Como explicar o sumiço do
apóstolo Pedro quando preso em uma cela fechada e vigiada?
ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
Um dos fatos mais
interessantes ocorridos depois do episódio da crucificação de Jesus, envolvendo
seus apóstolos, foi o sumiço de Pedro quando se encontrava preso. Afinal, o que
teria acontecido? Teria sido desmaterializado o corpo do apóstolo?
O fato é narrado
em Atos dos Apóstolos, cap. 5, versículos 14 a 23, e não se refere apenas a Pedro, pois a narrativa bíblica menciona a prisão de apóstolos
e não de um único apóstolo.
Segundo o texto, cuja autoria é atribuída a Lucas, o sumo
sacerdote e os que estavam com ele, pertencentes à seita dos saduceus,
encheram-se de inveja dos seguidores do Cristo, por causa das curas que eles
estavam fazendo. Em face disso, “lançaram mão dos apóstolos, e os puseram na
prisão pública”. De noite, porém, “um anjo do Senhor abriu as portas da prisão
e, tirando-os para fora, disse: Ide e apresentai-vos no templo, e dizei ao povo
todas as palavras desta vida”. No dia
seguinte, quando os servidores enviados pelo sumo sacerdote foram à prisão, não
os acharam lá, comunicando o fato aos seus superiores nos seguintes termos:
“Achamos realmente o cárcere fechado, com toda a segurança, e os guardas, que
estavam fora, diante das portas; mas, quando abrimos, ninguém achamos dentro”.
Comentando o assunto, Emmanuel, no prefácio do livro Mecanismos
da Mediunidade, de André Luiz, disse que a partir dos curiosos fenômenos
ocorridos no dia de Pentecostes os eventos mediúnicos tornaram-se habituais entre
os apóstolos do Senhor. E acrescentou que foram Espíritos materializados que os
libertaram da prisão injusta. Não houve, pois, nem poderia haver
desmaterialização do corpo de Pedro ou de qualquer outro companheiro.
O tema desmaterialização é tratado em minúcias em duas
importantes obras espíritas: Fenômenos de Transporte, de Ernesto
Bozzano, e Nos Domínios da Mediunidade, de André Luiz, psicografada por
Chico Xavier.
Conforme lemos na obra de Bozzano, no fenômeno de
transporte, quando o objeto é retirado de um compartimento fechado ou é nele
introduzido, se o objeto é pequeno, a operação
é obtida a partir da desmaterialização do próprio objeto e sua posterior
materialização. Para o transporte de objetos grandes, a desmaterialização é
feita em parte das portas ou das paredes. Embora Bozzano não o tenha dito,
pensamos que esta segunda modalidade é adotada também nos casos de transporte
de seres vivos, porque não é possível admitir que um coelho ou um homem possa
ser desmaterializado sem morrer.
André Luiz examinou a questão em seu livro Nos
Domínios da Mediunidade, cap. 28, pp. 268 a 271, em que mostra como um
Espírito conseguiu introduzir algumas flores numa sala fechada. O assistente Aulus
explicou que as flores transpuseram o tapume de alvenaria da sala, penetrando o
recinto, graças ao concurso de técnicos competentes para desmaterializar os
elementos físicos e reconstituí-los de imediato.
No caso da libertação de Pedro e seus companheiros pode
ter ocorrido a hipótese acima mencionada, possibilitando assim a saída deles da
cela em que estavam presos, o que aos olhos do vulgo pode ser considerado um verdadeiro
milagre e, no entanto, não passa de um fato comprovado e documentado por
pesquisadores diversos, como mostra Ernesto Bozzano em sua obra.
Nota do Autor:
Para ler o texto
publicado no domingo anterior, clique em: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2025/08/e-dificil-ser-espirita-astolfo-o.html
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