(De uma flor)
CÍNTHIA CORTEGOSO
cinthiacortegoso@gmail.com
Uma
flor por si nunca se preocupou com o que outras flores pudessem pensar a seu
respeito. Primeiro, porque aquela flor não se inquieta com nenhuma opinião
alheia, pois já sabe de sua importância, unicidade e beleza incomparáveis. E segundo, porque as outras flores, como aquela, estão
interessadas em sua própria jornada e também compreenderam a relevância que
cada ser possui e toda a desnecessária comparação, já que cada ser é único e
por isso mesmo precioso.
As flores, aliás, se comunicam frequentemente e se
amparam, e para estarem em harmonia, o maior número delas deve estar
harmonizado; elas são luzes e brilham naturalmente. Talvez, se houver,
inquietude em uma flor seja a de colaborar, o suficiente, para o produtivo
desenvolvimento do Planeta, com oxigênio, cores, texturas, formas, ou seja, com
toda a sua fecunda porção para o avanço próprio e coletivo. Esse pensamento é
elevado, pois o eu deixa de ser o centro e se posiciona como o ser que realiza
com propriedade o que lhe concerne.
Ensinamento não falta, e a natureza é ‒ há milênios ‒ uma exímia
professora. Se observarmos a natureza e quisermos aprender tornamo-nos alunos
bastante capacitados e avançamos em bem menos tempo no caminho do progresso.
Quanto maior for a nossa observação, disciplina de renovação e colaboração
maior também será a ajuda universal, visto que o Universo é o mais notável
apreciador de nosso crescimento.
A bondade divina é tão esplêndida que existirá, ao menos,
uma flor em todo lugar havendo sempre exemplo para o nosso crescimento. Na
verdade, abençoados exemplos não faltam e ocorrem o tempo todo, basta querer
reconhecê-los. Chega um momento que mesmo irrequieto e ainda materializado, o
espírito tem sede de sua verdade e amor, e inicia, muitas vezes,
inconscientemente, o processo de autoconhecimento, a clareza que falta. E uma
das primeiras lições é sobre a não comparação, visto que tudo é único.
À medida que o espírito compreende a sua universalidade e
significação, e assimila a sua essência eterna, o horizonte parece soltar
tamanha cortina escura que impedia a sua contemplação, ou melhor, o espírito
passa a enxergar a grande verdade e toda a unificação existente formada pela
unicidade dos seres. Então, se todo ser é único e precioso, a comparação e a
concorrência devem se dissipar, ou ainda, se transmutar em energia de
colaboração e compartilhamento.
Como as flores, deveríamos pensar apenas em realizar, com
muito amor, o nosso desenvolvimento, cooperar com o Universo de múltiplas
formas e agradecer, ininterruptamente, à amorosa bondade de Deus, a nossa
criação.
A vida é extraordinária e divina.
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