Provas da sobrevivência da alma
Este é o módulo 11 de
uma série que esperamos sirva aos neófitos como iniciação ao estudo da doutrina
espírita.
Cada módulo
compõe-se de duas partes:
- questões para debate
- texto para
leitura.
As respostas
correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto sugerido
para leitura.
Questões para debate
1. Que é que
Descartes quis dizer com a frase: "Cogito, ergo sum" (Penso, logo
existo)?
2. Quando se deram
as primeiras manifestações de Espíritos?
3. Que importância
têm na história do Moderno Espiritualismo os fenômenos de Hydesville?
4. Que são os
"apports"? Podemos dizer que "apports" e "raps"
são a mesma coisa?
5. Por que as mesas
girantes foram também chamadas de mesas falantes? E que circunstância especial
ligada a esse fenômeno levou Kardec a estudá-lo?
Texto para leitura
O homem e o Espírito
1. No homem existe
algo mais que matéria e princípio vital. O homem pensa e tem consciência plena
de sua existência; relaciona ideias, estabelece conceitos, elabora juízos,
constrói raciocínios, tira conclusões e, servindo-se do instrumento maravilhoso
da linguagem, comunica tudo isso aos seus semelhantes.
2. "Cogito,
ergo sum", escreveu Descartes ("Penso, logo existo"). Eis o que
Descartes quis dizer: - Penso; ora, a matéria por si mesma não pensa; logo,
existe em mim, além do corpo material, algo mais, que é o agente do meu
pensamento, em virtude do qual, portanto, existo como ser inteligente. Esse é um
raciocínio perfeitamente lógico e conforme à mais pura razão humana. Deveria
bastar para que nenhuma dúvida existisse no homem a respeito de que nele vive
um Espírito, isto é, um ser imaterial, porém real, independente do corpo e a
ele sobrevivente.
3. Outras faculdades
existem ainda no homem, que nada têm a ver com a matéria, e que são funções de
uma consciência individual superior, sobrelevando sobre todas o senso moral.
Há, contudo, indivíduos descrentes que vivem na negação ou apenas em dúvida,
pois no fundo do seu ser hão de ter a mesma aspiração, natural em toda
criatura: não morrer. Deus, então, em sua infinita bondade e amor, como Divina
Providência que é, concedeu ao homem, com as manifestações espíritas, a prova
de que nele vive um Espírito e que esse Espírito sobrevive à morte.
Manifestações espíritas
4. Manifestações de
Espíritos ocorreram em todos os tempos, desde a mais remota antiguidade. A sua
verdadeira causa só era conhecida dos iniciados. Os profetas serviam de
intermediários entre os Espíritos e os homens e muitas coisas anunciavam como
expressões da vontade de Deus. Uma das coisas anunciadas foi que viria o tempo
em que essa faculdade de intermediação se generalizaria, dando lugar a
manifestações que ocorreriam por toda a parte, a sacudir as consciências e os
corações dos homens, despertando-os para a realidade do mundo espiritual. Foi o
profeta Joel o intermediário dessa predição.
5. A história do
Moderno Espiritualismo – denominação pela qual o Espiritismo foi inicialmente
conhecido na América do Norte – começou por fatos dessa natureza, ocorridos em
Hydesville a partir de 1848, sendo médiuns duas adolescentes da família Fox, as
jovens Kate e Margareth Fox.
Os "apports"
6. Os fenômenos
físicos se apresentam sob as mais variadas formas. A força que serve para
produzi-los presta-se a todas as combinações. Ela penetra todos os corpos,
atravessa todos os obstáculos, transpõe todas as distâncias. Sob a ação de uma
vontade poderosa, consegue decompor e recompor a matéria compacta. É o que
demonstram os fenômenos de "apports", ou transportes de flores,
frutos e outros objetos através de paredes, em aposentos fechados. Zöllner, o
astrônomo alemão, verificou a penetração da matéria por uma outra matéria. Com
o auxílio da força psíquica, as entidades a que são devidas as manifestações
chegam a imitar os mais estranhos ruídos. (N.R.: Ao traduzir um dos clássicos do
Espiritismo sobre o fenômeno de transporte, escrito por Ernesto Bozzano,
Francisco Klörs Werneck diz que dois termos técnicos se aplicam ao assunto: apport e asport. Apport quando o objeto é levado de fora para dentro. Asport
quando levado de dentro para fora, de tal modo que o vocábulo trazimento não
tem razão de ser. Transporte é, assim, o termo já consagrado e abarca ambos os
casos.)
7. Em memorável
sessão realizada em 16 de dezembro de 1868, em Londres, o médium Home, em
transe mediúnico, foi levantado e projetado da parte de fora de uma janela e,
suspenso no ar, entrou por uma outra janela.
Os "raps"
8. Os
"raps" são fenômenos que consistem em efeitos físicos diversos, como
ruídos, estalidos, pancadas e imitação de passos, produzidos em portas,
paredes, móveis e assoalhos, tudo isso sem causa física conhecida. A simples
produção desses efeitos físicos nada provaria quanto à existência dos
Espíritos, porquanto poderiam ser produzidos por forças outras, naturais e
desconhecidas, mas a esses fatos singulares se revelou associada uma
inteligência capaz de dirigir a ação e que, quando provocada, deu provas
iniludíveis de ser o Espírito de um morto a verdadeira causa do fenômeno. No
caso da família Fox, o Espírito produtor dos fenômenos revelou ter sido um
mascate que se chamara Charles Rosma em sua última encarnação.
