sábado, 4 de junho de 2022

 



Sobre o futebol, o amor e as competições

 

JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

De Brasília, DF

 

Conta-se que dois amigos espíritas gostavam muito de jogar bola. Um dia, um deles perguntou ao outro: — Será que no Mundo Espiritual há futebol? Ao que aquele respondeu: — Não sei, mas vamos combinar: quem de nós morrer primeiro confirma isso e volta para avisar o outro...

— Combinado, disse o amigo.

Passado pouco tempo, um dos amigos faleceu e, dias depois, manifestou-se ao outro, em sonho, com as seguintes palavras: — Fulano, tenho duas notícias para dar-lhe: a primeira é que aqui também há futebol; e a segunda é que você está escalado para jogar neste fim de semana.

Chico Xavier, um dos maiores médiuns de todos os tempos, desejava desencarnar no dia em que o Brasil estivesse feliz. Seu pedido foi atendido. A final da Copa do Mundo conquistada pelo Brasil em 2002 teve como placar Brasil 2 a O Alemanha, exatamente no dia em que o médium mineiro desencarnou, enquanto o povo brasileiro urrava de alegria pela conquista da Copa. Porém, em 2014, doze anos depois, foi na terra do Chico que os alemães nos impuseram uma das mais humilhantes derrotas no futebol mundial. — Sabe o leitor o que isso significa? — Nada.  Responderia o jornalista Tadeu Schmidt, segundo sobrenome mais comum na Alemanha. 

Curiosamente, nosso país conquistou cinco títulos mundiais de futebol noutros países, mas aqui mesmo jamais ganhou um torneio desses, ainda que dois campeonatos tenham sido realizados aqui: um em 1950, em que perdemos honrosamente a decisão para o Uruguai; outro em 2014, quando a Alemanha derrotou a Argentina em nosso solo pátrio, por apenas 1 a 0, após ter goleado por 7 a 1 a seleção brasileira. E nem entre as três seleções mais bem colocadas ficamos, pois a seleção holandesa sapecou-nos aqui 3 a 0 na disputa pelo terceiro lugar.

A derrota que nos impuseram os alemães foi muito bem planejada por eles. Prepararam bem seus jovens jogadores, fizeram criteriosa seleção dos melhores e vieram para cá, estabelecendo-se em Salvador, onde conquistaram a simpatia dos baianos e montaram um avançado centro de treinamento. Não sabiam os torcedores brasileiros que a seleção mais bem treinada e preparada da época tinha como principal objetivo vingar-se da tristeza que lhes impingimos no passado. Chico nada teve a ver com isso, pois era a humildade em pessoa.

Minha constatação baseia-se nas palavras do Cristo, anotadas por Mateus, 10:26: "Nada há encoberto que não haja de revelar-se, nem oculto que não haja de saber-se". Deus é brasileiro, mas também é alemão, é argentino, etc. Ou seja, todos somos filhos amados de Deus.

Certa vez, Cristo disse a seus discípulos em João, 16:33: "No mundo, tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo". Que evitemos a impiedade para com nosso próximo, mesmo quando competirmos com ele, procurando, antes de tudo, vencer, em nós mesmos, o orgulho, a vaidade e o desamor, pois como também nos lembra Jesus: "O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei" (João, 15:12).

   

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