Os animais, assim como os humanos, também
evoluem
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
Assim como
ocorre com homens e mulheres, todo ser vivo, de qualquer reino da Natureza, é
dotado de um princípio espiritual.
O tema é
tratado pelo Espiritismo, que nos ensina que os animais também experimentam uma
evolução do seu princípio espiritual e podem, em
determinado momento, atingir uma condição evolutiva próxima dos humanos mais
primitivos.
Nos animais vertebrados, ou seja, providos de
espinha dorsal ou coluna vertebral, o princípio espiritual é individualizado e
podemos chamá-lo de "alma". O chimpanzé é, portanto, dotado de
"alma" – claro que é alma de animal, distante em termos evolutivos da
alma humana. A diferença está em que a alma dos animais não é capaz de gerar
pensamento contínuo e a alma humana, sim, é capaz disso.
Em seu livro Evolução em dois Mundos, 2ª Parte,
cap. XVIII, pp. 211 e 212, André Luiz refere-se ao assunto e diz que o cão, o
macaco, o gato, o elefante, o muar e o cavalo seriam os animais superiores mais
amplamente dotados de riqueza mental, como introdução ao pensamento contínuo.
Ele ressalva, no entanto, que existem ideias-fragmentos de determinado sentido
mais avançadas em certos animais que em outros, o que torna difícil afirmar
qual, dentre eles, é o detentor de mais dilatadas ideias-fragmentos.
As almas dos animais evoluem por meio de encarnações
inúmeras e experiências múltiplas e vão sendo utilizadas, gradativamente, nas
espécies animais mais evoluídas. Quando chega o momento em que determinada alma
atingiu o ápice possível no reino animal, ela estará pronta para seu ingresso
no chamado reino hominal, cuja característica, além da possibilidade de gerar
pensamento contínuo, é ser dotada de livre-arbítrio, um atributo exclusivo do ser
humano.
Podemos apresentar um exemplo bem singelo disso: o
joão-de-barro constrói sua casinha da mesma forma que o fazia 100 anos atrás e
tudo indica que continuará a fazê-la assim. A alma que anima determinado
joão-de-barro poderá, contudo, no decurso desse tempo, passar a animar outras
espécies mais evoluídas do reino animal e, assim, sucessivamente, até atingir
um dia – milhões ou bilhões de anos depois – a condição de alma humana, fato
que não se dá em planetas como o nosso, mas, sim, nos chamados mundos
primitivos, que são destinados às primeiras encarnações da alma humana. A
escala dos mundos é tratada por Kardec no cap. III do livro O Evangelho
segundo o Espiritismo.
Tudo o que aqui foi dito refere-se, obviamente, à
evolução do princípio espiritual, que, não sendo diferenciado no início,
torna-se individualizado nos animais vertebrados e, em determinado momento,
depois de um longo período, poderá chegar à condição de alma ou Espírito
humano.
Quanto à evolução da forma material, Darwin mostrou
que existe igualmente uma evolução. Espécies extintas deram lugar a outras
espécies, como é demonstrado nas obras científicas, em decorrência de um
processo evolutivo muito lento que corre paralelamente à evolução do princípio
espiritual. É por isso que se diz – embora Darwin jamais o tenha dito – que o
homem descende do macaco.
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