Realizou-se
nesta noite o estudo de mais um tema relacionado com o livro Nos Domínios da Mediunidade, de André
Luiz (Espírito), obra psicografada pelo médium Chico Xavier. Por motivo de saúde,
não participamos do estudo, que foi coordenado novamente por nossa companheira
Maria Neuza.
Três foram as
questões propostas:
1. Como
atender a pessoa em uma manifestação anímica?
2. Há nos
manicômios muitos doentes que sofrem, em verdade, intensiva ação hipnótica
obsessiva?
3. Em casos
assim – de ação obsessiva –, por que não separar desde logo o algoz de sua
vítima?
*
Depois de
diversas considerações feitas em torno das questões citadas, foram lidas e
comentadas as respostas, seguindo-se a leitura e o estudo do texto-base
relativo ao tema da noite.
Eis as
respostas dadas, de forma resumida, às questões propostas:
1. Como atender a pessoa em uma
manifestação anímica?
Segundo
Aulus, ela deve ser tratada com a mesma atenção que ministramos aos sofredores
que se comunicam, pois é também um Espírito imortal solicitando-nos concurso e
entendimento para que se lhe restabeleça a harmonia. Explicou o instrutor:
"Um doutrinador sem tato fraterno apenas lhe agravaria o problema, porque,
a pretexto de servir à verdade, talvez lhe impusesse corretivo inoportuno ao
invés de socorro providencial. Primeiro, é preciso remover o mal, para depois
fortificar a vítima na sua própria defesa".
A paciência e
a caridade são aí indispensáveis para salvá-la. A irmã deve ser ouvida na
posição em que se revela, como sendo em tudo a desventurada mulher de outro tempo,
e assim recebida, para que, usando o remédio moral que lhe for estendido, possa
desligar-se do passado. "A personalidade antiga não foi tão eclipsada pela
matéria densa como seria de desejar”, acrescentou Aulus. "Todos podemos
cair em semelhantes estados se não aprendemos a cultivar o esquecimento do mal,
em marcha incessante com o bem." (Nos
Domínios da Mediunidade, cap. 22, pp. 213 e 214.)
2. Há nos manicômios muitos doentes que
sofrem, em verdade, intensiva ação hipnótica obsessiva?
Sim. Aulus
aludiu ao assunto ao tratar do caso de uma infeliz mulher que, não fosse o
concurso fraternal que recebia no grupo espírita, ter-se-ia transformado em
vítima integral da licantropia (1) deformante. Disse ele que muitos
Espíritos, pervertidos no crime, abusam dos poderes da inteligência, fazendo
pesar tigrina crueldade sobre quantos ainda sintonizam com eles pelos débitos
do passado.
"A
semelhantes vampiros devemos muitos quadros dolorosos da patologia mental nos
manicômios, em que numerosos pacientes, sob intensiva ação hipnótica, imitam
costumes, posições e atitudes de animais diversos." Esse fenômeno é muito
generalizado nos processos expiatórios em que os Espíritos acumpliciados na
delinquência descambam para a esfera vibratória dos brutos. (Obra citada, cap. 23, pp. 217 e 218.)
3. Em casos assim – de ação obsessiva –,
por que não separar desde logo o algoz de sua vítima?
Esta pergunta
foi feita por Hilário e respondida por Aulus. "Calma, Hilário! Ainda não
examinamos o assunto em sua estrutura básica. Toda obsessão tem alicerces na reciprocidade",
explicou Aulus. "Recordemos o ensinamento de nosso Divino Mestre. Não
basta arrancar o joio. É preciso saber até que ponto a raiz dele se entranha no
solo com a raiz do trigo, para que não venhamos a esmagar um e outro. Não há
dor sem razão. Atendamos, assim, à lei da cooperação, sem o propósito de nos
anteciparmos à Justiça Divina."
Como o
doutrinador tentasse sossegar o comunicante recordando-lhe as vantagens do
perdão e incutindo-lhe a conveniência da humildade e da prece, surgiu a
inevitável pergunta: Para colaborar em favor desses irmãos em desespero, seria
suficiente o concurso verbalista? Aulus esclareceu que, durante a doutrinação,
não eram estendidas ao Espírito palavras simplesmente, mas acima de tudo o
sentimento. "Toda frase articulada com amor – disse Aulus – é uma projeção
de nós mesmos." Assim, se era
incontestável a impossibilidade de oferecer-lhes a libertação prematura,
doava-se, em favor deles, a boa vontade, através do verbo nascido de corações
igualmente necessitados de plena redenção com o Cristo. (Obra citada, cap. 23, pp. 218 a 220.)
(1) Licantropia
[do grego lykanthropía] é uma das formas de zoantropia, na qual o enfermo se
julga transformado em lobo ou a metamorfose perispirítica levou-o a essa forma
animal. Define-se zoantropia [do latim zo(o)- + antrop(o) + -ia] como sendo uma
perturbação mental em que o enfermo se acredita convertido num animal, sendo também
aplicável o termo à metamorfose perispirítica, através de processo de indução
hipnótica, em que o Espírito desencarnado, ainda inferiorizado, ganha a forma
animalesca.
*
Na próxima
semana publicaremos neste espaço as questões estudadas, para que o leitor, se o
desejar, possa acompanhar o desenvolvimento dos nossos estudos.
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