quinta-feira, 26 de setembro de 2019





Ressurreição e reencarnação: em que se distinguem?

É grande a diferença entre um termo e outro, embora no passado o vocábulo ressurreição tenha sido utilizado para significar tanto a ressurreição propriamente dita quanto a reencarnação ou palingenesia.
O vocábulo reencarnação não existia, mas seu conceito fazia parte dos dogmas dos judeus sob o nome de ressurreição. Apenas os saduceus, seita judia formada por Sadoc por volta do ano 248 a.C., cuja crença era a de que tudo acabava com a morte, não acreditavam nisso.
Os judeus que partilhavam outras crenças acreditavam firmemente que um homem que vivera podia reviver, sem saberem precisamente de que maneira o fato poderia dar-se.
Exemplo disso podemos colher nesta passagem do Evangelho segundo Mateus:
E, chegando Jesus às partes de Cesareia de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser o Filho do homem? E eles disseram: Uns, João o Batista; outros, Elias; e outros, Jeremias, ou um dos profetas. Mateus 16:13-14
Designavam com o vocábulo ressurreição o que o Espiritismo chama de reencarnação.
Ressurreição diz respeito ao corpo de alguém que morreu. A palavra pode assim aplicar-se a Lázaro e à filha de Jairo, mas não a Elias, nem aos outros profetas que viveram na Terra muitos séculos antes do advento de Jesus.
Se é possível a ressurreição nas chamadas mortes aparentes, que é certamente o que ocorreu com Lázaro, ressuscitar um corpo que já se acha com seus elementos dispersos ou absorvidos é cientificamente impossível.
Reencarnação é outra coisa. É a volta do Espírito à vida corpórea, mas em outro corpo formado especialmente para ele e que nada tem de comum com o antigo.
Quando Jesus disse a Nicodemos: “Em verdade, em verdade, te digo: Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo”, ante a estranheza do senador dos judeus que não entendia como tal situação poderia ocorrer, Jesus replicou como que surpreendido: “Como pode isso fazer-se? Pois quê! és mestre em Israel e ignoras estas coisas? Digo-te em verdade que não dizemos senão o que sabemos e que não damos testemunho, senão do que temos visto. Entretanto, não aceitas o nosso testemunho. Mas, se não credes, quando vos falo das coisas da Terra, como me crereis, quando vos falo das coisas do céu?” (João, 3:1 a 12.)
Quando – de acordo com Mateus 17:10-13 - Jesus disse que Elias já viera e, em seguida, explicou que ele e João Batista eram a mesma pessoa, ele estava referindo-se não à ressurreição, mas à reencarnação de Elias, visto que o grande profeta vivera vários séculos antes do Cristo e que João, primo de Jesus, fora visto em criança.
A reencarnação constitui um dos princípios fundamentais do Espiritismo, que a apresenta como um dos fatores indispensáveis ao progresso dos Espíritos.




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