segunda-feira, 6 de junho de 2022

 



Trilhas da Libertação

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 15 e final

 

Concluímos nesta data o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995. Este estudo foi publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

113. O desligamento do médium Davi contou com a ajuda dos benfeitores espirituais?

Sim. Ele já estava em processo de decomposição cadavérica quando dr. Carneiro, dr. Hermann e Miranda foram até o cemitério onde os despojos carnais do médium haviam sido sepultados. Dr. Carneiro pediu, então, ao dr. Hermann que cirurgiasse o cordão de prata, deslindando delicadamente os inúmeros fios de que se constitui, preso ao chakra coronário, enquanto ele desligava, concomitantemente, as fixações na área umbilical. (Trilhas da Libertação. Reflexões e Aprendizado, pp. 307 a 309.)

114. Duas pessoas que se matam para se encontrarem na vida espiritual conseguem sucesso em tal propósito?

Não. E foi isso que o autor desta obra observou próximo de onde estava a sepultura do médium Davi. A cena era realmente confrangedora. Em uma sepultura coberta de vasos floridos, um Espírito profundamente triste, em pranto copioso, tocava violino, enquanto a seu lado, amargurada, padecendo convulsões contínuas, jovem mulher gritava, alanceada: “Por que não vieste comigo? Deixaste-me morrer e fugiste? Para onde foste, desgraçado?! Ai de mim, nesta noite fria e solitária!” A jovem parava um pouco e repetia as mesmas perguntas, inspirando compaixão. O violinista, por sua vez, interrompia a música e, desesperado, interrogava: “Martina, responde. Onde te ocultas? Matei-me para estar contigo para sempre. Quem te arrebatou de mim? Ouve, é para ti que toco...”. Eram os Espíritos de duas pessoas que haviam optado pelo suicídio duplo através de soníferos tomados simultaneamente. Depois de sofrerem o torpor e a alucinação por mais de dez anos, imantados pelo duplo crime, encontravam-se próximos, mas ainda não se viam, nem se ouviam. Era-lhes negado aquilo que desejaram recorrendo ao suicídio. (Obra citada. Reflexões e Aprendizado, pp. 309 e 310.)

115. Ante as defecções alheias, como devem proceder os espíritas?

Devem proceder como os colegas espíritas de Raulinda procederam. Ela havia procurado o presidente da Sociedade Espírita, a quem expôs o drama que quase a levou ao suicídio, revelando força moral para enfrentar as consequências do relacionamento infeliz, de que amargamente se arrependia. O dirigente aconselhou-a paternalmente e conclamou-a à vivência espírita, único recurso disponível para a preservação do equilíbrio naquela circunstância. Observe-se que ninguém do Grupo havia demonstrado qualquer sentimento negativo para com ela, após a comunicação anunciadora da sua gravidez, qual se nada houvesse acontecido. É assim – diz Manoel P. de Miranda – que os verdadeiros espíritas procedem: jamais se transformam em vigilantes das defecções alheias, antes mantendo fraternidade em qualquer situação e amparando quando necessário. (Obra citada. Providências Finais, pp. 313 a 315.)

116. O perdão que recebemos nos exonera dos débitos contraídos?

Guillaume – o esposo a quem Adelaide traíra e assassinara em conluio com Gérard – disse que não guardava mais ressentimentos com relação a ela e a Gérard. Adelaide perguntou então ao dr. Carneiro, referindo-se a Guillaume: “Perdoando-me o mal que lhe fiz, estarei exonerada de débitos para com ele?” Para com ele, sim. No entanto, Dr. Carneiro explicou que os gravames continuavam para com a própria consciência e a Consciência Divina. O que estava por vir dependeria dos seus atos e do seu comportamento ao longo da vida. (Obra citada. Providências Finais, pp. 319 e 320.)

