Três dias atrás, no dia 11 de
abril de 2012, em sessão mediúnica realizada em Salvador-BA, no Centro Espírita
Caminho da Redenção, Joanna de Ângelis (foto), por intermédio de Divaldo Franco,
manifestou-se sobre o tema anencefalia, a que nos reportamos ontem neste
espaço.
As causas que levam alguém a enfrentar
dificuldades reencarnatórias como a anencefalia estão, de forma clara e
precisa, descritas no texto escrito pela conhecida e respeitada instrutora
espiritual.
Ei-lo:
Anencefalia
Joanna de Ângelis
Nada no Universo ocorre como fenômeno
caótico, resultado de alguma desordem que nele predomine. O que parece casual,
destrutivo, é sempre efeito de uma programação transcendente, que objetiva a
ordem, a harmonia.
De igual maneira, nos destinos humanos sempre
vige a Lei de Causa e Efeito, como responsável legítima por todas as
ocorrências, por mais diversificadas apresentem-se.
O Espírito progride através das experiências
que lhe facultam desenvolver o conhecimento intelectual enquanto lapida as
impurezas morais primitivas, transformando-as em emoções relevantes e
libertadoras.
Agindo sob o impacto das tendências que nele
jazem, fruto que são de vivências anteriores, elabora, inconscientemente, o
programa a que se deve submeter na sucessão do tempo futuro.
Harmonia emocional, equilíbrio mental, saúde
orgânica ou o seu inverso, em forma de transtornos de vária denominação,
fazem-se ocorrência natural dessa elaborada e transata proposta evolutiva.
Todos experimentam, inevitavelmente, as
consequências dos seus pensamentos, que são responsáveis pelas suas
manifestações verbais e realizações exteriores.
Sentindo, intimamente, a presença de Deus, a
convivência social e as imposições educacionais, criam condicionamentos que,
infelizmente, em incontáveis indivíduos dão lugar às dúvidas atrozes em torno
da sua origem espiritual, da sua imortalidade.
Mesmo quando se vincula a alguma doutrina
religiosa, com as exceções compreensíveis, o comportamento moral permanece materialista,
utilitarista, atado às paixões defluentes do egotismo.
Não fosse assim, e decerto, muitos benefícios
adviriam da convicção espiritual, que sempre define as condutas saudáveis, por
constituírem motivos de elevação, defluentes do dever e da razão.
Na falta desse equilíbrio, adota-se atitude
de rebeldia, quando não se encontra satisfeito com a sucessão dos
acontecimentos tidos como frustrantes, perturbadores, infelizes...
Desequipado de conteúdos superiores que
proporcionam a autoconfiança, o otimismo, a esperança, essa revolta, estimulada
pelo primarismo que ainda jaz no ser, trabalhando em favor do egoísmo, sempre
transfere a responsabilidade dos sofrimentos, dos insucessos momentâneos aos
outros, às circunstâncias ditas aziagas, que considera injustas e, dominado
pelo desespero, foge através de mecanismos derrotistas e infelizes que mais o
degradam, entre os quais o nefando suicídio.
Na imensa gama de instrumentos utilizados
para o autocídio, o que é praticado por armas de fogo ou mediante quedas espetaculares
de edifícios, de abismos, desarticula o cérebro físico e praticamente o
aniquila...
Não ficariam aí, porém, os danos perpetrados,
alcançando os delicados tecidos do corpo perispiritual, que se encarregará de
compor os futuros aparelhos materiais para o prosseguimento da jornada de
evolução.
*
É inevitável o renascimento daquele que assim
buscou a extinção da vida, portando degenerescências físicas e mentais,
particularmente a anencefalia.
Muitos desses assim considerados, no entanto,
não são totalmente destituídos do órgão cerebral. Há, desse modo, anencéfalos e
anencéfalos.
Expressivo número de anencéfalos preserva o
cérebro primitivo ou reptiliano, o diencéfalo e as raízes do núcleo neural que
se vincula ao sistema nervoso central…
Necessitam viver no corpo, mesmo que a
fatalidade da morte após o renascimento reconduza-os ao mundo espiritual.
Interromper-lhes o desenvolvimento no útero
materno é crime hediondo em relação à vida. Têm vida sim, embora em padrões
diferentes dos considerados normais pelo conhecimento genético atual...
Não se trata de coisas conduzidas
interiormente pela mulher, mas de filhos, que não puderam concluir a formação
orgânica total, pois que são resultado da concepção, da união do espermatozoide
com o óvulo.
Faltou na gestante o ácido fólico, que se
tornou responsável pela ocorrência terrível.
Sucede, porém, que a genitora igualmente não
é vítima de injustiça divina ou da espúria Lei do Acaso, pois que foi
corresponsável pelo suicídio daquele Espírito que agora a busca para juntos
conseguirem o inadiável processo de reparação do crime, de recuperação da paz e
do equilíbrio antes destruído.
Quando as legislações desvairam e descriminalizam
o aborto do anencéfalo, facilitando a sua aplicação, a sociedade caminha, a
passos largos, para a legitimação de todas as formas cruéis de abortamento.
... E quando a humanidade mata o feto,
prepara-se para outros hediondos crimes que a cultura, a ética e a civilização
já deveriam haver eliminado no vasto processo de crescimento intelecto-moral.
Todos os recentes governos ditatoriais e
arbitrários iniciaram as suas dominações extravagantes e terríveis, tornando o
aborto legal e culminando, na sucessão do tempo, com os campos de extermínio de
vidas sob o açodar dos mórbidos preconceitos de raça, de etnia, de religião, de
política, de sociedade...
A morbidez atinge, desse modo, o clímax,
quando a vida é desvalorizada e o ser humano torna-se descartável.
As loucuras eugênicas, em busca de seres
humanos perfeitos, respondem por crueldades inimagináveis, desde as crianças
que eram assassinadas quando nasciam com qualquer tipo de imperfeição, não
servindo para as guerras, na cultura espartana, como as que ainda são atiradas
aos rios, por portarem deficiências, para morrer por afogamento, em algumas
tribos primitivas.
Qual, porém, a diferença entre a atitude da
civilização grega e o primarismo selvagem desses clãs e a moderna conduta em
relação ao anencéfalo?
O processo de evolução, no entanto, é
inevitável, e os criminosos legais de hoje, recomeçarão, no futuro, em novas
experiências reencarnacionistas, sofrendo a frieza do comportamento, aprendendo
através do sofrimento a respeitar a vida…
*
Compadece-te e ama o filhinho que se encontra
no teu ventre, suplicando-te sem palavras a oportunidade de redimir-se.
Considera que se ele houvesse nascido bem
formado e normal, apresentando depois algum problema de idiotia, de hebefrenia,
de degenerescência, perdendo as funções intelectivas, motoras ou de outra
natureza, como acontece amiúde, se também o matarias?
Se exercitares o aborto do anencéfalo hoje,
amanhã pedirás também a eliminação legal do filhinho limitado, poupando-te o
sofrimento como se alega no caso da anencefalia.
Aprende a viver dignamente agora, para que o
teu seja um amanhã de bênçãos e de felicidade.
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