sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Iniciação aos clássicos espíritas



Depois da Morte

Léon Denis

Parte 11

Damos sequência ao estudo metódico e sequencial do livro Depois da Morte, de autoria de Léon Denis, de acordo com a tradução feita por Torrieri Guimarães, publicada pela Hemus Livraria Editora Ltda. Esperamos que este estudo constitua para o leitor uma forma de iniciação aos chamados Clássicos do Espiritismo.
Cada parte compõe-se de:
- questões preliminares
- texto para leitura.
As respostas correspondentes às questões apresentadas encontram-se no final do texto indicado para leitura. 

                    Questões preliminares

A. Como devemos ver a caridade e o perdão?
B. Podemos considerar virtudes a paciência e o amor?
C. Como o espírita encara a perda dos seres amados?
D. Em que consiste a prece e como devemos fazê-la?

Texto para leitura

216. Não é caridade somente a solicitude pelos miseráveis: a caridade material, ou beneficência, pode aplicar-se a certas pessoas sob a forma de socorro, encorajamento e amparo. (P. 286)
217. A caridade moral deve estender-se a todos, e não consiste em esmola, mas em uma benevolência que deve envolver todos os homens e regular as nossas relações com eles, coisa que todos podemos praticar. (P. 286)
218. O homem caridoso faz o bem ocultamente e dissimula suas boas obras, enquanto o vaidoso grita aos quatro ventos o bem que faz. (P. 287)
219. Nessas condições, a ingratidão e a injustiça não ferem o homem caridoso, porque pratica o bem sem esperar dele nenhuma recompensa. (P. 287)
220. Tudo o que o homem faz por seus irmãos imprime-se no grande livro fluídico, cujas páginas se perdem nos tempos. (P. 289)
221. Se o orgulho é o pai dos vícios, a caridade é a mãe da virtude: dela derivam a paciência, a doçura, a prudência nos propósitos. (P. 290)
222. O dever da alma que aspira aos céus elevados é perdoar; a vingança, o duelo, a guerra são vestígios do estado selvagem. (PP. 290 e 291)
223. Um dia abençoaremos aqueles que foram duros e sem piedade conosco, pois de sua iniquidade terá surgido o nosso bem espiritual. (P. 291)
224. A paciência é a qualidade que nos ensina a suportar com calma todas as dores: ela não consiste em sufocar em nós toda sensação, mas em buscar, além do horizonte da vida atual, as consolações que nos mostram a relatividade e insignificância das tribulações materiais. (P. 292)
225. O amor é a atração celestial das almas, a potência divina que une os mundos, governa-os, fecunda-os; o amor é o olhar de Deus! A ardente paixão que suscita os apetites carnais é apenas uma sombra do amor. (P. 294)
226. O amor, profundo como o mar, infinito como o céu, abrange todos os seres: Deus é o seu foco. Todos os seres são feitos para amar. (P. 296)
227. O sofrimento é lei de nosso planeta; assim, apenas para quem não enxerga o futuro, a pobreza, a enfermidade e a doença são um mal. (P. 299)
228. A dor, sob todas as formas, é o remédio supremo das imperfeições e das enfermidades da alma; sem a dor não é possível a sua cura. (P. 299)
229. A obra da dor é fecunda; faz germinar em nós tesouros de piedade, de ternura, de afeto: aqueles que não a conhecem nada valem. (P. 300)
230. Se existe provação cruel, é a perda dos seres amados; contudo, uma morte prematura é, com frequência, um bem para o Espírito que parte, livre dos perigos e das seduções da Terra. (P. 304)
231. A separação produzida pela morte é apenas aparente: os filhos, a mãe adorada estão ainda conosco; seus fluidos, seus pensamentos envolvem-nos, seu amor protege-nos e podemos até, às vezes, comunicar-nos com eles e receber seu encorajamento e seus conselhos. (P. 304)
232. A prece, refúgio supremo dos aflitos, dos corações magoados, deve ser uma expansão íntima da alma para com Deus, um colóquio solitário, uma meditação sempre útil e em geral fecunda. (P. 308)
233. A prece é a elevação da alma acima das coisas terrenas, é uma ardente invocação às potências superiores. (P. 308)
234. Nesse colóquio com a Potência suprema, a linguagem deve ser espontânea e variar segundo as necessidades e o estado de alma da pessoa, podendo ser um simples pensamento, uma lembrança, um olhar erguido ao céu. (P. 309)
235. Na prece diária dirigida ao Eterno, o sábio não pede a felicidade, nem procura fugir às dores, aos desenganos, às desventuras: o que ele deseja é conhecer a lei para melhor cumpri-la e pede a ajuda dos bons Espíritos, para que o amparem nos dias aflitivos da vida. Estes o atendem. (P. 310)
236. Quando uma pedra cai na água a superfície desta vibra em esferas concêntricas: assim o fluido universal é movido por nossas preces e nossos pensamentos, estabelecendo-se uma corrente fluídica de uns para outros, porque todos os seres e mundos estão imersos nesse fluido. (P. 311)
237. Assim acontece com relação às almas que sofrem: a prece age à distância sobre elas como um magnetismo, penetra os fluidos densos que as envolvem, ameniza suas angústias e sua tristeza. (P. 311)
238. Reuni-vos para orar: a prece feita em comum é um feixe de vontades, de pensamentos, de raios, de harmonias e de perfumes, que se dirige com maior força à sua finalidade. (P. 312)
239. Ao fim de cada dia, examinemos com cuidado as obras que realizamos: deploremos o mal cometido, propondo-nos evitá-lo, e alegremo-nos pelo que tenhamos feito de útil e bom, pedindo à sapiência suprema auxílio para realizarmos, dentro e à nossa volta, a perfeita beleza moral. (P. 313)

