. al-guzCC, 'conquistador', 'invasor') significa: carrasco; (fig.) pessoa cruel, desumana, que mata ou aflige outra; (fig.) coisa que magoa ou aflige.
Sua pronúncia, informa o citado dicionário, é algôz e, no plural, algôzes, informação que encontramos também no dicionário Houaiss e no dicionário Caldas Aulete, bem como no Dicionário de Questões Vernáculas, de Napoleão Mendes de Almeida, um dos gramáticos mais respeitados de nosso país.
Ocorre que, em decorrência do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa firmado pelo Brasil e promulgado pelo Decreto federal nº 6.583, de 29 de setembro de 2008, a Academia Brasileira de Letras decidiu, ao publicar o novo Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), que a citada palavra pode ser pronunciada de duas formas: algôz e algóz, a critério da pessoa. O leitor pode conferi-lo consultando o site da Academia; eis o link: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23
Inicialmente estranhamos a medida adotada pelo VOLP, que não levara em conta as obras a que nos reportamos nem o anterior Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa organizado pela própria Academia.
Procurando entender o que aconteceu, descobrimos que em Portugal a pronúncia de algoz é aberta (algóz), mas os dicionários, a exemplo do Dicionário Priberam da Língua Portuguesa - http://www.priberam.pt/dlpo/algoz -, admitem ali as duas pronúncias, tal como é no Brasil admitido pelo VOLP. O que houve, então, foi a uniformização da norma, de modo que, seja no Brasil, seja em Portugal, cabe a quem usar a palavra escolher de que maneira deseja pronunciá-la. 



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