Realizamos nesta noite mais uma de nossas reuniões de estudo da obra Nos
Domínios da Mediunidade, de autoria de André Luiz (Espírito), psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
Como de hábito, três foram as questões examinadas nesta noite.
Ei-las:
1. Um
Espírito em sofrimento pode refletir no médium as impressões que o atormentam?
2. Quando
o benfeitor espiritual pousou a destra na fronte do dirigente encarnado,
mostrou-se mais humanizado e quase obscuro. Por quê?
3. Nossos
pensamentos podem apresentar natureza diferenciada e peso próprio?
Depois de ligeiro debate em torno das questões acima, foram apresentadas
e comentadas as respostas, seguindo-se a leitura e estudo do texto que deu base
à temática da noite.
Eis, de forma sintetizada, as respostas dadas às questões mencionadas:
1. Um
Espírito em sofrimento pode refletir no médium as impressões que o atormentam?
Sim. André
Luiz observou no recinto um Espírito que exibia o braço direito paralítico e
ressecado. Tocando-lhe a fronte, de leve, registrou-lhe a angústia. Fora ele
musculoso estivador no cais, alcoólatra inveterado que, certa feita, de volta a
casa, esbofeteou o próprio pai, porque este lhe censurara o procedimento.
Incapaz de revidar, o ancião, cuspinhando sangue, praguejou, sem piedade:
"Infame! o teu braço cruel será transformado em galho seco... Maldito
sejas!" Ouvindo essas palavras que se fizeram seguidas por terrível jacto
de força hipnotizante, o mísero tornou à via pública, sugestionado pela
maldição recebida, e voltou a beber para esquecer. Mais tarde, foi vitimado
num desastre de bonde, no qual veio a perder o braço. Sobreviveu ainda por
alguns anos, coagulando no próprio pensamento a ideia de que a expressão
paternal tivera a força de uma ordem vingativa a se lhe implantar no fundo
d'alma, e, por isso, ao desencarnar, recuperara o membro antes mutilado a
pender-lhe, porém, ressecado e inerte, no corpo perispiritual. O Assistente
Aulus, aproximando-se, comentou: "É um caso de reajuste difícil,
reclamando tempo e tolerância. Nosso amigo traz a mente subjugada pelo remorso
com que ambientou nele mesmo a maldição recebida. Exige muito carinho para refazer-se".
E explicou que, se aquele enfermo se utilizasse de um médium, para o
intercâmbio espiritual, refletiria no instrumento passivo as impressões que o
possuíam, "nos processos de imanização em que se baseiam os serviços de
intercâmbio". (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 4, pp. 42 e 43.)
2. Quando
o benfeitor espiritual pousou a destra na fronte do dirigente encarnado,
mostrou-se mais humanizado e quase obscuro. Por quê?
Aulus,
referindo-se ao benfeitor espiritual Clementino, esclareceu: "O benfeitor
espiritual que ora nos dirige afigura-se-nos mais pesado porque amorteceu o
elevado tom vibratório em que respira habitualmente, descendo à posição de
Raul, tanto quanto lhe é possível, para benefício do trabalho começante.
Influencia agora a vida cerebral do condutor da casa, à maneira dum musicista
emérito manobrando, respeitoso, um violino de alto valor, do qual conhece a
firmeza e a harmonia". Apesar da redução vibratória, André notou que a
cabeça venerável de Clementino emitia raios fulgurantes, ao mesmo tempo que o cérebro
de Raul, o dirigente encarnado, sob a ação do benfeitor, se nimbava de
luminosidade intensa, embora diversa. (Obra citada, cap. 5, pp. 45 e
46.)
3. Nossos
pensamentos podem apresentar natureza diferenciada e peso próprio?
Sim. Da mesma
forma que a lâmpada arroja de si mesma os fotônios, que são elementos vivos da
Natureza a vibrarem no "espaço físico", nossa alma lança fora
de si os princípios espirituais, condensados na força ponderável e múltipla do
pensamento, princípios esses com que influímos no "espaço mental".
O pensamento não escapa às realidades do mundo corpuscular. Pensamentos de
crueldade, revolta, tristeza, amor, esperança ou alegria têm natureza diferenciada,
com característicos e pesos próprios, adensando a alma ou sutilizando-a, além
de lhe definirem as qualidades magnéticas. A onda mental possui determinados
coeficientes de força na concentração silenciosa, no verbo exteriorizado ou na
palavra escrita. (Obra citada, cap. 5, pp. 47 a 49.)
*
Na próxima terça publicaremos neste Blog o resumo do que houver sido
estudado na reunião, a fim de que os interessados possam acompanhar pari passu
o desenvolvimento da matéria.
As reuniões de estudo do livro Nos Domínios da Mediunidade realizam-se
no Centro Espírita Nosso Lar, situado na Rua Santa Catarina, 429, em Londrina,
às terças e quintas-feiras.
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