terça-feira, 3 de setembro de 2019





Pássaros, flores, estrelas

(O início da paz de espírito)

CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
De Londrina-PR

Havia carreiras e mais carreiras de fartos pés de laranja. Eles seguiam uma doce simetria; também, vistos de longe, os pés pareciam flores abertas, pelos pesos de seus frutos envergando os galhos.
Os pássaros, tão bem alimentados e calmos naquele lugar, voavam, normalmente, por ali mesmo, já que tanta beleza ali mesmo havia. O vento era sempre mais suave. E tanto os pássaros quanto os pés de laranja não se desequilibravam. Era mais harmonia que assimetria.
E as poucas pessoas que viviam no lugar eram ainda mais em paz e amorosas. As borboletas, com colorido forte, ali também sorriam. Não só o laranjal, mas todos os outros pés de frutas eram completos da doçura de seus frutos. Tudo a seu tempo acontecia, nem antes nem depois, sem nenhuma imposição, tudo naturalmente vivia.
Os outros animais eram também mais mansos que eufóricos e o seu olhar brilhava tanto de dia como estrelas na noite. E passeavam por ali, iam por onde queriam e tão prontamente voltavam mais ao escurecer. E tinham comida em abundância, água fresca e a liberdade pura que deseja voltar.
Havia os campos de flores com cores que alegram a alma, com detalhes impressionantes nas tão miudinhas pétalas. O perfume se dispersava pela corrente do vento... sempre mais suave. A carreira das tulipas era mais pele de pêssego e poesia. A das rosas era a lembrança das mães amadas. A das margaridas era o abraço aconchegante no momento de dor. E a última, a dos girassóis, reluzia o amarelo ouro que insistentemente procura a luz da vida, Deus.
A compreensão de que tudo ganha sentido nasce quando o valor das verdades reais sobrepõe às ilusões humanas efêmeras.

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