Respostas às questões preliminares

A. Como devemos ver a caridade e o perdão?
Caridade não é somente a solicitude pelos miseráveis. A caridade material, ou beneficência, pode aplicar-se às pessoas sob a forma de socorro, encorajamento e amparo. A caridade moral deve estender-se a todos, e não consiste em esmola, mas em uma benevolência que deve envolver todos os homens e regular as nossas relações com eles, coisa que todos podemos praticar. O homem caridoso faz o bem ocultamente e dissimula suas boas obras, enquanto o vaidoso grita aos quatro ventos o bem que faz. A ingratidão e a injustiça não ferem o homem caridoso, porque ele pratica o bem sem esperar dele nenhuma recompensa. A caridade é a mãe da virtude: dela derivam a paciência, a doçura, a prudência nos propósitos. O dever da alma que aspira aos céus elevados é perdoar. O perdão é próprio das almas elevadas; a vingança, o duelo, a guerra são vestígios do estado selvagem. (Depois da Morte, cap. XLVII e XLVIII, pp. 286 a 291.)
B. Podemos considerar virtudes a paciência e o amor?
Sim. A paciência é a qualidade que nos ensina a suportar com calma todas as dores. Ela não consiste em sufocar em nós toda a sensação, mas em buscar, além do horizonte da vida atual, as consolações que nos mostram a relatividade e insignificância das tribulações materiais.  O amor é a atração celestial das almas, a potência divina que une os mundos, governa-os, fecunda-os; o amor é o olhar de Deus! O amor, profundo como o mar, infinito como o céu, abrange todos os seres: Deus é o seu foco. Todos os seres são feitos para amar. (Obra citada, cap. XLVIII e XLIX, pp. 292 a 296.)
C. Como o espírita encara a perda dos seres amados?
Segundo o Espiritismo, não existe perda dos seres amados. A separação produzida pela morte é apenas aparente: os filhos, o pai e a mãe adorada estão ainda conosco; seus fluidos, seus pensamentos envolvem-nos, seu amor protege-nos e podemos até, às vezes, comunicar-nos com eles e receber seu encorajamento e seus conselhos. (Obra citada, cap. L, p. 304.)
D. Em que consiste a prece e como devemos fazê-la?
A prece deve ser uma expansão íntima da alma para com Deus, um colóquio solitário, uma meditação sempre útil e em geral fecunda. A prece é a elevação da alma acima das coisas terrenas, é uma ardente invocação às potências superiores. Nesse colóquio com a Potência suprema, a linguagem deve ser espontânea e variar segundo as necessidades e o estado de alma da pessoa, podendo ser um simples pensamento, uma lembrança, um olhar erguido ao céu. (Obra citada, cap. LI, pp. 308 a 312.)


Nota:

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