Morrer
João de Deus
Não mais a dor intensa e desmedida
No momento angustioso de morrer,
Nem o pranto pungente por se ver
Um ser amado em horas da partida!...
A morte é um sono doce; basta crer
Na Paz do Céu, na Terra apetecida,
Para se achar o Amor, a Luz e a Vida,
Onde há trégua à tristeza e ao padecer.
Venturosa região do espaço além,
Onde brilha a Verdade e onde o Bem
É o fanal reluzente que conduz;
Mansão de claridade e pulcritude
Onde os bons, que adoraram a Virtude,
Gozam do afeto extremo de Jesus.
Nascido em 1830 em São Bartolomeu de Messines, Portugal, João de Deus
desencarnou em 1896. O soneto acima integra o Parnaso de Além-Túmulo, obra psicografada pelo médium Francisco
Cândido Xavier.
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