9. Hoje a
sobrevivência da alma humana encontra-se perfeitamente demonstrada por fatos
que têm sido investigados com todo o rigor científico por numerosos e eminentes
sábios dos séculos 19 e 20. A tal ponto chegou o resultado dessas
experimentações, que Alfred Russel Wallace, um dos mais eminentes
investigadores dos fatos espíritas, fez esta afirmativa categórica: "O
Espiritismo está tão bem demonstrado como a lei da gravitação".
Allan Kardec e as mesas girantes
10. As mesas
girantes foram também chamadas de mesas falantes, porque, valendo-se das
pancadas que nelas soavam, podiam responder inteligentemente às perguntas das
pessoas presentes às sessões. Foi exatamente esse caráter inteligente assumido
pelo fenômeno que levou o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail a
interessar-se e, logo depois, dedicar-se profundamente ao seu estudo, bem como
ao dos demais fenômenos espíritas, deduzindo deles todas as consequências
filosóficas, morais e religiosas que eles comportam, com o auxílio dos próprios
Espíritos. Os ensinos por ele reunidos e ordenados constituíram o admirável
corpo da Doutrina Espírita enfeixado em "O Livro dos Espíritos",
livro a que se seguiram outras obras, como "O Livro dos Médiuns",
cuja segunda parte - Das Manifestações Espíritas - é totalmente dedicada ao
estudo dessas manifestações.
11. É "O Livro
dos Médiuns" a primeira obra de Kardec que se deve consultar sobre o tema
mediunidade, visto que, como obra geral, nenhuma outra existe que a supere,
vindo logo depois, em importância, o livro "No Invisível", de Léon
Denis.
12. Seguem-se-lhes
numerosas obras, quer gerais, tratando de toda a fenomenologia espírita, quer
particulares, ou seja, que tratam de determinados fenômenos. Sob este último
aspecto, vale citar, a título de exemplo, os livros de William Crookes
("Fatos Espíritas"), Friedrich Zöllner ("Provas Científicas da
Sobrevivência"), Arthur Findlay ("No Limiar do Etéreo"), Oliver
Lodge ("Raymond"), Ernesto Bozzano ("Fenômenos de
Transporte") e Gabriel Delanne ("O Fenômeno Espírita"), dentre
muitos outros.
Respostas às questões propostas
1. Que é que Descartes quis dizer com a frase:
"Cogito, ergo sum" (Penso, logo existo)?
Com esta frase
Descartes quis dizer: - Penso; ora, a matéria por si mesma não pensa; logo,
existe em mim, além do corpo material, algo mais, que é o agente do meu
pensamento, em virtude do qual, portanto, existo como ser inteligente.
2. Quando se deram as primeiras manifestações de
Espíritos?
As manifestações de
Espíritos ocorreram em todos os tempos, desde a mais remota antiguidade, mas
sua verdadeira causa só era conhecida dos iniciados.
3. Que importância têm na história do Moderno
Espiritualismo os fenômenos de Hydesville?
Importância muito
grande, visto que a história do Moderno Espiritualismo – denominação pela qual
o Espiritismo foi inicialmente conhecido na América do Norte – começou pelos
fatos de natureza mediúnica ocorridos em Hydesville a partir de 1848, sendo
médiuns duas adolescentes da família Fox, as jovens Kate e Margareth Fox.
4. Que são os "apports"? Podemos dizer que
"apports" e "raps" são a mesma coisa?
Os fenômenos de
"apports" são aqueles em que os objetos são trazidos de fora para
dentro do recinto da sessão. Quando o objeto é levado de dentro para fora, o
fenômeno é chamado de "asport". No idioma falado no Brasil, o termo
já consagrado para ambos os casos é transporte. Os "raps" são outra
coisa. Trata-se de fenômenos que consistem em efeitos físicos diversos, como
ruídos, estalidos, pancadas e imitação de passos, produzidos em portas,
paredes, móveis e assoalhos.
5. Por que as mesas girantes foram também chamadas de
mesas falantes? E que circunstância especial ligada a esse fenômeno levou
Kardec a estudá-lo?
As mesas girantes
foram também chamadas de mesas falantes porque, valendo-se das pancadas que
nelas soavam, podiam responder inteligentemente às perguntas das pessoas
presentes às sessões. Foi exatamente esse caráter inteligente assumido pelo
fenômeno que levou o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail a interessar-se
e, logo depois, dedicar-se profundamente ao seu estudo, bem como ao dos demais
fenômenos espíritas, do que resultou a extraordinária obra de codificação dos
ensinamentos espíritas.
Nota:
Eis
os links que remetem aos textos
anteriores:
Módulo
1 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2016/11/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita.html
Módulo
4 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2016/12/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita.html
Módulo
5 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2016/12/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_8.html
Módulo
9 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/01/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita.html
Módulo 10 - http://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com.br/2017/01/iniciacao-ao-estudo-da-doutrina-espirita_12.html
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