117. Aludindo à epilepsia que a acometera, Adelaide ficaria boa ou deveria purgar pelo resto da vida essa expiação?

Quanto à epilepsia, dr. Carneiro disse-lhe que, por um efeito natural, ela estava com suas matrizes instaladas no seu perispírito, aguardando diluição através dos seus atos de abnegação, amor e caridade para com os enfermos, o que até então não ocorrera. Com o choque sofrido nos últimos dias, aceleraram-se os fatores epileptogênicos e adveio a primeira crise. No tocante à cura, ele explicou: “Depende exclusivamente da irmãzinha interromper o sofrimento, prolongá-lo ou complicá-lo. A sementeira sempre aguarda... O que for plantado, sem dúvida será segado. A qualidade da semeadura sempre responderá pelo tipo da ceifa. Ame, portanto, e sirva quanto possível.” (Obra citada. Providências Finais, pp. 319 e 320.)

118. Como deve ser praticada a mediunidade? Tem o médium direito de cobrar pelos benefícios que distribui?

Kardec tratou objetivamente do assunto no cap. XXVI d’O Evangelho segundo o Espiritismo, quando escreveu: “A mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora. O médico dá o fruto de seus estudos, feitos muita vez à custa de sacrifícios penosos. O magnetizador dá o seu próprio fluido, por vezes, até a sua saúde. Podem pôr-lhes preço. O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos; não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam”. Na sequência, concluiu: “Procure, pois, aquele que carece do que viver, recursos em qualquer parte, menos na mediunidade; não lhe consagre, se assim for preciso, senão o tempo de que materialmente possa dispor. Os Espíritos lhe levarão em conta o devotamento e os sacrifícios, ao passo que se afastam dos que esperam fazer deles uma escada por onde subam”. (Obra citada. Providências Finais, pp. 320 e 321, e Considerações Últimas, pp. 322 e 323.)

119. Qual é, na visão holística, o ponto-chave do quesito doença-saúde?

Somos remanescentes do nosso próprio passado; todos os atos pretéritos encontram-se insculpidos em nosso perispírito e é daí que procedem as emanações geradoras de harmonia ou desequilíbrio catalogado como tragédia, insucesso ou enfermidade. A ação desenvolvida no corpo físico, mesmo quando nos proporciona refazimento, é este de breve duração, porque a causa geradora prossegue emitindo ondas desorganizadas que afetam o conjunto celular, produzindo recidiva ou desarticulando outros implementos em áreas diferentes, porém vinculadas entre si. O conhecimento do perispírito e a terapia de profundidade – a mudança mental e comportamental do Espírito reencarnado – tornam-se o ponto-chave do quesito binomial doença-saúde. (Obra citada. Considerações Últimas, pp. 323 e 324.)

120. A mediunidade poderá, um dia, contribuir para a compreensão do ser holístico que somos, alargando os horizontes terrenos, de modo que as enfermidades experimentem terapias menos violentas, menos amputadoras, todas trabalhadas no campo da energia?

Sim. Chegará, em nosso orbe, o momento em que o homem e a mulher holísticos serão considerados plenamente, quando a paranormalidade se lhes tornar um natural sexto sentido, como o Prof. Charles Richet, ao seu tempo, definiu a mediunidade. Quando as faculdades PSI se tornarem normais e o desdobramento dessas potencialidades parapsíquicas e mediúnicas alargarem os horizontes terrenos, as enfermidades experimentarão terapias menos violentas, menos amputadoras, todas trabalhadas no campo da energia. Nessa ocasião, a mediunidade exercida com consciência de responsabilidade oferecerá valioso contributo para a compreensão do ser holístico. Mas esse exercício mediúnico será praticado com Jesus, não remunerado, não exaltado, destituído de estrelismo, de exibicionismo. (Obra citada. Considerações Últimas, pp. 324 a 326.)

 

 

Observação:

Para acessar a parte 14 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui:  https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/05/blog-post_30.html

 

 

 

 

 

 

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