Redivivo
Alphonsus
de Guimaraens
Sou
o cantor das místicas baladas
Que,
em volutas(1) de flores e de incenso,
Achou,
no Espaço luminoso e imenso,
O
perfume das hóstias consagradas.
Almas
que andais gemendo nas estradas
Da
amargura e da dor, eu vos pertenço,
Atravessai
o nevoeiro denso
Em
que viveis no mundo, amortalhadas.
Almas
tristes de freiras e sorores(2),
Sobre
quem a saudade despetala
Os
seus lírios de pálidos fulgores;
Eu
ressurjo nos místicos prazeres,
De
vos cantar, na sombra onde se exala
Um
perfume de altar e misereres(3)...
(1) Voluta: espiral; parte de objeto ou ornato, em forma de
espiral.
(2) Sorores: plural de soror ou sóror; feminino de frei;
tratamento dado às freiras.
(3) Misereres: plural de miserere, que significa em latim 'tem
piedade (de mim, meu Deus)'; trata-se da primeira palavra do Salmo 51 e, por
extensão, refere-se a esse salmo.
Afonso Henrique
da Costa Guimarães, poeta mineiro, natural de Ouro Preto, nasceu em 24 de julho
de 1870 e desencarnou em 15 de julho de 1921. Foi magistrado, jornalista e
poeta. O soneto acima integra a obra Parnaso
de Além-Túmulo, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
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