Uma pessoa
pediu-nos que escrevesse algo em termos práticos sobre a chamada programação
reencarnatória, um tema que tem sido focalizado bastante no meio espírita,
sobretudo nos últimos anos.
A duração de
uma existência corporal, a profissão a ser desempenhada, a família, os
ascendentes, os descendentes, as provas de natureza material, as provas morais,
eis tópicos que formam, como sabemos, o planejamento da reencarnação de um Espírito,
fato que não deveria causar surpresa alguma, uma vez que em nossas relações
cotidianas o ato de planejar há muito passou a ocupar um lugar importante.
A família
decidiu, por exemplo, passar o mês de férias no litoral catarinense. Onde
ficarão seus componentes? Usarão um imóvel alugado ou emprestado? Em que dia
partirão? Irão de carro ou de avião? Quando ocorrerá a volta? Há recursos
financeiros suficientes? No local do veraneio existem bancos? Chove ali nessa
época do ano? Se chover, costuma fazer frio?
Todas as
perguntas apresentadas e as respectivas respostas compõem um rol que nada mais
é do que o plano de férias. E note o leitor que se trata de uma simples viagem
que durará talvez menos de 30 dias!
A
reencarnação é, ao contrário disso, uma longa viagem cujo objetivo não é, como
no exemplo mencionado, curtir férias. Trata-se de algo mais profundo, com metas
psicológicas e objetivos complexos, que envolvem um grupo grande de pessoas
cujos destinos estão, por assim dizer, entrelaçados.
André Luiz
relata num de seus livros o caso de uma família bem simples, casal e quatro
filhos, que de repente passou a enfrentar uma dura provação com o falecimento
por suicídio do chefe da casa. Como os suicídios não fazem parte de nenhuma
programação, a evasão daquele pai causou uma dificuldade inesperada para a
esposa e as crianças, o que tornou necessária para aquelas pessoas a revisão do
programa, ou seja, uma reprogramação.
Fatos assim
ocorrem no dia-a-dia de nossas existências. O veículo que nos transportava
sofreu uma pane. Perdeu-se, assim, a conexão com o voo programado e, a partir
daí, uma sucessão de problemas que exigirão, por sua vez, a revisão do plano
antes estabelecido.
Quando viemos
para Londrina, aos 18 anos de idade, nosso objetivo era um só: cursar a
Faculdade de Matemática. Saímos de Minas Gerais com esse propósito, que
constituía, à época, o sonho de nossa vida. Para tanto, pedimos demissão do
emprego, deixamos as aulas no colégio da cidade e viajamos para um lugar que
não conhecíamos, situado a mais de 1.100 km de nossa cidade natal.
Chegamos em
um domingo. No dia seguinte, fomos à Faculdade para nos inscrevermos no
vestibular. Ocorre que não existia Faculdade de Matemática em Londrina, nem em
localidade alguma situada num raio de 150 km . A mais próxima ficava em Jacarezinho. Nosso
irmão, com quem viemos morar, se havia equivocado e, por causa disso, passou-nos
uma informação inexata.
A vontade, em
face da frustração, foi voltar imediatamente. Mas acabamos ficando, cursamos outra
faculdade e, com o passar dos anos, entendemos que tínhamos de vir para
Londrina e só viríamos assim, seduzido por um sonho que não se realizou mas deu
lugar a outro que, sem dúvida alguma, estava previsto na chamada programação
reencarnatória.
Manoel Philomeno de Miranda, em “Temas da Vida e da Morte” (veja a capa), obra psicografada pelo médium
Divaldo Franco, esmiúça os pormenores da chamada programação reencarnatória, no
capítulo intitulado Reencarnação - Dádiva
de Deus, cuja leitura recomendamos ao leitor que queira informar-se sobre o
assunto.
Oito anos estudando esta maravilhosa doutrina consoladora, infelizmente ainda, não conseguimos encontrar os porquês, de TUDO que se passa nesta atual programação reencarnatória, que, na intenção de entendê-la, temos feito, exaustivamente, várias rotas de regresso em nossa linha do tempo a partir da época da primeira faculdade, conjecturando caminhos diversos que poderíamos ter seguido.
ResponderExcluirConstatando que não somos dotados do chamado "simancol", que ora chamamos "simancol espírita".
Assim, esperançosa, cremos que Jesus permita que antes do término desta vida atual, lembranças adormecidas de antão, se aflorem, para ver se ainda há tempo em construir e viver algo melhor, na intenção, ao menos, de não parar no umbral grosso após nosso derradeiro suspiro desta vida.
Sabemos que a 'caridade cobre a multidão dos pecados' e quem a coloca em prática não deve perder tempo em desvendar o acontecido de antão, porém, há certos momentos, fatos e circunstâncias, que somos 'puxados como imã' a ter notícias pretéritas para entender este presente angustiante que assola vários corações.
Abraços, querido Astolfo.
Lia.