No princípio era o
verbo
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Amigo
leitor, a partir de hoje, voltaremos a conversar com Emmanuel a respeito da
Boa-Nova. Ei-lo, que chega.
—
Boa noite, Machado. Em que te posso ser útil?
—
Boa noite, Emmanuel. Poderíamos retornar àquela nossa entrevista sobre o Cristo
e suas mensagens?
—
Naturalmente. Responder-te-ei, todavia, de acordo com os conhecimentos obtidos
na esfera espiritual em que estive antes de meu ingresso em nova etapa de
aprendizagem... Nada te direi que já não tenha dito...
—
Pois bem, diz-me, então, em que sentido podemos entender a afirmação de João,
no capítulo I do seu Evangelho: “No princípio, era o Verbo. E o Verbo estava
com Deus, e Verbo era Deus”.
—
Deus é Amor e Vida, e a mais perfeita expressão do Verbo para o orbe terrestre
era e é Jesus, identificado com a Sua Misericórdia e Sabedoria, desde a
organização primordial do planeta.
Visível
ou oculto, o Verbo é o traço da Luz Divina em todas as coisas e em todos os
seres nas mais variadas condições do processo de aperfeiçoamento.
Nenhuma
expressão fornece imagem mais justa do poder d’Aquele a quem todos os espíritos
da Terra rendem culto do que a de João, no seu Evangelho: “No princípio era o
Verbo...”.
Jesus,
cuja perfeição se perde na noite imperscrutável das eras, personificando a
sabedoria e o amor, tem orientado todo o desenvolvimento da Humanidade,
enviando os seus iluminados mensageiros, em todos os tempos, aos agrupamentos
humanos e, assim como presidiu à formação do orbe, dirigindo, como Divino
Inspirador, a quantos colaboraram na tarefa da elaboração geológica do planeta
e da disseminação da vida em todos os laboratórios da natureza, desde que o
homem conquistou a racionalidade, vem fornecendo-lhe a ideia da sua Divina
origem, o tesouro das concepções de Deus e da imortalidade do espírito,
revelando-lhe, em cada época, aquilo que a sua compreensão pode abranger.
—
Muito bem, Emmanuel. Vejo que estás bastante lúcido. Mas como entender o verbo
emitido pelos nossos amigos encarnados?
—
Meu caro Machado, é preciso que aprendamos a sentir com amor, a fim de que
venhamos a pensar com justiça e a falar para o bem. E, se o próprio Testamento
Divino assegura que “no princípio era o verbo”, depois do Amor e da Justiça do
Criador, apareceu a expressão verbal como fermento vivo da Criação. Em todos os
avisos da caridade, não nos esqueçamos da boa palavra que socorre e ilumina
sempre.
Para
usá-la com segurança, não é preciso que assumamos posição compulsória de santidade,
transformando a frase em látego de chamas sobre os enganos que ainda
entenebrecem o roteiro do próximo. Basta que nossa diligência no bem se faça
incessante.
À
frente do comentário calunioso, lembra alguma virtude da criatura visada pela
chuva injustificável de lodo e lama.
Perante
as anotações do desânimo, fala acerca das esperanças do Céu que ainda não
apagou o Sol com que nos clareia o caminho.
Diante
da delinquência, recorda a Misericórdia celestial que a todos nos provê de
recursos para o pagamento das próprias faltas.
Ante
a irritação e a crítica, não pronuncies o venenoso apontamento que dilacera a
distância, mas sim procura algum fato ou alguma lição em que a pessoa reprovada
encontre alívio e consolo.
Sobretudo,
auxilia aos ausentes que não podem cogitar da própria defesa.
Lembra-te
de que todo aquele que hoje desaprova os outros contigo, amanhã te desaprovará
também diante dos outros
—
Que língua! Se eu conseguir jamais esquecer a última frase de tua recomendação,
amigo, já terei feito muito para honrar o Verbo do Princípio, que a todos ama e
a todos destina a verdadeira felicidade da vida superior. Muito obrigado. Até
nosso próximo encontro.
—
Eu que te agradeço, bondoso amigo. Adeus.
Fonte consultada: XAVIER, Francisco
Cândido. O Evangelho de Emmanuel:
comentários ao evangelho segundo João.
Coordenação de Saulo César Ribeiro da Silva. 1. ed. Brasília: FEB, 2015,
p. 27- 29.
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